A CONSTITUIÇÃO E OS LUNÁTICOS

O meu Ilustre Colega Dr. Santana-Maia Leonardo resolveu juntar-se ao coro de carpideiras que, desde que a Troika, Passos Coelho & Comandita ocuparam o País, resolveram denegrir a nossa Constituição democrática e os juízes do Tribunal Constitucional.

 Assim, aproveitando a guarida que lhe dá o jornal conimbricense "As Beiras", o Dr. Santana-Maia Leonardo, num artigo que publicou na edição de anteontem daquele periódico, significativamente intitulado "Tribunal (in)Constitucional", atira-se à Constituição e ao Tribunal, chegando ao ponto de dizer que os deputados da Assembleia Constituinte que aprovaram a Constituição eram "lunáticos". Ora essa Assembleia era constituída por 250 deputados de todos os partidos, sendo a maioria deles do PS e do então PPD. A Constituição foi aprovada, sem qualquer abstenção, por todos esses deputados, com exceção dos escassos 16 do CDS.

Quer dizer: excetuados estes 16 ajuizados, os restantes 234 eram todos "lunáticos". Lunáticos eram pois Mota Pinto, Miller Guerra e Sophia de Mello Breyner Andresen; lunáticos são Barbosa de Melo, Pinto Balsemão, Jorge Miranda, Mota Amaral e Costa Andrade, entre tantos outros.

 Este episódio faz-me irresistivelmente lembrar aquela mãe extremosa que, assistindo a uma marcha militar em que participava o seu filho, disse: "vejam como o meu filho é esperto: todos vão com o passo trocado exceto ele!

Comentários

e-pá! disse…
Tudo isto 'acontece' (...e é suposto continuar a 'acontecer') porque o guardião da Constituição 'ausentou-se' para parte incerta.
Não querendo recorrer a velhos jargões da política uma cascata de opiniões (escritas ou verbalizadas), a exemplo da defendida pela dirigente e deputada do PSD e ao que parece 'constitucionalista' Teresa Leal Coelho - que chegou a defender 'sanções jurídicas' para os membros do TC - aproximam-se daquilo que então se denominavam como 'actos contra-revolucionários', ou seja, visam pôr em causa o regime nascido a 25 de Abril 1974.

Paulatinamente, cavam-se trincheiras e é cada vez mais fácil entender de que lado da barricada cada um está.
Sem a necessária clarificação eleitoral do actual impasse político o actual PR está objectivamente a abrir portas para outras 'soluções', mais difíceis e mais dolorosas.

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