1.º de Dezembro de 2025 – Ontem

Os dias 1.º de Dezembro, 5 de Outubro e 25 de Abril são as datas identitárias gravadas a letras de oiro no devocionário da Pátria. Foi a agnosia cívica e a indigência cultural que excluíram dois dos três feriados simbólicos do nosso património histórico!

Cavaco Silva e Passos Coelho, por ignorância, insensibilidade, ou ambas, eliminaram os feriados porque ignoravam que eram datas sagradas do País que somos. Seria excessivo atribuir a Cavaco Silva a maldade, para o absolver da insensibilidade de merceeiro, ou a Passos Coelho a indiferença de um apátrida para lhe perdoar a violência neoliberal.

Em Marcelo, a quem sobra inteligência e cultura, o silêncio quanto à extinção do feriado do 1.º de Dezembro deve-se à fragilidade da coluna vertebral perante os desmandos da sua direita e ao oportunismo de quem, sendo monárquico, tecia a candidatura a PR.

Ontem, no ocaso da decência, Carlos Moedas, o tal que «faço tudo o que o PR e a Igreja quiserem…», surgiu mais uma vez com um discurso oportunista a usar a data e o cargo para propaganda, aquilo com que conseguiu que a tragédia do Elevador da Glória não o tivesse removido da presidência da edilidade.

Ontem foi vilipendiada a memória do 1.º de Dezembro de 1640 como acontecera à do 5 de Outubro. Miguel de Vasconcelos celebrou a data em que foi defenestrado nas pessoas de Moedas e Marcelo.

Lisboa tem hoje o rei D. Miguel dos pequeninos a celebrar o 1.º de Dezembro e o 5 de Outubro, um herdeiro dos derrotados de ambas as datas, agora armado em vencedor.

O País tem um monárquico, a 90 dias de trespassar o alvará das condecorações e de ser despejado do Palácio de S. Bento, a gozar a atenção mediática onde o seu narcisismo se esgotou, depois de ter arruinado a dignidade do cargo e o regime democrático.

Os que surgiram ontem nos ecrãs televisivos a celebrar o 1.ª de Dezembro eram antigos lusitos da Mocidade Portuguesa desfardados, que substituíram a cantoria do «Lá vamos cantando e rindo…», sem o S, de Salazar. na fivela do cinto, por discursos.

Marcelo e o seu protegido Moedas desprezam tanto o feriado que ontem celebraram que ficaram em silêncio quando Passos e Cavaco o excluíram.

Há boas razões para pensar que os portugueses para Marcelo e os lisboetas para Moedas não passam de degraus das escadas por onde subiram para realizarem as suas ambições pessoais e políticas.


Apostila - Tenho este texto programado para as 10H00 de amanhã. Acabo de saber da hospitalização do PR. Lamento profundamente o estado de saúde de Marcelo Rebelo de Sousa e desejo-lhe rápidas melhoras. O combate político sem respeito humano pelos adversários é pusilânime. Repito, espero que tudo corra pelo melhor.

Apostila 2 - Acabo de saber que a operação correu bem e não se prevê qualquer acidente de percurso. Sendo assim, o combate político continua e não há razão para suspender ou excluir o texto escrito.



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