Abaixo os velhos! Viva o Governo!

Que impertinência é essa de persistirem vivendo, quando o Governo precisa de recursos para nutrir a legião de assessores e as mordomias que exornam o poder? Que insolência é essa de continuarem a consumir medicamentos e vitualhas, após o prazo de validade, quando há jovens das juventudes partidárias à espera dos despojos? Que desaforo o dos velhos, agarrados à vida como lapas à rocha, perante o vendaval que varre  a economia?

Há nos velhos que teimam em viver, e nos desempregados que se recusam a emigrar, tal insolência que um Governo, nascido em Belém, não pode permitir. Que interessam leis que protejam inúteis que depois de 40 anos de trabalho se querem remeter à ociosidade, ou Tribunais capazes de defenderem o privilégio das pensões como se fossem direitos?

Que raio de piegas, presos aos netos e prazeres do ócio, que não agarram na manta e vão morrer longe, poupando a família aos custos do funeral e às lágrimas! São certamente os masoquistas que preferem morrer devagar a suicidarem-se, esperar pelos últimos cortes das pensões a prescindirem da vida, dizer mal do Governo a calarem-se eternamente.

Há nestes velhos obstinados uma inaudita teimosia que a moral e os bons costumes não toleram. Nem o corte de subsídios de funeral os demove. E queriam deixar ao cônjuge mais obstinado metade da pensão, necessária para pagar os azares do BPN, o deslize das contas da Madeira, as dívidas autárquicas acumuladas, os submarinos, os rombos nos bancos e as isenções fiscais às Fundações, Misericórdias e outras obras pias?

Era só o que faltava!

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