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A mostrar mensagens de dezembro, 2015

Dezembro de 2015 e dealbar de 2016…

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Nesta noite festiva, segundo o calendário gregoriano, é difícil para um europeu não estar assoberbado por uma profunda intranquilidade.  Primeiro, pela crise económica e financeira que teima em não desaparecer. Os tempos de ‘bem-estar’ do progresso e do desenvolvimento estão cada vez mais distantes e longínquos.  Depois, pelo drama dos refugiados vítimas de guerras das quia a Europa não pode afirmar que tem a mãos limpas.  Não vamos tecer considerações sobre a crise económica e financeira, já muito longa e sem fim à vista, onde as queixas e recriminações são mais do que muitas, porque dedicar a atenção para este problema (grave) soa, neste momento, a um certo egoísmo.  Por outro lado, o drama dos refugiados não pode ser ignorado ou desvalorizado. Esta tragédia que bateu à nossa porta e invadiu o nosso sossego sem que – mais uma vez – a prevíssemos. Trata-se do mais intenso fluxo migratório depois de 1945 que levantou uma maré de incertezas, miséria e desespero que j

O piropo já é crime, na lei_2

Não sou indiferente à violência verbal e às humilhações a que a mulher, mesmo nas sociedades ditas civilizadas, é sujeita. Assisti, ao longo da vida, aos mais soezes impropérios, com vontade de esbofetear os energúmenos, contra as mulheres, a que não escaparam adolescentes e até crianças. Sei o que era para uma adolescente do meu tempo de liceu passar em frente de um café, do quartel ou de outro local frequentado por homens. Uma das minhas irmãs, mais nova do que eu 2 anos, nunca saiu de casa ou regressou na minha companhia, para não aturar os piropos pesados durante o trajeto que mediava de casa ao liceu. E a mágoa que tenho da companhia de que me privei! Compreendo a revolta das vítimas e o desejo de reparação mas receio as arbitrariedades do julgamento a que ficam sujeitos os comportamentos reprováveis e subjetivos. Talvez minimize a violência das palavras com conotação sexual, talvez me lembre deste educado monólogo, num país imaginário onde a precariedade do trabalho passo

Para memória presente….

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O candidato presidencial Marcelo Rebelo de Sousa considerou na passada segunda-feira que " é um escândalo ", em período de crise, gastar-se centenas de milhares de euros numa campanha e defendeu que poderia ter apresentado um orçamento ainda mais baixo. link . Na campanha para as presidenciais de 2011 o actual Presidente da República – “ declarou despesas de € 1.791.576,90 (e receitas exactamente no mesmo valor, até ao cêntimo )"… link . Marcelo Rebelo de Sousa apoiou a candidatura de Cavaco Silva à presidência e, na altura (2011), não se incomodou, nem se ‘escandalizou’… Segundo era suposto, em 2011, estaríamos no auge da crise. Agora, transformou-se em ‘ mestre-de-cerimónias ’ das presidenciais. Impôs o calendário eleitoral (para depois das Legislativas) porque isso lhe interessava particularmente. E depois, como andou em campanha disfarçada de comentário político durante 10 anos, quer agora colocar um tecto de despesa aos outros legítimos concorre

As próximas eleições presidenciais_8

A presença obsessiva de Marcelo Rebelo de Sousa na comunicação social é de tal modo obscena que a informação passou a propaganda e a exposição do candidato a massacre. Se vier a confirmar-se a vitória de quem se ouvem todas as opiniões sem se escrutinar o eu passado, cumprir-se-á a profecia do falecido Emídio Rangel: «A televisão tem igual eficácia na venda de sabonetes e presidentes da República». Marcelo Rebelo de Sousa, José Miguel Júdice, Santana Lopes, Manuel Durão Barroso e António Pinto Leite surgiram no início de 1984, organizados, para fazerem regressar ao poder, por via democrática, a velha política, sob o pseudónimo de “Nova Esperança”. Foram decisivos em dois congressos do PSD, em 1984 [Braga] derrotando Mota Amaral com Mota Pinto e, especialmente, em 1985 [Figueira da Foz], na improvável ascensão à liderança partidária do obscuro salazarista Cavaco Silva, derrotando João Salgueiro. Marcelo não foi apenas líder do PSD, foi sempre o defensor das posições que são hoje

