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A mostrar mensagens de outubro, 2015

Grave suspeita

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Reflexão

Não pode ser Cavaco Silva, no seu inferior juízo, a julgar os superiores interesses dos portugueses, o que apenas compete aos partidos que os representam na AR. No velório de ontem sobressaiu o sorriso do oficiante quando o efémero secretário de Estado – filho de Jaime Gama – assinou a precária posse e o olhar com que perseguiu os glúteos de uma desconhecida secretária de Estado provisória. A câmara atenta revelou mais do que as palavras da reedição mitigada do ressentimento que o devora.

O fingimento que pairou na tomada de posse do XX GC…

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Hoje a democracia portuguesa assistiu a um cerimonioso ritual, esvaziado de sentido político, com a lúdica intenção de preservar formalidades. Mais parecia uma sessão de poesia no sentido pessoano do termo. Havia ‘fingidores’ por todo o lado. E, cúmulo da desfaçatez, o coro de jograis, engravatado e sorumbático, fingia que estava ali por 4 anos … A indigitação do partido mais votado (outra coisa é ‘vencer as eleições’) para formar Governo parte de um costume democrático para, no caso presente, desembocar numa abstracção política.  Na realidade, a coligação PSD/CDS quer pela prática dos últimos 4 anos, quer pela sua inflexibilidade ideológica que a leva a querer continuar a desempenhar o papel de ‘bom aluno’ acrítico e subserviente, esgota no seu seio a capacidade de alargar-se ou de suscitar os mínimos consensos (mesmo os mais circunstanciais). A retoma da tese - por parte do Presidente da República - de que governos minoritários podem ser ‘estáveis’ e ‘duradouros’ não pa

XX Governo Constitucional

Na cerimónia fúnebre da tomada de posse do fictício Governo desfilaram os esqueletos dos figurantes a fazerem prova de que sabiam assinar o livro de atas. O dia dos Fiéis Defuntos foi antecipado 3 dias. O lúgubre espetáculo terminou com um discurso da coligação mortuária, lido pelo PR terminal, e outro do líder dos defuntos. Resta saber se estes terão direito ao subsídio de reintegração quando regressarem ao convívio das almas penadas.

Cavaco Silva, o anti – PR

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No início da década de sessenta do século passado, quando do início da guerra colonial, a Legião Portuguesa, em Coimbra, colocou na varanda um cartaz provocatório «Aqui não reside o temor». Na casa de estudantes em frente, a «Real República Prá-Kys-Tão», logo apareceu outro: «Aqui também não». Bastou a imaginação democrática para vencer o desafio fascista. Lembrei-me deste episódio que ficou na memória da cidade e do país com a afirmação de Cavaco Silva, legionário da PàF, esquecido das funções de PR, em relação à ameaça e ofensa aos partidos do novo «arco do poder», não se arrepender de «uma só linha» do novelo em que enredou a lógica, a honra e o respeito que deve a todos os portugueses. Depois de tão insólita insistência na provocação só há uma resposta, a censura de todos os patriotas a quem tem da democracia uma leve ideia, da República total desprezo e da Constituição, que jurou, uma verdadeira amnésia.  

Fascismo nunca mais

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1969 - A questão era saber se era legal as mulheres usarem calças. Este artigo insólito ajuda a conhecer a ditadura clerical-fascista.

Tribunal proíbe o grupo Cofina de publicar notícias sobre a «Operação Marquês»

Como os meus leitores sabem, não me tenho pronunciado sobre processos em curso nos Tribunais e, como diz um ilustre magistrado que é leitor deste mural, «tão justiça é a que condena como a que absolve». Manifesto a minha discordância sobre qualquer decisão que proíba a informação, por mais torpe, oportunista e avençada que seja; por mais repulsa que me mereça; por mais tendenciosa e abjeta que seja, sem, com isto, procurar a absolvição de quem se presta à vindicta, à intriga e à intoxicação. Já a condenação de quem difama, persegue e injuria merece sanções. Também para isso servem os Tribunais. Não aceito limites à liberdade de expressão que não seja a lei de países democráticos. Foi este o caso. É, pois, legal. Mesmo assim, discordo.

Há 79 anos

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O Campo de Concentração do Tarrafal começou a funcionar em 29 de Outubro de 1936 com a chegada dos primeiros prisioneiros. Recordar esta data de ignomínia é execrar o facínora que o quis, o regime que o instituiu e os cúmplices que apoiaram. Tenho o privilégio de ser amigo de Edmundo Pedro, o heroico sobrevivente do antro de terror onde a face mais sinistra de Salazar se espelhou. Vai para ele, para a sua coragem e determinação, o abraço fraterno de quem não esquece a violência do regime e as suas vítimas, lembrando todos os que foram torturados ou mortos a mando do sádico ditador. Quando os salazaristas de ontem querem ser os detentores do poder, hoje, não podemos esquecê-los ou perdoá-los.

