Turquia – Religião e democracia


Pio IX dizia que o catolicismo era incompatível com a democracia mas, por mérito da segunda, foi desmentido. Não foram os papas que outorgaram a liberdade, mas esta impôs-se nos países moldados pelo iluminismo, a Reforma e o secularismo.

Já no Islão nunca foi feita a prova de que a liberdade e a fé podiam coexistir. Não são os fundamentalistas que são perigosos, são os fundamentos do Islão.O Corão apela à guerra santa e ao extermínio dos infiéis como sucede com todas as doutrinas totalitárias, com todos as religiões que se julgam as únicas empresas de transportes autorizadas a circular nas estradas que conduzem ao Paraíso.

A eleição de Abdullah Gul para Presidente da República é uma afronta aos sectores laicos e progressistas da Turquia moderna, especialmente aos militares e juízes, que defendem a laicidade imposta pela figura tutelar da Turquia moderna – Mustafa Kemal Atatürk.

Como não há democracias militares nem de juízes cabe aos turcos respeitar a decisão das urnas e ao novo presidente as determinações constitucionais, apesar da religião que professa.

Esta é a última oportunidade para o Islão mostrar pela primeira vez que se conforma com o pluralismo e que um presidente islamita é capaz de respeitar igualmente os que crêem e os que não crêem no Profeta, bem como os que não crêem em profetas.

Se a democracia soçobrar na Turquia, prova-se que o Islão não renuncia à obediência ao anacronismo do livro sagrado e que entre a civilização e a barbárie, entre a liberdade e a fé, só resta a espada para defender uma ou impor a outra.

Comentários

Anónimo disse…
É assim, visto claramente.
Obrigado,Esperança!
Anónimo disse…
A Turquia é pouco europeia, pouco democrática...muito longe dos padrões de vida ocidentais.

Embora membro da NATO, a Turquia assusta os europeus, mulher do presidente, de veu, é o espelho da nação.

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