Piropos, assédios e bullyings…

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O piropo tem alguma analogia com a questão do assédio. Popularmente existem termos que congregam alguma da essência destes actos: ‘ chatear ’ ou ‘ azucrinar ’ (a mona ou a vida). Mas tal como o piropo o assédio é um problema frequentemente desfocado da sua plenitude, isto é, no seu largo âmbito. O foco no ‘assédio sexual’, normalmente um instrumento de perversão e de abusiva dominação nas relações de trabalho, com incursões deambulantes e devastadoras na política e meios artísticos link   e até eclesiásticos, tem ocupado a centralidade do problema e faz esquecer o persistente assédio moral de alguns 'presbíteros da verdade' (p. exº.: Marcelo Rebelo de Sousa) e, ainda, um outro mais vasto e mais caustico - o colectivo. Seria interessante ver o PSD – que subitamente resolveu dedicar-se a temas ‘fracturantes’ – propor algo sobre o assédio colectivo. Por exemplo, apresentar um projecto-lei para penalizar modelos de intervenção externa, daqueles ditados pelos ‘merca

O piropo já é crime, na lei – Nova redação do artigo 170.º do Código Penal

O fervor repressivo contra o “Crime de importunação sexual” parece mais uma cruzada contra a má-criação do que a medida dissuasora da violência contra as mulheres, numa sociedade cuja herança misógina assenta nos livros santos herdados da Idade do Bronze. Assusta-me a promíscua unanimidade da Assembleia da República, a beata harmonia de 7 (sete) partidos com representação parlamentar, a lembrar o júbilo saloio que conduziu Amália e Eusébio ao Panteão. Não vislumbro na repressão do piropo o mais leve benefício para a educação cívica ou a mínima eficácia na redução de atos de boçalidade, mas temo as cruzadas moralizadoras, hoje contra o piropo, amanhã contra o beijo, depois para o simples olhar. A sanha persecutória, à semelhança do que se passa nos EUA, é mais uma arma para a destruição de adversários políticos do que para a defesa da mais fracos (mulheres?) e a redução do número de vítimas. Se começamos a tolerar todas as medidas repressivas, é a liberdade que hipotecamos, é a

Paulo ou as Portas que, por ora, fechou …

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Paulo Portas deixa a cúpula dirigente do CDS/PS após 15 anos de liderança. link A sua saída da liderança do partido seria uma das 'opções naturais'  (óbvias) após o derrube, em 10.11.2015, no Parlamento, do Governo chefiado por Passos Coelho e de que era vice-primeiro-ministro. Foi, com a sua atitude, o primeiro político de Direita a mostrar que compreendeu a chegada de um novo ciclo e daí tirou consequências. Mas com Portas nunca se sabe se saiu, se está emboscado ou se (já) começou a preparar o regresso. Talvez o mais apropriado seja considerar que submergiu face à cena política em desenvolvimento no País.

Demência da fé

«Estou orgulhosa do meu marido e gabo-lhe tanto o seu mérito, ó se gabo! (...) Eu encorajei o meu marido a aterrorizar o povo francês, que tem tanto sangue nas mãos. Enquanto vocês continuarem a ofender o Islão e os muçulmanos, serão vítimas potenciais, não só os polícias e  os judeus mas o mundo inteiro.» KAHINA, mulher de Samy Amimour, um dos atacantes ao Bataclan, em Paris) [Fonte: DN, hoje, página 6]

As próximas eleições presidenciais_7

O azougado e frenético Marcelo O obreiro da chegada de Cavaco a líder do PPD/PSD, na Figueira da Foz, exaltando-lhe virtudes que não tinha, exultou com a sua entrada no Palácio de S. Bento, como PM, e extasiou-se com a viagem preparada ao ‘mísero professor’, em casa de Ricardo Salgado, para Belém. O velho e rancoroso salazarista é criação sua, pouco polida e ilustrada, algo rudimentar, como convém ao brilho do criador. Podia ter sido o remorso que o levou a candidatar-se em nome de uma dívida a Portugal mas é de crer que foi a ambição. Quem acha sublime rezar o terço a nadar no mar, certamente se impôs como penitência o ato de contrição, na Festa do Avante, e a salve-rainha nas urgências do Hospital de S. José, abonando uma novena à Senhora de Fátima pelo ostracismo a que os adversários são votados. E não faltará à missa de requiem pelo Serviço Nacional de Saúde quando os seus sequazes voltarem ao Governo. Como estrela pop todas as excentricidades lhe são perdoadas, todos os p