Um episódio de pura chicana política, felizmente abortado…

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A 'golpada institucional' com que a Direita pretendia ab initio subverter a próxima legislatura link fracassou e passava por balizá-la, amarando-a de pés e mãos aos instrumentos-chave que a 'maioria neoliberal' europeia foi ditando para sustentar a 'sua solução' face a uma crise financeira, orçamental e monetária que nunca quis discutir, apresentando-a como sendo um 'castigo divino' que se abateu sobre os povos malandros, perdulários e pouco sagazes que habitam o Sul do Velho Continente. Na verdade, o respeito pelos Tratados em vigor - certamente um dos pontos difíceis de consenso da plataforma governamental de Esquerda em constituição para governar Portugal - é o compromisso necessário, realista e objectivo face às condições políticas, económicas e sociais existentes no País, mas não pode violentar as diferentes sensibilidades partidárias na execução dos referidos textos e na análise crítica dos respectivos conteúdos, seja através de uma ‘inter

Ricardo Salgado, a política e o XX Governo

A primeira candidatura de Cavaco a PR foi concertada em casa de Ricardo Salgado, que ofereceu o jantar e o ungiu, tendo como hóspedes e cúmplices os casais Durão Barroso e Marcelo Rebelo de Sousa, todos casais da sua confiança. O erro de casting para Belém nasceu, de facto, pela mão do mais funesto banqueiro da economia portuguesa e coveiro da credibilidade bancária. Agora, num período dramático para o País, sem o orçamento para 2016 e para enviar a Bruxelas, por culpa exclusiva de Cavaco Silva, que dilatou o prazo das eleições até ao limite, mais sensível aos interesses do seu partido do que aos do País, a democracia está suspensa dos seus humores e rancores. Este PR foi um mero veículo de propaganda deste PSD. O ódio aos partidos de esquerda levou-o a convidar Passos Coelho para lhe apresentar uma maioria estável [sem a qual, segundo ameaçou antes das eleições, não daria posse] sem ouvir os partidos. Como comissário político, esqueceu a promessa pré-eleitoral, mera chantagem so

Humor divino

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A frase

«Um governo de amplo fôlego político, que capta personalidades altamente respeitáveis, com experiência política, mas com carreiras profissionais e académicas de grande relevância» (Marco António Costa, vice-presidente, porta-voz do PSD e referência ética da coligação, referindo-se ao XX Governo Constitucional, um governo para Cavaco ver)

Governo espanhol assustado

«Sou partidário de que governe sempre o mais votado. Há precedentes que não me agradam. Vimo-lo em municípios [casos de Madrid, Valência ou Saragoça] em que todos se puseram contra o PP e não gostei. O que estou a ver agora em Portugal também não me agrada». (Mariano Rajoy, presidente do governo espanhol e do PP)

É a esta gente que Cavaco insiste em confiar o País

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Com a cadeira do líder vazia, coube a Marco António segredar a tática.

Para memória futura

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Quarenta anos de democracia não apagam as mazelas genéticas de quem aprovava a ditadura e nada fazia para pôr fim à opressão, sendo indiferente ou conivente. Há quem não tenha reconhecido o carácter criminoso da PIDE, da guerra colonial e do fascismo salazarista. Há quem não tenha sentido qualquer sobressalto com as torturas, o degredo, as prisões arbitrárias e os assassinatos, mas quem não formou convenientemente a personalidade durante quatro décadas de democracia, facilmente exonera da lapela o cravo e do pensamento o povo.  

Cavaco e os discursos

Há em Cavaco Silva um doentio fascínio pelo abismo. Nota-se quando as comunicações ou discursos são da sua autoria. Os confrangedores momentos da sua passagem por Belém são tristemente memoráveis, reeditando os piores do seu consulado como PM. O discurso de vitória do segundo mandato revelou o mais primário espírito de vingança, de onde a ética e a urbanidade foram exoneradas, um soberbo tesourinho deprimente. A aprovação unânime do Estatuto dos Açores exasperou-o, num dos raros momentos em que tinha razão. Manifestou-se contra e devolveu-o, como era seu direito, à AR. Depois, quando confirmado, obrigado a promulgar o diploma, descarregou o rancor sobre os deputados num patético e ofensivo discurso de quem não respeita a separação de poderes e tem pelo parlamentarismo um ódio salazarista. Agora, na indigitação de Passos Coelho para formar governo, direito que lhe assistia, revelou o azedume que a CRP, a democracia e os eleitores lhe provocam, com  ameaças intoleráveis, desajust

A PIDE existiu

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Quem sabe se não foi o seu desmantelamento que permitiu grandes carreiras políticas a quem a podia ter servido.

