Jackpot do Casino Estoril Sol

A CMVM mostrou-se pouco satisfeita com as explicações da Estoril Sol sobre a posse das instalações do Casino de Lisboa e vai pedir mais esclarecimentos à empresa de casinos, que já tinha enviado um extenso comunicado à supervisora do mercado de capitais.
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A confirmarem-se os fortes indícios de favorecimento, este caso é, talvez, pelas personalidades envolvidas e pela promiscuidade entre Estado e empresas privadas, um dos mais graves atropelos à seriedade e isenção que se exige dos governantes.

Curiosamente nunca, nos Governos de Cavaco, Guterres ou no actual, houve casos de tamanha gravidade como este, o da compra dos submarinos e o do abate dos sobreiros.

Os governos de Durão Barroso e Santana Lopes, se não houver uma explicação cabal das suspeitas que sobre eles pendem, para além da incompetência de que deram provas, ficam indelevelmente manchados por graves suspeitas de corrupção.

Talvez se compreenda, com estes casos, as tentativas de distrair a opinião pública com factos remotos e menores com que se pretende atingir o actual Governo.
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Adenda - Governo de Santana Lopes mudou lei a pedido. Expresso revela carta da Estoril-Sol ao ministro Telmo Correia. Há um dado novo sobre o caso do Casino de Lisboa. Segundo o Expresso Online, o governo liderado por Pedro Santana Lopes mudou a lei do Jogo para satisfazer a Estoril Sol

Comentários

e-pá! disse…
Segundo tudo indica estaremos perante um caso de corrupção da mais grave, da mais perniciosa.
Aquela que passa pela captura do Estado. Isto é, aquela que tem poder suficiente para ditar ou modificar leis, decretos, despachos, regualmentos, etc. Daquela corrupção que contorna a Justiça, porque faz, ou influencia, as leis.
Da derrocada do Estado de Direito.
De facto, o contribuinte que subsidiou a Expo '98 em Lisboa, cuja derrapagem foi astronómica, ajudou monetáriamente para a construção do Pavilhão do Futuro, assiste hoje atónito à sua oferta em favor da sociedade Estoril-Sol, do sr . Stanley Ho.
Um negócio da China.
Vamos a Sevilha ver o que sucedeu com a Expo 92.
A Isla de la Cartuja foi o local onde decorreu a Expo Mundial 1992 de Sevilha. Actualmente, a ilha o Estádio Olímpico e as instalações foram reconvertidas no parque tecnológico mais importante da Andaluzia e no parque temático "Isla Mágica"...

A partir deste momento, quando o Estado é suspeito (altamente suspeito) de estar ao serviço de interesses particulares, não há mais saída, num quadro democrático. Só uma inflexível e inexorável responsabilização dos cidadãos que, efemeramente, exercem cargos políticos, pode precaver-nos de tais insuportáveis abusos.
Depois, de encontrados os responsáveis políticos, é preciso ressarcir o património público defraudado.
Então, ou mudamos a lei iníqua "trabalhada" pelo Governo de Durão Barroso ajudado por Telmo Correia ou, daqui para a frente, vale tudo.
O poder político não pode caír na tentação de transformar este tenebroso caso, num facto consumado.
Se entrar por aí a autoridade pública esvazia-se como um balão e a ética política transforma-se numa gravata...que pode ser apertada à volta do pescoço de qualquer cidadão.
Estrangulando os valores democráticos!
andrepereira disse…
Este capitalismo de Casino tem nomes: Durão Barroso, Santana Lopes, Paulo Portas, Telmo Correia. É preciso punir estas figuras de nível medíocre. Nos tribunais e nas urnas!
Anónimo disse…
A táctica da guerrilha em toda a sua plenitude.
Cada vez que se ataca o governo, aí vêm a conta-gotas mais umas pseudo-vigarices feitas por gente oposição.
Exactamente o mesmo que vai acontecer daqui a alguns anos a estes que agora lá estão. Somos pequeninos e o mundo é uma aldeia...
Se é assim tão grave apresentem a queixa no sítio certo. Estão à espera de quê?
De nada, porque isto é tudo politiquice.
Anónimo disse…
Que corja de bandalhos, estes e os socialeiros, são iguais, têm os mesmos objectivos...gamar à fartazana.
Anónimo disse…
ó André Pereira, essa do capitalismo ser só associada aos senhores que refer dá-me vontade de rir...

Ó faz de nós burros, ou o burro é outro !!! eheheh
e-pá! disse…
O impressionante é todos nós - os contribuintes - não nos indigarmos com situações do tipo do "gang do Casino", mas estarmos á espera que de futuro nos seja revelado, se possível pior, do actual governo.

Eu não vivo de fatalismos, quer sejam religiosos, históricos ou políticos.

Eu não quero que o Pavilhão do Futuro que ajudei a pagar com os meus impostos vá parar ao património pessoal do Sr. Stanley Ho!
Exijo que este Governo faça tudo para o impedir.
É pedir muito?

Ou caímos na corrupção sistémica, onde o sistema se entranha no quotidiano dos portugueses e parece já nada haver a fazer.

Claro que não!
Continuam - e vão continuar - a existir portugueses sérios, honestos e incorruptíveis.
E quanto menos desenvolvidos, quanto mais incultos formos - maior espaço haverá para a corrupção.

O Pavilhão do Futuro foi um edifício emblemático da Expo '98 / Lisboa.
Quero que continue a ser um espaço público, de todos.
Nem que ponham lá dentro uma exposição de varinos e fragatas, barcos típicos do Tejo em franco desaparecimento.
ana disse…
Um dos nossos problemas é achar que a corrupção é normal, eterna, comum a todos os governos. E assim tem sido. Hoje falo eu, amanhã falas tu, consoante o partido que está no poder. Mas não tem de ser assim sempre, e hoje é crime o que há 20 anos não o era.No tempo de Duarte Lima e da embrulhada com as suas casas, não estava sequer previsto na Lei o crime de "tráfico de influências". Tudo vai mudando, lentamente, é certo, mas é necessário que o cidadão comum seja mais exigente e não embarque na teoria de que sempre assim foi e assim sempre há-de ser. Para isso tem o Estado de dar o exemplo, penalizando aqueles que do Estado se servem, aproveitando um poder que sabem ser fugaz e transitório.

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