Teoria da conspiração

Não pode ser verdade.

Não acredito que, como no tempo da ditadura, haja denunciantes a esconder a mão que faz a denúncia. Não acredito que se refugiem no anonimato os membros de um órgão de soberania não eleito para condicionar a Assembleia da República.

E não posso acreditar que o Senhor Presidente da República pudesse ser cúmplice de quem devia denunciar à opinião pública e aos Tribunais. O respeito pela função não me permite acreditar na cumplicidade do mais alto magistrado da nação nem que ele se prestasse a receber quem fosse capaz de tão pusilânime atitude.

Estou certo de que alguém que tentasse influenciar o PR para condicionar a Assembleia da República seria expulso a pontapé e denunciado ao País.

Este artigo baseou-se em informações falsas.

Comentários

e-pá! disse…
Caro CE:

A separação de poderes, base do nosso sistema político, têm sido, nos últimos tempos, muito maltratada.
São resquícios da ditadura onde o Sr. presidente do Conselho pairava acima das instituições do Estado Novo: Assembleia Nacional, Chefe do Estado, Câmara Corporativa e Tribunais (nomeadamente os Plenários).

O português é muitas vezes tentado em meter a foice na seara alheia...

Na campanha para as presidenciais de Cavaco Silva, já se indiciava - sob o pomposo nome de "cooperação estratégica" - a vontade de interferir na área governamental.

A atitude de Sócrates em enfatizar uma versão portuguesa de cohabitação, proporcionou - não na lei, mas em termos práticos - um virtual alargamento do campo de actuação da área presidencial.

A atitude do PR sobre o Estatuto Autonómico dos Açores e a nova lei do divórcio (há mais...) são 2 exemplos paradigmáticos do exercício deste concepção ampla (intrometida) das competências presidenciais em outros poderes.

Por isso, embora seja um acérrimo defensor da separação de poderes, não reconheço qualquer autoridade ética a Cavaco para correr de Belém com representantes do Poder judicial a pontapé...

Se acaso - é melhor manter o condicional - houve interferencia do poder judicial junto ao PR, para interferir na competência da AR, a asserção que me assalta a mente perante a eventual existência de uma situação intolerável em democracia é exigir que: "a caridade comece em casa, mas não termine lá..." (cito de cor).

E ... um dia, quando adquirirmos maior maturidade política e maior intervenção civica nas questões institucionais haverá uma efectiva e democrática separação de poderes, que é a matriz da soberania do nosso Estado de Direito.

A valer para todos...e a retomar os princípios da Estado democrático.

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