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A mostrar mensagens de novembro, 2014

Em defesa do PSD, onde a traição se confunde com independência

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Os quatro saprófitas do sátrapa A. J. Jardim foram convidados para se demitirem por Luís Montenegro, líder da bancada parlamentar do PSD. Há aplausos aos bando dos quatro que votaram contra o Orçamento de Estado da coligação, elogios que passariam a entusiasmo se acontecesse no PS e a delírio se, acaso, fosse no PCP. Sucede que, independentemente do mau Orçamento que, aliás, não será realizado, há deveres partidários cujo incumprimento são uma traição ao partido e a subversão das regras que permitem a governabilidade dos países. Não estão em causa problemas de consciência como, por exemplo, na IVG, eutanásia ou casamentos entres pessoas do mesmo sexo, onde a consciência individual do deputado deve ser respeitada, está em causa a fidelidade a um compromisso irrevogável, a postura imprescindível de deputados de Portugal e não de caciques locais. Não há deputados de Coimbra, Lisboa, Madeira ou Bragança, há deputados da Nação, integrados em partidos ou independentes. A aparente ind

A luta política, a ética e os limites da decência

O que tem de ser tem muita força. As reações que vejo nas pessoas que julgava calmas e o ódio que chispa de quem tinha por racional, transformou o quotidiano da política nas segundas-feiras do futebol. Confunde-se delito comum individual com crime coletivo do partido a que o condenado pertence, a suspeita com factos, a decisão judicial com interesses partidários. O País não aguenta por muito tempo o défice, o desequilíbrio da balança orçamental, a insolvência, a má governação, a irrelevância presidencial, os impostos, a suspeita e o ódio. O acórdão que condena à prisão quem se deixa cair nas malhas da justiça é a mágoa que cala fundo no coração de correligionários e faz rejubilar os adversários. Não interessa se a punição é justa, benevolente ou exagerada. Não se escrutina a justiça ou se avaliam os arguidos, é na aritmética dos anos de prisão que se vê a bondade dos partidos e a aptidão de quem se propõe executá-los. A Justiça não pode viver permanentemente sob suspeita nem o pa

O REGRESSO DO "CRIME DE ENRIQUECIMENTO ILÍCITO"

A ministra da Justiça, Paula von Hafe, tinha – e porventura tem ainda – uma ideia fixa, com a qual esperava ficar na História do direito português: a criação do “crime de enriquecimento ilícito”. Consistia tal “crime” no seguinte: se um cidadão aparentava ter um património superior ao que, em princípio, o seu ordenado ou outros rendimentos conhecidos justificariam, era só por isso considerado criminoso, mesmo não se demonstrando que esse património era de proveniência ilícita. Para se livrar dessa incriminação, era ele que tinha de demonstrar que tal património era de proveniência lícita. Isto é, não era a acusação que tinha de provar que ele era culpado; ele é que tinha de provar que era inocente. É claro que esta inversão do ónus da prova era uma aberração jurídica, que violava manifesta e grosseiramente a Constituição, e assim o declarou o Tribunal Constitucional. A ministra, porém, nem assim desistiu da ideia. Um dia, a seguir a um almoço – certamente muito animado – com jovens

Reflexão

A política está transformada em cacafonia* , o ruído de fundo abafa o som das ideias e os gritos de amor e ódio sobrepõem-se à discussão serena e racional. O Governo que vivia da cumplicidade recíproca com o PR, anda agora à solta e até pode deixá-lo num Emirato, com a prótese presidencial envolta em pudico véu e o intitulado vice-PM a fingir que trata de salvar a Pátria. Bastam o ruído de fundo e os holofotes sobre o trabalho da investigação judicial para o alegado PM se transformar em arauto da honestidade, a quem ninguém pergunta pela derrapagem do défice, pela ficção do Orçamento de Estado e pela Tecnoforma. O mundo roda e o País, mergulhado em feridas que lambe, exibe fraturas expostas e sangra por dentro. * cacofonia

O sermão, o sacristão e a ressurreição de Lázaro (Crónica)

(Crónica pia para ímpios) Estava chuvoso aquele domingo em que tinha lugar o sermão anual da Ressurreição de Lázaro, sempre renovado pelo padre Jerónimo, relatado na Bíblia Sagrada (João 11:1-46) e esperado pelos paroquianos, extasiados com o prodígio, sem precisar de recorrer aos capítulos e versículos de Mateus e Lucas, só para referir evangelhos canónicos. Desfaziam-se em lágrimas os fregueses da aldeia, quando o pároco falava da doença de Lázaro que todos confundiam com o leproso homónimo, da parábola do Rico e Lázaro. Era como se lhes tivesse morrido um irmão ou o pai, tal a comoção, sempre prontos a desfazerem-se em pranto com as dores passadas dos diletos do seu Deus. O padre Jerónimo explorava bem a amizade de Maria e Marta, irmãs de Lázaro, com o Mestre, sobretudo de Maria, que ungiu os pés do Senhor com perfume e lhos enxugou com os seus cabelos, sem malícia nem assepsia. Jesus tinha já vasta experiência de milagres, apesar do ceticismo de outros judeus que tinham do