Portugal deve precaver-se contra qualquer tipo de ultimatos?…

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A ‘crise política’ – é já impossível disfarçá-la – tem o seu epicentro em Belém. O regime mostra-se periclitante perante um travestismo político e institucional verdadeiramente inaudito e saloio. Assiste-se a um improvisado duelo: Constituição versus Tradição. Confronto que não tem um árbitro efectivo já que o Presidente da República resolveu, descaradamente, ‘ tomar partido ’. Ontem, com a eleição do Presidente da Assembleia da República, ficou bem mais visível até onde pode chegar o larvar confronto.  Na realidade, perante os preceitos constitucionais – que obrigam o PR – este resolveu contrapor os ‘compromissos europeus e internacionais’ que, aparentemente, qualifica como imutáveis.  Se é verdade que as condições objectivas do País não permitem questioná-los, no imediato, seria bom salvaguardar que, para futuro, não existem ‘vacas sagradas’. Qualquer regime democrático não pode permitir esse tipo de condicionamento e de imobilismo. Aliás, ninguém assente nos arraiais da

A Concordata é um abcesso na laicidade do Estado

Ninguém duvida da necessidade de punir um falso médico pelos riscos a que sujeita um paciente incauto que se lhe submeta, um falso engenheiro que desconhece a resistência dos materiais e põe em risco a solidez de um edifício, um falso professor que não ensina aos alunos o que deve, mas não se percebe porque há de o Estado punir os falsos padres. Para além do gosto duvidoso de se vestirem como mulheres, os verdadeiros e os falsos, gostos não se discutem, não se vê que caiba ao Estado atestar a validade do alvará que confere legitimidade para transformar em água benta a outra. Acaso ficará pior sacramentado, confessado, comungado ou ungido o crente que receba de um falso padre os sinais cabalísticos ou ouça a palavra de uma empolgante homilia por um verdadeiro ou falso ministro do culto?! Salvo, por razões fiscais, de que o Estado português injustamente abdica, que interesse tem que a partícula seja ministrada por quem saiba ou não latim? Há coisas que só a cumplicidade pia justi

Parabéns, Sr. Presidente da A. R.

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Pode espumar de raiva o dono da Gaivota Azul, babar-se pela comissura dos lábios o amigo de Dias Loureiro, digerir mal a azia o ex-acionista da S.L.N., ameaçar o país e atiçar o ódio entre os portugueses. Os deputados não se deixaram intimidar. Estiveram à altura do mandato que receberam. Foi feita justiça a quem foi vítima do aproveitamento sórdido de um nebuloso escândalo sexual e que permitiu ao futuro paquete de Bush ser PM. Ferro Rodrigues, alheio ao processo judicial, foi chamuscado graças à intriga da central de intoxicação que começou a formar-se.  Foi ressarcido.

Coimbra - Confiscação de um passeio público

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O SR. SILVA TIROU A MÁSCARA

Durante toda a legislatura que agora terminou, o PS, o BE e o PC manifestaram-se radicalmente contra o governo de Passos Coelho e a coligação PSD/CDS que o apoia. Essa oposição radical recrudesceu durante a recente campanha eleitoral. Assim, não há qualquer dúvida de que quem votou num desses três partidos votou contra esse governo e essa coligação. E as pessoas que assim votaram constituem a larga maioria da população. Pois o Sr. Silva, contrariando a vontade da maioria do povo português, usou, ou melhor, abusou do cargo de PR que ocupa para favorecer o seu partido, reincidindo em nomear para primeiro-ministro o dito Passos Coelho. Isto é: o Sr. Silva tirou a máscara e demonstrou claramente que não não age como Presidente da República mas sim como presidente do PSD.

É preciso reforçar os poderes de Cavaco Silva

Quando se chega a presidente da República, ainda que sem cultura ou sentido de Estado, não se aceita que o mais alto magistrado da Nação não possa reescrever a Constituição, mandar deter os socialistas, prender os comunistas e deportar os bloquistas. Reservar para o mais alto cargo da República o mero direito de insultar quem votou nos partidos errados e de chantagear o povo que preveniu para não votar onde não queria, é uma grave restrição a quem há mais de quarenta anos se conforma com a democracia. O PR devia ter poderes discricionários para evitar aos portugueses vê-lo em sofrimento na televisão, a tremer, e com baba a escorrer pela comissura dos lábios enquanto adverte quem é bom e mau, melhor do que um padre de paróquia saído do Concílio de Trento. Portugal pode dar um péssimo exemplo, como já sucedeu com o 25 de Abril, à vizinha Espanha e, depois, quem sabe, alastrar à Europa a lepra da democracia, um sistema que já Salazar dizia não servir para Portugal. Cavaco

