Em defesa de Carlos Moedas
Quando Moedas designou de sicários figuras proeminentes do PS, na entrevista que treinou durante quatro dias, não quis dizer o que disse.
Por mais estúpido, boçal ou leviano que fosse, não
comprometeria de motu próprio as desmedidas ambições que o devoram. Já lhe
bastavam as mentiras da entrevista, onde mentiu sobre a promessa de assumir os
seus erros técnicos, sobre os investimentos na manutenção da Carris e, mais
grave, sobre a demissão do falecido Jorge Coelho.
Depois de ter estado tão bem, à beira das lágrimas, com a
gravata preta que não mais largou, bastavam-lhe as mentiras referidas para desacreditar
a entrevista que começou como presidente da Câmara e acabou a disparar
diatribes como recandidato.
O problema de Moedas não foi, neste caso, a baixeza ética ou
a desvergonha, foi mera ignorância da língua portuguesa. Se conhecesse o
significado da palavra sicário, não comprometeria as ambições com um insulto tão
soez.
Aconteceu a Moedas o mesmo que à senhora cuja fortuna a introduziu
em reuniões de gente fina, depois de ter aprendido o significado da palavra
idioma: numa conversa sobre culinária, acabou a dizer que o marido gostava muito
de idioma de vaca guisada.
Foi assim que, em vez de sequaz, disparou o insulto sicário.
Imaginem que alguém, igualmente ignorante, o apelidasse de «o sicário de Marcelo»!

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