Os apelos de Cavaco e a salvação nacional

Angela Merkel disse que “Portugal está no caminho certo”, distraindo-se de parafrasear na íntegra essa eminência da direita e da fé que dá pelo nome de Bagão Félix e utiliza o pseudónimo de ex-ministro das Finanças, cargo de num patético e efémero governo de Santana Lopes que os portugueses se encarregaram de dissolver.

Bagão Félix disse que “Portugal está melhor, mas os portugueses estão pior” e Merkel não disse que “os portugueses estão no caminho errado” depois de afirmar que ‘o País está no caminho certo’.

Estando Portugal melhor, segundo Bagão Félix, amigo do peito e da hóstia de Portas, e ‘no caminho certo’, segundo a líder da Europa alemã, não se entendem apelos repetidos de Cavaco ao diálogo entre o PS e o PSD, primeiro por não ser preciso, depois por tudo correr bem no melhor dos países, exceto para os portugueses.

Cavaco Silva, por falta de perfil para o cargo, ou por incontido rancor contra a anterior liderança do PS, renunciou a ser um referencial de estabilidade e tornou-se o máximo divisor comum dos portugueses. Ignorou, com arrogância, a existência do PCP e do BE, cujos deputados foram eleitos democraticamente, e colocou os seus discursos e recursos da sua Casa Civil em confronto com o PS.

Se, contrariamente ao que disseram Bagão Félix e Angela Merkel, o país não estiver tão bem, a necessidade de consenso será inevitável, mas terá de fazer-se sem Cavaco, Portas e Passos Coelho, com os partidos representados na Assembleia da República, local onde os consensos e divergências devem ter lugar.

Então se verá quais os partidos interessados numa solução e os que apenas procuram os votos.

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