Dito e lido

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«Na minha perceção, e daquilo que nos chega todos os dias no terreno, já houve tempos em que as famílias estavam pior. Nó último ano, a situação de muitas famílias registou, de alguma forma, uma melhoria». (Isabel Jonet, presidente dos bancos alimentares contra a fome e apoiante da caridadezinha) ***

Durão Barroso

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Esta luminária da ética e da política, a mais assombrosa ilustração do Princípio de Peter, anda pela Europa, onde chegou a ser o mais alemão dos portugueses e o mais americano dos europeus, a intrigar contra 60% dos eleitores portugueses. Esqueceu os negócios privados, o inepto governo donde fugiu para receber na Comissão Europeia os trinta dinheiros da mentira sobre as armas químicas de Saddam Hussein; esqueceu as provas que jurou ter visto em Londres, onde se deslocou para ver o que não existiu; esqueceu o crime de que foi cúmplice, ao enviar a GNR para o Iraque; esqueceu o pouco edificante servilismo a Bush, Blair e Aznar, companhia pouco recomendável, e usou o pesado cadastro como virtuoso currículo. Agora, perante o nojo que causa e a indignação que provoca, presta-se a ser o subalterno de Relvas e Marco António ao serviço da pior direita e do pior PR. De ex-mordomo das Lages passou a caixeiro-viajante da central de intoxicação da direita e ausentou-se para a Europa a zurrar

Tempo de antena do PSD

O monólogo do velho e ressentido salazarista não passou de chantagem partidária com a dissimulada ameaça da impensável intervenção da Nato e o desesperado apelo às instituições da União Europeia para destruírem o que o seu partido não conseguiu.

Coimbra - Cenas do quotidiano

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Reprodução de uma foto desconhecida em que uma virgem se encontrou com outra.

Cavaco Silva e a democracia

Quando Cavaco Silva encarregou o ainda primeiro-ministro a “iniciar diligências para procurar uma solução governativa”, antes de ouvir os outros partidos políticos, não se deu conta de que à Constituição sobrepôs os interesses partidários, ao País os seus e à democracia a sua formação política. Depois de três democratas sólidos que o precederam foi penoso assistir a uma década em que o Palácio de Belém se transformou no secretariado da Propaganda da Direita. Não se lhe exigia cultura, rasgo ou sensibilidade, apenas um módico de isenção que tivesse poupado Portugal à deprimente intriga com as escutas inexistentes, que fizeram de Fernando Lima estafeta e de José Manuel Fernandes serventuário, para desacreditar o PM, à descontrolada explosão de cólera contra a A.R., após a aprovação do Estatuto dos Açores, ou ao rancoroso discurso de vitória da sua reeleição. O País esqueceria a vivenda do condomínio do BPN na praia da Coelha, o negócio das ações da SLN, o sorriso das vacas açoriana

Carta do Marcelinho a Salazar

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Cavaco Silva

Ao ter assumido a agenda do PSD como sua e dilatado a legislatura até ao máximo legal, tornou-se o único responsável pela ausência, em tempo oportuno, de um Orçamento de Estado para o País e para enviar a Bruxelas.

A Frase

«Julgamos que estão criadas as condições para que o PS possa formar um governo que disponha de um apoio maioritário na Assembleia da República e que assegure condições de estabilidade no país». (António Costa)

Blá… blá… blá…

“Nem precisamos de inimigos. Sempre nos bastámos a nós mesmos para nos derrotarmos”. (Mia Couto, in “a confissão da leoa”, pág. 52) Todos os votos valem. Os homens nascem iguais. Sem partidos não há democracia. O povo não votou nos partidos, votou na Nato. Não está na Constituição, mas devia. O voto é livre mas seria inconcebível que partidos não entusiastas da Nato contassem. A velhinha diz, quem me tira a Nato tira-me tudo. O invasor do Iraque é que diz o que é bem para o país, no Iraque enganou-se nas armas químicas, em Portugal no povo. Na noite em que marcou as eleições, o feliz proprietário da vivenda Gaivota Azul ameaçou não dar posse a um governo minoritário. As vuvuzelas exigem que se forme maioria de um só lado. O transacionador das ações da SLN, entre o que jurou e o que pretende não hesitará. Quem mais jura mais mente. Nós sabemos disso. Blá.. blá… blá…

Inqualificáveis

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Passos Coelho e o convite a António Costa

