A União Europeia (UE) e a paz na Ucrânia

A União Europeia (UE) e a paz na Ucrânia

A integração precipitada de países cuja implosão comunista lançara em brusca e brutal liberalização económica, com a corrupção inerente à transição, debilitou a coesão da UE.

A saída do RU(Brexit), que alinha a política externa pela dos EUA, foi no interesse dos EUA, que viu sempre a UE como rival. Trump só o afirmou de forma brutal e canhestra, quando a despesa da guerra na Ucrânia se tornou excessiva e deixou de interessar à sua geoestratégia. E reafirmou: “A UE foi criada para lixar os EUA”!

Que raio de amnésia a da UE! Também se esqueceu da imprecação de Victoria Nuland em 2014 “Que se lixe a UE” (em inglês, “Fuck the EU”)? Podia esquecer a indelicadeza dos impropérios, mas devia precaver-se contra a violência do desprezo a que foi votada.

O inexplicável belicismo de Von der Leyen e de Kaja Kallas, a líder da política externa da UE que trouxe a russofobia do país de 1,3 milhões de habitantes e o passado de PM de um governo suspeito de permitir redes de corrupção, originou o beco em que a UE se meteu e que António Costa não quis, não soube ou não pôde contrariar.

À frente da OTAN, mais conhecida pela sigla inglesa, NATO, cujo futuro depende dos EUA, está Mark Rutte, um europeu que se comporta como molusco e chama «papá» a Trump, este o verdadeiro líder e decisor único da Nato que ainda existe.

A UE, em vez de assumir a mediação na guerra, envolveu-se nela num país alheio à UE e Nato, e trocou o projeto de paz, coesão e desenvolvimento dos países membros pela participação na guerra contra a Rússia.

Entretanto responsabilizou a Rússia pelo crescimento da extrema-direita e confronta-se agora com o apoio de Trump aos partidos Chega, VOX, Frente Nacional, AfD, Reform UK, Irmãos de Itália, Fidesz, de Portugal, Espanha, França, Alemanha, RU, Itália e Hungria, respetivamente, e de outros partidos protofascistas a caminho do poder. A UE esqueceu-se do sinistro apóstolo do fascismo, Steve Bannon, destacado para a Europa no primeiro mandato de Trump?

A UE atirou a Rússia para os braços da China, de Xi Jinping, enquanto se isolou, trocou o gás russo pelo americano, deixou sabotar os gasodutos Nord Stream, e aceitou que Ursula von der Leyen esperasse na Escócia que Trump acabasse um jogo de golfe para humilhar a UE com tarifas mais gravosas do que as que impôs ao RU!

A UE está a perder a guerra, que não era sua. E agora? Quem convence os países que a integram a subsidiar a Ucrânia em cuja guerra gastou imensos recursos com o único argumento de que fez o que era justo, deixando o país destruído?

O que os portugueses não podem, sem trair as gerações vindouras, é deixar este governo à solta a hipotecar-se com 5,8 mil milhões de €€ para armas e a litigância e eventual pagamento do capital e juros do confisco de ativos russos de legalidade duvidosa.

Parafraseando Trump e Victoria Nuland, a Segurança Social e a Saúde que se lixem! (em inglês, “fuck them”).




Comentários

Carlos Antunes disse…
Mas o Embaixador Seixas da Costa num post também afirmou:
segunda-feira, dezembro 08, 2025
Se é assim, não!
Tem imensa piada constatar alguma indignação tuga em face da assumida agressividade americana contra a Europa. A maioria dessa gente acha que a Europa deve assumir-se como potência, autonomizar-se e garantir uma defesa autónoma, para não continuar a depender dos EUA. Mas, espera aí! Isso significa militarizar a Europa? Ah! Não, isso não! Pois...
JA disse…
Mas, lamentavelmente, há um estranho consenso no poder politico/partidário visível em Portugal que nos mantém num marasmo perigoso. Na questão da guerra só o PCP diz moderadamente não, mas, face ao caminho até aqui percorrido, já deixou de questionar a utilidade da participação de Portugal na OTAN, na UE e no Euro, do ponto de vista do interesse do povo Português. A propósito, pelo interesse que julgo ter, pela pedrada no charco que representará, atrevo-me a chamar a atenção para o que se escreve aqui: https://tertuliaorwelliana.blogspot.com/2025/12/eleicoes-presidenciais-de-2026-em-quem.html

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