A renúncia de Guterres e uma preliminar reflexão sobre as presidenciais…

António Guterres em entrevista dada recentemente demarcou-se das próximas eleições presidenciais link. Decidiu seguir outro caminho o que é perfeitamente legítimo. E, por outro lado, inteligível. 
O ‘pântano político’ (a que condescendeu chamar de ‘democrático’) que denunciou (em Dezembro de 2001) e o fez abandonar o poder permanece incólume ou até está mais cavado. Esta é uma interpretação possível e justificativa da sua indisponibilidade em concorrer ao acto eleitoral do início do próximo ano.
E um exemplo acabado do tal pântano são as hipócritas declarações de 2 putativos candidatos da Direita: Pedro Santana Lopes e Marcelo Rebelo de Sousa. Um ‘vê com pena’ a retirada de Guterres link e o outro contabiliza, desde já, as perdas da Esquerda e cavalga o momento (político e mediático) para valorizar as legislativas de Set/Out afirmando “quem governa é o Governo…link, numa de que para ocupar o cargo de Presidente da República “bacalhau basta!”.
É esta herança que Cavaco Silva nos deixa.

Se a libertação do País dos problemas causados pela crise financeira, económica e social dependesse da dose de falsidade, impostura e jacobice tínhamos o problema resolvido. E ficaríamos convencidos que a Direita – se acaso Guterres concorresse – iria às presidenciais numa espécie de 'jogo a feijões'.

A catadupa de candidatos a candidatos para as próximas eleições presidenciais (Henrique Neto, Sampaio da Nóvoa, António Vitorino, Marinho Pinto, Paulo Morais, Santana Lopes, Marcelo Rebelo de Sousa, Rui Rio, etc…) releva, com nitidez, as profundas fracturas que este Governo criou na sociedade portuguesa onde ninguém se revê em alguém e afastaram figuras consensuais (como seria em certa medida o caso de Guterres).

Este cenário de pulverização das opções presidenciais para 2016 conduzirá, inevitavelmente, a um duelo, na 2º. volta, disputado - com toda a probabilidade - entre a Esquerda e a Direita.  Será essa a estratégia (condicionada!) a longo prazo que os aparelhos partidários estarão a preparar. 
É cedo para tecer cenários precisos mas a eventualidade de uma 2ª. volta fará com que haja mais tempo para decicir e escolher. 
Coisa que o actual presidente pretendeu evitar ao impor um calendário pessoal, por ventura partidário, ao País (ao não aceitar a antecipação das legislativas), onde as Legislativas e Presidenciais surgem praticamente em sobreposição.

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