A islamofobia, o medo justificado e alguns leitores


A islamofobia, o medo justificado e alguns leitores

Um leitor chamou-me islamobóbico, «não o sabia islamofóbico». Outros, por consideração, mais corteses, limitam-se a insinuá-lo. Não me preocupo com o apodo, mas temo pela agnosia de quem o usa.

Alguns, indiferentes ao perigo que corre a civilização, babam-se de gozo por tudo o que seja contra os EUA, numa inconsciência que só uma postura simétrica com os islamitas pode consentir. O Afeganistão devia servir a uns e outros como exemplo pedagógico. Os talibãs serravam vivos os soldados da URSS e a comunicação social aceitava porque eram comunistas. Depois entraram os americanos e os soldados dos EUA também eram serrados vivos. O silêncio manteve-se porque eram imperialistas. Medraram os talibãs.

Há quem pense que só há dois lados da barricada, o mundo que ruiu com a implosão da URSS e o império do mal que designa os EUA. É um maniqueísmo digno de Santo Agostinho e dos radicais que alimentam ódios do lado que já não existe ou do lado que deixará de existir. Não há impérios eternos.

As fobias são medos patológicos que a psiquiatria trata. O islamismo inspira medo real, um medo que só os inconscientes e os cúmplices enjeitam. O medo consciente não é uma fobia, como qualquer interno do primeiro ano de psiquiatria pode explicar. É o que permite a conservação da espécie, mas não ensina ninguém a pensar.

Quem herdou do Iluminismo e da Revolução Francesa os ideais que o norteiam, detesta quem prefere o Paraíso à liberdade, o terror à paz e a demência pia à civilização.  

Combater o Islão não é apenas uma questão de medo justificado, é medo a quem prefere 72 virgens à própria vida, a quem se faz explodir para não perder rios de mel doce que o profeta analfabeto lhes prometeu, segundo refere um manual terrorista que é uma cópia grosseira do cristianismo e rudimentos do judaísmo de cuja cisão nasceu o cristianismo.

Fobia é uma doença do foro da psiquiatria. Medo, de um perigo real, é uma questão de sobrevivência. Decididamente, há pessoas que, quando apontam o dedo, não veem para além da sua falangeta. 

Comentários

HY disse…
Concordo com o que diz sobre a cegueira de algumas pessoas para quem tudo o que é anti EUA é bom. Mas, o inimigo é o Islão? Ou são os extremistas fanáticos islâmicos? Tenho muitos amigos e conhecidos muçulmanos na cidade onde vivo, que vivem a sua fé no maior respeito pela liberdade de crença dos outros. Fanáticos sempre os houve em todas as religiões. Neste momento o perigo vem daquele lado, mas não devemos confundir isso com a totalidade do islão.
Manuel Galvão disse…
Temos que ter medo do nazi-islamismo e evitar por os pés nas zonas quentes em que essa gente atua. Porém, se formos algarvios (como eu) com traços fisionómicos de árabes, temos que ter medo de ir aos EUA, pois corremos o risco de ser considerados perigosos jihadistas dignos de ser mandados parar Abu Ghraib sem culpa formada, com direito a passar forme e a ser torturados dia e noite…
A propaganda sempre foi uma arma de eleição na luta pela manutenção dos poderes instituídos. Devemos saber distinguir o que é verdade do que é mentira, na avalanche de informação que nos é oferecida diariamente pela Reuters ou pela Lusa, a segunda alinhada com a primeira, ambas esquecem sistematicamente que os ocidentais que atuam nos teatros de guerra islâmica são “espiões dos nossos”.
Do lado ocidental as televisões mostram ocidentais a serem degolados como forma de demonstrar a barbárie do inimigo. No lado de lá as televisões mostram crianças muçulmanas deformadas pelas bombas do inimigo. O mesmo objetivo é o mesmo; propaganda.
Ambos dizem a verdade, ambos dizem a SUA verdade.
andanças disse…
Caro amigo Esperança
assino por baixo suas palavras
aquele abrç
Luciano leal
mais um bloguizinho insignificante. enquanto vocês ladram, o Islam só cresce

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