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A mostrar mensagens de setembro, 2013

Passos Coelho: a alienação a par da mesquinhez…

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Ontem, no rescaldo das eleições autárquicas, Passos Coelho apareceu a reconhecer publicamente que " O PSD registou uma derrota eleitoral nacional " link e logo de seguida enveredou na sua arenga redonda e errática onde deu mostras de algum desatino. Disse depois: "… Quero reafirmar que, como presidente do PSD e como primeiro-ministro, me continuarei a bater pelo caminho que temos vindo a percorrer, que é um caminho indispensável à recuperação da crise económica, recuperação de confiança e do crescimento para Portugal "… link .Passos Coelho não se bate por coisa alguma. Debate-se em contradições. Na verdade, mistura tudo. Fala, simultaneamente, como presidente do PSD e como primeiro-ministro revelando uma dissociação da sua identidade [personalidade] política deveras preocupante. Um exemplar e insano caso de ‘ dupla personalidade ’. Passos Coelho apareceu, ontem, como um homem fracturado. Pior, dramaticamente destroçado. Como presidente do PSD reconhece

30 de setembro de 1946 – Em Nuremberga fez-se justiça, há 67 anos

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Encerrou-se nesse dia o julgamento do Tribunal Militar Internacional de Nuremberga, na Alemanha, onde foi confirmada a culpa dos dirigentes nazis, na Segunda Guerra Mundial e no Holocausto. Dessa vez ganharam os bons e a justiça das decisões é hoje património da jurisprudência mundial. Quem nos dera que as vitórias sorrissem sempre ao lado certo pois seria feita justiça aos que sofrem com as guerras e condenados os que as desencadeiam.

O que são «independentes»?

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O PR, o Governo e o PSD/CDS foram a eleições

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As eleições legislativas e presidenciais que hoje tiveram lugar, com a denominação de autárquicas, acrescentaram às legislativas, que deviam ter-se realizado com a demissão irrevogável de Paulo Portas, o escrutínio sobre a decisão presidencial e o próprio PR. Jamais as eleições autárquicas tiveram uma leitura tão política e nacional. Nas opções do eleitorado estiveram em escrutínio este presidente, este governo e esta maioria. Pode-se, desde já, assinalar a expressiva vitória do PCP, mas o mais significativo foi a humilhação do Governo, da maioria que o sustenta e do PR que se lhes hipotecou. O PR, com a proteção que deu à irresponsabilidade governamental, por motivos que se desconhecem, e em flagrante contraste com o comportamento anterior, quer no que diz respeito ao Governo, quer na escandalosa atitude contra a A.R., no caso do Estatuto dos Açores, e em outras decisões, tornou-se o maior responsável da dissolução das instituições e dos rombos na credibilidade dos políticos.

Um escritor universal

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Em 29 de setembro de 1547 nasceu o escritor espanhol, Miguel de Cervantes, o criador do romance moderno, com a obra genial «A Vida Aventurosa do Engenhoso Fidalgo D. Quixote de la Mancha». Há mais de 400 anos (1604) foi publicada uma obra-prima da literatura mundial.

Silêncio

A reflexão é uma exigência legal, não uma necessidade de última hora, mas se a lei a tal obriga, há de ser por uma razão profunda, um motivo que, não sendo claro, é certamente forte, e com um fundamento que, não sendo cintilante, há de ter queimado os neurónios aos legisladores. Reflitamos, pois. Não precisamos de rezar uma novena, como gostaria a Irmã Lúcia, de nos guiarmos pelo pároco, como era hábito, nem de invocar a inspiração divina. A noite está fresca e húmida. Ajuda certamente à serena reflexão e ao apelo cívico, sem o mais leve esgar que denote uma intenção partidária ou um sentimento político, sem as palavras com que há menos de duas horas se dizia aos outros que a razão deles só estava certa se coincidisse com a nossa. Na estante, viradas para mim, encontram-se dezenas de lombadas de livros que esperam a minha leitura. Vou fazer o gosto a um enquanto desejo aos diletos leitores as melhores saudações republicanas, laicas e democráticas, despedindo-me como o fazia no tw

Ainda há Tribunais

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As eleições autárquicas, o Governo e o PR

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Passos Coelho afirmou hoje (cito de memória) que não terão influência no Governo os resultados eleitorais autárquicos. O que lhe dói, é submeter-se a eleições e ter de aceitar os resultados; o que lhe causa azia, não é o que o povo pensa mas a forma como vota; o que o dececiona, é já não ter tempo para concluir a política de terra queimada a que se propôs. O processo de subversão em curso, onde contou sempre com o acrisolado afeto do PR, teve travagens com as decisões do TC e terá domingo uma resposta inequívoca com os resultados eleitorais. PPC julgou que era PM, antes de Portas lhe mostrar que não era bem assim; pensou que tinha todos os poderes, sem imaginar que a suspensão das leis era uma impossibilidade; imaginou vingar-se da democracia e do 25 de Abril, sem força para suspender a CRP; e, finalmente, limita-se a deixar o País num estado incomparavelmente pior do que aquele em que o encontrou. No PSD deixa mossas profundas, lega um partido que faz falta à democracia sem ân

