A direita civilizada e esta que agoniza

Houve um tempo em que a direita civilizada se arrepiava com os desmandos de Passos Coelho e Paulo Portas e se envergonhava da iliteracia de Cavaco, do seu ressentimento e postura e da cumplicidade militante com um governo ressabiado com o 25 de Abril.

Era o tempo em que a esquerda, depois de fustigada nas vascas da agonia presidencial do mais inculto, vingativo e rude PR, mostrou um novo rumo e uma impensável capacidade de unificar esforços, obrigando-o a da posse ao Governo que a AR legitimamente lhe impôs, depois de lhe minar a credibilidade, acirrar os credores do País e debilitar as hipóteses de sucesso.

Na sombra, a rede conspirativa da pior direita, daquela que levou Passos Coelho ao poder, não deixou as redes sociais, os órgãos de comunicação social e, a mais pia, de intensificar as preces para que o Diabo surgisse.

Radicais inorgânicos, tal como os lobos solitários do terrorismo islâmico, estavam atentos aos sinais do tantas vezes invocado Diabo. A incúria de séculos, condições meteorológicas únicas e a agonia do mundo rural, juntaram-se na mais diabólica conjugação onde é fácil adivinhar uma ajuda de mãos criminosas, deliberadas ou acidentais, a deixarem um rasto de morte.

Perante o luto e a dor, ouvem-se os chacais, riem as hienas, tiram partido os que esperavam a oportunidade para prescindirem de inventar “suicídios sem assistência psicológica do Estado”. Falhada, por falta de ética e descoordenação de atores, a manobra de Pedrógão, encontraram na desolação, e na dor da repetição da tragédia, o oxigénio de que precisavam para a intriga, a insídia e a ameaça, com os avençados a poluírem jornais, televisões, rádios e redes sociais num ataque concertado, pedindo a demissão do Governo, impedido de a apresentar por o sentido de Estado, patriotismo e exercício do mandato popular.

Gostava de imaginar o que sucederia se o PM apresentasse ao PR a demissão, com esta direita ainda a mexer, em agonia atroz. Talvez Marcelo lamentasse a prematura ajuda que lhe deu.

À guisa de metáfora, deixo aqui, atribuída a este governo, a decisão legislativa do anterior. Circula pelas redes sociais onde ninguém se dá ao trabalho de ouvir a locutora e notar a diferença física entre a ministra da Justiça de Passos Coelho e a atual.

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