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A mostrar mensagens de julho, 2014

Impedidos de amar

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A democracia, a fé e a devoção

A democracia é um sistema estranho, combatido por adversários e adeptos, uns por ódio à doutrina, outros por animosidade aos concorrentes. Churchill dizia que era o pior dos sistemas, com exceção dos outros. E assim é. Há poucos democratas dispostos a defender rivais, a reconhecer-lhes o direito ao poder ou, sequer, a legitimidade de terem opiniões. Quanto aos antidemocratas, que se batem pela fé que depositam num partido único, num sistema que julgam ideal, com a devoção dos peregrinos de Fátima e a paixão dos adolescentes com cio, nem vale a pena falar. A democracia representativa não se esgota no voto universal, secreto e livre, mas, sem ela, não há liberdade nem maior justiça social. É premente aprofundá-la na sua vertente económica, política e social, na certeza de que não está na suspensão do funcionamento a salvação da liberdade ou a consolidação democrática. A democracia custou demasiado sangue. Não foi fácil deslocar a origem divina do poder para a legitimidade do voto p

Há homens que nos restituem a dignidade

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Umar Khan Umar Khan morreu ao serviço da Humanidade «Umar Khan, o médico responsável da luta contra o ébola na Serra Leoa, faleceu nesta terça-feira, depois de se ter contagiado com a doença na semana passada, segundo informou o médico-chefe do país, Brima Kargbo. Khan, de 39 anos, era considerado um herói nacional por tratar mais de uma centena de pacientes infetados pelo vírus». Esta morte pela paz, em luta contra a doença, ao serviço dos que sofrem, é um exemplo de altruísmo que cala fundo nos que ainda conservam um módico de humanidade, uma centelha de altruísmo, um resto de esperança na abnegação de um médico. Esta morte não foi em vão. O amor aos outros foi mais forte do que o ódio sectário que fomenta as guerras e alimenta vinganças. Este médico é um exemplo para ser apontado nas escolas, hospitais e em qualquer lado onde a semente germine. Num mundo em desvario, sumidos os valores humanistas, o exemplo deste homem é a redenção que faltava. A triste notícia,

Esquecidas em nome do multiculturalismo

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Quando o Islão é moderado, as mulheres podem estudar e tirar uma fotografia de curso. Para mais tarde recordar.

Algumas notas religiosas para a silly season

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Naquele tempo tinha sido Deus encarregado, pelas tribos nómadas dos árabes, para falar de forma definitiva e dar o alvará de profeta pela última vez. Ajudou-o na tarefa um velho amanuense que seis séculos antes era alcoviteiro, o arcanjo Gabriel. Apesar da vasta criação de profetas e anjos, em que eram peritos os hebreus foi, Gabriel o escolhido para escriturário da fé, naquela região onde se substituíam os deuses criados para cada especialidade por um único. Os hebreus tinham criado Deus para uso das suas doze tribos e o isolamento da época fê-los acreditar que eram o povo eleito. Apesar do êxito e de ser pouco recomendável a criatura, lembrou-se Paulo de Tarso de tentar uma nova cisão para que o Deus de Israel pudesse ser exportado para todos os cantos do mundo, conhecidos ou a descobrir. Perderam os hebreus, especializados na criação de profetas, milagreiros, anjos e ofícios correlativos, que viram confiscado o Deus de Abraão, da sua lavra, e oferecido a todos os que quisess

Cavaco Silva, bancos e banqueiros

Cavaco Silva nunca foi grande entusiasta dos bancos. Passou pelo Banco de Portugal e não se notabilizou pela assiduidade. Com o BPN, segundo anunciou pelo seu órgão de comunicação preferido, o Faceboock, nunca teve relações, limitou-se a ser acionista da SLN, numa feliz incursão familiar, ternamente acompanhado da filha. Já com os banqueiros, persegue-o a desdita. As relações de afeição com Oliveira e Costa levaram-no a ter a companhia de gente do BPN no condomínio da praia da Coelha. O pedido para ser candidato à presidência da República foi-lhe feito num jantar em casa de Ricardo Espírito Santo Salgado, onde o casal de Boliqueime teve a companhia dos anfitriões e das referência éticas, denominadas senadores da República, Marcelo Rebelo de Sousa e Durão Barroso, ambos acompanhados das respetivas próteses conjugais.