A Constituição ‘assaltada’ por espertezas saloias…

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O recente acórdão do Tribunal Constitucional que chumbou algumas normas (6) do Código de Trabalho de 2012 link , veio reacender a polémica política nacional e chamar a atenção para o rumo que este Governo pretende inculcar no regime. A situação (cinco 'chumbos em 2 anos!) deixou de ser compaginável com um fortuito acumular de erros involuntários (por amadorismo ou incompetência) revelando, isso sim, um ardiloso e 'estudado' plano de 'mudança de regime'. Não vamos entrar em análises de índole interpretativa no âmbito constitucional, nem analisar os ‘estados de alma’ das forças partidárias nacionais que vão do coro de indignações da Direita ou, no campo oposto, na satisfação da Esquerda. Importante é analisar o 'planeado' comportamento político deste Governo que tem relevado uma total 'irresponsabilidade constitucional' esquecendo, no dia a dia, que o seu mandato foi adquirido e está ‘totalmente’ condicionado pela existência de uma Lei Fun

Este Governo que nos saiu na rifa

Há alturas em que um presidente, um governo e uma maioria são um frágil apoio a uma deriva com laivos totalitários. O poder absoluto, de quem não está apto para o exercer, é insuficiente, se não dominar os Tribunais e não fizer da Constituição letra morta. Os sólidos rancores que corroem a coligação governamental, a que o PR está amarrado, são o veneno que a devora. O Governo precisa de ameaçar juízes, intimidar funcionários e apavorar o povo com o desemprego. As decisões judiciais são forças de bloqueio que abomina. A democracia é a situação que lhe causa azia e a rua o espaço que mais teme. A Revolução permanente de Trotsky, numa espécie de associação por contraste, induziu a contrarrevolução permanente de quem tem o ódio aos trabalhadores como programa e o empobrecimento generalizado como ideologia. Em que estudos se terão baseado os assaltantes de todas as liberdades para dilatarem o horário dos servidores do Estado? Sabem que aumentam a rentabilidade ou só querem destruir-lh

FACTOS & DOCUMENTOS

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Passeando por Londres

Há mais de duas décadas, vagueava por uma avenida londrina e ia esquecendo os pobres “sem-abrigo” que, àquela hora, começavam a acomodar-se em vãos de lojas, abrigos de ocasião, alheios à luz intensa da iluminação pública e à circulação de turistas ávidos de percorrerem a cidade. Alguns ainda mastigavam umas bolachas antes de adormecerem, tendo como travesseira os parcos pertences. Via-os ajeitar cartões e jornais, para se cobrirem, às vezes cobertores puídos pelo uso e sujos pelas poeiras e restos de comida que denunciavam a função de toalha em outros horários. A frequência da miséria amolece a vigilância cívica e embota a sensibilidade. Eram drogados, deficientes, marginais incapazes de se adaptarem ao trabalho e às regras da sociedade, pensava eu, enquanto contemplava a arquitetura da cidade e percorria com o olhar a silhueta do palácio de Westminster e do Big Bem ou observava as margens do Tamisa. Num determinado momento, sob um manto de jornais e cartões, com umas luvas rotas,

Roma não paga a traidores mas paga aos moços de recados

Manuela Moura Guedes, ao que me dizem, já está empregada na RTP-1, de segunda a sexta-feira, pela quota do CDS e com pagamentos através de uma empresa exterior. A antiga deputada de Paulo Portas, tal como José Manuel Fernandes e outros, ficaram desempregados depois de Passos Coelho ter sido inventado por Miguel Relvas e Ângelo Correia e colocado como PM sob os auspícios de Cavaco. Na aproximação do fim desta experiência sinistra, há ainda fretes por pagar e dívidas a saldar a militantes incapazes e a outros capazes de tudo. O caso de Manuela Moura era a injustiça gritante. Ninguém se comprometeu tanto ao serviço de uma causa como ela. Só não destruiu a reputação porque apenas se perde o que se tem.

Coimbra tem o encanto do atavismo

São comuns as cidades onde os postes se elevam dos passeios para suportar as lâmpadas que as iluminam  e onde as árvores crescem para dar sombra e oxigénio. Em Coimbra os postes também servem para garantir a iluminação e para sustentarem os cabos elétricos que alimentam tróleis que vagarosamente a percorrem, desde 1947, com paragens nas curvas, quando a carretilha de metal que desliza pelos cabos se desarticula e deixa sem energia o veículo até que o condutor saia e reponha a ligação. As árvores foram escolhidas por amadores ou engenheiros que ignoravam o crescimento das raízes ou, talvez, por engenheiros civis ligados à reparação de passeios, mas que não têm encomendas. Os passeios crescem em altura, à volta das árvores, em sólido desafio às características planas com que foram criados, em lenta e eficaz alteração orográfica. O exotismo das árvores nota-se também na alergia dos transeuntes expostos a espécies riquíssimas na produção de pólen de que as acácias são o paradigma emble

Jangada à deriva

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Imagens do bairro de S. Sebastião

Avalio o que é chegar a casa, ver a alegria dos filhos, e reprimir a lágrima de quem não sabe se mantem o emprego e a capacidade de os sustentar. Até quando a sopa e o arroz com carne de segunda, onde já falta a fruta, poderão perpetuar a dieta mínima com que se criam os filhos? Ontem, do outro lado da rua do prédio onde moro, em frente a uma garagem, por baixo da capela, dezenas de pessoas aguardavam a distribuição de víveres que uma instituição religiosa distribui regularmente. Havia gente de todas as idades, negros e caucasianos, homens e mulheres, numa fila que cresce em cada semana que passa. Por pudor, quando passei, baixei os olhos, mas reconheci várias pessoas cujas carências ignorava. Até quando é possível manter a fome escondida, esta sobrevivência ameaçada e a dignidade atingida? Nos olhos tristes de quem pede vi o reflexo de uma sociedade em fila a estender a mão à caridade, perdidos os sonhos de uma vida digna, espoliada do direito á felicidade. Do meu bairro vi o

Factos & documentos

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Quo vadis, Europa?