E o País a ir de carrinho (*) …

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Os portugueses estão confrontados com mais um enigma político. Donde provem o ‘espírito ganhador’ e, segundo as sondagens, um 'percurso avassalador' da candidatura de Marcel Rebelo de Sousa? Deixando de lado questões como a ‘geração espontânea’ melhor será recorrer ao escrutínio racional para perceber o fenómeno. Porque, na realidade, trata-se de um fenómeno. Sendo Marcelo uma personagem política com um percurso como dirigente partidário extremamente sinuoso e relativamente efémero – pouca gente se recordará da ala PPD designada por ‘Nova Esperança’  e da sua posterior passagem como presidente do PSD - de algum lado surgirá a sua presente ‘performance eleitoral’. No círculo partidário que aparentemente nada terá a ver com a eleição presidencial – e o aparente deveria ser interiorizado pela Esquerda – não existem apoios substantivos apesar da recente rábula divulgada sob a forma de surda ‘recomendação’. No passado, as ‘cartas de recomendação’ eram um adorno do

As próximas eleições presidenciais_6

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A guerrilha da direita está no terreno. Não bastaram os anos de campanha de Marcelo Rebelo de Sousa, em proveito próprio, nas televisões. Agora, que deixou a profissão de comentador em um só canal, passou a comentador de todos os canais, jornais, emissoras de rádio, folhas paroquiais, lares de infância e da 3.ª idade, sarjetas e afluentes. E, como pode não bastar, em vez de se discutir o carácter e o passado do candidato, publicam-se sondagens para desmoralizar os adversários e quem os apoia. Só faltam as agências de rating e as opiniões de altos funcionários europeus, os mesmos que atestavam a qualidade da governação do PSD e do CDS. Marcelo deixou de ser o autor de factos políticos, o infeliz criador de Cavaco Silva, o ex-líder do PSD e passou a D. Sebastião do Alcácer Quibir da nossa irreflexão. O homem é culto, inteligente e sem negócios escuros, um político que não envergonha, que leu Os Lusíadas e não comprou ações da SLN, que não fez permutas obscuras de vivendas nem foi

Uma inaudível, mas repetitiva, ‘cantiga’ neste Natal…

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Imagem alusiva ao Club Bilderberg onde se destaca (à direita) Mario Draghi presidente do BCE   Os recentes acontecimentos à volta do sector financeiro, melhor seria chamar-lhe ‘escândalos’, determinam que sejam repensados os âmbitos e as dimensões da crise despoletada há 7/8 anos (2007/2008) e que – como verificamos no dia-a-dia - continua a manifestar-se como num abalo telúrico por periódicas réplicas um pouco por todo o lado. Precisamos de encontrar o fio à meada. Para já há manifestos e sistémicos sinais de fadiga e esta será a grande via de contaminação para inevitáveis e cada vez mais anunciadas tréplicas. É difícil separar (isolar) as situações nacionais quando, a partir da queda do muro de Berlim, se enveredou alegre e descuidadamente para um Mundo globalizado. E o problema começa com a pegada cada vez mais impressiva da existência uma concertação mundial (um ‘governo sombra mundial’ para uma instituir uma 'nova ordem'), nunca explicitamente divulgada ou es

