A impunidade dos crimes do franquismo

Há um único tipo de crimes cuja investigação está bloqueada em Espanha e que não se permite a outros países que os investiguem – os crimes cometidos pelo franquismo. São crimes contra a Humanidade que a Amnistia Internacional procura investigar mas que a decisão do Supremo Tribunal tornou ainda mais difícil.

Este Tribunal, onde o franquismo é a luz que o ilumina, já declarou em acórdão que não cabe aos juízes espanhóis julgar tais crimes. Aliás, foram provas reunidas pelo excelso juiz Baltasar Garzon que levaram ao seu afastamento da magistratura.

Os filhos do franquismo dominam tribunais e numerosos centros do poder em Espanha. O PP está cheio de cúmplices, de Aznar a pequenos tiranos regionais. A Igreja, através dos bispos, particularmente do cardeal Rouco Varela, espuma de raiva quando vê o seu passado devassado e a sua cumplicidade exposta.

O presidente da Amnistia Internacional em Espanha, Esteban Beltrán, garantiu hoje, ao apresentar o relatório «O tempo passa, a impunidade permanece», referindo-se à situação das vítimas de la Guerra Civil e da ditadura, que não há nenhum outro delito ocorrido em Espanha em que as vítimas tivessem sido obrigadas a recorrer a outro país em busca de justiça".

O arquivamento maciço das denúncias de roubos de bebés, em numerosos tribunais de várias instâncias, é a mais sórdida das atitudes generalizadas, particularmente porque há indícios de ter havido uma «rede organizada».

O cadáver de Franco alimenta ainda os saprófitas da ditadura. O genocida mantém poder em diversas áreas. É uma vergonha para Espanha e para o mundo.

Apostila: As informações factuais constam do El País, de hoje

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