Notas soltas: janeiro/2013


PR – A promulgação do OE 2013, com dúvidas sobre a «justiça na repartição dos sacrifícios», revelou a inexistência da alegada magistratura de influência e, no envio para o TC, mais do que a justiça, deve ter pesado a certeza de que os deputados o fariam.

Marques Júnior – A morte, aos 66 anos, de quem foi o mais jovem membro do Conselho da Revolução e um generoso Capitão de Abril, foi a dolorosa metáfora da perda dos valores de abril por quem despreza a História, a Democracia e a República.

Governo – Parece um grupo de retornados ressentidos, aliado a académicos sem prática democrática nem valores éticos, numa atitude vingativa contra tudo e todos os que combateram a ditadura, a guerra colonial, o analfabetismo e as injustiças sociais.

Banif – O banco da UNITA, de Horácio e Fátima Roque, da Madeira e de bichos que não são da madeira, foi capitalizado pela calada da noite, nas costas do País, num desvario sem garantias, sem ponderação dos riscos e sem respeito pelos contribuintes.

Christine Lagarde – Foi elegante a chamar burros aos governantes portugueses, lamentando que o FMI não tivesse verificado a inconstitucionalidade do OE 2012. Não suspeitou que desrespeitassem a CRP, gerando o primeiro Governo inconstitucional.

FMI – O relatório apresentado ao Governo português denunciou a encomenda elaborada em Lisboa, por assessores de Passos Coelho, e enviada a título devolutivo. Era demasiado mau para ter origem credível. E foi assinado por um falsário espanhol.

Santana Lopes – A provedoria da Misericórdia de Lisboa, lugar que solicitou a título gratuito, é a tribuna das suas ambições políticas com poder para distribuir lugares apetecíveis. Não sabe viver longe do poder.

Desemprego – É injusto atribuir todas as culpas ao Governo e ignorar a situação internacional mas não podemos isentar as políticas erradas e a impreparação dos que as tomaram, da dimensão do flagelo.

Mali – Salvo fortes razões humanitárias, é condenável a ingerência militar em países estrangeiros mas, neste caso, perante a agressão islâmica e a ideologia fascista da imposição da sharia, saúdo a intervenção da França, sabendo que não é isenta.

SNS – A maior conquista democrática, a que melhores indicadores internacionais conseguiu e a que mais benefícios trouxe a Portugal, está em risco. Há quem pense que nos escombros do SNS podem sobreviver os privilégios dos subsistemas. Puro engano.

União Europeia – A cada dose de sofrimento imposta ao povo português, com juros impossíveis de pagar, chegam logo propostas para novas medidas de espoliação. Se a ideia é levar o País à falência, entre a espada e a parede, é preferível a espada.

IRS – A sugestão de tributar o subsídio de maternidade é a imagem cruel dos agiotas que exoneram a humanidade e a vergonha das decisões que tomam. Acabarão a taxar a prostituição à beira das estradas e nos recantos dos pinhais.

Espanha – Os delitos fiscais e de corrupção do genro de D. Juan Carlos, Iñaki Urdangarin, corroem a monarquia. É mais uma nódoa na herança do genocida Francisco Franco, um modelo político que se eterniza pela via uterina, sem escrutínio popular.

Provocação – Nunca se viu maior cinismo nem tamanha desumanidade como na afirmação de que a tributação dos vencimentos dos casais, de forma separada, facilitaria a procura de emprego pelo cônjuge que fica desempregado. Onde estão os empregos?

BCP – A condenação de Jardim Gonçalves ao pagamento de 1 milhão de euros de multa, com inibição de funções na banca durante cinco anos é, quanto ao dinheiro, uma insignificância. Já a inibição é uma pena pesada, para a idade e para o Opus Dei.

RTP – Paulo Portas derrotou o ministro Relvas na obsessão de privatizar o canal do Estado, evitando assim a afronta ao PR e a violação da Constituição. Foi uma aposta errada de quem perdeu o tino e o respeito pela legalidade democrática.

Finanças – O regresso de Portugal aos mercados foi uma notícia que merece ser saudada mas não se pode omitir que, na origem do sucesso, esteve a dilatação dos prazos da dívida, pela troica, e o apoio do BCE. O resto é propaganda.

Macário Correia – A desobediência ao acórdão que o destituiu da presidência da Câmara de Faro, através de uma manobra que não tem efeitos suspensivos, é mais uma acha na fogueira onde os poderosos incineram a Justiça.

Cascais – Na ânsia de ganhar a Câmara, o PS optou por um dos seus mais ferozes adversários, João Cordeiro. Este livra-se dos problemas na Associação Nacional de Farmácias e o PS carrega a vergonha, o oportunismo e a falta de memória.

Autárquicas – Os edis que não podem recandidatar-se, à falta de sinecuras, vão procurar outros concelhos, a reforma e, quiçá, a candidatura a vereadores nas Câmaras a que presidiram. Deixo-lhes, de graça, esta última sugestão.

Egito – Contestando o resultado de eleições que puseram os Irmãos Muçulmanos no poder e o Corão no Código Penal, há quem prefira a morte em manifestações contra o regime à crueldade da sharia e à demência da fé.

Freitas do Amaral – É um dos conservadores cuja inteligência, cultura e sensibilidade foi ignorada pelos reacionários que tomaram o poder e apostaram na destruição do modelo social com a raiva dos talibãs e a obstinação dos ignorantes.

Ponte Europa / Sorumbático

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