Passos Coelho: o efabulado…

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“ É tempo de deixar António Costa governar… ” disse Passos Coelho numa peregrina mensagem ao País, como líder do principal partido da Oposição link . Como se tivesse nas suas mãos ou, ao seu alcance, fazer outra coisa… A crise política ocorrida em Portugal, em 2011, que a Direita conseguiu transformar em golpada permitindo-lhe assumir a governação do País, depois de uma campanha eleitoral carregada de promessas, logo rasgadas, e [esta Direita] uma vez chegada ao Poder iniciou a imposição de políticas ultra conservadoras (neoliberais) geradoras de um selvático empobrecimento, desemprego e assentes em permanentes transferências dos contribuintes para os ‘mercados financeiros’, deixou marcas (políticas e civilizacionais) e não é repetível.   A actual oposição está emparedada e confinada ao protesto vazio e a espúrias ‘justificações’, por mais ameaças que faça. Quando surgirem desencontros no seio da maioria que apoia o actual Governo – e tal situação é bem possível - Passos Coe

Portugal às avessas

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Quando um governo oculta durante anos, sem resolver, o caso Banif, mas vende, depois de demitido, a TAP, não é apenas a honra desse governo que fica em causa, é também a de quem devia zelar pela República e compromete o futuro da democracia.

A professora de aldeia – O Cume e a sobrevivência (Crónica)

Quando a jovem professora de 28 anos chegou ao Cume, em outubro de 1947, depois da permuta com uma colega, paga a peso de ouro, com a ajuda dos pais e sogros, já levava os dois primeiros filhos. Regressara ao distrito de origem, depois de errar por Ceca e Meca, vinda do Marquinho, na freguesia de Santiago da Guarda, concelho de Ansião, onde durante 4 anos lecionara numa escola com mais de 70 alunos repartidos pelas quatro classes do ensino primário. Abalou para lá a D. Nazaré aconchegada com os 8 contos de réis da permuta. Foi difícil arranjar onde viver depois de breve trânsito por uma casa de que o dono veio a precisar. Arrendou outra, ao Sr. António Bernardo, minúscula, com janelas onde foi demorada a substituição de vidros partidos. Tinha por baixo a corte de terra batida onde, sobre a palha, se vazavam os penicos e, no curral que separava o portão das escaleiras da habitação, o galinheiro e o cortelho. A estudante, que iniciou na Universidade do Porto um curso que as duas ún

Algures, na Palestina

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Erro de diagnóstico O nascimento de pessoa incerta, em data errada e local improvável deu origem a uma seita judaica de sucesso.

Aníbal e um 'elefante natalício'...

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O Governo apresentou cumprimentos de Boas Festas ao Presidente da República. Trata-se de uma cerimónia protocolar e tradicional sem qualquer outro significado . Aliás, num estado laico, como é o nosso, assume de duvidosa pertinência o desenrolar destes floreados, salamaleques e rodriguinhos imbuídos dos resquícios de filosofia cristã ‘pré-vestfália’. O actual (ainda) Presidente da República, em final de mandato, aproveitou a oportunidade para lançar mais umas farpas ao Governo. Tudo o que vem à rede é peixe (será a nova filosofia cavaquista). Mas o caricato, e simultaneamente mesquinho, terá sido a ‘ parte gaga ’ da sua alocução aos membros do Governo presentes na cerimónia. Ao anunciar que resolveu manter a ‘ boa tradição ’ deixou na sombra todos os equívocos para expor toda a sua pequenez (política). Na verdade, as tradições valem ('serão 'boas') enquanto possam ser colonizadas por ocultos (piedosos) desígnios políticos. Disse o PR: “ Eu considero que

Felizes festividades para tod@s @s leitores e amig@s

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Car@s amig@s e leitores: As minhas convicções filosóficas não se coadunam com a liturgia da época mas as memórias e a cultura são comuns. Agradeço, pois, os votos de 'santo Natal' já recebidos e, por antecipação, os que vierem, apesar de ter exonerado a santidade há sessenta anos sem indulgências plenas capazes de a devolverem. Felizes festividades neste solstício de inverno, ontem ocorrido, e cujas manifestações se prolongam pelo ano que há de vir. Saudações republicanas, laicas e democráticas.