O deputado Miguel Macedo em seu labirinto

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O ex-ministro Miguel Macedo, que tão depressa ocupou o lugar de deputado a que tinha direito, em temos penais só responderá perante a Justiça, e se for solicitado, mas deve ao país uma explicação, politicamente mais pertinente, depois de ter resistido ao escândalo dos serviços secretos em 2012. A coincidência das relações pessoais e nomeações, onde o azar lhe bateu à porta, podem deixar suspeitas no cidadão comum, que deve interrogar-se sobre a ocorrência do atraso na nomeação de um alto funcionário para a China onde deveria fiscalizar a atribuição de vistos dourados, e a que o próprio Governo teria pedido urgência. Acresce que o encontro, não desmentido, do ex-ministro com Zhu Xiaodong, o cidadão chinês ora detido sem admissão de caução, alegadamente realizado em Espanha, fora do alcance da vigilância da PJ, e não no seu gabinete, agrava as suspeitas. Tratando-se de um ministério tão sensível e envolvendo os serviços secretos, que podem ter interferido e prejudicado uma invest

CRIME DE CORRUPÇÃO - ESTRANHAS DISPARIDADES

Como todos sabem, para haver corruptos tem de haver corruptores, e vice-versa; e tão criminosos são uns como outros. Ora, no caso dos submarinos comprados por Paulo Portas aos alemães, foram condenadas na Alemanha duas pessoas por terem corrompido políticos portugueses; mas em Portugal não há ninguém sequer indiciado por ter sido corrompido... Já no caso de Sócrates passa-se exatamente o contrário: o M.P. e o Super-Juiz Carlos Alexandre afirmam que ele foi corrompido, mas não dizem por quem, como, quando e porquê!  Quer dizer: no 1º caso há corruptores e não há corruptos; no 2º há corrupto e não há corruptores !!! Estranhas situações, estranhas disparidades...

Turquia: Erdogan defende desigualde entre homens e mulheres

O que esperavam? Declarações polémicas do presidente turco sobre a condição da mulher na Turquia choca as feministas. Em Istambul, num Fórum sobre a justiça e as mulheres, Recep Tayp Erdogan afirmou, sem rodeios, que "as mulheres não poderiam ser naturalmente iguais aos homens" e acusa as feministas de se oporem à maternidade. " A nossa religião estabeleceu um lugar para as mulheres na sociedade: a maternidade. Algumas pessoas podem compreendê-lo, outras não".

No aniversário do nascimento de Eça de Queirós

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Nascimento: 25 de novembro de 1845

Epílogo (provisório) sobre o preso n.º 44

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A convicção na força dos indícios contra Sócrates não pode deixar de fortalecer-se com as medidas de coação tomadas. Espero que os juízes que o julgarem não partilhem esta convicção, mas não podem deixar de existir factos, aparentemente, gravíssimos. Desejar que alguém, seja quem for, fique impune, não é defender o Estado de direito, é aprofundar o pântano em que mergulhámos, ainda que o entusiasmo na sua perseguição possa ser seletivo, segundo estados de alma ou tendências políticas a que os magistrados também não são alheios. A euforia que os chacais sentiram não é culpa da Justiça, é o ódio acumulado por gente da direita que não esconde a euforia de verem preso um que não é dos seus e querem a condenação, não por motivos delituosos, mas por razões políticas. São os mesmos que subscrevem abaixo-assinados para impedirem a visão política dos adversários, os que querem ignorar as estrelas brilhantes do firmamento da direita a contas com a Justiça. Quem combate a liberdade de exp

Declaração

Ninguém pode inferir, do que tenho escrito, que duvido da razoabilidade das medidas de coação impostas pelo juiz Carlos Alexandre; que me surpreenda com um dia extra para fixação das referidas medidas; que tenha estranhado a coincidência com o Congresso do PS; que esperasse que o anúncio das medidas, a cada 30 minutos, para a próxima meia hora, demorasse mais de três; e, muito menos, que o meritíssimo juiz devesse esclarecer à noite as razões que foram amplamente divulgadas pelos matutinos. Seria supérfluo. Quanto à aplicação da mais gravosa de todas as medidas possíveis, é a convicção de um homem de fé, em relação a Sócrates.

