É precisa a unidade na diferença para que o direito à diferença permaneça

Quem, na madrugada que todos [os democratas] esperávamos, encontrou “O dia inicial inteiro e limpo / Onde emergimos da noite e do silêncio / E livres habitamos a substância do tempo», como Sophia de Mello Breyner definiu o 25 de Abril; quem se habituou, entre 1961 e 1974, a não perguntar aos companheiros, empenhados no derrube do fascismo, se integravam algum partido; quem participou no primeiro 1.º de Maio, no Estádio que levaria o nome desse dia, com 1 milhão de pessoas; quem distribuiu durante a ditadura panfletos e jornais, sem perguntar a origem; quem sofreu a guerra colonial e a repressão da ditadura, não se conforma que a direita se una em torno dos seus interesses e a esquerda se divida à volta das suas ideias.

Há um módico de pragmatismo que deve unir os que restamos das lutas e transportamos a memória da repressão com os que vieram e querem preservar as conquistas mínimas que o anterior governo não teve tempo de destruir.

Enquanto espumarem de raiva na comunicação social e nas redes sociais os reacionários de vários matizes, não podemos dividir-nos, sob pena de nos impedirem de concretizar o programa possível nascido na maioria que apoia o atual governo, maioria sufragada nas urnas e na AR.

O exemplo de Jorge Sampaio na Câmara de Lisboa de onde partiu para a conquista do Palácio de Belém, derrotando Cavaco Silva, foi um exemplo que tardou a ser retomado.

É tempo de seguirmos os bons exemplos para não sofrermos a repetição das péssimas recordações.

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