Com a colossal chantagem da comunicação social, de todos os avençados e de todas as armas ao serviço da direita e dos seus interesses, Passos Coelho convida António Costa para o Governo. Não se disponibiliza a ser ministro dele, quere-o para seu ministro. Oferece lugares sem abdicar do poder. Resta saber se, convicto do direito ao cargo para que lhe mingua capacidade, estaria disposto a dar a vice-presidência do ministério a Costa e remeteria o seu ornamento Portas para ministro da Agricultura. Entretanto, nas televisões têm lugar todos os que ajudem a perpetuação do poder onde Relvas, Marco António e Paulo Júlio colocaram o mais bem apessoado e pior preparado PM do período democrático. As redes sociais estão cheias de especialistas a sabotarem a discussão política honesta, de forma truculenta ou sem os primarismos de Marco António, Cavaco e Passos Coelho. Nas televisões de sinal aberto pontificam ministros em campanha eleitoral, no intervalo das colocações dos amigos, ou deposit

Resolução do imbróglio pós eleitoral: um prato de lentilhas…

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Quando a Esquerda quer sair da tribuna opinativa ou abandonar o reduto do protesto está o caldo entornado. Esta a grande lição que os resultados eleitorais de 4 de Outubro nos dão. Enquanto opinativa a Esquerda é tida como respeitável, considerando-se que, nessa remansa pacatez, faz o jogo da democracia. A Esquerda, mais à esquerda, ficando remetida ao seu papel de protesto é tolerada se comportar bem e não cometer excessos. E os excessos são sempre apresentados como perturbadores (dos interesses) assumindo uma conotação de radicalismo e mistificados como boicotes, alijando pela borda fora a inicial caracterização potestativa.  Quando incomodam os negócios (nomeadamente as negociatas privadas à sombra de cargos públicos)  são primariamente rotulados de ‘irrealistas’ e rotulados de 'radicais'.   Em desespero de causa até podem merecer a classificação de antidemocráticos ou de ‘alta traição’. Todas as facetas que a Esquerda possa apresentar, directamente dependen

É preciso topete

A nomeação de Marco António Costa, vice-presidente do PSD, para porta-voz da coligação de direita, revela, tal como o elogio a Dias Loureiro, como empreendedor, o nível de exigência ética do atual líder da coligação de direita. Nem precisam de que lhes averiguem o passado.

Maria Luís Albuquerque: a última chicana...

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Perante as acusações de António Costa de que o Governo ‘está a esconder dados sobre a situação real do País’ link , foram solicitados ao Governo dados da execução orçamental e da evolução macroeconómica. Respondeu Maria Luís Albuquerque, ao que é suposto ainda ministra das Finanças em funções que, invocando a qualidade de militante do PSD e deputada eleita por Setúbal, negou qualquer ocultação e fez uma veemente profissão de fé na transparência das finanças públicas link . Qualquer português percebeu que começam a assaltar os espíritos sérias dúvidas de que a situação no sistema financeiro nacional poderá não ser tão estável e consolidada como a anunciada repetidamente aos portugueses na sequência do chamado resgate e do louvaminhado ‘fim do protectorado’. Continuamos a viver à sombra e na dependência de favores do BCE mas esta circunstância é, também, para esconder. Aliás, sabendo que a parte substancial dos problemas financeiros ligados à crise da dívida soberana é subsi

A realidade passível de uma ocultação sistemática e impune...?

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“ Passos Coelho está a esconder dados sobre a situação real do País ”. link . A acusação de António Costa não é propriamente uma surpresa. Existiam todos os indícios que ‘isso’ poderia estar a acontecer. Quem segue, no abstracto, por exemplo, a evolução em Portugal das taxas de desemprego nos últimos 2 anos e o crescimento do PIB por igual período verifica que os dados publicitados desafiam frontalmente a chamada Lei de Okun que, não sendo um ‘decreto divino’ (infalível), é uma das constatações mais confiáveis da macroeconomia link . Assim, e tendo em consideração o teorizado na referida lei, para fazer descer em 1% na taxa de desemprego precisaríamos de verificar um crescimento do produto acima dos 2% (isto aplica-se tanto a países desenvolvidos como aos periféricos). Precisamos, portanto, de informação mais detalhada de como se passou da taxa 17,8%, em Maio de 2013, para uma taxa abaixo dos 13,0% em de 2015 link , a par de um crescimento do PIB relativamente anémico,