«É da boca das crianças que se ouvem as verdades»

Ficaram-me da infância a memória e a vacina de um raro ápice em que me distingui na vida, as aulas de catequese, quando duas piedosas analfabetas me ensinaram orações e atormentaram com o Inferno, as previsões da Irmã Lúcia e, entre elas, o fim do mundo. Foi aí que consegui ser o melhor, talvez porque a fome não me distraísse e os sapatos, ao contrário dos outros garotos, me resguardassem do gelo que percorria os caminhos da aldeia que conduziam da igreja ao lar. É desse tempo que a frase, tão falsa, como as previsões da Lúcia, regressou à memória, ao ouvir uma, verdadeira, de improvável indivíduo, Pedro Passos Coelho, «Nem todos os políticos são iguais», com a mesma grandeza ética do discurso de vitória com que Cavaco celebrou a sua reeleição para este calamitoso mandato. Pareceu-me ouvir o riso da hiena, no ar grave a quem o mimetismo do cargo deu ares de governante e a necessidade de sobrevivência criou uma legião de panegiristas. A direita, mesmo esta direita que se deixou ap

Carlos Alexandre e a Justiça

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Quem sou eu, que não conheço o processo nem tenho formação jurídica, para julgar quem julga, para avaliar se as medidas de coação são violentas, brandas, adequadas, exóticas, necessárias ou gratuitas? O circo mediático e a violação permanente do segredo de justiça que o alimentou foram duplamente lesivos para o criminoso – sim, criminoso e particularmente perigoso –, que as medidas não deixam espaço para a presunção ou a mais leve dúvida sobre o carácter do arguido. Lesam-no na antecipada condenação no pelourinho da opinião pública, de que não há recurso, e no enfraquecimento da defesa a que terá direito, apesar da vontade de muitos para que fosse sumária a justiça e capital a pena. Lá fora as folhas mortas deste outono cobrem o chão. Exibem o amarelo da velhice do que é caduco, estão sujas da lama que as salpicou, enquanto as árvores donde caíram, despidas, desafiam o tempo que aí vem para rejuvenescerem na próxima primavera. Na região da minha infância, os lobos juntam-se e

Ainda há milagres como naquele tempo...

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A ciência, os milagres e a santidade

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Pensava eu, em meu pensamento, que os milagres cientificamente comprovados no laboratório do Vaticano, no mínimo de dois, eram as provas académicas de acesso à santidade que, comparadas com o mundo profano, equivaleria o primeiro milagre ao mestrado e o segundo ao doutoramento. Pensava ainda, em meu pensamento, que a canonização, sem numerus clausus, atribuiria um alvará para novos milagres, sendo os dois primeiros as provas de exame no apertado filtro da canonização que, com o defunto ausente, fariam da Sagrada Congregação para as Causas dos Santos, a Sala dos Capelos da Universidade de Coimbra, com a dignidade de Prefeitura. Compreende-se que os santos precisem de provas para poderem continuar no ramo dos milagres, sendo os primeiros obrados à experiência e os seguintes já com provimento definitivo. Isso justifica as alegadas exigências postas na comprovação científica dos prodígios pela Congregação oficial para não se repetir a exclusão do Livro dos Santos, como sucedeu a S.

Bloco de Esquerda

O Bloco de Esquerda, pela lufada de ar fresco que tem sido na política portuguesa, pelo seu passado de luta e pela tentativa de federar várias sensibilidades de esquerda merecia que a prisão de Sócrates não lhe tivesse retirado protagonismo que um congresso proporciona. Valeu-lhe um irritante empate, em três votações sucessivas, para ter um pouco do protagonismo televisivo que merecia.

O fascismo islâmico e a demência da fé

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Deixaram de ser notícia a violência e os crimes da fé. As pessoas abrandam a vigilância e fecham-se às más notícias. Esquecem a infâmia e dormem tranquilas com o tribalismo e a demência. Ontem, as milícias Al-Shabaad executaram 28 passageiros, 19 homens e 9 mulheres, no Quénia, em ação de vingança por uma operação policial contra mesquitas de Mombaça. No início da semana as forças de segurança encerraram quatro mesquitas, acusadas de ligações aos radicais islâmicos da Somália, função que as mesquitas assumem cada vez mais, entre as orações e a pregação, contra os infiéis. Os terroristas de Deus escolheram, entre as dezenas de passageiros, os que não eram da sua fé e, à falta de judeus, mataram 28 cristãos, poupando apenas os muçulmanos. Diariamente somos confrontados com cristãos dizimados por muçulmanos numa orgia de terror para que não há perdão. A inversa também tem acontecido. As crenças não me merecem respeito, mas os crentes, sejam de que religião forem, não merecem apena

A Justiça e o caso Sócrates

Dou por mim a pensar no circo mediático que, de forma obsessiva, tem lugar na praça pública e fico a desejar, para bem do que resta das instituições e da sua degradação, que se provem as acusações que, na sequência de um crime de grosseira violação do segredo de justiça, são do conhecimento público. Não tenho qualquer estado de alma e, à partida, penso que nenhum procurador ou juiz seria capaz de deter um ex-primeiro-ministro sem indícios tão sólidos que pudessem arruinar a respeito devido aos Tribunais. A satisfação de ódios de estimação não entram na equação. Não esqueço o alvoroço provocado com o ex-deputado Paulo Pedroso que deixou que o prendessem, renunciando e exigindo o levantamento da imunidade parlamentar, para depois não ser sequer acusado, no caso Casa Pia. Foi linchado em público, com câmaras de televisão que tinham «acidentalmente» acompanhado o juiz que o foi prender. Apesar da coincidência infeliz de se estar na véspera do congresso do PS e de a TV se encontrar no

