Madeira, fundações e o bailhinho do ‘deixar passar a brincadeira’…


Depois da saga à volta da ocultação do ‘buraco’ orçamental da Madeira link, Alberto João Jardim contínua, com espertezas saloias, a dar cabo da paciência dos portugueses.

Trata-se agora da FSDM (Fundação Social Democrata da Madeira) que é proprietária da herdade (um termo um pouco estranho na linguagem madeirense) do Chão da Lagoa que terá recebido - nos anos recentes - do Programa de Desenvolvimento Rural da RAM (PRODERAM) mais de 1 milhão de euros link .

Podem ser esgrimidos todo o tipo de argumentos para justificar uma eventual acção meritória desta Fundação privada - que entretanto ganhou estatuto de pessoa colectiva de utilidade pública com as inerentes regalias fiscais - mas não é possível iludir a sua inserção nas actividades promocionais e propagandísticas das estruturas regionais de um partido político nacional sem, desse modo, insultar a inteligência dos portugueses (madeirenses incluídos).

A actual herdade designada do “Chão da Lagoa” (antiga herdade da Achada Grande) é uma considerável área (considerada a dimensão territorial da Madeira) na zona limítrofe a norte do concelho do Funchal que, depois de diversas vicissitudes, envolvendo a Caixa Económica do Funchal, o BANIF e Joe Berardo (não o cidadão mas a sua Fundação), integra actualmente - e para não enfrentar sobressaltos vindos de Lisboa (são proibidos por lei os ‘partidos regionais’) - o vasto património da Fundação Social Democrata da Madeira. Trata-se de uma Fundação que está a ser investigada pelo Ministério Público encontrando-se o inquérito bloqueado (há cerca de 2 anos) pelo não levantamento da imunidade a AJ Jardim.

É actualmente o ‘poiso estival das romagens do PSD Madeira’, um dos “santuários do ‘jardinismo’”, que o utiliza para promover e festejar um tipo 'popularucho' de arraial partidário. É, também, o rústico mas mediático palco que AJJ usa (e abusa), em jeito litúrgico,  para proferir as suas diatribes anuais (contra as políticas originárias do ‘Continente’), onde fustiga intermitentemente a direcção nacional partidária (que foge de aí estar representada) e se alimenta (oportunisticamente) a chama de um 'separatismo' (ondulante, anacrónico e chantagista).
Grosso modo, a postura de AJJ em relação á ‘Festa do Chão da Lagoa’ - que decorre hoje - é muito próxima daqueles ‘festeiros’ que animavam e subsidiavam as festas paroquiais para ‘alegrar o povo e esquecer a vicissitudes do dia-a-dia', com a pequena, mas substancial, diferença que os arranjos de rua e os enfeites são – neste caso - suportados (pelo menos parcialmente), não pelo 'popular benemérito’, mas à pala de financiamentos públicos (portugueses e europeus).

Tem sido isto que a UE e o OGE tem – como é referido no Jornal Público link - subsidiado com se fosse uma brincadeira (daquelas que se ‘deixam passar’ como canta o folclore madeirense no seu 'bailhinho'). Só que já se 'passaram' demasiadas alarvidades.

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