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  Zeus raptou a Europa, disfarçado de touro para iludir Hera, sua mulher, e fugir ao seus ciúmes. Cadmo procurou a irmã, mas Zeus, pai dos deuses e dos homens, levou-a para Creta onde lhe deu três filhos.  A Europa, filha de Agenor, rei da Fenícia, era então, na mitologia grega, uma paixão de Zeus e um ódio de estimação de Hera. O ódio dos deuses não cansa. Quem sabe se Hera quer ainda vingar-se da Grécia por ter escondido numa ilha do sul do Mar Egeu, a amante de Zeus? Basta de tanto sofrer! Será que, perdida a beleza e a virtude, a Europa foi abandonada à sua sorte, depois de os deuses terem sido remetidos à mitologia?! Que pecados cometeram a Grécia, Portugal, Espanha, Irlanda e Chipre para serem ainda perseguidos por Hera ou, em seu nome, por uns deuses a que falta a beleza helénica e o humanismo europeu – os «mercados»?  Hoje, a Europa está mais dependente da Sr.ª Merkel do que dos deuses do Olimpo ou do ciúme da mulher de Zeus. Eu continuo a achá-la, na sua f

Não gosto que se matem uns aos outros

Nesta manhã de domingo, um atentado suicida contra a Igreja de Todos os Santos de Peshawar, a capital de la província paquistanesa de Khyber Pakhtunkhwa, causou pelo menos 78 mortos e uma centena de feridos, entre os cristãos que saíam da missa . Que raiva é essa dos muçulmanos, como outrora a dos cristãos, e, ainda hoje, a de várias Igrejas contra crentes de Igrejas concorrentes? Que loucura dos livros sagrados, pregada nas madraças e mesquitas, pode levar um crente alienado pela fé, ávido de virgens e de mel, a imolar-se, deixando atrás de si um rasto sangrento de morte? Que constrangimentos sociais, que demência coletiva, que ódio atávico faz de um crente um assassino e de um homem uma fera? Maldita fé que perpetuam manuais terroristas, herdados da Idade do Bronze. Para além do ódio que semeiam servem de veículo a jogos geoestratégicos e à cobiça do petróleo. E não faltam delinquentes capazes de morrer e matar em nome de um ser imaginário, na alienação mística que só a crença

Nuno Crato é um ministro a fazer de conta

Nuno Crato é um erro crasso da natureza. Viajou de Mao a pior até chegar a ministro de Portas, digo, Passos Coelho, que é ainda mais infamante. Não creio que descesse tanto para que o seu ministério colocasse a amantíssima esposa, Luísa Borges de Araújo, no conselho científico das Ciências Sociais e Humanidades da Fundação para a Ciência e Tecnologia. Não, foi apenas a perda de um módico de senso, e um acesso de vaidade, que o levou a protagonizar a maior trapalhada de um início de ano letivo, de há muitos anos a esta parte. Crato é um epifenómeno da política cuja vaidade destruiu um percurso académico, cujo desleixo arruinou o ensino, cuja inépcia contribuiu para ser um igual entre outros iguais de um Governo homogeneamente incapaz. Nuno Crato é o Passo Coelho da Educação e Ciência, o Portas dos Submarinos, a Maria Luís Albuquerque dos swaps, o Poiares Maduro das conferências de imprensa, o Relvas de segunda com habilitações de primeira. Crato sacrificou as aulas de inglês às

De vitória em vitória até á derrota final…

Portugal não tem um Governo, tem um logro de que o PR é responsável, um bando de gente pouco recomendável que, desiludida com o país, procura beneficiar, até ao fim, do poder que o PR lhe prorrogou após a demissão irrevogável de Paulo Portas. Em época de crise e desespero, não mexeram no mapa dos concelhos, não diminuíram as administrações faraónicas das autarquias, mantiveram à solta as EPs, os benefícios às Fundações e as ajudas aos privados, a quem obstinadamente querem entregar as funções sociais do Estado enquanto pensam em despedir funcionários e confiscar pensões. As apreciações da Troika foram sempre de louvor e distinção, até à próxima espoliação dos contribuintes, como se o esbulho não fosse já a corda que asfixia e a guilhotina que separa a cabeça do tronco sem vida da classe média. O Governo mente ao Parlamento e ao País, a ministra das Finanças estrebucha na lama dos swaps, o ministro dos Negócios Estrangeiros oculta a passagem pela SLN com a mesma desmemória com que

Avisos à navegação e/ou o anúncio de nova ‘crise’?

