Venezuela – presente e futuro

Hugo Chàvez era demagogo e populista mas ninguém pode negar o seu imenso amor ao povo que o elegeu em eleições limpas e esmagadoras. Era líder, ao estilo sul-americano, com idiossincrasias que arrepiam os europeus, um grande comunicador e estratega de um modelo de democracia socialista amplamente sufragado e capaz de enfrentar os inimigos internos e externos.

O seu desaparecimento deu lugar a Nicolás Maduro, um líder que lhe herdou todos os defeitos e não logrou guardar alguma das suas virtudes.

A criação do “vice ministério para a Suprema Felicidade Social”, embora com objetivos distintos, lembra o “Ministério de Fomento à Virtude e de Prevenção do Vício” com que os talibãs no Afeganistão imprimiram o cunho islâmico à política.

Maduro, o tosco herdeiro de Hugo Chávez, para antecipar o ambiente de festa e tirar o país da tristeza, decretou que o Natal fosse em novembro, julgando que a grave crise socioeconómica do País se resolveria com o Natal, quando o presidente quisesse.

Depois passou a ver aparições de Hugo Chávez, à semelhança dos milagres que ocorrem noutras partes do mundo católico, sem a experiência milenar da Igreja nem os bastidores adequados à encenação da experiência mística.

Os poderes especiais pedidos ao Parlamento, formalmente legais, não passam do cheque em branco que prenuncia uma ditadura.

A experiência que entusiasmou os democratas progressistas de vários continentes está à beira do desastre, entre o ridículo e a tragédia.


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