Este não é o incompetente do Vítor Constâncio

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Infalibilidade papal antes de ser dogma

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A religião, a misoginia e a brutalidade divina

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Num tempo em que a opinião pública é formada nas madraças da contrainformação, os ódios e os amores nascem nos jornais e televisões, e o livre-pensamento está sujeito aos constrangimentos sociais, como outrora a fé, ao pároco, às catequistas e aos devotos, há obrigação de enfrentar os preconceitos e a fúria dos amigos e adversários, para quem as más notícias prejudicam os seus credos. Há violências mudas no interior das guerras de rockets e tanques de guerra ou à margem delas. Há tragédias de mulheres condenadas à escravidão ou à não existência, mutiladas, insultadas e feridas pelo mais feroz dos fascismos, que persiste em contexto islâmico. No Iraque, onde exaltados cruzados lançaram o caos e intensificaram a violência, surge agora um bando sinistro, o grupo jihadista Estado Islâmico (EI) a impor, em nome de Alá, severas restrições às mulheres de Mossul, cidade que conquistaram em junho. Na demência de uma bulimia misógina, a caterva de trogloditas de Deus exigiu a todas as mu

A guerra que mata e a guerrilha que envenena

O exacerbamento dos ódios que corroem Israel e a Palestina passam por osmose para a comunicação social e explodem irracionalmente nas redes sociais. A tragédia não se compadece com a neutralidade, mas os preconceitos ideológicos são a marca das opções políticas de cada um, exoneradas de um mínimo de serenidade. Só há quem veja a mais hedionda manifestação de terrorismo de um dos lados e um imaculado  comportamento no lado contrário, numa deriva que envenena as discussões e as reduz a um diálogo de surdos. A guerrilha verbal das redes sociais é um exemplo de intolerância e do ódio mimetizados do conflito. A guerra é sempre violenta, e esta luta associa às injustiças históricas o ódio que embala o berço de cada lado. Duvido que a paz retornasse à região se fosse banido o Estado de Israel e, no entanto, um dos lados só pensa na exclusão de um país que teima em existir, e o outro, na conquista do território que julga seu por herança divina arquivada no livro da Idade do Bronze e cujo r

Figuras exóticas

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António Martins da Cruz António Martins da Cruz é compadre de Durão Barroso, pai da Diana cuja admissão em Medicina necessitou de uma portaria só para ela, escândalo que obrigou à demissão do ministro do Ensino Superior, um homem sério, do próprio Martins da Cruz e à matrícula da filha numa universidade espanhola. Martins da Cruz, embaixador em Madrid antes de ser ministro do Negócios Estrangeiros do compadre, foi administrador de uma empresa espanhola de filatelia e numismática que viria a falir. Foi dos defensores mais entusiastas da adesão da Guiné Equatorial à CPLP- A vocação para o colecionismo vê-se nas condecorações que excedem o peito. Iniciou a coleção de comendas, de norte para sul, com a da Estrela Polar, e a acabar na do Cruzeiro do Sul. Comendador da Ordem Real da Estrela Polar da Suécia (9 de Fevereiro de 1987) Comendador da Ordem do Infante D. Henrique de Portugal (2 de Junho de 1987) Grande-Oficial da Ordem do Libertador da Venezuela (18 de Novembro de 198

Os impostos e a reprodução

Já vi cães a correr atrás de um osso que o dono lhes atirou mas não imagino um casal a despojar-se, em ânsias, dos atavios, para se dedicar à prossecução da espécie, ao ouvir na rádio que um filho, se houver êxito na tentativa, permitirá um desconto de cinquenta euros no IRS, e insistirem no ato porque ambicionam vinte euros de aumento no abono de família. Em vez de suspiros de felicidade, pelo ato em si, na intimidade do tálamo, o casal pensa nos setenta euros, como um faminto num prato de sopa, e corre para o êxtase à razão de dez euros por minuto. O amor não é a química entre dois seres que se amam e fazem filhos, é a análise de uma folha de Excel onde se fazem as contas dos ganhos à peça. Um filho deixa de fazer-se por gosto e passa a ser a justificação para uma avença de setenta euros mensais. A natalidade não é uma equação em euros, a resolução do problema de aritmética cujo enunciado é redigido no ministério das Finanças. O mistério da vida e a alquimia do amor são inace

Quo vadis, Iraque?

As vítimas são cristãs Quem se preocupa com vítimas indefesas perante o fascismo islâmico de um anacrónico califado? Quem se recorda dos odiosos cruzados que levaram ao Iraque a destruição e o caos? Quem estende um ramo de oliveira a estes cristãos proscritos? Aqui está um efeito colateral da conversa de Bush Jr. com Deus, da hipocrisia de Blair, da mitomania de Aznar, do Opus Dei, e do invertebrado mordomo que serviu cafés nos Açores.