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O discurso político, embora contaminado pela circunstância de estar em curso uma campanha eleitoral, volta a revelar indícios de ‘tempestade’ quando é observado à luz de um atento e criterioso crivo de valores e princípios democráticos fundamentais. As recentes declarações de Passos Coelho na campanha autárquica do PSD (Malveira, Mafra) link são preocupantes e, pela enésima vez, indiciam o ‘desastre’ eminente. São, desde logo, mais um recado (dirigido para o interior da coligação e eventualmente para o PR) sobre uma ‘crise política’, em franca incubação, decorrente da ‘instabilidade’ interna do Governo. O primeiro-ministro (ou o presidente do PSD) na vã tentativa de tentar desesperadamente evitar consequências políticas mais não consegue camuflá-la. Na verdade, só consegue aprofundá-la. Passos Coelho, aparece no terreiro político a explicitar um ‘novo’ conceito sobre o exercício das suas funções governativas que, acumulando fracassos atrás de fracassos, pretendendo ‘d

Devem ouvir-se igualmente as duas partes

Merkel condena chumbo do PEC pelo Parlamento português

Portugal e a Inquisição

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Inquisição Portuguesa Portugal, à semelhança de Espanha, não teve os benefícios da Reforma e sofreu toda a violência da Contrarreforma. No dia de hoje, em 1540, realizou-se em Lisboa, perante o gáudio da Corte, que esteve presente, o primeiro auto de fé da Inquisição em Portugal.

Peregrinações eleitorais e eleições piedosas – votos e terços

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O presidente da Junta de Freguesia de Grijó organiza a peregrinação a Fátima com 800 idosos, bem comidos, viajados, confessados e comungados e o presidente da câmara de Esposende aluga 32 autocarros para peregrinar 2 mil idosos, também a Fátima, e, com 5 mil euros, a juntar aos 32.500 € da deslocação, dá-lhes a ferramenta que alimentará os seus últimos dias – 1 terço a cada idoso –, para não esquecerem os cuidados da alma e os votos que no dia das eleições irão depor na urna. A fé viaja com indulgências autárquicas por estradas de Portugal com destino a Fátima. Os pios edis, em vez de ficarem com 1 terço de cada adjudicação, doam um terço a cada idoso que peregrina. O Governo anseia vê-los em defunção, na urna que lhes guardará os ossos, a fim de aliviar a pressão sobre a Segurança Social, mas os autarcas preparam-nos para a urna onde deporão o voto. Entre os votos pios que os autarcas estimulam e os votos partidários que solicitam, é sempre no setor terciário que se movem. O ter

O Governo e a requalificação dos funcionários públicos

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Decididamente este governo não tem apenas problemas com a governação, tem graves dificuldades com a linguagem, a ética e a legalidade. Da Constituição da República aos Tribunais, dos sindicatos aos cidadãos, da Segurança Social à Saúde, da Escola pública à preservação das florestas, tudo são forças de bloqueio ou transtornos para um governo que gostaria de outro país, eleitores diferentes e uma política cozinhada com o seu PR. Quando Passos Coelho, um génio do analfabetismo político e da indigência governativa, fala na requalificação dos funcionários, não pensa na atribuição de nova classificação ou na redefinição de funções, refere-se, no seu rudimentar vocabulário, a despedimentos. Passos Coelho é um sólido talento da banalidade que, liberto das funções governativas, endossadas a Paulo Portas, passeia os guarda-costas pelo país amedrontado a dizer que não é eleitoralista. Aceitando que no reduzido léxico do alegado PM caiba o significado de tal palavra, tem-se a certeza d

Nuno Crato – De honrado professor a ministro medíocre de um medíocre Governo

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Nuno Crato, dizia hoje no telejornal das 20H00, na RTP, que o ensino do inglês deixava de ser de oferta obrigatória no 1.º ciclo porque «à palavra ‘obrigatório’, preferimos (plural majestático?) a palavra liberdade». O ministro da facultativa Educação e Ciência, que acrescentou ao curriculum académico o pouco glorioso epíteto de ministro de Passos Coelho, acaba com a obrigatoriedade do ensino de Inglês no 1.º ciclo, retrocesso civilizacional que coloca os filhos dos pobres em desigualdade com os filhos de quem pode pagar o ensino da referida língua. Melhor dito, o ensino do língua inglesa fazia parte obrigatória das chamadas Atividades de Enriquecimento Curricular (AEC), embora estas fossem de frequência facultativa. Agora, graças à ‘liberdade’, segundo Crato, deixou de fazer parte obrigatória, forma que encontrou para o banir e contribuir para o regresso à discriminação social. Curiosamente, as aulas de Educação Moral e Religiosa Católica (EMRC), continuam a ser de “oferta obr

As palavras que escondem e enganam

Há palavras que deviam queimar os lábios de quem as profere, palavras que, em vez de esclarecer, escondem, e não exprimem o que parece, ocultam o contrário do que dizem. «Liberdade de escolha» não é um pensamento, é uma armadilha; não é um programa, é uma habilidade; não é liberdade e, muito menos, escolha. É mero slogan para capturar o ensino público, privatizar a saúde e engolir a segurança social, na insaciável voragem de seguradoras, bancos e outras empresas privadas. É uma forma capciosa de espoliação do que é de todos, através do Estado, para todos dependermos apenas de alguns. A sofreguidão com que o setor privado engole a saúde, com ganho do setor dito social, num ato de caridade que confisca pessoas, bens e a liberdade, devia ser alvo da reflexão dos portugueses. O bando ultraliberal que escondeu a agenda perversa que levou para o Governo, à boleia do PR, que o protege, devia ter-nos posto de sobreaviso. Há uma metódica transferência dos hospitais para grupos privados en