Adriano Moreira, o CDS e o Conselho de Estado

Esta direita está a reescrever a História da democracia e, na pressa, tropeça nos próprios esqueletos. A grande golpada foi a tentativa de festejar este ano, pela primeira vez, o 25 de novembro, ao arrepio dos atores, como se tivesse intervindo no processo cuja cadeia de comando começou em Costa Gomes, sucedido por Vasco Lourenço, Ramalho Eanes e Jaime Neves, os operacionais,  sendo o “grupo dos 9” ideólogo e responsável político. Esta direita, na sua ingratidão e raiva, já esqueceu o ódio que devotou a Melo Antunes e Vítor Alves bem como aos sobreviventes do «Grupo dos 9», democratas e patriotas. Agora é a eleição de Adriano Moreira para o Conselho de Estado, modelo de democrata e patriota, segundo o proponente e autor dos epítetos, Paulo Portas. A idade do ancião não exige o apagamento do passado, desencardido pela escolha do PSD & CDS. Adriano Moreira que, em 2009, considerou Salazar o maior estadista do século XX, foi seu secretário de Estado e ministro do Ultramar. A ida

Os amigos não se esquecem

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Se a campanha nos correr bem como a do Cavaco, a partir do próximo ano serei eu a retribuir-te as férias.

Como era para prejudicar o PS, segundo afirmou...

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DN, hoje

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Cavaco Silva e a governação ideológica

O velho salazarista, que não conseguiu impedir a formação do atual Governo, voltou a ser «mestre da banalidade», como o definiu o notável escritor e glória das nossas letras, José Saramago. Apenas o ódio e o ressentimento lhe toldam a clarividência. Perante a herança funesta do governo PSD/CDS e a delinquência bancária dos amigos, que aí se repoltrearam à solta, afirmou que a “governação ideológica é sempre derrotada pela realidade”, como se em democracia tivesse havido algum governo mais ideológico do que o que desejou perpetuar e torpeza maior do que a ocultação da situação do país. Nem uma palavra acerca do alerta da comissária europeia da concorrência sobre o caso Banif e a necessidade de lhe encontrar uma solução…em 2014, nem uma palavra para o casal Roque, para Joe Berardo, para a UNITA, para o Governo Autónomo da Madeira ou para o chairman Luís Amado, ex-ministro dos Negócios Estrangeiros do PS que está nos negócios privados à sombra do PSD e foi vedeta do combate contra a f

Curiosidades_21_12_2015

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1 – Marisa Matias diz que Presidente da República ajudou anterior Governo a encobrir a situação do Banif para que a "bomba-relógio" explodisse já nas mãos do novo executivo". 2 – A Grã-Cruz da Ordem Militar de Cristo explodiu no peito de Alberto João Jardim, no mesmo dia. Foi mera coincidência de um PR que não acerta com as condecorações.

BANIF

Mais este desastre a juntar à trágica herança. Ignorava-se a sua dimensão e a ocultação deliberada do governo de Passos, Cavaco & Portas, quer aos portugueses quer à União Europeia. Percebe-se agora melhor a aflição com que saíram do governo e o medo do julgamento dos portugueses. Para já, seremos todos nós a pagar a política de mentira e dissimulação de um governo incapaz, que exonerou a ética ao serviço da propaganda. Espera-se que, consumada mais esta catástrofe, Cavaco se explique agora do silêncio estratégico que invocou. Apostila - Um vídeo que pode lançar luz sobre a história do Bani f.

Eleições em Espanha: PP / Problemas e Pendências…

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As eleições espanholas independentemente dos resultados que se verificarem - neste momento ainda desconhecidos - deverão induzir profundas alterações políticas imediatas na governação (segundo as mais recentes sondagens), mas o seu alcance poderá ser muito lato e atingir o próprio regime. A fórmula de reino unitário chefiado pela família Bourbon mostra-se, cada vez mais, como sendo um modelo à beira da completa exaustão.  A versão autonómica adoptada após o fim do franquismo muito embora promova uma larga descentralização (mais profunda da que se verifica por exemplo na República Federal Alemã) continua a revelar múltiplos problemas regionais e provinciais que ganharam acuidade com a crise económica e financeira.  Uma outra versão, assente no modelo federado, parece, à primeira vista, promover melhores soluções integradoras entre os cidadãos e os territórios. Os seus adeptos – entre os quais o PSOE - estão convictos de que a intensa tensão política entre as regiões e o p

Multiculturalismo...

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E assim vai a campanha eleitoral...

