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A tragédia valenciana

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A dimensão da tragédia devia exigir solidariedade com as vítimas e apoio ao regresso à normalidade com a contenção dos comentadores, e aqui, no país vizinho, usaram a calamidade para a propaganda partidária autóctone. Foram indignos os ataques a que o partidarismo levou Marques Mendes, Paulo Portas e outros mediáticos comentadores que abriram hostilidades ainda antes dos deputados do PSD e IL se atirarem a Pedro Sanchéz como gatos a bofes. Depois vieram os deputados em Lisboa e Bruxelas a repetir o discurso de Rangel em Madrid na campanha eleitoral do PP. Sebastião Bugalho, o comentador que o PSD disputou ao Chega para liderar os seus deputados europeus, foi a vedeta. Na sede de vingança contra o PS foram os mais implacáveis nos ataques a Sanchéz e os mais levianos a ignorar as responsabilidades do governo autónomo de Valência. Nem o facto de ser um governo igual ao dos Açores e Madeira, PP/VOX, (equivalente a PSD / Chega) os tornou cautos. Na militância esqueceram que o Governo

Parabéns, Elon Musk!

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USA

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Lei de Murphy: “Tudo o que podia correr mal, correu mal, no pior momento possível” – consummatum est. Grandes vitoriosos – extrema-direita; China; Israel – Trump; Benjamin Netanyahu;  Viktor Orbán Grandes derrotados – União Europeia; ecologia; democracia - Ursula von der Leyen; Mark Rutte ; Zelensky.

El País

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Perante o miserável aproveitamento da direita portuguesa para atacar o Governo do PSOE, em Espanha, é importante ler o artigo do El País. Marques Mendes, Paulo Potas e Sebastião Bugalho fizeram jus ao comportamento da direita nos fogos de Pedrógão e cedo se esqueceram dos fogos da Madeira em que o presidente do Governo Regional não pediu o apoio da República. Não se pode comparar a dimensão da tragédia da comunidade valenciana com as referidas, mas a desfaçatez da direita é tradicional. Nunca deixa de usar os cadáveres para o combate político.

As eleições nos Estados Unidos da América

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Admiro a Constituição dos Estados Unidos, mas quase tudo me desagrada na sociedade americana. Discordo do seu sistema eleitoral, da legislação penal, do sistema prisional, da organização judicial e da impiedade com que trata os mais pobres. Dito isto, pelas implicações que os resultados eleitorais terão na Europa, é evidente que desejo a vitória de Kamala Harris, ainda que nenhum candidato me entusiasme. Está em causa a escolha entre democracia e ditadura, entre um módico de previsibilidade e o aventureirismo, entre uma americana normal e um caso patológico no comportamento, na ética e no civismo.

O ocaso de um agitprop

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De incendiário a bombeiro, Marcelo passou da sobranceria à subserviência; dos avisos ao Governo à subordinação; das ameaças à capitulação; das promulgações comentadas a mudas; do ruído ao silêncio, e, até, as visitas mediáticas converteu em informais.

O PS visto de fora

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A atual liderança merecia melhor… 1 – Não merecia o autarca do município de Loures a querer substituir-se aos Tribunais e a defender posições da extrema-direita. Juntar-se ao PSD/CDS no apoio à proposta do Chega, para expulsar das habitações sociais as famílias dos criminosos é uma vergonha. A companhia do PSD e Chega devia envergonhá-lo tanto como o populismo. 2 – Não merecia um deputado capaz de se unir ao Chega e IL na condenação de António Guterres, pela visita à Rússia. O sec.-geral da ONU é líder da instituição à escala global e uma referência ética mundial na defesa da paz e do direito internacional. Sérgio Sousa Pinto é apenas um político videirinho capaz de se aliar à extrema-direita para o denegrir. 3 – Não merecia dirigentes que debilitam a sua ação política e obrigam a cedências ao PSD que comprometem a oposição necessária à defesa da alternância democrática. E, finalmente, não merecia, ninguém merece, um PR aventureiro e pusilânime, agora refém do PSD e incapaz de

Da série: Justiça medieval (Degredo para o criminoso e família)

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Ângela Silva, porta-voz de Marcelo no Expresso. Espera-se que Marcelo Rebelo de Sousa não venha a ser condenado pelo pai que teve ou o Dr. Nuno pelo pai que tem.  