Os tumultos antissemitas em França

É irrelevante que eu considere terroristas os dirigentes de Israel e da Faixa de Gaza, que me sinta dilacerado com a implacável lei de Talião aplicada nos territórios cuja origem das injustiças é diariamente evocada e objeto de tomadas de posição por todo o mundo. Não vale a pena recordar, a cada momento, o desacerto clamoroso da criação de Israel pela Inglaterra, URSS, EUA e pelos vencedores da Segunda Grande Guerra, em geral, que logo reconheceram o novo País, com a exceção , aliás pouco honrosa, do Vaticano. Não esqueço a campanha de ódio orquestrada em Israel, após o selvático assassinato de três jovens estudantes raptados e sequestrados próximo de um colonato de Hebron, e as retaliações mútuas onde a superioridade militar e económica de Israel é colossal. Sendo as coisas o que são, defendo, contra os sentimentos de muita gente, o direito de Israel à existência e tranquilidade, bem como a obrigação de desmantelar os colonatos com que se expandiu pelo território da Palestina que

O ministro da Educação e os professores

Maria de Lurdes Rodrigues foi incapaz de lidar com os professores do ensino básico e secundário e pagou a obstinação arrastando consigo o Governo e delapidando o capital granjeado como excelente catedrática do ISCTE, reconhecida por alunos e colegas. Nuno Crato, outro prestigiado académico, oriundo das madraças do maoismo , foi o seu grande inimigo, e agora sucessor, que liderou a contestação. Aos erros de Maria de Lurdes Rodrigues, juntou os próprios e esqueceu os dislates que debitou como avençado do PSD. Por isso, só não demoliu o prestígio do atual Governo porque ninguém destrói o que não há. O que fez Nuno Crato, um erro crasso de casting, foi descredibilizar qualquer avaliação, a que acrescentou a deslealdade para com os professores, num processo à sorrelfa, em linha com a decadência ética do Governo a que pertence.

Ambos são inimigos

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CPLP

Teodoro Obiang , figura sinistra a nível mundial, é presidente da Guiné Equatorial, país proposto, por concordância de todos os ministros dos Negócios Estrangeiros da CPLP, para integrar a organização que já totaliza os Países de Língua Portuguesa. Teodoro Obiang, desde 1979 presidente do obscuro país, não é apenas uma referência odiosa do seu país, é um biltre de dimensão internacional que desconhece o significado dos direitos humanos e não é conhecido pelo domínio do idioma comum. Talvez por isso, em Díli, que marca a transição da cimeira de Moçambique para Timor, os principais países fazem-se representar por figuras menores. Dilma Roussef envia, a representar o Brasil, o vice-ministro das Relações Exteriores; José Eduardo dos Santos o vice-presidente, em nome de Angola; e Portugal faz-se representar por Cavaco Silva e Passos Coelho.

A Madeira é do Jardim

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O Governo e a ética republicana

A honradez é o paradigma do atual governo. Os concursos públicos passaram a ser a norma, embora as nomeações os precedam. Não é desonestidade, é pressa; não é uma ilegalidade, é tradição. O antigo colaborador de Passos Coelho na Tecnoforma, Fernando de Sousa, ganhou um contrato de 2,5 milhões de euros  para “seleção, eliminação e inventariação de fontes documentais existentes nos Governos Civis”. Por lapso, o concurso público foi posterior. Mas quem seria melhor do que Fernando de Sousa, o antigo colaborador da Tecnoforma, que ficou, só em 2003, com 82% do valor das candidaturas aprovadas a empresas da Região Centro, para selecionar, inventariar e, sobretudo, eliminar fontes documentais? Acrescente-se que o ex-sócio maioritário da Tecnoforma refere que o atual PM chamou para os órgãos sociais do Centro Português para a Cooperação – organização  não governamental (ONG) financiada pela Tecnoforma – "pessoas com influência", como o então líder parlamentar do PSD, Luís Marq

CPLP - O dinheiro, o petróleo e a decadência ética

A adesão da Guiné Equatorial à CPLP não é uma aberração, é uma indignidade. Não é a língua comum que nos une, é a igualdade ética de quem aceita tal companhia. O ferrete da infâmia não cai sobre o povo que somos mas sobre os decisores que temos. Há neste gesto uma desonra tão grande, uma vergonha tamanha e uma tal indignidade, que nos faz temer que os responsáveis portugueses por este alargamento da comunidade são capazes de perfilhar os valores de quem admitem no seu seio. É o primeiro passo de passos a caminho do canibalismo. O Governo da Guiné Equatorial respeita os direitos humanos como o de Portugal a CRP.

A infindável guerra israelo-árabe

Estar ao lado da Palestina e contra o Hamas não é incoerência, é uma obrigação moral. Condenar o sionismo e defender que Israel não deve estar debaixo da ameaça constante de uma organização que lhe recusa o direito à existência e mantém os seus habitantes sob a contínua ameaça de serem atingidos por um míssil lançado de Gaza, é um dever. Não vale a pena repetir até à náusea que foi um erro entregar um território habitado aos crentes do mais antigo monoteísmo, um erro clamoroso da Inglaterra, URSS, EUA e de outros países vencedores da guerra de 1939/45. E agora? Deve permitir-se que Israel seja destruído, e expulsos os sobreviventes, à semelhança do que tem feito com a Palestina cuja iniciativa provocatória é o álibi de que precisa? Nesta carnificina teocrática há critérios ideológicos e geoestratégicos que se afastam da lógica e se aproximam do petróleo, que acirram o racismo e recusam a paz, enquanto os terrorismos contrários se exacerbam numa lógica simultaneamente assassina

