Acuso o PR Marcelo
Acuso-o de ser o principal responsável pela degenerescência do regime e pela ruína das instituições democráticas.
Acuso-o de
sucessivas dissoluções e conspirações, até levar ao poder o PSD, e do apoio a adversários
de Rui Rio, acelerando as alterações do sistema democrático, a dramática viragem
à direita e a explosão da extrema-direita.
Com um PR
sensato e com sentido de Estado ainda o PS teria agora maioria absoluta e seria
considerável a representação parlamentar à sua esquerda, só alterável em finais
de 2026, com a previsível alternância a favor do PSD.
Acuso-o de
responsabilidade na dimensão que precocemente atingiram o Chega e o IL e não aceito
que o PS branqueie a imagem de Marcelo, uma figura sinistra da democracia e o
coveiro do 25 de Abril. O PSD e a extrema-direita, IL e Chega, que lhe
agradeçam.
Hoje, a
direita, PSD/CDS, cada vez mais à direita, e a extrema-direita, podem rescrever
a História, o que já estão a fazer, subverter a CRP e esvaziá-la do conteúdo
social, para o que dispõem de vontade e de mais de 2/3 dos deputados na AR.
E não é
apenas a democracia que se perde, é o ódio que se semeia, a mentira que se
propaga e o nacional-catolicismo que regressa.
Acuso-o da
viragem à direita do PSD, através do movimento interno, Nova Esperança, com Durão
Barroso, José Miguel Júdice, Santana Lopes e Pinto Leite. Impuseram em Braga, em
1984, Mota Pinto contra Mota Amaral e, no ano seguinte, na Figueira da Foz, o obscuro
salazarista Cavaco Silva contra João Salgueiro, para líder do PSD.
Acuso-o de
ser o artífice da primeira candidatura vencedora de Cavaco Silva a PR, com Ricardo
Salgado, anfitrião, Durão Barroso, e Cavaco, na companhia das mulheres, para evitar
a candidatura de um conservador culto, honrado e civilizado, Freitas do Amaral.
Acuso-o de
ter sido sempre um obstáculo aos direitos individuais, da despenalização da IVG
à eutanásia e de ter estado sempre ao lado das forças mais reacionárias, excetuando
os fascistas do Chega.
Hoje, dia
28 de setembro, 51 anos depois da contenção da tentativa de golpe de Spínola contra
a democracia, vale a pena imaginar de que lado estaria Marcelo!
E acuso-o
finalmente da desfaçatez com que referiu hoje a “estabilidade apreciável”,
porque o País só conheceu dois primeiros-ministros nos seus penosos dez anos de
PR.
É preciso topete!

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