Urge esclarecer: factos, acasos, coincidências …

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Tudo parecia correr bem, embora o processo pecasse pela sua morosidade, para a nova liderança de António Costa. Porém, recentemente, dois factos políticos mostram que a caminhada até S. Bento não vai ser um ‘passeio’, antes pelo contrário, poderá revelar-se um terreno armadilhado. Primeiro , a paternidade da proposta de reposição dos subsídios vitalícios. Terá partido do PSD ao mais alto nível (Passos Coelho) link mas não consegue dissipar algumas dúvidas acerca do conhecimento e da aceitação de Anónio Costa link , pese embora o seu formal desmentido em declarações à TSF link .  Para além do escândalo que essa proposta aprovada na Comissão Parlamentar de Orçamento e Finanças constitui, sendo uma monumentalidade de insensibilidade política a atingir as raias do insultuoso, a hipótese da prévia existência de um acordo entre os líderes, lança luzes sobre política de alianças futuras cuidadosamente ocultada e, revela uma outra face da moeda, isto é, o pior do chamado ‘centrão

A Europa, a política e a geoestratégia

Quando o Pacto de Varsóvia se desmembrou, a NATO, organização que não demonizo, apesar de ter acolhido a ditadura portuguesa, não devia ter insistido na criação de bases destinadas a cercar, humilhar e provocar a Federação Russa. A Europa, que viveu sob o guarda-chuva da Nato, sem necessidade de esbanjar os seus recursos em armamento, tinha então o dever de se opor a essa política e de se tornar um parceiro privilegiado da Ásia, através da Rússia, de que é o prolongamento ocidental. Quando o islamismo entrou em convulsões demenciais na Federação Russa, esta devia ter merecido a solidariedade europeia e não o silencioso regozijo euroamericano. Agora, criados anticorpos graças à Ucrânia, ajudámos a aliança militar sino-russa. Os EUA, que da Europa só conhecem o Reino Unido, negoceiam diretamente em Pequim com os dois gigantes, enquanto a Europa se reduz à jangada ligada à Rússia pela conduta do gás. Os responsáveis por esta cegueira são verdadeiros antieuropeístas. O pragmatismo de

O Governo, ‘Remax’, emprego e demagogia …

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Ontem, numa audição parlamentar sobre o caso dos ‘vistos dourados’, onde o vice-primeiro-ministro assumiu publicamente a sua paternidade, quando interpelado por uma deputada da oposição (BE) sobre quantos postos de trabalho teria criado o referido programa, respondeu com uma intolerável chicana política: “ Quem é que cria mais postos de trabalho? A Remax ou o Bloco de Esquerda? ” link . Mais uma vez estamos na presença de justificações espúrias e de orientações políticas assentes nos ditames dos mercados e em convicções ideológicas. Neste caso o ‘mercado imobiliário’. Quando se é cidadão (e não só portador do estatuto de residente privilegiado) num País que regista elevado número de devoluções de habitações próprias (para residir no dia a dia e não 7 dias por ano como se estipula nos ‘ vistos gold ’), verificamos que só no ano de 2012 – em que o impacto das medidas de austeridade, de empobrecimento, de desvalorização salarial e de crescimento descontrolado de desempregados

PR – O local certo para depois da presidência

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Defendo a dignidade do cargo de PR, que não se compadece com o miserabilismo a que muitos gostam de reduzir os cidadãos democraticamente eleitos para o mais alto cargo do Estado. Não me afligem as mordomias concedidas após o exercício das funções. Em relação a Cavaco Silva, o pior PR da democracia, não posso negar o que exijo para os outros. A experiência de um PR pode sempre ser valiosa ao País e, como no caso de Jorge Sampaio, à Humanidade. Há quem, por inveja ou rancor, gostasse de ver o atual PR, que eu gostaria de que nunca o tivesse sido, a instalar o seu gabinete de ex-PR na marquise da Travessa do Possolo ou no jardim da casa da Coelha. Não está em causa o cidadão mas o cargo que ocupou e a dignidade que confere o sufrágio universal ao detentor do órgão uninominal. Cavaco Silva já escolheu onde quer trabalhar a partir de 2016, não é tarde para começar, e as obras, orçadas em 475 mil euros, não são exorbitantes para a remodelação da parte do Convento de Alcântara que lhe

A nova ministra, equívocos e silêncios…

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O que leva uma professora de Direito a trocar a Faculdade pelo MAI? Sem qualquer experiência política conhecida, aparentemente sem ter ‘servidões partidárias’, a professora universitária da FDUC, Anabela Rodrigues, parece ter anuído à tarefa de meter-se num atoleiro.  Primeiro, é difícil esconder que entrou para remediar mais um percalço (dos muitos) de um Governo em fim de ciclo político e legislativo, logo sem perspectivas futuras e sem tempo para corrigir caminhos ou afirmar novos.  O facto de ser a primeira mulher a ‘comandar as polícias’ como tem sido referido, para além da novidade circunstancial e da afirmação pública de uma putativa igualdade de géneros, pouco adianta sobre adequação ao cargo já que a sua actuação política vai estar condicionada pelos problemas de um imenso corpo de funcionários e funcionárias que recentemente e publicamente verberaram a actuação política e social do actual Governo.  Passado o período das palavras de circunstância e dos votos