As bruxas e a conspiração dos eletrodomésticos (Crónica)

O ano de 2001 não começou mal. O mês de janeiro não deixou cicatrizes no corpo nem no orçamento. Fevereiro era mês e 21 o dia quando a TV Cabo me deixou sem imagens. Foram baldados os esforços para falar com qualquer colaborador. No Tel. 239-851050 diziam-me que o assunto era com a linha direta (808299499) que ao longo do dia esteve ocupada ou dirigida para um gravador onde aliviei a desolação. Admiti que se encontrassem a seguir a imposição do barrete cardinalício a dois cardeais portugueses criados por Sua Santidade! Imaginei os funcionários genufletidos durante a bênção urbi e orbi de João Paulo II, a alegria de verem desfilar 44 barretes cardinalícios a caminho de igual número de cabeças de Suas Eminências, só não compreendia que os sublimes momentos tivessem sido recusados ao assinante que, em casa, aguardava o dia em que Portugal recuperou, de uma assentada, dois cardeais. Perdi a promoção diretamente a cardeal do padre Avery Dulles, o único que ainda não era bispo, convert

A discussão do batismo na TVI

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O objetivo da entrevista a um padre católico e a um ateu, destinava-se a esclarecer, por um lado, a diminuição drástica do número de batizados e, por outro, a legitimidade do batismo de recém-nascidos ou de crianças de tenra idade. Os temas foram arredados do debate ou insuficientemente comentados por qualquer dos intervenientes. Nem sequer foi explicado o que é o batismo, um ritual de iniciação em várias religiões. Com o batismo – dizem os católicos –, liberta-se a criança do pecado original, naturalmente transmitido pela impureza feminina, e afasta do neófito o demo. Assim, a cerimónia litúrgica atua como detergente para os pecados e como demonífugo para o maligno cuja existência ainda é reconhecida pelo papa atual, como se comprovou com o reconhecimento que fez recentemente da Associação Internacional de Exorcistas. O batismo do adulto, além de perdoar o pecado original, confere as virtudes teologais e isenta de penas os pecados anteriormente cometidos. No fundo, a cerimónia

Madeira – o régulo de um offshore à solta

A Madeira é um offshore da democracia e da decência cívica, com a cumplicidade dos partidos da direita e a cobardia dos da esquerda, prontos a defender o aprofundamento da autonomia contra um módico de vigilância democrática sobre o sátrapa autóctone. Foi a ampla unanimidade partidária, sem oposição dos presidentes da República, que permitiu a um jovem salazarista tornar-se o chefe tribal, que, depois das bofetadas que um honrado coronel lhe aplicou, por ofensas às Forças Armadas, nunca mais respeitou os órgãos de soberania nacionais. O Tribunal de Contas (TdC), rigoroso nas suas avaliações mas sem legitimidade para punições, condenou o Parlamento madeirense, presidido por Miguel Mendonça, por arbitrariedade na atribuição de subvenções parlamentares incomparavelmente superiores às dos Açores e da própria A.R.. O TdC pensa que «algo de muito errado e grave» acontece nas ajudas financeiras aos grupos parlamentares da região, que julga ser um Estado. Um deputado autóctone cus

Uma pergunta impertinente…

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Será pertinente Putin invocar as mesmas razões que levaram Israel a ‘justificar’ [mais] uma operação militar em território palestino (Gaza) link  a o cenário criado pela UE e os EUA na Ucrânia link ?

Associação Ateísta Portuguesa (AAP)

Você na TV: Há cada vez menos batizados em Portugal No programa do dia 17 de julho de 2014

Associação Ateísta Portuguesa (AAP)

O padre e eu – TVI – 17-07-2014 Hoje estive mais de duas horas à conversa com um padre católico. Não é inédito, tenho padres amigos, mas não é frequente. É um homem de 62 anos, afável, que andou mundo, de Timor à Bósnia, tenente-coronel capelão, conservador e tolerante. Foi nos estúdios da TVI que nos demos a conhecer e, só os dois, ouvi dele confidências que não tenho o direito de revelar, nada que o diminua, apenas pela dúvida de ser assim a sua Igreja, embora polissémica. No estúdio em direto, fiel às idiossincrasias eclesiásticas, julgou adivinhar o que pensa um ateu mas foi na negação desse Deus do Levítico e do Deuteronómio que vi que era uma pessoa de bem. Quando disse desse Deus da Igreja que é dele «essa não é minha Igreja», esqueceu a doutrina mas libertou o homem bom. Não lhe ocorreram dois parágrafos do catecismo, em vigor, da Igreja católica: «§121 – O Antigo Testamento é uma parte indispensável das Sagradas Escrituras. Os seus livros são divinamente inspirados