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Madre Teresa de Calcutá a caminho da canonização

A a notícia de que o papa Francisco reconheceu a cura de um homem que sofria de tumores cerebrais provocou imenso júbilo nos devotos do costume. Soube-se ontem, 18 de Dezembro do Ano da Graça de 2015, que o homem curado por Madre Teresa é um brasileiro que esteve em fase terminal e recuperou, em 2008, na diocese de Santos, no litoral de São Paulo. Segundo as notícias, «Parentes rezaram e pediram ajuda à Madre Tereza, e o homem recuperou, deixando os médicos sem explicações». Não se percebeu se foi o homem que abandonou os médicos, sem explicações, ou estes que não as souberam dar mas, para o milagre, é igual. É mais um milagre na área clínica, vocação dos defuntos católicos que jamais entram no campo da economia, da física quântica ou da nanotecnologia. Madre Teresa, adversária do preservativo e fervorosa auxiliar do Papa João Paulo II na teologia do látex, sabia que é na dor que os pecadores encontram a redenção e, por isso, contrariava o uso de analgésicos em doentes terminai

Da série «Até fui eu que tive a ideia»...

Tal como já tinha sucedido quando evitou que a Grécia saísse da UE. «O Partido Popular Europeu reagiu com moderação, como aliás sugeri que fizessem [sic].» (Pedro Passos Coelho, em Bruxelas, referindo-se à posição do PPE em relação ao Governo português)

A frase

«É preciso medir bem as palavras quando se fala do sistema bancário, porque o seu funcionamento é decisivo para o funcionamento da economia e consequentemente para o crescimento do emprego e da nossa produção.» (Cavaco Silva, sobre o caso Banif) – in DN, hoje, pág. 8 Nota: A verdade irrefutável foi proferida pelo mais improvável dos analistas e aquele que mais vezes se enganou sobre os bancos, salvo na compra e venda de ações da SLN. Os portugueses recordam-se, alguns mais amargamente, das suas declarações sobre a solidez do BES e do posterior apoio a Passos Coelho de que os contribuintes não seriam prejudicados. Mas o que deveras surpreende é a prudência, por quem reiteradamente ameaçou com a reação dos ‘mercados’, dos ‘juros’, da ‘Nato’ e das ‘agência de rating’ perante o apoio do PCP e do BE à formação do atual governo, na aparente (?) incitação à retaliação contra Portugal. É preciso topete!

Silêncios e ruídos de um PR em fase terminal

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Não se condene Cavaco Silva por ter prevenido que os portugueses não podiam suportar mais sacrifícios, quando ainda não tinham realmente começado, mas espanta que, após o ruído de então, se tenha remetido ao monástico silêncio, só quebrado para defender o indefensável e elogiar os que mereciam mais pesada derrota eleitoral. Parece que apenas queria substituir o governo por outro do seu agrado, à semelhança do tocante esforço que fez para evitar o atual governo, com apoio parlamentar maioritário. Surpreende que quem já foi economista e ainda se reclama entendido na matéria não se tenha pronunciado sobre os problemas dos bancos onde ganhou dinheiro e amigos seus, do peito e da hóstia, perderam a honra própria e o dinheiro dos outros. Aliás, quando se pronunciou, fê-lo da pior maneira, anunciando que o BES tinha ativos que o punham ao abrigo do pior dos cenários. Os portugueses devem interrogar-se para que lhe serviu a legião de assessores e outros especialistas, sem que o avisas

A República e as primeiras-damas

Portugal deve banir os (maus) exemplos vindos da Europa ou dos Estados Unidos, quiçá por reminiscências monárquicas, em que o presidente da República se faz acompanhar da consorte, como um sultão com o seu harém, em visitas de Estado. As primeiras-damas são um anacronismo que diminui a mulher e as torna adereços da democracia onde seria inaceitável que a discriminação de género lhes negasse o direito de ocupar o cargo. O lugar de primeira-dama representa um cargo sem funções, um mero estado civil, que a República deve extinguir. A tradição seria grotesca se a igualdade de género fosse já, como devia, uma realidade de facto e não apenas de direito. A notícia de que as mulheres de Sampaio da Nóvoa ou Marcelo Rebelo de Sousa, assim como o homem de Maria de Belém Roseira, não preencherão as funções ocupadas pelas mulheres dos últimos PRs, é uma excelente notícia para quem repudia direitos conjugais na representação do Estado ainda que, em um dos casos, seja por hipocrisia beata. Nã