O Governo e os vistos dourados

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Enquanto Cavaco Silva faz de morto e Passos Coelho de primeiro-ministro, o Governo desintegra-se. Os ministros da Justiça, Educação e Negócios Estrangeiros arrastam-se num barco que perdeu as velas e o leme, à espera que lhe indique o rumo a luz de que o faroleiro não sabe onde fica o interruptor. A demissão de Miguel Macedo, cuja permanência política era insustentável, o que só o PM não percebia, permitiu um exercício de rara bondade, de sequazes e adversários, a incensar o desapego ao poder e a clarividência do político. Até Soares e Sócrates, num ataque de bonomia, fizeram coro no panegírico ao defunto ministro das polícias. Só falta vê-lo, livre do ónus de responder politicamente pelo escândalo que o atingiu, a refugiar-se na AR, abrigado com a imunidade parlamentar, a estorvar as investigações, antes de explicar a coincidência que o aproximou do chinês que ficou preso. Quando o país vê desprestigiados os sectores mais nobres da governação, a Segurança e a administração da

Discursos

O discurso de posse da nova ministra da Administração Interna demorou menos dois minutos do que o de demissão do seu antecessor. A tempo de resposta aos jornalistas foi coincidente. Apostila: O ex-ministro demorou 2 minutos a fazer a declaração e não respondeu aos jornalistas.

Citação pia

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Não há exegese que valha a um manual de maus costumes .

Factos & documentos

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A violência fascista nunca foi subtil. Era o espelho do regime.

Pareceres, alienações e ‘inundações’ (que brotam de Coimbra e ameaçam o País) …

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Há alguns dias (07.11.2014) surpreendeu-me um artigo de Vasco Pulido Valente, na última página do Público, onde afirmava que nunca tinha apreciado a Universidade de Coimbra enumerando um rol de razões. Pensei tratar-se de um resquício 'anti-corportativo' ou, melhor, de ancestrais rivalidades entre Faculdades, que são recorrentes entre Coimbra e Lisboa (sempre à sombra de cargas bairristas, políticas e ideológicas), mas esta revelação pareceu-me relativamente exagerada e marginal, como é habitual na prosa do referido professor universitário, também articulista, e face à gravidade do assunto que o artigo de opinião tratava (‘ A Grande Reforma da Universidade ’ link ) esqueci o insólito ‘desabafo’. Hoje, relembrei a (marginal) referência quando, ontem, na audição parlamentar sobre o caso BES, o Governador do Banco de Portugal afirmou que 3 catedráticos da Universidade de Coimbra (Professores Calvão da Silva, Vieira de Andrade e Pedro Maia link ) tinham produzido um parecer

Murros no estômago e vergonha

Respigo do DN de ontem, pág. 19, as seguintes informações que tão bem conheci e que a memória, talvez por vergonha, empurrava para épocas mais recuadas. 1969 – As mulheres casadas deixaram de precisar de autorização do marido para tirarem passaporte; 1974 – Foi decretado o acesso das mulheres a todos os cargos da carreira administrativa local, à carreira diplomática e à magistratura, ainda com interdição de acesso às Forças Armadas que só terminaria em 1990; 1975 – Fim de crimes de honra legais, com a anulação do art.º 372.º do Código Penal, que apenas previa pena de desterro para o marido que matasse a mulher em flagrante de adultério ou filhas menores de 21 anos, vivendo «debaixo do pátrio poder», que fossem «corrompidas»; 1976 – O Art.º 13.º proíbe tratamento discriminatório em função de sexo, com alteração dos artigos do Código Penal, o que permitia ao marido ler a correspondência da mulher e o que atenuava a pena se a prostituísse. A afronta, a humilhação e a crueldade,

A demissão de Miguel Macedo (MM), a ética e os elogios fúnebres

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Em Portugal é proibido dizer mal do morto. Um governante que se demita tem direito a benzina para desencardir as piores nódoas, por mais numerosas que sejam. A demissão de Miguel Macedo, contrariamente ao que dizem os panegiristas de serviço, até Sócrates, não foi o ato de dignidade que disfarça a insustentabilidade no cargo, que só o PM, a quem entregaram o barco, sem carta de marear, não percebeu. O MAI não foi o paradigma da ética, foi uma fera cercada no beco, que saltou o muro, o náufrago que demorou três dias a refletir, a pedido do comandante, para entrar no salva-vidas, embora o vice-PM, os ministros da Educação, MNE, Justiça e Defesa continuem a tocar violino num Titanic onde o timoneiro, com mais jeito para a música do que para a navegação, trocou o leme pelo piano. E onde o faroleiro não larga qualquer bemol ou sustenido na orquestra desfeita, talvez inibido por ameaça de um qualquer bequadro. Depois de desencadeado o processo e rebentar o escândalo MM não podia mant

O fascismo era uma mistura de propaganda e repressão.