O Instituto para as Obras Religiosas (IOR), a máfia, os negócios e a santidade

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O Banco do Vaticano, conhecido pelo pseudónimo de IOR, foi criado pelo quase santo Pio XII, com o pretexto de guardar esmolas das caixas e de outros recipientes pios onde os donativos, de quem queria lavar a alma, chegavam em quantias avantajadas. Foi o papa Paulo VI, decidido a escapar ao cerco fiscal do Governo italiano, que exigiu “o pagamento de todos os lucros retroativos sobre investimentos, o que ultrapassava mil milhões de euros atuais”, que começou a expatriar grandes quantias de dinheiro do IOR. Foi auxiliado pelo devoto banqueiro siciliano Michele Sindona, que controlava o envio de capitais da máfia, e pelo arcebispo Marcinkus, banqueiro de Deus. Sindona, dirigente do banco suíço Finbank e da Banca Privata Italiana, e Marcinkus controlaram “a mais maciça das exportações de capitais jamais ocorrida aos subterrâneos do Swiss Bank, em parceria com a Santa Sé”. Alargada a rede, Sindona e Marcinkus associaram ao tráfico outro banqueiro, Roberto Calvi, do Banco Ambrosiano.

Associação Ateísta Portuguesa (AAP)

Aproveito para informar os meus amigos de que estarei, amanhã, quinta-feira, dia 17, na TVI a opinar sobre o batismo das crianças, no programa matinal «Você», programa que não conheço. Desde já adianto que sou contra a matrícula de crianças em religiões, clubes de futebol ou outras associações, mas defendo o direito dos pais a exercê-lo.

Christine Lagarde - Para memória futura

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Os liberais e os anarquistas

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Os liberais só se distinguem dos anarquistas porque não dispensam a polícia e o recurso à repressão. Uns e outros odeiam o Estado e, sobretudo, qualquer limitação aos direitos individuais. Há ainda um pequeno detalhe a favorecer os anarquistas, não enjeitarem a solidariedade. Miguel Cunha Duarte, distinto e influente liberal que, certamente, prefere Friedemann a Keynes, escreveu na minha página do faceboock um comentário coerente com a ideologia que professa, com toda a legitimidade. Não discuto a sua fé nem a preparação académica, mas julgo demasiado importante a economia para a deixar à solta nas mãos de gestores. Comentando o meu texto, «O primeiro-ministro e o presidente do Banco de Portugal mentiram», escreveu o seguinte: «Carlos, não existe quem defenda a existência de um banco público? É evidente que se existe um banco público, que faz empréstimos às empresas, quando existe uma falência de uma empresa esse custo recai sobre o banco em questão» [sic]. Para além de não ser

UMA PIEDOSA ASSEMBLEIA DA REPÚBLICA

Foi hoje publicada no Diário da República a Resolução n.º66/2014, que reza - nunca este termo teve tanto cabimento - apenas o seguinte:  "A Assembleia da República resolve, nos termos do n.º 5 do artigo 166 da Constituição, instituir o dia 13 de outubro como o Dia Nacional do Peregrino."  Piedosa Resolução!De facto,não se compreendia que, havendo já o Dia do Beijo, o Dia do Cão, o Dia do Gato, etc., aqueles cidadãos que vemos a perturbar o trânsito dirigindo-se, a pé, para Fátima ou Santiago de Compostela, não tivessem também o seu Dia Nacional! Não fora o voto contra de quatro deputados "desmancha-prazeres" do PS, a peregrina resolução teria sido aprovada praticamente por unanimidade, expressa ou tácita. Com efeito os proponentes da resolução - PPD e CDS - votaram todos a favor. Os deputados do PS repartiram-se entre o voto contra dos referidos quatro, a abstenção e o voto a favor. Os do PCP, do PEV e do BE remeteram~se a uma prudente abstenção. Dizia Mar

A chaga do desemprego e o marketing governamental

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Não é sério atribuir ao atual Governo ou ao último, como este faz, a origem de todos os males. Não podemos comportar-nos como se a crise das dívidas soberanas não tivesse acontecido, como se a maior crise das nossas vidas não tivesse surgido, fora das nossas fronteiras, a crise cíclica do capitalismo, que ninguém arrisca diagnosticar como sendo, ou não, a última. O que não podemos deixar de condenar é um Governo pouco recomendável, ao nível de quem lhe deu a mão e o mantém, capaz de todas as mentiras para esconder as promessas não cumpridas e os erros da sua impreparação. A chaga do desemprego está oficialmente contabilizada em 15,1%, quando o país está melhor, na opinião de mentecaptos, e os portugueses irremediavelmente pior, com uma dívida que nunca parou de aumentar, paradoxalmente, ao ritmo dos impostos cobrados. Há 161.868 ‘empregados’ que se distribuem por programas ocupacionais apelidados de ‘estágios profissionais’, cuja duração vai até 1 ano e que são pagos entre 80%

O professor Miro Cerar ou o ‘mau aluno’ esloveno?

