Montenegro e a Madeira

Não me inquietam tanto as semelhanças éticas entre Montenegro e Miguel Albuquerque, como a capacidade de fugirem ao escrutínio dos seus negócios, acoitados no aparelho de Estado. E recuso as decisões eleitoralistas que lesam seriamente os interesses nacionais.

Na deslocação à Madeira, para apoiar o PSD-M nas eleições autárquicas, Montenegro prometeu mais autonomia à Região. Ignoro o que pensam os meus compatriotas, mas foram os excessos regionalistas das Regiões Autónomas, que me transformaram de entusiasta em cético da regionalização. E foram, sobretudo, a arrogância, a chantagem e os despautérios dos sátrapas da Madeira, Jardim e Albuquerque!

Hoje, face a qualquer cedência mais, exijo a autodeterminação do Continente. E insisto nas razões:

Nas Regiões Autónomas são retidas todas as receitas fiscais aí auferidas, que só cobrem 60% do seu Orçamento. Os restantes 40% são pagos pelos contribuintes do Continente (cerca de 22%) e por fundos da UE para as regiões ultraperiféricas (cerca de18%).

Não têm despesas com Tribunais, defesa nacional, segurança e representação externa do País, nem contribuem para a ONU, NATO e UE! A própria polícia e Universidades são totalmente pagas pelos contribuintes do Continente, incluindo os das zonas mais pobres.

O regime fiscal local pode, assim, ser mais benévolo o que leva ao crescente domicílio fiscal aí estabelecido por reformados de altos rendimentos.

A Madeira tem dimensão territorial e populacional semelhante ao concelho de Sintra, agregando apenas duas ilhas, e tem um aparelho de Estado faraónico onde o presidente é acolitado por Secretários Regionais remunerados como Secretários de Estado da República. Na Assembleia Regional os 47 deputados são equiparados aos da AR.

A Madeira divide-se em 11 municípios e 54 freguesias, luxo escandaloso da segunda região mais rica de Portugal, com PIB per capita de 103% (acima da média Europeia). E, paradoxalmente, com extensas bolsas de pobreza!!!!

Fui sempre partidário da solidariedade com todas as parcelas nacionais, mas basta!

E o PR, outrora tão loquaz, remeteu-se agora ao silêncio. 



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