Bin Laden - terrorista beato
Bin Laden, um beato criminoso e contumaz, não renuncia à obsessão pia de destruir a laicidade que assegura a democracia, a liberdade religiosa e os direitos humanos. Para o grotesco islamita só conta a vontade de Maomé, de acordo com a sua exegese do Corão. Direitos humanos, igualdade de género, liberdade individual e modernidade são detalhes que é preciso erradicar, para gozo do Profeta, porque não são direitos, são sintomas de declínio da fé.O fracasso da civilização árabe, na sua incapacidade para criar algo de bom ou útil no seu ocaso, transformou a frustração generalizada de populações tribais em beatos que encontraram na religião e na língua árabe os traços de identidade, habilmente dirigidos para o ódio aos infiéis. Foi assim que o perigoso delinquente se transformou num herói que faz suspirar a rua islâmica.
A Europa, acobardada perante os clérigos, esquece as guerras religiosas que a laceraram no passado, cede à reclamação de privilégios e à apropriação do poder por vários credos enquanto descura a vigilância das instituições democráticas.
As acusações feitas a Bento XVI, a respeito das caricaturas de Maomé, além de falsas, são um ataque aos princípios democráticos e ao espírito de tolerância. Não podendo o Papa defender-se, por falta de pergaminhos democráticos, é obrigação dos europeus reagirem às acusações falsas e ameaças intoleráveis.
Na Europa das Luzes a publicação de caricaturas é um direito, independente dos gostos e das crenças que incomodem. O vídeo de Bin Laden ofendeu-me e, nem por isso, deixo de me bater para que a comunicação social tenha o direito de o exibir. É a liberdade que as religiões suportam mal e os clérigos execram.
Se hoje cedermos nas caricaturas, amanhã abolimos o álcool, depois proibimos o porco e acabamos a lapidar mulheres, a degolar hereges e a decapitar os membros aos ladrões, com cinco orações diárias e uma peregrinação a Meca.
Enquanto se confundirem as práticas medievais do Islão com características culturais, corremos o risco de não saber distinguir a civilização da barbárie, a democracia da fé e a liberdade do direito canónico.
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