O ‘Relatório de Friburgo’


Alemães elegem Portugal como exemplo, mas regresso aos mercados só em 2015… conclui o Centro de Estudos de Política Europeia, organismo alemão sediado em Friburgo. link

Más notícias para os portugueses embora envoltas de rasgados elogios considerando o actual Governo um ‘bom aluno’...

Perante a esforçada e obsessiva teimosia de Passos Coelho de rejeitar a necessidade de mais tempo, o Centro de Estudos de Friburgo - provavelmente com ideias refrescadas dada a sua proximidade da Floresta Negra - baseando-se na actualização do ‘Default Index’ (avaliação do risco de bancarrota), prevê que Portugal só possa ‘regressar aos mercados’ em 2015.
Portanto, a prosápia saloia do actual Governo - repetidamente enunciada por Passos Coelho - sobre a determinação de não necessitar de mais tempo cai redondamente por terra.

Necessariamente que para ‘sobreviver’ até 2015, sem capacidade de financiar-se nos mercados, o País vai precisar de mais dinheiro, não é preciso ser nenhum prodígio em previsão política. Como não há ‘dinheiro de borla nem de geração expontânea’ devem os portugueses interrogar-se, desde já, sobre o que podem esperar - face a uma forçada renegociação subrepticiamente sinalizada no Relatório - em termos de austeridade, de desvalorização das condições e remuneração do trabalho, de sustentabilidade das prestações sociais, de crescimento económico (que combata a tragédia do massivo desemprego), etc.

O relatório é curioso. Alimenta paradigmáticas ‘confusões’ – ou melhor subversões - de conceitos políticos e financeiros. Engloba, por exemplo, entre ‘as reformas’ levadas a efeito no actual quadro de assistência externa o ‘confisco’ por parte do Governo dos subsídios de Férias e Natal.
Num passe de mágica transforma-se um despudorado saque (ainda a aguardar decisão do Tribunal Constitucional) num ‘exemplo reformista’ que, sejamos claros, já tinha sido liminarmente, expresso por um ex-funcionário da Goldman Sachs (António Borges) com uma lapidar 'solução': ‘baixar os salários é uma urgência’. link

Questões inadiáveis, suscitadas pelo presente Relatório:
- O que nos espera no 2º. semestre de 2013 [link] data aprazada pelo actual Governo para o regresso aos mercados?
O ‘Relatório de Friburgo’ parece sugerir a resposta: Renegociar o tempo e o dinheiro. Falta, no entanto, acrescentar: na altura e nas condições que os ‘mercados’ julgarem oportunas (e mais vantajosas)!

- Então porque anda o Governo a encanar a perna à rã, enganando, mais uma vez, os portugueses?
Será porque há o risco de (perigosamente) chegar a 2015 (ano de eleições legislativas) sem ‘resultados’ concretos?

- O que poderá, então, este Governo ‘prometer’ aos portugueses? Mais austeridade, mais ‘reformas estruturais’, mais empobrecimento?
Não, obrigado, já chega!

Comentários

Consta que a Presidência da Répública
custa ao Erário Público,45 mil euros por dia.Não poderia fazer-se aqui um corte na despesa?E os ordenadões dos patrioteiros galifões,porque não mostram ÊLES o seu patrioteirismo,
contentando-se com menos?E quanto custa ao Erário Público a Tropa que no estrangeiro serve os interêsses do Imperialismo?

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