Ministra das Finanças a quem os swaps se colaram à pele

Maria Luís Albuquerque aprovou um financiamento de 150 milhões de euros que a EP Estradas de Portugal contraiu junto do Deutsche Bank, desconhecendo – segundo diz o Governo –, os detalhes do swap que lhe estava associado. Dada a insignificância de tal montante, é natural que aprovasse de cruz, como soe dizer-se. Mais difícil é compreender que tenham sido destruídos os papéis de trabalho dos swaps, que deviam ser guardados durante 20 anos, segundo a Direção-geral de Arquivos, e não lhe tenham sido apresentados os autos de destruição, duas bagatelas legais. Não sendo fácil perceber um instrumento de gestão tão complexo – um swap –,  fico-me pela ideia que tenho: é um seguro sobre as taxas de juro, seguro que se tornou um maná para as seguradoras, porque os juros desceram muito, mas que seria uma bênção para as EPs se tivessem subido de forma drástica. Não me parece, pois, que a contratação de swaps, não havendo corrupção, tivesse sido um crime. Foi um negócio que correu mal, face à

Um título à altura do órgão oficial da Diocese de Bragança-Miranda.

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Ajudar o PR é destruir Portugal

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Afinal, havia outra…

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Eugénio Rosa , economista, escreveu um minucioso relatório sobre os ‘cortes das pensões na CGA’, que termina com esta ‘curiosidade’ (pág. 9) link : “ … Para terminar interessa ainda referir uma nova norma que foi introduzida na 2ª versão da proposta de lei e que visa claramente a protecção de determinadas situações criadas no passado, em clara contradição com a forma como são tratados os aposentados que sofrerão cortes nas pensões que já recebem. Na última versão da proposta de lei foi introduzido num novo número (o nº 3 do art 9º), que estabelece que o regime de suspensão da pensão (que determina que o aposentgado que esteja em funções públicas tem de suspender a pensão e optar obrigatoriamente pela remuneração do cargo que ocupa) só se aplica “às situações de exercício de funções constituídas e renovadas a partir da data de entrada em vigor da presente lei”. Desta forma, Cavaco Silva, p. ex., poderá continuar a receber as suas pensões em vez da remuneração de Presidente d

Associação Ateísta Portuguesa (AAP). Exposição ao MAI

Senhor ministro da Administração Interna, Dr. Miguel Macedo Excelência: A Associação Ateísta Portuguesa (AAP) , vem expor e solicitar a V. Ex.ª o seguinte: 1 – A Junta de Freguesia de Grijó organizou uma peregrinação a Fátima, como se tornou público pelas cenas de pugilato a que a presença do candidato à Câmara de Gaia, Carlos Abreu Amorim, PSD/CDS, deu origem; 2 – A referida peregrinação foi organizada pelo presidente da Junta de Freguesia, Sr. Rogério Tavares, com a participação de 800 idosos distribuídos por 17 autocarros , como referido na comunicação social em 9 do corrente mês; 3 – Entende a Associação Ateísta Portuguesa (AAP) que, num Estado laico, as autarquias não devem apoiar oficialmente a devoção a uma religião. Pelo contrário, devem respeitar criteriosamente o n.º 2 do artigo 13º e o n.º 4 do artigo 41º da Constituição da República Portuguesa e não beneficiar nenhum cidadão em razão da sua religião; Assim, em nome da laicidade do Estado e da moralidade

Não há dever de reciprocidade?

O primeiro-ministro esloveno, o social-democrata Alenka Bratušek, lançou ontem a primeira pedra da primeira mesquita do país, em Liubliana, na presença de um ministro do Catar, país onde abandonar o islamismo é considerado apostasia e quem se converta ao cristianismo enfrenta perseguição severa. Que a construção de uma mesquita é «uma vitória simbólica sobre todas as formas de intolerância religiosa» – como declarou o PM anfitrião –, é uma evidência irrefutável. Mas será legítimo erigir mesquitas em países democráticos se no Catar a plena liberdade religiosa só existe para o totalitarismo islâmico? Quando o Papa católico puder batizar um cristão na catedral do Bagdad, o grande rabino de Jerusalém orar na sinagoga de Cabul, o Patriarca da Igreja Ortodoxa Grega pregar em Rabat, o arcebispo de Cantuária oficiar no Bahrein, o bispo da IURD comprar um terreno no Azerbaijão, para expandir o negócio, e uma associação de ateus, céticos, agnósticos e racionalistas for legal no Iémen ou na

A tradição, a fé e o crime

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Enquanto no Iémen as autoridades averiguam sem entusiasmo a morte de Rawan, uma menina de 8 anos, possivelmente por ferimentos sofridos na primeira noite do seu casamento com um homem de cerca de 40 anos, crimes desta natureza não passam de danos colaterais da vontade do misericordioso profeta Maomé que, entre as 16 esposas, geralmente viúvas, desposou Aisha, menina de 6 anos, cujo casamento concretizou aos 9. Como o analfabeto pastor de camelos é o homem mais perfeito para o maior número de pessoas do planeta, a idade de Aisha continua a ser a bitola que permite aos pais a venda das filhas para fins matrimoniais. Nas sociedades sujeitas ao cristianismo, o fim da aberração, que o Antigo Testamento permite, não encontrou eco no direito canónico, mas no código civil, de natureza laica, frequentemente em confronto com a Igreja. Invocar a cultura ou a tradição para absolver a perpetuação de iniquidades, geralmente contra as mulheres, é um crime oculto sob o álibi da tolerância e do