Silêncios e ruídos de um PR em fase terminal

Não se condene Cavaco Silva por ter prevenido que os portugueses não podiam suportar mais sacrifícios, quando ainda não tinham realmente começado, mas espanta que, após o ruído de então, se tenha remetido ao monástico silêncio, só quebrado para defender o indefensável e elogiar os que mereciam mais pesado julgamento eleitoral. Parece que apenas queria substituir o governo por outro do seu agrado, à semelhança do tocante esforço que fez para evitar o atual governo, com apoio parlamentar maioritário. Surpreende que quem já foi economista e ainda se reclama entendido na matéria não se tenha pronunciado sobre os problemas dos bancos onde ganhou dinheiro e amigos seus, do peito e da hóstia, perderam a honra própria e o dinheiro dos outros. Aliás, quando se pronunciou, fê-lo da pior maneira, anunciando que o BES tinha ativos que o punham ao abrigo do pior dos cenários. Os portugueses devem interrogar-se para que lhe serviu a legião de assessores e outros especialistas sem que o

GRAVÍSSIMAS DECLARAÇÕES DO PRESIDENTE DO SINDICATO DO MINISTÉRIO PÚBLICO SOBRE O CASO SÓCRATES

Na sua entrevista de anteontem na TVI Sócrates criticou asperamente o M.P. pela sua atuação no processo dele. Ontem veio o Presidente do Sindicato do Ministério Público, Dr. António Ventinhas, defender a honra da sua corporação, a sua isenção e imparcialidade. Porém as suas declarações demonstram exatamente o contrário, pelo menos no que a ele diz respeito. Com efeito, o Dr. Ventinhas deixou sair da boca o seguinte: "O principal responsável pela existência deste processo tem um nome e esse nome é José Sócrates, porque se não tivesse praticado os factos ilícitos este processo não teria acontecido." É manifesto que estas declarações violam grosseiramente o princípio constitucionalmente consagrado da presunção de inocência do arguido. Com efeito, Sócrates ainda não foi condenado nem sequer acusado e o Dr. Ventinhas já diz que ele praticou factos ilícitos (isto é, crimes, uma vez que de um processo penal se trata). Com tais declarações, o Presidente do Sindicato do M.P.,

A frase

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Os casos da justiça e a injustiça

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BANIF: mais um imbróglio…

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O País está literalmente estupefacto com as notícias sobre o BANIF. Desde os anúncios de uma brutal queda do valor das acções de quase 50% (42,8%) link o que não pode deixar de significar a falência eminente, até notícias sobre a necessidade de (mais) uma rápida intervenção pública link  , facto que leva os contribuintes desde já a porem as barbas de molho, passando ainda por planos de venda de afogadilho (até ao final do ano) link existem informações para todos os gostos. A realidade, que foi camuflada pelas intervenções ditadas pelas instituições europeias, pela necessidade de uma 'saída limpa' e mais recentemente pelo período eleitoral, compeliu o Estado em Janeiro de há três anos a proceder a uma injecção de capital de mais de mil milhões de euros. Desde então o Estado (principal accionista) decidiu manter-se ''quieto' e 'expectante' e assim continuou mesmo após de há cerca de 1 ano ter começado o incumprimento das devoluções. Na lógica

Assepsia republicana

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Sejam quais forem as razões, estamos perante uma decisão higiénica.  As eleições não sufragam casais.