O desabar de um arco que parecia assegurar ad eternum o triunfo…

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Depois das eleições de 4 de Outubro, a Direita mostra-se inquieta. Pode estar prestes a cair um dos mitos que lhe assegurou, durante quase 40 anos, isto é, desde a instauração do regime da III República, nascido com o 25 de Abril, uma regular permanência no poder.  O mito teve por base a fantasmagórica criação de um ‘arco’ partidário que foi apelidado como sendo o da ‘governação’, ou se quisermos, ‘do poder’.  Deste modo, e paulatinamente, excluiu-se do processo democrático representativo um largo contingente de eleitores (nas últimas eleições cerca de 1 milhão) criando um 'instrumento político' capaz de garantir uma permanente rotatividade confinada ao Centro, sem comtemplar ou permitir veleidades de outras 'alternativas'.   Quem se afastasse desse ‘ Centrão ’ oculto, e aparentemente ‘tutelar’ da nossa democracia, ficava automaticamente excluído de participar na governação. É verdade que este iníquo processo foi ‘vendido’ como contendo no seu seio uma aparent

A FRASE

«Fechar a porta a quem finalmente dá sinais de a querer abrir consistiria num erro histórico». ( Carta aberta de Jorge Lacão a Francisco Assis»

O senhor Silva e o próximo governo

Cavaco Silva (CS) diz que transmitirá diretamente aos portugueses as decisões que vier a tomar mas já terá dito ao presidente do seu partido que o vai indigitar, ao contrário do que tinha prometido para chantagear o eleitorado. CS prometeu não dar posse a um Governo sem maioria estável mas, atendendo aos interesses do PSD, o PR far-se-á esquecido, como sucedeu com a aquisição da vivenda Gaivota Azul ou o modo de pagamento das ações da SLN. Prefere um governo instável do seu partido a um governo estável do PS com apoio parlamentar do BE e PCP. A divisão do PS, no que foi ajudado por alguns militantes, é o seu objetivo, desejoso de o tornar um mero ornamento do PSD igual ao CDS. É preciso dividir a esquerda para que a direita se perpetue no poder. A dignidade que as funções exigem é irrelevante para quem nunca as devia ter exercido.

A sociedade e o trabalho

No mesmo dia em que o Tribunal Constitucional chumbou o aumento da carga horária que o Governo queria impor aos funcionários autárquicos, a Suécia reduziu a jornada de trabalho de 8 para 6 horas, para tornar os trabalhadores mais felizes e mais concentrados durante a atividade e aumentar os índices de produtividade. Foi uma notícia excelente que devia servir já de exemplo. Importa mais a distribuição do trabalho e dos lucros do que a produtividade quando novas tecnologias, ao contrário das de épocas anteriores, destroem pela primeira vez mais postos de trabalho do que os criados. Os proventos devem ser também repartidos, o que não pode continuar é a chaga do desemprego. Parece haver na decisão sueca uma mudança de paradigma em relação aos anseios de justiça que, no passado, o socialismo demandou, tantas vezes de forma trágica e com sacrifício das liberdades. O trabalho é um bem cada vez mais escasso e, por isso, urge democratizar o acesso. Não se pode conviver com legiões

O regresso manso do salazarismo

A colossal chantagem da comunicação social sobre António Costa, com os donos a comandarem a agenda, das confederações patronais e da própria Igreja católica onde o bispo António Marto, vidente de Fátima, por apelido e consanguinidade, revela o pavor da democracia quando os resultados não favorecem os interesses da pior direita, do pior PR e do pior governo do regime democrático. Os humores e rumores dos manipuladores da Bolsa de Valores, dos terroristas das agências de ‘rating’ e dos oportunistas de todas as ocasiões, revelam também o pavor da perda do poder. Hoje já não precisam de assassinar o líder da oposição, como Salazar fez a Humberto Delgado, basta-lhes dar voz aos que não a teriam, se não se passassem para o seu lado, e mobilizarem a sua máquina de terror. No PSD de hoje não caberiam os antigos presidentes, Sá Carneiro, Emídio Guerreiro ou Nuno Rodrigues dos Santos, como já não cabem Manuela Ferreira Leite, Pacheco Pereira ou António Capucho, tal como não cabe no CDS Fre

O parágrafo (2)

«O poder político continua a envergonhar-se de Fátima. O Santuário cresceu com ofertas dos peregrinos e não com apoios do governo e, nesse sentido, manteve sempre uma distância e uma independência em relação ao poder político». (Carlos Cabecinhas, CEO da maior área comercial coberta da fé católica, em Portugal, com o pseudónimo de ‘Reitor do Santuário de Fátima’)

O parágrafo

«Há uma coisa que sei: os eleitores socialistas não votaram no PS para um governo com o PCP e o BE. Toda a gente sabe que não foi esse o sentido de voto dos eleitores socialistas». (Durão Barroso, cúmplice da invasão do Iraque, depois de ter visto as provas das armas químicas de Saddam Hussein, e improvável eleitor de António Costa)

