EUA – Fim do mito da economia liberal

Crash 1929


A política dos neoconservadores americanos está a ser derrotada em todas as frentes. No campo da ética e da política externa há muito que deixara de ser uma vergonha nacional para se transformar numa tragédia global.

Dick Cheney, esse sólido talento, com fortuna feita de petróleo, era o alto paladino da desregulação dos mercados e da economia privada. Bush, depois da cura do álcool, tornou-se um fervoroso militante evangélico e da guerra preventiva.

Havia a ideia de que a dupla era pouco recomendável mas inofensiva para a economia e a criação de emprego. A bolsa batia recordes enquanto em Guantánamo e Abu Graib se torturavam presos, as exportações aceleravam enquanto os soldados morriam no Iraque e o PIB aumentava à medida que a NATO instalava bases de mísseis à volta da Rússia.

Longe vão os tempos em que Bush falava directamente com Deus e mais longe ainda o dia em que perdeu as eleições para Al Gore e se tornou presidente dos EUA. A sólida fé no mercado deve ter vacilado quando se viu na necessidade de resgatar da falência as instituições de crédito hipotecário Freddie Mac e Fannie Mae. A seguradora AIG deve tê-lo tornado um agnóstico em relação ao mercado mas a insolvência poria em causa 74 milhões de pensões, risco que conduziria ao desastre republicano nas próximas eleições presidenciais.

O bando de Chicago, com o defunto Milton Friedman à cabeça, fez escola em todo o mundo, mas são cada vez mais os discípulos arrependidos. Enquanto o banco Barclays compra o Lehman Brothers ao preço da chuva e o Morgan Stanley negoceia a fusão, para se salvar, já se especula sobre o destino da Morgan Stanley e da Godman Sachs. Ninguém tem as poupanças seguras, nem nos EUA nem fora, mas os que mais sofrem são os que não têm qualquer aforro.

Apostila – Por que motivo, em Portugal, não aparece, agora, alguém, no PSD ou no CDS, a insistir na privatização da CGD e da Segurança Social? Nem um tal António Borges, vice-presidente da Dr.ª Manuela Ferreira Leite? Nem Pedro Passos Coelho?

Comentários

e-pá! disse…
A economia, dita liberal, está nos off-shores . Transferiu-se para lá!
Todas as actividades de alto valor acrescentado tais como: investigação e desenvolvimento, engineering, desenvolvimento de produtos e serviços analíticos, estão nos off-shores.
No País, no território, estão os cidadãos e as Finanças. Estas não entram nos off-shores.

A crise actual não nos devia surpreender. Já tinhamos tido o primeiro aviso, na área energética, mais concretamente com o escândalo Enron.

O remanescente dos off-shores estão à míngua: a indústria automóvel e a de sobresselentes.
A das armas, não sei. É capaz de ser um segredo de Estado.

Perante as intensas "operações de salvamento" que se desenrolam num ritmo alucinante a pergunta é:
Como estão os EUA quanto a deficit orçamental?
E como está o deficit comercial?

No século XXI, a economia dos EUA tem estado a manter-se, através da expansão da dívida, não pelo crescimento real do rendimento.

Mais, aprova orçamentos militares megalómanos, irrealistas, mantêm guerras no Iraque e Afeganistão e está envolvido, pelo Mundo, na maioria dos conflitos locais. O seu orçamento com a Defesa excede o do resto do Mundo.
Custo dos delírios hegemónicos.

O governo dos EUA confia nos estrangeiros que estão dispostos a comprar os seus títulos. Depois pagam títulos com novos títulos e assim sucessivamente.
No dia em que isto acabar, chegará o caos.

Não será a falência do Lehman Brothers, será o futuro da América.
Será o encontro com a realidade que, neste momento, se tenta a todo o transe evitar ou, pelo menos, adiar.
Por ora, ficamos A economia dita liberal, está nos off-shores .
Todas as actividades de alto valor acrescentado tais como: investigação e desenvolvimento, engineering, desenvolvimento de produtos e serviços analíticos, estão nos off-shores.
No País, no território, estão os cidadãos e as Finanças. Estas não entram nos off-shores.

A crise actual não nos devia surpreender. Já tinhamos tido o primeiro aviso, na área energética, mais concretamente com o escândalo Enron.

O remanescente dos "off-shores" estão à míngua: a indústria automóvel e a de sobresselentes.
A das armas, não sei. É capaz de ser um segredo de Estado.

Perante as intensas "operações de salvamento" que se desenrolam num ritmo alucinante a pergunta é:
Como estão os EUA quanto a deficit orçamental?
E como está o deficit comercial?

No século XXI, a economia dos EUA tem estado a manter-se, através da expansão da dívida, não pelo crescimento real do rendimento.

Mais, aprova orçamentos militares megalómanos, irrealistas, mantêm guerras no Iraque e Afeganistão e está envolvido, pelo Mundo, na maioria dos conflitos locais. O seu orçamento com a Defesa excede o do resto do Mundo.
Custo dos delírios hegemónicos.

O governo dos EUA confia nos estrangeiros que estão dispostos a comprar os seus títulos. Depois pagam os anteriores títulos com novos títulos e assim sucessivamente.
No dia em que este esquema, um pouco ao estilo da D. Branca, acabar, chegará o caos.

Não será a falência do Lehman Brothers, será o futuro da América.
Será o encontro com a realidade que, neste momento, se tenta a todo o transe evitar ou, pelo menos, adiar.

Por ora, nasce uma agência, sob o controlo federal, que se dispõe a comprar os activos duvidosos das instituições financeiras em crise.
Depois, se verá...
Diz o povo: enquanto o pau vai e vem folgam as costas!
e-pá! disse…
Adenda

CE:

A crise financeira dos EUA (e, por arrastamento, mundial) não seria um assunto da competência do FMI?

Ou o FMI só impõe regras (rígidas condições) aos pequenos Países, pobres, sem crédito...na penúria?

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