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O PR, a indústria do calçado e os calos dos portugueses

Enquanto Cavaco Silva glorificava a indústria do calçado, na legítima preocupação com os pés, cujo conforto dela dependem, o País tomava conhecimento do par de botas com que os vistos «gold» tinham apertado os calos ao seu Governo enquanto este os aperta aos contribuintes. Não se sabe se foi muito o dinheiro que chegou a Portugal, mas é certamente demasiado o que circula. E algum permaneceu, graças às comissões. São intoleráveis julgamentos na praça pública ou que se difamem simples suspeitos e se exponham ao opróbrio público. Em maledicência, calúnias e intrigas tivemos mestres que estão agora sob forte pressão. Surpreende que a mais secreta das polícias procure microfones da PJ fora das horas de serviço, com o diretor a acompanhar os técnicos, que sempre que há negócios de Estado apareçam familiares ou sócios de governantes a criar empresas, agências imobiliárias, escritórios de advogados, abridores de portas, para os facilitar. Parece que, por cada boa ideia de Portas, se cria

No Outono/Inverno não há strip-tease…

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Este País tem sido - nos últimos tempos -  fértil em surpresas. Num curto espaço de tempo tivemos o colapso do BES/GES, o surto de legionella e agora os 'vistos golden' (só para falar nos acontecimentos com maior impacto). Mas a inefável surpresa é que ultimamente os portugueses têm sido confrontados com uma avalanche de políticos (no activo ou na 'reserva') que fazem incursões no mundo das sociedades comerciais (devem pelo menos ter assinado o pacto social!), mas todos o fazem por motivos filantrópicos. Corremos o risco de ver o País (político) transformado numa imensa e multifacetada confraria de S. Vicente de Paulo. Já foi assim com Passos Coelho com a empresa Tecnoforma e na ONG/CPC e agora verifica-se o mesmo com Marques Mendes com a JMF - Projects & Business. Expressões como “ Não fui a nenhuma reunião, não fui convocado para nenhum encontro, não auferi um único euro desde 2011… ” link (as datas variam conforme os casos mas a lengalenga permanece i

E Deus criou o Mundo... (Crónica)

Quando Deus era um anacoreta sombrio, farto de Paraíso e da solidão, matutou em seu pensamento apanhar o barro que, em dias de chuva, se colava às botas e lhe borrava a oficina. Recolheu a argila, amassou-a e começou a dar-lhe forma. Percorreu-a com as mãos e moldou o boneco que a água do lago lhe refletia, nas raras vezes que tomava banho. De vez em quando regressava ao lago para recordar a face. O corpo ia-o esculpindo a olhar para o seu, embevecido como todos os narcisos. Quando acabou, tal como fazia com outras peças, pressionou o indicador sobre a estátua e fez o umbigo. Extasiado na contemplação, continuou a aperfeiçoar o corpo, deteve-se num empenho devoto no baixo ventre e, de tanto insistir, a estátua ganhou vida. Estava feito o homem à imagem e semelhança do oleiro. Como ocorre com artistas em início de carreira, Deus não sabia que tinha feito a obra da sua vida embora o pressentisse  pela afinidade que lhe encontrava. Foi então que resolveu retirar algum barro e,

Apelo à demissão ou suspensão de funções do Governo?

«Qualquer pessoa que ponha em causa uma instituição deve imediatamente apresentar o seu pedido de demissão ou de suspensão de funções». (Paula Teixeira da Cruz , ministra da Justiça sobre obtenção de vistos dourados)

A bíblia e a cabidela

A Bíblia – segundo as Testemunhas de Jeová –, fala na questão do sangue cerca de 400 vezes e de forma sempre coerente. A Bíblia – segundo os mesmos exegetas –, refere a questão do sangue, quer como alimento quer como forma terapêutica, dizendo que não há reaproveitamento do sangue tirado da circulação do corpo. Devo dizer que desconhecia a contabilidade e não me dei conta, entre tanta tolice, dessa magna questão com que o livro dos livros conduz a variadas idiossincrasias. Eu, que devo a vida a sucessivas transfusões e me deleitava com uma cabidela de leitão, não acredito que o livro que proíbe a cabidela imaginasse o perigo para a saúde causado pelo aumento do ácido úrico e da creatinina. Deus era então omnisciente, mas não podia adivinhar a ação devastadora da cabidela na gota e do perigo para a função renal. O que talvez Deus soubesse, na sua imensa sabedoria, era o perigo das análises para os condutores que substituem o sangue pelo álcool ou, dito de outra forma, que o mistur

Censura

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Era a isto que o PSD (Paulo Rangel) chamava asfixia democrática?   A suspensão da última edição da revista científica «Análise Social» devido à publicação de um ensaio visual com graffiti, com críticas ao Governo, foi um inadmissível ato de censura. Solidário com a liberdade de criação aqui fica a imagem da capa da revista suspensa, que amavelmente recebi de Alfredo Barroso.   

