Apelos ao racismo e à xenofobia

As minhas contradições

Quem, como eu, defende a liberdade de expressão, sem outros limites que não sejam os que as leis democráticas consagram, incluindo o direito ao insulto e, sobretudo, à tolice, desde que a violência física esteja ausente, vê-se confrontado com as suas contradições. A crítica, por mais vigorosa que seja, é um fator de vigilância que obriga à reflexão.

Não sendo masoquista, evito locais onde sei que são soezes os insultos e inquietantes as ameaças, jornais que me agridem ou artigos de escribas com posições, insuportáveis. No entanto, do mesmo modo que zurzo a direita que confiscou o PSD e o CDS, aceito igual tratamento pelos devotos capazes de ver em Cavaco um cidadão recomendável ou em Passos Coelho mais do que um medíocre patriota de lapela.

Como não sou masoquista, afasto-me dos canais televisivos que me parecem canos de esgoto a céu aberto, com tias cortadas às rodelas e acidentados a escorrer sangue. Devo a estes cuidados o resto de sanidade que me resta.

Antes do jantar, incrédulo com o que ouvia, estupefacto com a manipulação de imagens, em estado de estupor, assisti ao tempo de antena do autodesignado partido PNR, com ideologia nazi, em apelos racistas e xenófobos, na RTP-1.

Eram 20H00. Desisti do telejornal.

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