O proselitismo e a violência

O pior que algumas religiões encerram é o seu proselitismo. Não lhes bastam os crentes próprios, exigem a conversão dos alheios ou a sua eliminação. A evangelização cristã é hoje, felizmente, uma tara acalmada com a repressão política sobre o clero. Abandonou há muito os métodos cruéis de evangelização que usou em vários continentes e, de forma particularmente violenta, na América do Sul.

Na Europa , a paz de Vestefália, pôs fim à sangrenta Guerra dos 30 Anos e a Igreja católica só aceitou a liberdade religiosa na década de 60 do século passado, no concílio Vaticano II. O azedume de João Paulo II e de Bento XVI apenas fez mal aos próprios e foi irrelevante para a liberdade religiosa europeia onde o secularização dos países tornou impensável qualquer perseguição.

O Islão, pelo contrário, na cópia grosseira do cristianismo introduziu a guerra como um instrumento de contágio e submissão, agravado pela decadência da civilização árabe e o ressentimento dos crimes de que foi alvo por países saqueadores de matérias primas, em especial o petróleo.

É incontestável que os crentes não são piores nem melhores do que os não crentes mas ninguém faz o mal com tanto entusiasmo e satisfação como os que são movidos pela fé.

Não é inocentando os crimes sectários das religiões que se estabelece um modus vivendi num mundo onde as diferenças deviam ser fatores de enriquecimento e não motivos de conflito.

Quando os crentes se convencerem de que as suas religiões refletem as formas de pensar da época em que surgiram e não palavras ditas por um ser ilusório, sem aparelho fónico, podem cumprir os preceitos que se habituaram a observar, desde crianças, e deixar no templo a obsessão de submeter os outros às suas próprias convicções.

Ao proselitismo não se podem tolerar outras armas para além da palavra e do exemplo e as armas devem ser banidas da evangelização. As democracias, por mais que sangrem, não podem ultrapassar os limites do Estado de Direito contra o terrorismo, sob pena de perdermos o Estado e o direito e ficarmos apenas reféns do terrorismo recíproco.

Comentários

Manuel Galvão disse…
As democracias JÁ ultrapassaram os limites do Estado de Direito nas ações contra o terrorismo, em que a prisão Abu Guraib é só a ponta do iceberg. Além disso o proselitismo islâmico de caris violente foi financiado largamente pelos países democráticos, sobretudo nos anos em que os EUA e Reino Unido financiaram, através da Arábia Saudita e não só, a construção de madraças no Paquistão, Cachemira, etc., de aonde saíram as primeiras fornadas de kamicases para combater os russos no Afeganistão. Quem se fizesse explodir matando pró russos, a sua família miserável passava a ser menos miserável, passava a receber uma pensão da Arábia Saudita. Essa lógica deu os maiores resultados, dada a tendência dos jovens com o cérebro lavado nas madraças em serem altruístas, deixando-se morrer para ajudar a família. Depois da queda do Xá da Pérsia também o Irão passou a financiar esta ARMA DOS POBRES.

O proselitismo tem mais que se lhe diga...
Manuel Galvão:

Este seu comentário subscrevo-o sem reservas.

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