A candidatura de Gouveia e Melo – 2 – Dez razões para votar nele. (Comentário)
Um excelente comentário do leitor Hermínio Cerqueira no meu mural do Facebook:
Herminio Cerqueira
Excelente ponto de partida — o texto de Carlos Esperança é
uma peça de ironia afiada que já aponta várias contradições e absurdos na
candidatura de Gouveia e Melo. Vamos agora desenvolver esse tema com uma
crítica política mais ampla, mantendo o tom irónico e sarcástico, mas ampliando
o enquadramento e o alcance analítico:
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**"Gouveia e Melo: Do Almirantado à Presidência, com
Escala no Ego"**
A candidatura de Gouveia e Melo à Presidência da República é
um daqueles fenómenos políticos que melhor traduzem o estado febril da
democracia portuguesa: já não se exige visão, nem pensamento político, nem
sequer um passado civil com provas dadas. Basta uma farda bem passada, uma
postura rígida e uma narrativa de missão — fabricada à medida dos noticiários
televisivos.
Gouveia e Melo surgiu como salvador vacinal num país em
pânico, e como todo o messias relâmpago, confundiu aclamação mediática com
mandato popular. Daí a concluir que merece liderar a Nação do alto de Belém vai
um passo… que só um homem de bota cardada daria com tamanho estoicismo.
**1. Um Candidato Sem Ideias (e com Orgulho nisso)**
Não se conhecem ideias políticas estruturadas de Gouveia e
Melo — e isso, segundo os seus fãs, é uma virtude. Afinal, ideias podem ser
controversas, divisivas, exigem contraditório. Muito melhor um candidato que se
apresenta como puro, neutro, técnico. Que importa se é autoritário ou
militarista? O importante é que fala pouco e manda muito.
**2. Uma Solução Porque Estamos Fartos de Problemas**
Há quem queira votar nele só porque Marcelo já cansa. Um
erro clássico: confundir mudança com solução. Gouveia e Melo é apresentado como
“diferente”, mas essa diferença é uma névoa. Votar em alguém apenas para
castigar os outros é infantilizar o acto político — é como comer brócolos só
porque se está farto de esparguete. Continua a ser verde, insosso e indigesto.
**3. Um Militar Para Uma República Exausta**
Nada como um homem que declara estar pronto a mobilizar
jovens para morrer pela Pátria para mostrar que está sintonizado com as
preocupações da sociedade portuguesa: habitação, salários, justiça, saúde e…
trincheiras. O regresso da retórica belicista em pleno 2025 mostra bem o atraso
estratégico de quem confunde liderança com prontidão de combate.
**4. O Investimento na Guerra vs a Despesa na Vida**
Para Gouveia e Melo (e, de resto, para Montenegro e muitos
outros atlantistas histéricos), saúde e pensões são “despesas”, mas armas,
tanques e botas pretas são “investimento”. A lógica é clara: que morram os
velhos, que sofram os doentes — mas que compremos drones patrióticos e misseis
Made in NATO.
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