Almoço do 5 de Outubro em Coimbra

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Depois do Vietnam, o Iraque não serviu de exemplo

O bando dos quatro, que nas Lajes traiu a verdade, o direito internacional e a ética, goza reformas ou chorudas sinecuras, depois de transformarem o Iraque no campo de morte permanente onde a vida deixou de ter valor e o ódio sectário é a única herança do plano gizado pela dupla Bush/Dick Cheney. Em maio de 2003, Paulo Portas, à saída da audiência com Donald Rumsfeld, nos EUA, declarou que Portugal “...faz parte do conjunto dos países vencedores”. O antigo fato às riscas, com o ministro da Defesa dentro, não terá remorso do entusiasmo belicista a que Jorge Sampaio moderou o ímpeto? As palavras de Portas, quando era um fato às riscas com um ministro da Defesa dentro, soam hoje como infâmia perante as mortes diárias a que ninguém consegue pôr cobro. Os  "neocons" conduziram a América para o maior desastre depois do Vietnam com o entusiasmo de Aznar, Blair, Barroso e Berlusconi, cúmplices que dormem tranquilos sobre os escombros do país que destruíram e as mortes que diariam

Mudam-se os ventos....

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Sigamos o cherne – dizia a mulher –, citando Alexandre O'Neill‎. Sigamos a consciência, contra os oportunistas e animais anfíbios, que tanto respiram o oxigénio das revoluções como o anidrido carbónico das contrarrevoluções.

Viagens num país «em forma de assim»

De Durão Barroso a José Manuel Fernandes, de Zita Seabra a Nuno Crato, há toda uma galáxia de trânsfugas que passaram do exacerbado radicalismo pequeno-burguês para o mais despudorado neoliberalismo, com tiques estalinistas, rancores antigos e modernos gestos de vingança. Desiludidos com a classe operária, dedicaram-se a destruir a pequena burguesia com a meticulosa eficiência apreendida nas leituras de Mao e na truculência estalinista. Andam ainda por aí, nos Tribunais e Empresas, em repartições públicas e no Governo, insaciáveis na destruição do Estado, a fazer de Portugal um laboratório de experiências, as mesmas experiências que levaram a desolação e a morte ao Chile. Muitos deles são pessoas sem coluna vertebral, vergados aos interesses, sem um pingo de vergonha ou réstia de humanidade. Na defesa dos seus interesses ignoram os milhões que sofrem a miséria, fome e a perda de dignidade. Como não têm honra, é a honra dos outros que querem destruir; como não têm sentimentos são

A ‘drama sírio’ e os equilíbrios …

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Os desenvolvimentos na última semana à volta da questão síria link  expõem ao Mundo a grave instabilidade política que assola o Médio Oriente. Sendo esta região do globo um ‘ ninho ’ de conflitos capaz de contaminar a paz mundial como as recentes tomadas de posição dos EUA, França, Rússia e China demonstram, parece ter acabado – ou estar próximo do fim – o papel de ‘ polícia do Mundo ’ importante instrumento da política externa americana. Contraditoriamente ao esperado (especulado) a globalização económica não resolveu, nem fez esmorecer, um dos importantes problemas do final do século XX e início do XXI – os conflitos regionais. E no Médio Oriente (onde se insere em termos mais vastos o conflito sírio) a situação torna-se, cada dia que passa, mais difícil e potencialmente explosiva. Trata-se de um conflito extremamente marcado por complexas lutas hegemónicas regionais onde os vários autores desempenham múltiplos papéis sob diversas máscaras, incluindo, as religiosas. Ta

OS PARTIDOS E OS "INDEPENDENTES"

Caro Carlos Esperança O seu texto, como V. mesmo reconhece, enferma de “generalização em excesso” e de “provocação propositada”. A resposta do Rui Pato que subscrevi, enferma talvez, pelo menos no meu espírito, do defeito contrário: eu estava a pensar em certos e determinados “independentes” e não em todos os que pululam por esse país fora. Esses independentes não são trânsfugas de coisa nenhuma nem muito menos “desempregados da política”. Aliás, não precisam da política para nada. São pessoas com brilhantes carreiras profissionais, que lhes dão muito mais relevo social – e porventura mais rendimentos – do que um cargo de vereador. Se intervêm na política é por espírito cívico e de cidadania. Sempre considerei os partidos essenciais à democracia. Sempre votei em partidos, num em particular. Mas os partidos também têm muitos defeitos, o principal dos quais é justamente a “partidarite”. Os partidos organizam as listas à sua maneira, distribuindo os lugares segundo a conveniência dos

O Governo e a agenda escondida

Havia, desde o princípio, uma agenda escondida do atual Governo para ajuste de contas com o 25 de Abril e os direitos dos trabalhadores. A crise foi uma ajuda suplementar a servir de álibi ao perverso desígnio. Os pagamentos para rescisão de contratos são meros subsídios para o desmantelamento do Estado. A má gestão, a multidão de assessores, a continuação de Fundações, de EPs e isenções fiscais a instituições diversas, são formas de tornar mais dramática a situação que, com a cumplicidade do PR, este Governo vai conduzir a um ponto de não retorno. Na saúde, um direito que nos fez viajar do Terceiro Mundo para valores dos países mais avançados, estão em saldo os hospitais, enquanto se negoceiam os doentes com o sector privado a cuja boleia engordam e se embriagam as piedosas obras assistenciais. Os direitos estão a caminho de se tornarem favores pios e a dignidade será entregue ao arbítrio da caridadezinha, como no Egito onde os Irmãos Muçulmanos, já ilegalizados, continuam a ass