Um país disfuncional

A Ordem dos Advogados, através da sua bastonária, acusou o ministério da Justiça de inventar uma alegada «sabotagem do Citius» para «manipular a opinião pública a seu favor», tratando-se de «uma manobra política que correu mal, mas cujo objetivo era queimar duas pessoas em praça pública». Não exclui tratar-se de «denúncia caluniosa» que pretendeu criar «bodes expiatórios»”, podendo «configurar crime». Não sei porquê, veio-me à memória o mal esclarecido processo das escutas de Sócrates ao PR, envolvendo o assessor presidencial Fernando Lima e José Manuel Fernandes, um exemplo de coerência ética, que era diretor do Público. As escutas nunca existiram.

A assessora do PM e o irascível esposo da ministra dos Orçamentos retificativos

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Quando, em finais de outubro, o designado primeiro-ministro visitou os Açores, quiçá para se certificar do sorriso das vacas na ilha do Pico, a sua assessora para os Assuntos Sociais, Eva Cabral, não tolerou hesitações do motorista, habituado a conduzir pessoas, e gritou-lhe: “avance imediatamente porque eu estou a mandar”. Depois de o humilhar, ainda desabafou, perante a estupefação das pessoas que seguiam na comitiva: "isto com gado, corria melhor". É natural. A assessora, talvez oriunda das madraças da JSD, quis dizer que, com ela, corria melhor. Há gado assim! Agora foi o esposo da substituta do ministro Vítor Gaspar que, depois de confessar que a sua política tinha fracassado, deixou a sua ajudante a prossegui-la. Vítima de um despedimento, António Albuquerque, marido, com sorte, da ministra, achou facilmente emprego, e resolve agora dar uma ideia das pessoas que gravitam na órbita do PSD. No Diário Económico, o jornalista Filipe Alves admitiu o que todos sabemos

Stephen Hawking e a fé

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As declarações de Stephen Hawking, um eminente físico mundial, estimularam o velho debate, que é permanente, sobre a relação entre ciência e religião. Ele limitou-se a dizer que «Deus já não é necessário» e que «no passado, antes de entendermos a ciência, era lógico acreditar que Deus criou o Universo. Mas agora a ciência oferece uma explicação mais convincente». Crentes de todo o mundo, uni-vos. A debilidade dos argumentos teístas e a angústia que sentem pela eventual perda do deus em que acreditam porque se habituaram desde cedo, criou desassossego nas sacristias e templos e só não chegou aos claustros dos conventos porque a clausura os resguarda. A necessidade de um ente imaginário é a explicação, por defeito, para o que se ignora e, sobretudo, para o pavor da morte. Descoroçoados, os clérigos, que viram perdidas a reputação e a utilidade, desafiam os descrentes a provarem que Deus não existe, quando argumentos mais musculados e persuasivos deixaram de estar ao alcance. É ev

Trabalhos para casa (TPC) no país do mestre-escola

Quando Portugal está para a legionela como a Serra Leoa, Libéria e Guiné para o ébola, emergiu de S. Bento o mestre-escola, num rali pelas adegas alentejanas, a mandar fazer trabalhos de casa aos políticos da oposição. Surgiu desenvolto, a censurar gestores da PT, depois de atribuir ao PDG uma das mais altas condecorações do Estado; mandou estudar a Constituição a quem a compreende e defende; e insistiu que há de castigar o país, até ao último dia, com o seu Governo. Já lá vai o tempo em que fazia os trabalhos de casa que manda, agora, fazer aos outros. Fê-los para a compra e a venda de ações da SLN, para si e filha; na permuta da vivenda Mariani pela casa da Coelha; no cuidado com a segurança do seu sistema informático quando, desconfiado, julgou que estivesse a ser espiado pelo PM da época e se adiantou a manifestar suspeitas ao Público; e, recentemente, com a delicada análise da solidez do BES cuja liquidez garantiu aos portugueses. É natural que ande impaciente, com o líder p

As taxas de António Costa em Lisboa

São as mesmas (mais modestas) que são cobradas em Edimburo, Barcelona, Paris ou Roma. Sem tomar posição sobre elas, pergunto que legitimidade tem para as condenar Paulo Portas, indiferente à manutenção da sobretaxa do IRS para 2015, ou o Governo responsável pelos maiores aumentos de que há memória em termos de impostos. Lisboa é hoje o maior destino turístico de Portugal e não foi a direita que o deixou de herança a António Costa.

A visita de Edi Rama a Belgrado

A visita de Edi Rama a Belgrado Edi Rama, chefe do governo albanês, um primata cuja filiação ideológica desconheço, visitou a Sérvia para afirmar, em Belgrado, que o Kosovo é independente. A provocação, em país alheio, atinge as raias da demência. O Kosovo é parte da Sérvia onde o protetorado da ONU se transformou numa feitoria da droga para treino da jihad. Foi o massacre, ao arrepio da ONU, feito por países da Nato, em cujo filantropismo eu acreditei, tal foi a propaganda, que obrigou Belgrado a retirar do sítio onde nasceu a Sérvia. A imigração de albaneses demasiado férteis e com vocação para a islamização, idêntica à estalinista que a esquizofrenia de Enver Hoxha lhes impôs, criando o único Estado oficialmente ateu, alterou o equilíbrio demográfico e precipitou uma sangrenta guerra civil. A indignação de Aleksandar Vucic, PM sérvio, devia merecer o apoio expresso da UE e cortar cerce a demência imperialista. Os demónios renascem com um lunático perigoso a sonhar com o Koso

E a ministra não se demite...