Associação 25 de Abril

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  Notícias da A25A Abraço de Abril ao Camilo Mortágua Caros associados  É com profundo pesar que vos comunicamos o falecimento do nosso sócio Camilo Tavares Mortágua.  Enorme lutador contra o regime fascista de Salazar e Caetano, Camilo Mortágua integrou a Luar e participou nas principais acções que esta organização desenvolveu contra esse regime que, durante 48 anos, reprimiu o povo português. Ficaram célebres e causaram mossa na ditadura o desvio do paquete Santa Maria, o desvio de um avião da TAP e o assalto ao Banco de Portugal, na Figueira da Foz.  Foram também essas acções que ajudaram a criar as condições que permitiram ao MFA a acção libertadora do 25 de Abril.  Depois dessa madrugada libertadora, Camilo Mortágua manter-se-ia, coerentemente, um irredutível lutador pela Liberdade, nunca regateando esforços para que o 25 de Abril se consolidasse na sociedade portuguesa.  Aos seus familiares, nomeadamente à Inês, sua esposa, e às filhas Mariana e Joana, mas também aos seus muitos

Da série: Sem surpresa

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Surpresa seria a acusação ou o arquivamento.  

Factos & documentos

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Da série: Quando o Comandante Supremo é pusilânime, o Governo domina-o. E nem a hora das Forças Armadas defende.

Camilo Mortágua faleceu

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Faleceu o último herói romântico dos tempos da ditadura. Camilo Mortágua foi uma notável figura da resistência antifascista. Na sua morte curvo-me respeitoso perante a sua memória, agradeço-lhe a coragem na luta pela liberdade e apresento pêsames às suas filhas e numerosos amigos. A foto, amável oferta de Helena Pato, permitiu-me recordar o dia 25 de Abril em Mira, onde me desloquei em representação da A25A, na companhia de destacadas figuras da resistência. Camilo Mortágua é o da direita.

O terramoto de 1755 – 1 de novembro

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O terramoto de 1755 – 1 de novembro No Dia de Todos os Santos, Lisboa perdeu quase um terço da população. Com as casas, ruíram as igrejas e o fogo consumiu grande parte do seu património. Foi difícil aos padres explicar a ira do seu Deus e sustentar que os suspeitos do costume eram os responsáveis do mau feitio divino contra a capital de um país devoto. Até aí a ira de Deus era a única explicação para catástrofes, tão natural como as causas da raiva serem os pecados, os judeus e o défice de orações. A comoção espalhou-se pela Europa, Voltaire ridicularizou a teodiceia de Leibniz e a fé deu lugar à ciência, enquanto o Marquês de Pombal mandou enterrar os mortos e cuidar dos vivos. A tragédia influenciou numerosos pensadores e impulsionou o Iluminismo. Um ano depois tinham-se apagado os vestígios da catástrofe e os primeiros edifícios, a nível mundial, construídos com proteção antissísmica, nasceram na Baixa Pombalina. Fez hoje 269 anos.

Divagando 13 – OE/2025 – #montenegronaomarcelonunca

O primeiro Orçamento do Estado do cavaquismo com sotaque do Norte é o da direita liberal, ansiosa de confiscar o aparelho de Estado para desmantelar o estado social. O OE/2025 está antecipadamente aprovado pela abstenção do PS e a discussão é apenas um ritual para a aprovação final ou o pretexto para o PSD provocar as eleições para que se preparou com a folga orçamental herdada e gasta na pacificação da função pública. A resolução dos problemas da saúde e ensino, em noventa dias, fracassou e não pararam de agravar-se, apenas a perceção melhorou e a contestação esmoreceu. Com a segurança a perigar nas ruas, nas plataformas digitais, nas cadeias e nos edifícios do MAI, onde os computadores estão à mercê de um qualquer larápio, a perceção é que está tudo muito melhor com a chegada deste governo, enquanto a realidade se agrava. A geometria eleitoral garante a longevidade do PSD no poder, com ou sem o Chega, em novas eleições. O risco do PSD/Madeira, aliado do Chega, tal como o dos Açores,

Efeméride – 30 de outubro de 1975 (Assinalo a efeméride com um texto atualizado)