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As eleições eslovenas recentemente realizadas trazem algo de novo à cena europeia link . Nada de transcendente mas uma suave brisa de mudança. Ganhou o acto eleitoral um programa de Governo moderado encabeçado por Miro Cerar, um professor de Direito que suspendeu a vida académica para intervir na vida política eslovena. Precisou de pouco mais de um mês para derrotar a direita conservadora (assoberbada por actos de corrupção) e os socialistas indecisos que nem estarão representados no Parlamento.  Não são conhecidas em pormenor as suas linhas políticas que grosso modo identificam o SMC (Centro-esquerda?)  bem como o caminho apontado para resolver os problemas do País à margem da obsoleta e desastrosa receita da austeridade. Esta a lufada de ar fresco que poderá trazer, no seio da UE, graves dissabores à nova equipa dirigente quando contestar a aplicação de uma ‘receita única’ cozinhada em Bruxelas e supervisionada por Merkel.  Trata-se de um País com graves problemas no sector ba

Viva a França!

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Há 225 anos aconteceu em França a Tomada da Bastilha Pintura de Jean-Pierre Louis Laurent Houel (1735-1813) ''Prise de la Bastille'' ("A tomada da Bastilha").

Inverteram-se as posições

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13 de outubro de 2011 14 de julho de 2014

Nem só o Islão é violento

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Haverá perigo para os animais?

«O banco [BES] é sólido, não há perigo nenhum para as pessoas». (Marques Mendes, ontem, SIC-N)

Um caso de teimosia portuguesa

Há portugueses teimosos. Aceitam este Governo, admitem este PR, conformam-se com esta maioria e reclamam se a autoridade legítima lhes passa uma certidão de óbito. Florindo Beja há 18 anos que nega a defunção . Parece não saber ler a certidão de óbito, e insiste, insiste, como um náufrago que, no meio do oceano, quer chegar a terra. Que reclamasse durante um ano ainda se admitia, mas que insista durante dezoito anos é preciso não ter respeito pela Conservatória do Registo Civil e pela paciência dos juízes. Se fosse um morto recente ainda se admitia mas com meio século de defunção é preciso topete. Andou 32 anos calado, e depois, com 61 anos, deu-lhe para negar a morte. Aliás, se estivesse vivo já tinha prescrito. Não há um jurista que o informe sobre a prescrição da vida que não reclamou? Já devia ter sido preso preventivamente. Um morto que se revolta é um  perigo para as repartições e um atentado à ordem pública. Imaginem que todos os mortos requeriam a prova de vida. Onde tính

O Islão vai de mal a pior

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O Islão entrou em declínio após a última grande potência islâmica – o Império Otomano – se desmoronar, e atingiu o seu ponto mais baixo no primeiro quartel do séc. XX com a colonização, pelo Ocidente, de grande parte do mundo árabe. O Iraque vive a deceção da pobreza e subdesenvolvimento, apesar dos amplos recursos energéticos, provocada pela invasão dos novos Cruzados e, agora, pela violência sunita de um alegado califa, que agravou o medo, a miséria e a fé. A tortura usada por forças da coligação que invadiram o Iraque em 20 de março de 2003 era a nódoa que faltava à alegada superioridade moral da civilização de que se reclamavam. Na Turquia, o laicismo imposto por Ataturk, sobre os escombros do Império Otomano, está em vias de ruir sob a égide do futuro presidente Erdogan, ingenuamente apelidado de muçulmano moderado. Os clérigos, em vez de modernizarem o Islão, islamizam a modernidade num perpétuo retorno ao obscurantismo. Onde o islão comanda a vida morre-se sob

BES, a bota e a perdigota…

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Hoje o primeiro-ministro veio a terreiro lançar uma sugestão sobre a incrível e tenebrosa situação do BES. Tratou-se, ao fim e ao cabo, de aconselhar a negociar a dívida com os credores para o referido banco não cair em incumprimentos… link . Por outro lado o chorrilho de declarações sobre a situação ‘estável’ do BES pode significar, como alvitrou o Financial Times link ; link , que a intervenção estatal poderá estar eminente (apesar dos desmentidos de Passos Coelho). Começa a ganhar credibilidade a concepção política de que corremos a todo o vapor para um ‘novo’ caso BPN link . E o que dizer sobre a ‘ visão aconselhadora ’ do primeiro-ministro sugerida à Administração de BES (empurrando-a para negociar com os ‘seus’ credores) e a postura do actual Governo perante os [‘nossos’] credores da dívida pública? Não será mais um episódio deste Governo onde a bota não bate com a perdigota?