Quando a ministra da Justiça entregou dois presumíveis sabotadores do Citius à PGR, na tentativa de justificar a manutenção no cargo, o veredito foi: «Não houve sabotagem» Podia ter sido: «Não se provou que tivesse havido sabotagem» mas, perante tão clara decisão, o que é preciso para que a ministra assuma a culpa e a calúnia?

Aníbal ou as infalibilidades de um amestrado constitucionalista…

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Hoje, deambulando pelas marmóreas pedreiras alentejanas e pelos vinhedos de Borba, o Presidente da República resolveu dar uma aula de direito constitucional. Em espécie de 'feira' estremenha resolveu apregoar a venda da imagem de um homem providencial (...que raramente tem dúvidas e nunca erra). 'Uma canseira', lá diriam os alentejanos. Há uns tempos atrás, salientou, para conseguir a sua eleição, ser um homem com formação em economia o que poderia ajudar o Governo (não o da altura da sua eleição mas o que viesse a seguir) nas dificuldades de gestão da crise económica e financeira em que estávamos (e continuamos) metidos. Hoje, os portugueses conseguem aquilatar do valor e dimensão dessa ajuda.  Perante a confrangedora nulidade do seu contributo virou-se agora para o campo da ‘pedagogia constitucional’. Também neste terreno (onde lhe cabem particulares responsabilidades) as suas ‘virtuosas’ capacidades ficaram demonstradas perante os portugueses. Tendo despud

PR, sentenças, remoques e conselhos

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Cavaco Silva, largou o faceboock para «lembrar a alguns políticos que quando falam de certos assuntos devem estudá-los primeiro» e, em tom de mestre-escola, certamente em exercício de autocrítica, insistiu que «devem estudar a Constituição, o que dizem as leis, como é que as leis foram aprovadas», o que parece não ter feito ao aprovar Orçamentos de Estado inconstitucionais. Em frenesim partidário afirmou: «notei, por algumas declarações que foram feitas, que alguns políticos até nem sabiam que a lei que tinha aprovado em 1999 a data das eleições tinha sido imposta pelo PS, com o PCP e com o partido Os verdes, contra a opinião do PSD e do CDS-PP», voto que não perdoa, contra a coligação que patrocina. Como é que o homem que nunca se engana, esqueceu a promessa de antecipar eleições antecipadas, em Julho de 2013, coincidindo com o fim do memorando de entendimento, caso o PS aceitasse capitular perante a coligação de que se fez porta-voz? A amnésia seletiva conduziu-o a fazer decl

O MURO DE BERLIM NA VERSÃO DO PCP

http://www.avante.pt/pt/2136/internacional/132905/

O PR e a magistratura de influência

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Gostava que Cavaco Silva terminasse o mandato com dignidade e também que o tivesse assim desempenhado. Talvez um dia se saiba o que o tolhe ou o que o determina quando aparece a fazer prova de vida e, sobretudo, se as pessoas que fizeram de Passos Coelho PM, são capazes de influenciar as suas decisões. Em Julho de 2013, Cavaco admitia convocar eleições antecipadas para um ano depois, coincidindo com o fim do memorando de entendimento, na ilusória tentativa de salvar o PSD e liquidar o PS, numa aparente decisão de iniciativa própria e sem pressões alheias. Agora, numa entrevista agendada no Expresso, manifesta intransigência, na sequência da proclamação feita por Passos Coelho. Não se interessa pelo calendário do Orçamento de Estado, que devia ser discutido na AR quando as eleições decorrem, segue apenas os interesses declarados pelo PSD. O país pode esperar, a degradação ética e política do Governo pode prolongar-se, Passos serve perfeitamente para continuar PM e Portas para pr

Um muro derrubado no Velho Continente e novos desafios...

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Este fim-de-semana é fácil encontrar na Imprensa diversas análises relativas à queda do muro de Berlim e múltiplas interpretações quanto ao seu significado e simbolismo. Não é pertinente chover sobre o molhado. Passar do simbolismo do derrube de uma barreira de betão  que separava um povo à distensão política e militar geradora de uma Paz duradoura que, em primeiro lugar, diz respeito à Europa e foi construída com múltiplos sobressaltos, após as duas grandes guerras do século XX, é um passo audaz, ou melhor, temerário. A efeméride que hoje se comemora serviu a Alemanha unificando-a e dando-lhe poderio, mas não sossegou, nem conciliou, a Europa. O Velho Continente  – enquanto espaço geográfico e civilizacional - continua pejado de ‘cortinas’, a última das quais envolve a Ucrânia.  Vinte e cinco anos depois da queda do muro parece claro que a Europa não conseguiu derrubar todas as barreiras. Se o tivesse feito estendia-se naturalmente do Atlântico aos Urais.