Debate a 8 – A minha opinião
Ignoro a influência do debate de ontem nos resultados eleitorais, e fiquei com a certeza de que correu especialmente bem a Montenegro e de que se destacou nele Rui Tavares. Por entre promessas de todos, ficou por discutir a Justiça, a economia e a Defesa com a direita a ignorar o drama da Palestina destacando-se o PCP e Livre na sua denúncia.
Poderia dizer que
quem ganhou o debate foi Carlos Daniel, um excelente jornalista que o conduziu com
profissionalismo, serenidade e eficiência. Só não conseguiu tornar Montenegro honesto
e Ventura civilizado porque era, e é, uma impossibilidade absoluta.
O debate correu
especialmente bem a Montenegro e, no desmascaramento do carroceiro Ventura, destacou-se
Rui Tavares. É inútil destacar a seriedade e a preparação de Pedro Nuno dos Santos
porque isso é irrelevante para os resultados eleitorais.
Mais importante do
que dar notas aos protagonistas do debate, uma idiotice iniciada por Marcelo, é
recordar como chegámos aqui:
A vitória do PS por
maioria absoluta em 2022 deixou azedo o PR, que se viu esvaziado de poder e impedido
de levar o seu partido ao poder durante o último mandato. Caiu-lhe o verniz
democrático e, no ato de posse do Governo, deixou cair a máscara com ameaças ao
PM. A partir daí o 7 de novembro de 2023 foi o início de golpes sucessivos,
urdidos em Belém, primeiro com o parágrafo, depois com a recusa de empossar
Mário Centeno e, finalmente, com a dar posse ao líder de turno do PSD.
Tudo o que
aconteceu, é responsabilidade de Marcelo, desde a alteração da correlação de
forças na AR, à explosão de um partido fascista e à instabilidade do País que
agora serve para o responsável e o seu beneficiário chantagearem o eleitorado.
Já no período de
luta eleitoral, o Ministério Público voltou a intrometer-se na campanha,
primeiro com a investigação preventiva, para arquivar as pesadas suspeitas sobre
o PM, e depois outra sobre um assunto arquivado para tornar suspeito o líder do
PS.
Foi assim que ontem,
com notável desfaçatez, Montenegro acusou o PS e o Chega de se terem aliado para
as eleições que provocou para esconder as avenças que transmitiu aos filhos e
procurar nas urnas o branqueamento da sua execrável conduta ética. Foi, aliás,
com a mesma desfaçatez que garantiu que a Saúde está melhor e que se gabou do
que conseguiu fazer com o Orçamento e a folga que herdou da responsabilidade de
Medina.
Depois do que fizeram
ao 25 de Abril, ao 1.º de Maio, à ética e à decência, o PR, o PAR e o PM,
Portugal está em risco de deixar de ser uma democracia para se tornar no lugar
infecto para que o conduziram.
Apostila – Como já várias vezes referi, o ministro mais perigoso deste governo e que será o próximo é o das Finanças. Infelizmente para todos nós.

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