A Palestina, o Islão e o sionismo

É doloroso estigmatizar o Islão quando os ataques sionistas arrastam a dor, o sangue e a devastação para o martirizado povo da Palestina, quando Israel ignora sistematicamente as resoluções da ONU, quando um povo miserável é espoliado do seu território e da sua sobrevivência, quando decorre um intenso ato punitivo, por um exército bem treinado e equipado, contra uma população faminta, sitiada e desesperada. Mas é nesta altura que urge ter a coragem de dizer que a provocação, apesar das origens bem mais remotas, começou com mísseis disparados sobre as cidades israelitas, que os autores estimulam a retaliação para exaltarem o martírio e que, finalmente, não restaria um único judeu vivo se os provocadores tivessem o poder bélico de que Israel dispõe. É preciso ter a coragem de desmascarar os líderes da Palestina de cuja miséria recolhem o ascendente e encontram o húmus onde floresce a fé e a sharia. O erro, como muitos na História, foi a criação de um Estado sionista, ali, naquela reg

Meio século de minissaia

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Faz hoje 50 anos que teve lugar o primeiro desfile da minissaia, uma elegante criação de Mary Quant, a quem as mulheres devem uma parte da sua emancipação e o realce da beleza.

Em nome da liberdade_4

Um breve olhar pelas religiões do livro – os três monoteísmos. O Antigo Testamento, conjunto de escritos de matriz comprovadamente hebraica, em boa parte escrito em aramaico, é uma notável obra literária cujas fraudes não anularam o enorme valor histórico. Reflete o pensamento das tribos patriarcais que criaram um ser supremo, antropomórfico, à imagem e semelhança dos homens de então, enaltecendo-lhe, na dilatação das virtudes imaginadas, os defeitos de que eles próprios enfermavam. O espírito violento, vingativo, misógino, xenófobo e homofóbico, é a réplica apoteótica da mente tribal dos patriarcas do «povo eleito». É desse livro bárbaro que nasceram os Livros da Lei (Tora), os livros dos profetas e os escritos, judaicos, e os livros que, sem renúncia ao A. T., igualmente se inspiram o cristianismo e o islamismo. Urbano II foi um piedoso papa da Igreja Católica Apostólica Romana (ICAR) do fim do século XI e não um biltre de excecional perversidade. Era um pregador que lera a Bí

A saúde do Presidente da República

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Seria hipocrisia manifestar, para com o PR, a mais leve consideração ou respeito, para além do que a Constituição da República obriga, mas seria imprudente e trairia o meu dever cívico se não me afligisse com a saúde da primeira figura de Estado e dos perigos acrescidos que a eventual incapacidade pode acarretar a um País em crise. Não vale a pena enumerar a quantidade de vezes que, na aparência, esqueceu os deveres de Estado, desde o discurso de vitória do segundo mandato, medíocre e rancoroso, até à atitude em relação a José Saramago ou, recentemente, a Carlos do Carmo. As escutas de Sócrates e o esquecimento do local da escritura da casa da Coelha, deviam ter alertado o círculo próximo para uma vigilância redobrada. A excursão à China, com um cortejo perto do número de marinheiros com que Vasco da Gama foi à Índia e a análise do sorriso das vacas açorianas, podem explicar o reiterado esquecimento dos pedidos de fiscalização sucessiva, pelo TC, dos diplomas do Governo com que e

Por relevantes serviços à Pátria, tal como Jardim Gonçalves.

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Para mais tarde recordar ao PSD/CDS

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Reflexão sobre o caso BES

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A arte de bem deglutir

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Bolo-rainha

Antes e depois

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Antes e depois da conversão ao islamismo Antes de ir a Fátima Depois de ir a Fátima (é a segunda)

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Carlos Esperança Carlos Esperança Carlos Esperança

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Carlos Barroco Esperança

CONVITE - Coimbra

O Presidente da Câmara Municipal de Coimbra e o Diretor da Imprensa da Universidade de Coimbra têm o prazer de convidar V. Ex.ª para o lançamento da obra QUE UNIVERSIDADE? Interrogações sobre os caminhos da Universidade em Portugal e no Brasil, da autoria de Luís Reis Torgal e Angelo Brigato Ésther. A sessão terá lugar no dia 10 de julho, pelas 18h,na Sala Francisco Sá de Miranda, estando a apresentação a cargo do Senhor Doutor Fernando Seabra Santos.  (LUÍS REIS TORGAL - UNIVERSIDADE DE COIMBRA, PORTUGAL ANGELO BRIGATO ÉSTHER - UNIVERSIDADE FEDERAL DE JUIZ DE FORA, MINAS GERAIS,BRASIL)

Regresso ao passado

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Quando se imaginava que o papa Francisco vinha arejar a Igreja católica e trazê-la para a modernidade, eis que, «atento à presença de Satanás e à necessidade de o combater», acaba por reconhecer a Associação Internacional de Exorcistas. A Associação Internacional de Bruxas e Ofícios Correlativos (AIBOC) poderá seguir o exemplo e solicitar o reconhecimento a um Grande Feiticeiro.