Putinização autárquica

Vladimir Putin, presidente musculado da democracia russa, é o paradigma dos autarcas portugueses. V. Putin, no respeito pela lei, intercalou as funções presidenciais com as de primeiro-ministro, para regressar ao lugar de cujo poder nunca abdicou. Em Portugal, há vários presidentes de Câmara, a começar pelo presidente da Associação Nacional de Municípios (ANM) ,que vão fazer retiros espirituais como presidentes das Assembleias Municipais, para regressarem à presidência das Câmaras. Mas, enquanto Putin, não passou pela humilhação de ser ministro de um Governo que não fosse presidido por ele, os edis autóctones aceitam ser vereadores para garantirem o emprego e prepararem o regresso. Há na miséria moral que assola o país um estranho mimetismo com os governantes que rastejam perante a troika ou se põem de joelhos para manterem um prato na manjedoura do orçamento. Longe vão os tempos em que a coluna era vertebral e o osso a matéria de que era feita.

As eleições autárquicas e a propaganda

Os mais afortunados a usar dinheiros públicos já começaram com feiras do artesanato, inaugurações, às vezes repetidas, e festas populares, com transportes, vitualhas e vídeos promocionais da obra feita, a preparar os eleitores para o voto que é preciso fidelizar ou transferir para outro protagonista, dentro do partido, se o atual expirou o prazo legal. Aos independentes, com trânsfugas e desempregados políticos, resta-lhes aproveitarem as comemorações cívicas cuja memória histórica é património de muitos, diminuindo a participação nas cerimónias pelo uso eleitoral que deviam ter vergonha de hegemonizar. Lamentável é o mau serviço que prestam quando se escondem sob um pseudónimo cuja ideologia é difícil descobrir, se refugiam no embuste da apoliticidade ou numa frente de ideologias conflituantes, tendo como único denominador comum a luta pelo poder. Os partidos instalados usam e abusam, às escâncaras, da máquina partidária e dos meios públicos que o pudor republicano devia impedir

Antero de Quental

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No aniversário da sua morte (11 de setembro de 1891) é justo recordar o escritor e poeta que teve papel marcante no movimento da Geração de 70. O intelectual cuja produção intelectual é património e herança assumidos por muitos de nós, sintetizou na notável conferência, «Causas da Decadência dos Povos Peninsulares», as causas do atraso que ainda continuam válidas.

Para que a memória não se apague

Quando, em 1987, a Assembleia Geral das Nações Unidas aprovou, com 129 votos, um apelo para a libertação incondicional de Nelson Mandela, os três países que votaram contra foram os Estados Unidos da América, de Reagan, a Grã-Bretanha, de Thatcher, e o governo português, de Cavaco Silva.

Imagine...

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Há 40 anos, no Chile

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40 anos do golpe de Estado no Chile

Há 12 anos, o fascismo islâmico na apoteose da demência.

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A superstição, a remissão dos pecados e os negócios pios

Eu, ateu, me confesso. Estou solidário com o papa na preocupação e condenação da aventura belicista contra a Síria. Reconheço-lhe a corajosa atitude no saneamento do banco do Vaticano (IOR) e na limpeza da Cúria, seja nas ligações à máfia ou no desmantelamento do lóbi gay, de que se queixou, não por ser gay, mas pelos interesses obscuros que representa. Admiro o risco de vida que corre e a coragem de que precisa, mas não o levo a sério nos jejuns e orações, como armas da paz, do mesmo modo que não me atemorizo com maus olhados ou com as pragas que as ciganas rogam a quem não lhes deixa ler a sina. Confesso que, tendo simpatia pelo atual papa, o exercício do múnus fortalece em mim a descrença, como se ainda precisasse de qualquer suplemento de ânimo para ouvir a voz da razão. Quem pode aceitar que a indústria dos milagres continue próspera sem a mais ténue explicação para a superstição que embrutece os crédulos? Que canonize um bem-aventurado de reputação dúbia, como João Paulo II

Os coxos têm mais dificuldade na remissão dos pecados

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Chantagem, NÃO!

A troika pode combinar com o seu Governo o que quiser, pode matar os portugueses à míngua, pode retirar-lhes a capacidade de decisão, pode escarrar-lhes, mas não pode espoliá-los de um mínimo de dignidade nem confiscar-lhes o Estado de direito. A troika e os seus saprófitas não podem fazer chantagem sobre os Tribunais e reduzir Portugal a um lugar infecto onde apenas a troika e os seus lacaios uivem ao vento, sem respeito pela democracia. Cheque da troika suspenso por causa do Constitucional

A PIDE também tinha gente estúpida

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A Pide era sobretudo amoral e cruel. Para a sinistra polícia, a lei era, na afirmação do implacável inspetor Sachetti, bem perfumado e impecavelmente vestido, o que a polícia quisesse. Ninguém ilustrava melhor a prepotência do esbirro do que os juízes venais dos Tribunais Plenários, que olhavam para o lado quando os agentes agrediam os presos na própria sala de audiências, sem que um resto de dignidade assomasse por respeito à sua condição de magistrados. A pide não era só a canalha que integrava a polícia, era ainda a tralha de magistrados e informadores avençados, os bufos e rebufos, os legionários, os membros da União Nacional e os delatores ocasionais. Mas não é da crueldade da Pide, do seu poder discricionário, das torturas aos presos ou medidas de segurança, aplicadas displicentemente pelos juízes dos Tribunais Plenários, e que podiam corresponder a prisão perpétua, que vou escrever. Há facetas em que a burrice ombreava com a maldade. Eu não queria acreditar que, um cidadão

