LÁGRIMAS DE CROCODILO

Por Onofre Varela

Todos sabemos que a Democracia é o sistema de governo onde o poder é exercido pelo Povo.
Em países onde a Democracia está instituída, como Portugal desde há 50 anos, espera-se (deseja-se e devia ser obrigatório) que os eleitores estejam educados no sentido de saberem por que respiram e o que andam a fazer por cá… é que viver não é só respirar e comer pão todos os dias.
A consciência política de cada um obriga a saber escolher. E eu só sei fazer essa escolha depois de tomar conhecimento da História, perceber as diferenças partidárias e de entender o que pretende cada partido político.
Não me basta ouvir os líderes e aplaudi-los quando dizem “coisas bonitas” que gosto tanto de ouvir. Tais “coisas bonitas” transformar-se-ão em horríveis realidades quando o egoísmo comanda o sentido de voto.
O acto de votar carrega muita responsabilidade… e o eleitor responsável sabe que no país que o chama às urnas não existe “só ele”; também existo “eu” e existem todos os “outros”.
Quando penso que, por cá, só existo eu, e que os meus interesses são os melhores do mundo porque se identificam com o que um líder diz com o propósito de me encantar por saber do meu descontentamento, corro o risco de anestesia política e de votar contra mim próprio, convencido de estar a “salvar”… não sei o quê… mas não é a mim!...
Tenho de saber, antecipadamente, que a Democracia permite que no Parlamento tenham assento os seus inimigos, que estão ali com o único propósito de a destruírem por dentro aproveitando a boleia democrática que a minha vontade anestesiada lhes deu com o meu voto.
Depois… não há nada que me “salve” do mal que fiz. Quando acordar da letargia em que os populistas inimigos da Humanidade me colocaram, já o Sol vai alto e a sementeira enraizou na terra... então, chorarei as minhas lágrimas de crocodilo...

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