Se Cavaco Silva (CS) fosse Presidente de todos os portugueses…

…não acabaria presidente de 38%. CS, ao assumir como sua a agenda do seu partido e ao transformar a lealdade que devia aos portugueses em submissão aos interesses do PSD, colocou-se à margem da CRP e perdeu a confiança e o respeito que lhe era devido pelas funções para que foi eleito. Depois da intolerável interferência no processo eleitoral, apresentou-se como o homem que sabia “muito bem aquilo que vai fazer” quando, como se vê, sabia tanto como sobre a solidez do BES ou as escutas que o anterior Governo (não) lhe fazia. A azia causada por 1 milhão de eleitores, que tinha condenado ao limbo e que António Costa resgatou para o confronto democrático na AR, serve aos derrotados dentro do PS para um ajuste de contas mas não serve o país nem a democracia. A inépcia na previsão da legitimidade democrática de vários cenários tornou-o o único culpado pela dilatação da legislatura, até ao limite, e pela inexistência de um orçamento atempado para o País e para ser apresentado

O Islão e os Direitos do Homem

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* Brito é o português que é considerado um dos maiores desenhadores franceses.

António Costa e a reação

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Cada um faz dos resultados eleitorais a leitura que lhe convém mas excluir alguém, eleito democraticamente, da participação política revela a pulsão antidemocrática que domina este governo, esta direita e este PR. A chantagem feita durante a campanha eleitoral, e agora continuada na comunicação social, com a demonização do PCP e do BE, foi derrotada nas eleições. Se o PR preza muito a governabilidade e a democracia deve convencer o PSD e o CDS a apoiarem o PS, sem exigências intoleráveis, como parece estar a acontecer com o PCP e o BE. A coragem de António Costa, com passado impoluto de democrata e honrado cidadão, é um exemplo que, independentemente do seu futuro político, em risco, deve frutificar. António Costa, ao ouvir todas as forças partidárias, o que cabia em primeiro lugar a um PR, mostrou que é antidemocrática a exclusão política do PCP e do BE, como a reação pretendia. O PS fica com a liberdade futura de não se deixar aprisionar. Essa inestimável herança é um le

Inquietações à volta do Médio-Oriente...

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A situação criada pelo 'Estado Islâmico' no Médio Oriente está cada vez mais complexa e incontrolável.   A entrada da Rússia no cenário bélico que todos os dias se exacerba, nomeadamente na Síria, veio alterar substancialmente ocultos equilíbrios estabelecidos, pelo Ocidente, nesta região.   As soluções de ontem perdem pertinência e validade no dia seguinte. Há todavia a sensação que as forças de Putin lançaram, contra os jihadistas, uma 'guerra sem quartel' que não deixará de ter consequências no terreno.   Ninguém percebe onde começa e acaba o terrorismo neste País. Desde o terror das forças de Bashar Al-Assad, ao do Exército Livre da Síria, aos grupos ligados à Al-Qaeda e, por fim, ao Daesh, há facções (e fracções) para todos os gostos.   Moscovo pretende, para já, 'salvar' o regime de Damasco. É do seu interesse estratégico (militar) imediato para o Mediterrâneo oriental. E provavelmente pretende que continuem a existir instituições sírias

A guerra colonial e os afetos - BCAÇ. 1936

No dia de hoje, há 48 anos, da amurada do Vera Cruz, olhámos destroçados o cais de Alcântara onde acenavam lenços de familiares desfeitos na pungência da despedida por entre os quais circulavam gajas sorridentes do Movimento Nacional Feminino, bufos e outros biltres da ditadura. Seguiram-se vinte e seis meses e seis dias de degredo pelo crime de sermos portugueses. O cativeiro, dentro e fora do arame farpado, partilhando medos e ansiedade, forjou laços que só pode compreender quem o sofreu. Há quem sinta a nostalgia do império e pense poder ter ganhado a guerra que foi ganha pela Frelimo, quem baralhe os algozes e as vítimas; outros não calam a revolta contra a guerra de que ainda é cedo para falar e não há já tempo. Todos trazemos dentro de nós a guerra, com fraturas expostas e a sangrar por dentro. São essas marcas que nos unem na intensa afetividade que marcam os encontros anuais. Ontem, com uma deslumbrante vista sobre o Douro, matámos saudades no restaurante Varanda da Régua

Será possível romper com o ‘status quo’ neoliberal?

