ONU

O aparecimento de uma candidatura não escrutinada [hoje, dia 28] é o resultado de interesses protegidos por negociações ocultas. A sua eventual vitória será a subalternização do cargo de secretário-geral.

Nem a nova candidata nem quem a patrocina se prestigiam. Apenas conseguem que a ONU se torne uma mera correia de transmissão de certos interesses geoestratégicos. Pode ser uma boa candidata para a Alemanha e para os EUA, mas não o é para o mundo.

A alegada transparência que as cinco votações secretas pretendiam demonstrar fica manchada pela não aceitação do candidato mais consensual e considerado o melhor preparado.

Guterres tem o perfil ideal para secretário-geral da ONU, mas nunca seria um vassalo de quem quer que fosse. O nome defendido por Durão Barroso, essa referência ética da UE, na última conferência de Bilderberg, acabou por avançar, em desespero de causa, com a bênção do Partido Popular Europeu.

Temeram em Guterres a coragem e independência de um Dag Hammarskjöld. Não é a ONU que se desprestigia, é o mundo que fica mais vulnerável aos interesses que patrocinam a nova candidatura.

Comentários

e-pá! disse…
Kristalina Georgieva, búlgara, vice-presidente da Comissão Europeia, não uma simples candidata da Srª. Merkel ao cargo de Secretária-geral da ONU.
A dita senhora é muito mais do que uma jogada de Berlim. É também a candidata do Grupo Bilderberg que a lançou ‘informalmente’ na reunião de Junho, onde Durão Barroso esteve presente na companhia da Srº. Georgieva e cujo papel desempenhado pelo ex-Presidente da CE, é denunciado em toda a sua plenitude no artigo da La Stampa 16.06.2016 link.
A ONU já não tem qualquer pudor para disfarçar ou esconder as suas palhaçadas. Agora as rábulas fazem-se às escâncaras.
E Barroso continua a mentir com quantos dentes tem na boca link.
O melhor é virmos para a rua gritar: a hipocrisia ao poder. Já!
e-pá! disse…
A marcação precipitada, e em cima da hora, de uma reunião da Assembleia Geral da ONU, que só pode ser entendida como extraordinária ou arbitrária, para ouvir a candidata Kristalina Georgieva, para 4 dias depois do lançamento público da candidatura, pode ser tudo menos a ‘normalidade’ link.

E é tudo porque não é possível, com esquemas deste tipo, disfarçar aa arbitrariedades e prepotências que estão por detrás. Estas atitudes minam o conteúdo e o funcionamento democrático deste fórum de Nações, criado para pacificar as relações entre Estados.

Uma reunião apressada – mesmo que esteja a ser trabalhada na sombra há muito – não substituiu, no processo em curso, um conjunto de prestações públicas (5 no total) e subsequentes avaliações, que ocorreram atempadamente e em condições de igualdade.

A ONU não pode ‘comprometer-se’ com este tipo de discriminações. Não é aceitável a existência de candidatos com prerrogativas diferentes e privilégios especiais.
Como, democraticamente, não é tolerável a existência de Nações aí representados com direitos e deveres diferenciados. Já basta o crivo do Conselho de Segurança da ONU onde um reduzido número de membros, com assento permanente, tem direito de veto (irrevogável).

Se ao direito de veto somarmos 'jogos de bastidor' deste tipo (também denominados de ‘actividade diplomática’) onde grupos de Países ou de pressão à margem do funcionamento 'normal' do areópago internacional e, como podemos supor subsidiários de nebulosos interesses (lobistas), tenham força para mudar as regras do jogo a meio do jogo, o mínimo que podemos dizer é qua a candidatura de Kristalina pode ser tudo, menos ‘cristalina’...
e-pá:

É o que se chama uma cristalina golpada.

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