À Espera de Godot

No teatro com o título em epígrafe há duas personagens principais e eventualmente uma terceira para cada um dos atos de uma peça sobre o absurdo.

Ontem a representação teve um só ato, e as duas figuras principais, em vez de um longo diálogo, brindaram o público com o pesado silêncio e a desolação de quem sabia já que era inútil esperar Godot e que o público não aplaudiria.

As duas figuras foram acompanhadas no silêncio por uma inexistência do nosso negro quotidiano quando, em palco, o mais insignificante dos atores assumiu a representação.

A pusilanimidade dos mudos, ansiosos por saírem de cena, logo eles, tão habituados aos holofotes, levou-os a fugir pela porta das traseiras perante o asco dos espetadores.

Quem cancelou o 25 de Abril pela morte do Papa e não interrompeu o veraneio nem adiou uma festa partidária com o País a arder, só merece execração.

A degradação ética e a covardia atingiram a cúpula do Estado. Foi nisto que votámos.


Eis os rostos e a postura de mãos dos contrariados atores do longo período da figuração.

Comentários

Manuel M Pinto disse…
Ladrões de Bicicletas: "O que fazer?"
http://ladroesdebicicletas.blogspot.com/2025/08/o-que-fazer.html
Manuel M Pinto disse…
as palavras são armas: "Mais um mergulho, só mais um, e já lá vou!"
em:
http://aspalavrassaoarmas.blogspot.com/2025/08/mais-um-mergulho-so-mais-um-e-ja-la-vou.html

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