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Há 49 anos, o maior genocida da península Ibérica determinou que Juan Carlos passasse a ser o chefe de Estado interino de Espanha, sob o pseudónimo de príncipe. O ditador não se limitou, durante décadas, a eliminar centenas de milhares de espanhóis em campos de concentração, execuções extrajudiciais ou na prisão, escolheu a natureza do regime e a pessoa a quem endossaria a chefia do Estado. Num país onde a coragem de enfrentar o ditador nunca morreu, a violência da repressão garantiu ao ditador a morte confortada com os sacramentos e a bênção do clero que foi seu cúmplice. A ditadura clerical-fascista terminou com Franco, mas o novo regime nasceu do poder conquistado e mantido pela violência. Juan Carlos foi educado no fascismo e destinado a perpetuá-lo. O que o grotesco general não previu foi a obsolescência das ditaduras e os ventos da democracia que varreram regimes militares, e democratizaram a Europa. A monarquia espanhola é herança do franquismo, a anomalia que se manteve pelo me

Até qualquer dia, João Fernandes

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Chegado a casa, após um almoço com amigos, passei os olhos pelo Diário de Coimbra, o ritual habitual com que, muitas vezes, começo e termino a leitura, pela necrologia. Já passava das 17 horas, e o João Fernandes, a essa hora, já era cinza. Era um sólido democrata e excelente amigo que conheci há mais de cinquenta anos no exercício das minhas funções profissionais. Fui cedo seu amigo e, mais do que isso, fui um admirador da sua integridade cívica, coerência e generosidade. Na farmácia que geria, onde era simples ajudante de farmácia, o seu pequeno escritório era um centro de convívio por onde passaram muitos figuras relevantes da democracia que ali, no seu convívio, semearam Abril. Já era democrata antes do 25 de Abril e assim permaneceu até aos 95 anos, a idade em que a morte o levou. Sinto saudades desse ano que precedeu a democracia, mas sinto, sobretudo, a perda de um amigo que durante mais de cinquenta anos foi uma referência da ética republicana e da fraternidade. Até

Um caso de cerência

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Tarrafal – O Campo da Morte Lenta (29 de outubro de 1936 – 88.º aniversário)

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Há 88 anos abriu, com 152 presos políticos, o Campo de Concentração do Tarrafal, onde a morte era mais doce do que a vida e o Inferno da vida o Paraíso dos torturadores. Saídos de Lisboa, em 18 de outubro de 1936, foram nessa primeira leva os grevistas do 18 de janeiro de 1934, na Marinha Grande, e alguns dos marinheiros que participaram na Revolta dos Marinheiros de 8 de setembro desse ano. E ali chegaram, no dia de hoje, há 88 anos. Outubro era mês, nesse dia 29, no ano de 1936. Salazar teve lá, no severo degredo da ilha de Santiago, Cabo Verde, o seu Auschwitz, à sua dimensão paroquial, ao seu jeito de tartufo e de fascista, os algozes torturadores, ao serviço da ignóbil ditadura de facínora de Santa Comba Dão. Foram 37 os presos políticos que lá morreram, sucumbindo na «frigideira» ou privados de tudo, assistência médica, água, alimentos, e os mais elementares direitos humanos, alvos de sevícias, desterrados em vida e na morte. Só depois do 25 de Abril puderam os seus corpos

O fracasso da manifestação do Chega

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Confesso que eu próprio me interroguei sobre o fracasso da manifestação que o Führer André Ventura convocou para ver Lisboa a seus pés. Cerca de duzentas pessoas a desfilarem em zelo nacionalista foi uma desilusão para a mania das grandezas do líder do Chega e uma facada no seu amor-próprio. Mas tudo tem uma explicação. O slogan «BANDIDOS NÃO» acabou por intimidar os eleitores do Chega e, talvez pela mesma razão, muitos dos seus deputados viram no slogan a mensagem que os excluía.
  Humanidade e lei religiosa Por Onofre Varela Cada país rege-se pelas leis aprovadas no seu parlamento, formado pelo voto popular, ou impostas por um ditador . Retirando a segunda hipótese que as pessoas bem formadas rejeitam, é comum (por respeito à liberdade) não nos imiscuirmos na política interna dos outros países, tal como não ditamos leis na casa dos nossos vizinhos. Mas a s lei s não ca em do céu como as folhas outonais caem das árvores… h á uma “História das Leis” ligada ao desenvolvimento da C ivilização . No Egipto Antigo, há 5.000 anos, já havia uma lei escrita para governar o país, baseada na tradição e na igualdade social, e h á 3.800 anos o Código Hamurabi regia a lei na Babilónia. O Antigo Testamento tem mais de 3.300 anos e assume a forma de imperativos morais ( alguns deles duvidosos hoje, mas todos aceites naquele tempo, naquele lugar e por aquela gente ) como recomendações para uma boa sociedade. Há cerca de 2.900 anos, Atenas foi a primeira sociedade a