O mosqueteiro e o espectro de uma nova “lei da rolha…”

O candidato Pedro Passos Coelho parece ter ficado muito incomodado com a rábula entre Aguiar Branco e Paulo Rangel, sobre a questão do dossier das assinaturas…

Hoje, num almoço de campanha em Portalegre, revelou desejar que até ao dia das eleições acabem as acusações internas entre as diversas candidaturas às eleições directas de sexta-feira do partido. Nesse sentido “pediu o fim dos incidentes” - incluindo o que envolveu as assinaturas para as candidaturas - “porque ninguém ganha com isso e perdemos todos”… link

Belo, belíssimo! O PSD ainda não sarou o tiro no pé desferido no Congresso de Mafra que entrou para a história da "pequena política" como a “lei da rolha” e, decorridos poucos dias, um dos candidatos reincide com uma versão soft (no tempo, que não na gravidade) com uma inconcebível proposta de tréguas, ou de silêncio, 3 dias antes das eleições directas.
Isto num partido que centrou a última campanha para as Legislativas na dita “asfixia democrática”…

Mas o pior é a razão porque se invoca este pacto de não-agressão. O candidato Passos Coelho não coíbe de enunciá-la. Disse: “O que queremos é que o país perceba no dia 26 que temos condições para ter coesão …” Isto é, calamo-nos para não levantar poeira e assim enganar os incautos. Esta asserção é um insulto à memória dos portugueses e tenta inculcar a história recente do PSD, onde o espectro da divisão, das intrigas, das traições e das "tricas" tem perseguido esse partido nos últimos anos. Se há um facto iniludível na história recente do PSD é, exactamente, a falta de coesão interna.

Logo, a intervenção de Pedro Passos Coelho em Portalegre, é um exemplo acabado de duplicidade política ou um arremedo de uma vulgarizada cartilha política que poderíamos sintetizar: “como enganar os portugueses... escondendo as realidades”

Tão novo e já com tantos vícios…

Comentários

andrepereira disse…
tão novo? 46 anos, é novo? Quantos anos tinha Cavaco Silva, Freitas do Amaral, Sócrates, etc. etc quando entraram na alta política?
Acha assim tão grave o candidato favorecido por estas quesílias, querer dar ua imagem de líder e de estara acima de manobras de bastidor? Eu sei que Passos Coelho assustam muita gente, mas tenhamos calma...
e-pá! disse…
Caro André Pereira:

Tão novo...na "alta política". Os PSD's ou querem meter a democracia na gaveta, ou um periodo de carência de 2 meses antes das eleições, ou (agora) de três dias de silencio interpares antes das directas.
Não serão demasiados constrangimentos?
Devemos ter receios em relação ao futuro?
Diabo de Saias disse…
Passos Coelho só quer dar uma imagem de quem já ganhou e está preparado para pacificar as hostes. Mas, infelizmente essa não é a matriz do PSD.

Por outro lado estamos perante um candidato de rutura com o Cavaquismo, ao qual nem um lugar de deputado foi dado.

Se ele ganhar, como espero, coitados dos Angelistas / ler cavaquistas. Aguiar Branco já se rendeu - vai ser seu aliado.

Passos Coelho só não é novo porque lhe nasceram os dentes na política mas onde estão os outros Passos Coelho de que é preciso ter medo ?

Tenha dó da gente, André ...

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