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António Costa, representando o PS, reuniu-se com a coligação de Direita, a solicitação desta anunciada na noite eleitoral, para trabalharem sobre a viabilização de um futuro Governo. O propósito da Direita viria a ser adoptado pelo Presidente da República na sua comunicação pós-eleitoral aos portugueses. Coincidências obvias e repetitivas. Mas até aqui tudo bem. Trata-se de contactos normais e habituais entre partidos representados no Parlamento no período que antecede a formação de um novo Governo.  Resta saber quando essa coligação terá disponibilidade de encontrar-se com os restantes partidos. Ou se vai seguir a política de exclusão ‘decretada’ pelo actual Presidente da República. Ontem, ao que se supõe, realizaram-se contactos exploratórios, norteados por um tremendo vazio e dá a sensação que a Coligação de Direita esperava conduzir o processo um pouco no estilo dos negócios berberes. Isto é, o PSD e o CDS/PP aguardava que o PS apresentasse uma listagem reivindicativa e de

Eleições presidenciais

Agora, que a formação do novo governo está em curso, sob a chantagem da formidável central de intoxicação da pior direita do regime democrático, depois de ter falhado o golpe constitucional do seu mandatário em Belém, é urgente preparar o fim do pesadelo Cavaco Silva / Passos Coelho / Portas. Há uma certeza, o próximo presidente nunca será pior do que o atual, seja quem for que ganhe as eleições presidenciais. O PCP tomou uma atitude correta e patriótica, escolhendo o seu candidato. É tempo de todos os que abominam este presidente, esta maioria e este governo em funções, lutarem para que o pesadelo se desanuvie. Demonizar quem quer que seja à esquerda é beneficiar esta direita que não se confunde com a direita civilizada expulsa do CDS e a marginalizada no PSD por Relvas e Marco António que apostaram na cabeça leve e fotogénica de Passos Coelho, para perdição de um país que já tinha em Belém quem todos dolorosamente sabemos. Sem dependência partidária, votarei Sampaio da Nóvoa

Reflectindo sobre as eleições e a enviesada leitura vinda de Belém …

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As eleições legislativas de 4.10.2015 vieram confirmar aquilo que a Esquerda mais temia. A social-democracia não consegue opor-se à cavalgada neoliberal que infesta a Europa, melhor dizendo, o Mundo.  Tornou-se inadiável, em Portugal e no Mundo, repensar estratégias no campo da política e das respostas financeiras, económicas, sociais e culturais capazes de criar alternativas aos eleitores fazendo a diferença com o status quo que, penosamente, se arrasta desde os consulados de Thatcher e Reagan. Esta(s) situação(ções) abre(m) um terreno onde um alargado (e demorado) debate político e ideológico terá de ocorrer e obviamente não cabe(m) dentro do âmbito deste comentário. A luta política não se pode circunscrever aos parâmetros e cânones de uma democracia formal (embora continue a passar por aí) onde aparelhos partidários assaltam o poder e controlam tudo e todos (números, estatísticas, órgãos de comunicação social e para além de tudo benesses e dinheiros).  É muito bonito (p

Uma coisa em forma de assim

Peço emprestado ao grande poeta surrealista, Alexandre O'Neill, o título do livro que reúne a sua produção literária em prosa para classificar a insólita atitude de Cavaco Silva, ainda residente no Palácio de Belém, ao indigitar Passos Coelho para formar governo, sem ouvir os partidos, ao arrepio da Constituição da República Portuguesa. Não é legítimo pensar que tenha obedecido ao seu partido, nesta decisão que se queria de Estado, à semelhança do que pareceu ser o anterior comportamento. Sem risco de cair sob a alçada do Código Penal, só pode admitir-se que os seus assessores desconhecem a Constituição da República Portuguesa. Desgraçadamente.

Os meninos do Ordonho

Mais de seis décadas passadas, não posso garantir que todos os anos entrasse na escola um novo irmão, a memória já não é o que foi, e foram vários os filhos dos caseiros da Quinta do Ordonho que diariamente percorreram cerca de três quilómetros até à escola de Vila Garcia, no concelho da Guarda, e igual distância para o regresso a casa. A assiduidade era espantosa, só quebrada quando a ribeira do Noémi transbordava e, no caminho, submergia o pontão que ligava as duas margens. Sapatos, onde os haveria, fosse verão ou inverno? A merenda, única refeição, se assim pode chamar-se ao que traziam os irmãos do Ordonho e as crianças do Carapito ou do Cairrão, as do Cume iam a casa enganar a fome, resumia-se a um naco de pão centeio, às vezes de cevada, com o parco peguilho que iam distanciando da boca para surdir até ao fim do pouco pão. Não eram diferentes de quase todos os alunos que, nas décadas de quarenta e cinquenta do século que foi, frequentavam a escola numa das mais pobres aldeias