A campanha para as autárquicas já começou

Antes de abrir oficialmente a caça ao voto, com licenças de caça renovadas a caçadores caducados em autarquias diferentes, antes do rali das fêveras, dos ósculos e das pagelas com imagens dos santos salvadores, há muito que alguns bem-aventurados se lançaram na corrida, por processos mais ou menos tortuosos. Em Viseu, o azougado presidente da Associação Nacional de Municípios, Dr. Fernando Ruas, já distribuiu cheques à saída das missas, no recato do plenário dos frequentadores, para obras pias que as comissões fabriqueiras, isentas de impostos, sempre agradecem. Em Coimbra, a Feira do Artesanato, na freguesia de Santo António dos Olivais, já está convertida na homenagem ao presidente cessante da Junta de Freguesia, com projeção de vídeos sobre a obra feita com o apoio do PSD, enquanto, nas barracas, os artesãos se queixam do medo da alteração eleitoral para o futuro da sua atividade. Por todo o lado, em 308 municípios, acabam-se à pressa obras que alguém há de pagar. Sussurram-se

O drama, a tragédia, o horror!

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As eleições autárquicas e a luta pelo emprego

Os autarcas nómadas fazem da função um emprego enquanto os sedentários procuram colocação. O TC decidiu de acordo com a vontade dos partidos, a que faltou a coragem para assumirem o ónus da perpetuação no poder, garantida por redes de cumplicidades que se transferem para os concelhos vizinhos. O País enche-se de lixo publicitário numa infinidade de concelhos e freguesias onde as oposições deviam ter apoiado o Governo na redução do número de autarquias. Nem um só partido quis perder votos, preferem assistir ao despedimento de funcionários. Os 278 concelhos do continente, 11 na Madeira e 19 nos Açores transferem os caciques, depois da colheita dos votos no alfobre das cumplicidades, para as Empresas Públicas e Fundações. É preferível despedir trabalhadores a reduzir empregos políticos. Se o desempenho dos futuros autarcas estiver ao nível dos cartazes e das palavras que os exornam, não há quem administre o território, temos a vacuidade de ideias e o regabofe. A reforma administra

A guerra colonial, os crimes de guerra e os retornados

Há quem, justamente, desaprove o apodo de “retornado ressentido” com que qualifico Passos Coelho e outros adversários implacáveis do Estado de direito e dos direitos sociais dos portugueses. Entendamo-nos. Fui combatente na guerra colonial e não deixo de condenar os crimes cometidos por militares portugueses, varridos para debaixo do tapete. O culpado maior de todos os crimes foi o salazarismo, responsável por uma guerra injusta, criminosa e inútil, quando éramos tão atrasados que até a aceitar o direito dos povos à autodeterminação fomos os últimos. Mas não podemos esquecer os massacres, perpetrados durante a guerra colonial, de que Wiriamu  ficou como paradigma da violência gratuita e da crueldade assassina. Não nos julguem como se todos fôssemos o alferes Robles ou o comandante Alpoim Calvão que Cavaco continua a condecorar. Não sou insensível aos dramas dos retornados, alguns familiares meus, entre os quais conto numerosos amigos e correligionários. Sinto orgulho na forma com

Notícias do dia de ontem

1 – Os autarcas nómadas podem continuar o périplo pelo país. O T. C. decidiu como devia num caso que devia ter sido ponderado na A. R.. Depois de fazerem com que a política se judicialize, não se admirem que os Tribunais se politizem. Perdemos todos. 2 – O ministro da Educação continua na tarefa de desmantelamento da escola pública, uma instituição republicana de alto valor cívico, moral e igualitário.  Com os cheques de ensino, a escola pública vai dar lugar às escolas particulares, de pendor ideológico e de natureza confessional. É urgente correr com este Governo antes que ele corra com a democracia.

Liminarmente, a imbricada questão síria…

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Pende sobre a Síria um grave, e ao que parece insolúvel, problema. Aliás, os problemas já vêm de longe configurando aquilo a que se pode chamar a ‘ guerra civil síria ’, onde a rebelião contra o dinástico regime ditatorial de Al Assad envolve uma nebulosa de combatentes que integram várias facções extremistas islâmicas. E este envolvimento está muito longe de ser uma frente unitária e coesa. Vários interesses estão em jogo. Mais uma vez por detrás deste conflito bélico e da sua dimensão sangrenta está um problema religioso que se tornou recorrente no Médio Oriente.  A luta pela hegemonia regional entre sunitas (nomeadamente a Turquia, a Arábia Saudita e o Qatar) e outras facções islâmicas, no caso vertente alauíta (apoiados pelos xiitas do Irão e do Iraque). Aparentemente, a luta contra o regime de Damasco seria conduzida pelo “ Exército Livre da Síria ” oriundo de fileiras dissidentes do regime de Assad mas que rapidamente se ‘ deslocaram ’ para a “ Frente Al-Nusra ”, uma m