PSD: a passadeira deserta da refundação sucessória e sucessiva…

O PSD, sob a liderança de Passos Coelho, nunca aceitou o resultado das eleições de 2015. Surpreendido com o entendimento ocorrido entre as forças de Esquerda que permitiu ao PS governar, apostou a partir daí na precariedade dessa solução política e dedicou-se a torpedeá-la. A chicana política que está a alimentar à volta da CGD é um caricato exemplo desta situação de deambulação permanente mas, infelizmente, capaz de acarretar avultados prejuízos para o País.
 
Passos Coelho enredou-se de tal maneira nessas manobras de diversão política que se esqueceu das eleições autárquicas. A menos de um ano da sua realização a única situação visível é a recandidatura dos autarcas que foram eleitos há 4 anos (e estão em condições de se reapresentar).
 
As notícias de hoje sobre a candidatura à Câmara de Lisboa confirmam todo este desenvolvimento tático. Conversações sobre o apoio à candidatura de Assunção Cristas link, prontamente desmentidas link, só vêm confirmar o que está na forja.
Mais, poderão fazer parte de uma congeminação do partido de Passos Coelho para uma repartição de poder futura que não se vislumbra. Mais uma vez o atual líder do PSD mostra continuar agarrado ao seu estado de negação face à atual situação governativa.
 
Anúncios sucessivos tendo por base um calendário, sem nada de concreto na vertente política, mas prenhe de evocações litúrgicas, como foi o último dos reis magos, logo a seguir à vinda do diabo, revelam o caminho para uma infantil e incrível crença no Pai Natal e uma angustiante espera que alguém lhe coloque uma prenda no sapatinho.
 
Foi no que deu ter como objetivo prioritário ser um ‘bom aluno’ quando a UE sofreu uma dramática deriva neoliberal. Hipotecou todo o capital político de um partido liberal que foi sendo construído desde Sá Carneiro. Dedicou-se de alma e coração (para continua na terminologia piedosa) a uma opção ultraconservadora (o neoliberalismo assenta aí) acabando por esfrangalhar o partido político que tem vindo a dirigir.
 
A situação atual do PSD é muito clara. O problema da sucessão de Passos Coelho começa a ficar ultrapassado. O mais verosímil – a manter-se este escorregar pelo ‘passismo’ – é o partido, que ao pretender ocupar algum (parte) espaço no Centro político nacional, está já a pensar na ‘refundação’. Aliás, as 'refundações' são uma arma e um terreno predileto da Direita, como as 'reconstruções' são para o Esquerdismo.
Portanto, a busca (que tudo indica já estará em curso) não deverá ser de sucessores mas sim de ‘refundadores’.
E o círculo de gente com virtudes suficientes para tal tarefa começa a estreitar-se.
 
Foi a esta situação que a actual direcção do PSD conduziu o partido…

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