Dossier BES / PT...

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(Foto LUSA) Uma imagem vale por mil palavras…  link ; link ; link ; …

Em nome da liberdade (3)

Sinto-me um nano-micro-mini intelectual, espécie de especialista em coisa nenhuma, o opinante que faz suposições sobre realidades variadas sem aprofundar uma única. Não me demito de opinar, de me interrogar e de desafiar os outros para me acompanharem nas inquietações, dúvidas e enganos. Cada um de nós só se levanta se tiver caído antes e, em cada tombo, aprender a erguer-se de novo. Por cada preconceito que enjeito adoto outro, por cada amarra de que me liberto aparece uma nova corrente que me prende. A liberdade é o caminho estreito, entre vias sinuosas de vários constrangimentos, que não poemos desistir de procurar e defender. Ameaçam a liberdade a fome, a sede, o medo e o preconceito, mas a grande ameaça é a violência que se lhes junta, o sectarismo de quem se julga detentor de verdades únicas, a vindicta de quem vê nos adversários inimigos e nos livres-pensadores réprobos a abater. As religiões são frequentemente detonadoras do ódio, fautoras de guerras, guardiãs dos velhos

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Carlos Esperança

Por respeito a Quim Barreiros

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Viva a República!

Em França, Sarkozy, ex-presidente da República, certamente com boas razões, foi detido e vai ser julgado por corrupção. Em Espanha, o ex-rei, logo que resignou, surgiu uma lei a garantir-lhe a imunidade perpétua, ou seja, a impunidade permanente, sem explicação ou razões aceitáveis. Todos os homens nascem iguais, exceto alguns. À melhor das monarquias prefiro uma sofrível República.

Em nome da liberdade (2)

Talvez não possamos referir-nos à liberdade e à cultura, devendo antes falar de culturas e liberdades, pelo respeito que é devido à diversidade e idiossincrasias no Planeta, mas não podemos negar os caminhos que a Humanidade percorreu ao longo dos séculos e os avanços nos direitos humanos cuja Declaração Universal só foi adotada, pelas Nações Unidas, em 10 de dezembro de 1948. O que não podemos aceitar, em nome de uma cultura ou da tradição, é a tortura, a pena de morte, o esclavagismo, a discriminação de género ou mutilações rituais, quer se trate da excisão do clitóris, de amputações ou de crucificações pias, voluntárias ou não. Há valores civilizacionais que limitam as liberdades e, no entanto, devem ser impostos. Incoerência?  - Talvez. Julgue-os cada um, segundo a sua cultura e os seus preconceitos. Vacinas, instrução e normas de higiene devem ser obrigatórias, tal como a igualdade de todos, perante a lei. Não podemos, em nome do multiculturalismo, aceitar a punição de quem

Mais uma…

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Foi hoje divulgado link que o Tribunal Constitucional a solicitação de deputados da Assembleia Regional dos Açores considerou ilegais, dito por outra forma, inconstitucionais, disposições do diploma conhecido por ‘Lei-Quadro da Fundações’, onde, p. exº., se estabelecia a reserva de competência do primeiro-ministro para reconhecer fundações privadas (DR 1ª. Série, Nº. 131 de 9 Julho 2012, pág. 3554, Artº. 6, nº. 2 link ) em clara violação do definido pelo Estatuto Político-Administrativo dessa região autónoma. Claro que esta situação de usurpação de competências não tem o impacto político dos chumbos de normas orçamentais que tem sido recorrentes desde o início de funções deste Governo. Neste acórdão o Tribunal Constitucional repõe a legalidade no campo meramente 'administrativo'. Nos outros 'chumbos' as sequelas político-sociais e orçamentais deixam mossas mais profundas na estratégia de ‘resgate’ e plano de saneamento das contas públicas e denunciam, de modo d

Em nome da liberdade

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As suscetibilidades pias são um episódio na escalada contra a laicidade. A substituição do direito divino pela soberania popular foi um passo para a democracia e uma grande deceção para o clero. A liberdade é um bem escasso. Limitada pela opressão dos Estados, tolhida pelo medo individual e fanatismo religioso, precisa de quem a defenda contra tudo e contra todos. A publicação de caricaturas de Maomé desatou, há anos, a ira do Islão e os desacatos, ameaças e violência do fascismo islâmico. Os cristão opor-se-ão ao escárnio do calvário de Cristo ou da virgindade de Maria, e a liberdade de expressão regressará ao escrutínio dos clérigos que ao longo dos séculos oprimiram a Humanidade. Recordamo-nos do trauma das perseguições da inquisição, da celeuma do preservativo colocado em sítio menos óbvio – o  nariz de João Paulo II –, pelo cartoonista António e do assassínio de um médico por um pastor evangélico, na sequência da prática de um aborto, nos EUA. Temos o direito de caricatu