Cavaco e as aldeias históricas

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Na pungente digressão, por aldeias prenhes de história e vazias de gente, fez o viajante o elogio da obra que diz ter realizado e da coligação que teimou em manter no Governo. Foi maior a comitiva do que a receção e mais animado o visitante do que os visitados. No lúgubre encontro com os que restam nessas aldeias não percebeu o visitante a vida que definha no país que ajudou a privatizar e a perder a identidade. Foi uma reunião de espetros, sombras de um país que morre e a assombração da sua derradeira aparição. Serviu-lhe de consolo o pensamento do mundo rural onde foi. Um e outro mantêm-se no segundo quartel do século ido, quando uns se matavam à sacholada por um rego de água e outros à facada por uma leira de terra, durante as partilhas. Todos abominam a política e os políticos. Isso dos partidos é para ladrões e oportunistas. Quando não é único. No ocaso das funções, com as luzes do palco a extinguirem-se, ouviu ainda o viandante as palmas rituais dos que insistem em não m

Excerto de um artigo de opinião

«Oliveira e Costa, com ações a preço de saldo, abriu a Cavaco as portas do BPN. Na hora da desgraça, o silêncio. A Dias Loureiro fê-lo conselheiro de Estado, sem nunca se perceber porquê. Agora, é Rocha Vieira que, volvidos 16 anos sobre o processo de Macau, vai ser agraciado com a Torre e Espada.» (Manuel Magalhães e Silva in  Correio da Manhã) Fonte: DN, hoje, pág. 8

A França, o terrorismo e as eleições

O terror está na origem da atração pelo fascismo islâmico e o medo que este induz foi o motor da vitória eleitoral da extrema-direita na primeira volta das eleições regionais. Na segunda volta não desapareceu a preocupação democrática e o fogo que lavra na União Europeia, mas a demência extremista da Frente Nacional foi contida. Em França, onde a direita é civilizada e urbana, ao contrário da coligação portuguesa, a extrema-direita tem espaço para crescer e ainda está a dois ou três atentados islâmicos da conquista do poder. Urge conter a demência da fé. O medo que levou os franceses a votar na extrema-direita à primeira volta provocou um  medo maior que fez sair de casa, à segunda, mais eleitores em defesa da República. Não é motivo de tranquilidade mas os vencedores da Frente Nacional foram arredados do poder regional em França. Salvas as devidas distâncias ideológicas, vivi a angústia de Marine Le Pen e Marion Maréchal-Le Pen com a mesma alegria com que vivi a de Portas, Passo

Gambia: Um incêndio que alastra…

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Jammeh desfilando com o Corão e adornos religiosos em ambas as mãos O presidente da Gâmbia, Yahya Jammeh , tristemente conhecido por perseguir os homossexuais e pela reintrodução da pena de morte, protagonizou hoje um novo episódio mediático ao ‘transformar’ o seu País num ‘Estado Islâmico’. As ‘justificações’ para tal proclamação são inconcebíveis. Jammeh afirmou que “ …a Gambia não pode dar-se ao luxo de continuar o legado colonial ”. link .  Esta 'boutade' é proferida num País que acedeu à independência há meio século (1965). Ninguém ignora que muitos dos desmandos dos países africanos têm raízes no passado colonial mas tal facto não justifica tudo e principalmente todos os governantes (pós-coloniais) que por livre arbítrio, convicção política, jogos étnicos, divisões religiosas ou por lastro cultural adoptaram a ditadura como modo e modelo de governação.  A ‘culpa colonial’ e os ‘pesadelos’ inerentes ao histórico da exploração de uns povos pelos outros (gé

Cavaco Silva: entre aleivosias e o estertor…

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Cavaco Silva continua a lutar pela afirmação e consolidação da sua agenda política pessoal em total consonância com a coligação de direita, hoje, colocada em minoria e atirada para a Oposição. As declarações de ontem na peregrinação que resolveu efectuar pelas ‘aldeias históricas de Portugal’ (Linhares da Beira, Almeida, Belmonte, Castelo Mendo, Castelo Novo, Castelo Rodrigo, Idanha-a-Velha, Marialva, Monsanto, Piódão, Sortelha e Trancoso) integrando um dos seus oblíquos ‘roteiros’, neste caso, para ‘celebrar’ uma longínqua decisão (há 20 anos), oriunda sua passagem pelo Governo (que sempre se esquivou a uma avaliação), são uma prova desse despudorado desígnio. O PR disse nesta acção interventiva no interior: “ Agora, como nos próximos anos, não tenho a mínima dúvida que os motores de crescimento da economia portuguesa, que os motores do desenvolvimento económico e social do nosso país estão no investimento, no investimento privado e nas exportações. E o investimento e as e