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Outra carta de um filho ao pai desavindo (fotocópia clandestina).

Senhor meu pai, meu dileto: Não calculas como sofro com o teu silêncio! Não me respondeste à última carta e não me atrevo a telefonar-te enquanto não me enviares a bênção. E desconfio do WhatsApp cujo encriptamento pode ser decifrado pelos nossos inimigos, que devassam a conversa, como fizeram com os emails da nossa perdição. Não calculas, senhor meu pai, o que dizem nas redes sociais, mesmo alguns dos que te devem os cargos! Que és um construtor de cenários, escorpião, tartufo e catavento! Que és capaz de tudo por vingança, narcisismo ou ambição! É mentira. E os nomes que te chamam, que nunca se dizem em público, são linguagem de almocreve. Até dizem que as fitas que dependuras ao pescoço das pessoas são para pagares favores e comprar fidelidades. São uns malvados! Sabes que tens sempre a minha casa, agora que já não temos aqui a do sr. Ricardo, mais sumptuosa, e espero que não te ostracizem como a ele, que era tão bom para nós. Senhor meu pai, quando te reformares do empreg...

A condecoração da ex-PGR

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  Foi público o golpe e discreto o agradecimento. (1 ano, 2 meses e 9 dias depois).

O Banco de Portugal e o Governo de Montenegro

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A mesquinhez do ministro das Finanças, Miranda Sarmento, para Mário Centeno, que julgava candidato a PR, decidiu-o a reunir a comissão de vencimentos do BP, porque não reunia há 12 anos. Presume-se que por culpa do atual governador. Ora, sendo verdade (presumo) que a referida comissão não reunia há 12 anos, esqueceu o militante do PSD que nos primeiros 8 anos do período referido era governador Carlos Costa, renomeado pelo governo de Passos Coelho, não se vendo a urgência ou necessidade do ruído. Hoje, depois do desaparecimento das razões que levaram aos ataques gratuitos, foi tal a raiva que logo o governo transmitiu (em off) aos media a intenção de não o reconduzir. Talvez se arrependa quando confrontado com a leviandade de substituir um governador que cimentou o prestígio na Europa. Já tinha causado dissabores ao ora candidato a PR, Marques Mendes, que profetizou da tribuna de comentador que a hipótese de Centeno ser presidente do Eurogrupo, era uma piada do 1.º de abril. E foi mesmo...

A opinião de um notável constitucionalista. Vital Moreira

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coMO AQUI DEFENDI HÁ DIAS: quinta-feira, 16 de janeiro de 2025 Laicidade (15): 50 anos depois, o "Estado Novo" sobrevive... Publicado por  Vital Moreira 1.  Há dias o jornal  Público  tinha toda a razão em colocar em manchete  o facto de, pela primeira vez desde o 25 de Abril, o Cardeal-Patriarca de Lisboa não ter sido convidado para a sessão inaugural do ano judicial , como era uso, em flagrante violação do princípio da separação entre o Estado e as religiões. Porém, hoje haveria razões inversas para o jornal colocar em destaque a fotografia acima, que pirateei do Facebook, em que membros da CM de Faro e do Governo inauguram a nova ponte da chamada Ilha de Faro, recuperando a benção religiosa, à maneira antiga.  Ora, a mistura da Igreja Católica em atos públicos - com o evidente agradecimento desta pelo privilégio - não é somente uma provocação aos cidadãos presentes que não são crentes ou que são crentes de outras religiões, mas também aos muitos católico...

A religião, a política e a ressurreição

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A ressurreição é improvável, mas, em política, surgem avatares de demónios extintos, e “a História repete-se pelo menos duas vezes” (Hegel), mas a falta de memória permite que seja «a primeira vez como tragédia, a segunda como farsa» (Karl Marx).

Portugal e a divisão administrativa

Portugal nunca conseguiu fazer a necessária regionalização quando a deriva madeirense e açoriana não tinha ainda criado os anticorpos que a inviabilizaram no Continente, mas não têm faltado tentativas bem-sucedidas de multiplicar concelhos e freguesias ao sabor do bairrismo e dos oportunismos partidários para atrair votos. Portugal tem hoje 308 concelhos e 3091 freguesias (2882 no Continente + 155 RAA + 54 RAM), divisão a que falta racionalidade e sobra despesa pública improdutiva. Durante a Troica, para cortar despesas, foi imposta a redução de autarquias, exigência que devia reduzir o número de concelhos e acabou destinada à aglutinação de freguesias com redução mínima do número dos seus autarcas. Não são as juntas de freguesia que evitam o despovoamento que a administração central não evitou, mas servem para avivar bairrismos e das 1168 então extintas regressam 350. O que surpreende é a unanimidade partidária da proposta que a AR vai discutir / votar. Até pode ser boa lei, m...

Até que enfim!

A cerimónia de abertura do ano judicial sem representação da Igreja Católica não devia ser notícia. Revela apenas que a legalidade constitucional nunca foi cumprida. Desta vez o presidente do Supremo Tribunal de Justiça, o procurador-geral da República e a bastonária dos advogados entenderam que não se justificava a presença de um representante da Igreja. Com a Constituição (CRP) a vigorar desde 2 de abril de 1976, parece impossível que só agora passe a respeitar-se o seu carácter laico. Mas vale mais tarde do que nunca e não pode deixar de felicitar-se quem decidiu que a CRP é para cumprir. Aqui fica, pois, o meu aplauso.

Carta de um filho ao pai desavindo (fotocópia clandestina).

Senhor meu pai, meu querido pai: Sei que te desgostei e não merecias. Sei como sofreste com o teu pai e o teu sogro, meus queridos avós, quando viste ruir o mundo das nossas famílias no turbilhão que varreu o país e o amputou de Cabo Verde a Timor e difamou os portugueses de bem. Sei do desprezo a que os meus avós foram votados e da felicidade com que me casaste com a Rita para não teres netos com sangue jacobino ou oriundos da plebe. Sei que sofreste em silêncio o desejo de reconduzires o País aos santos e retos caminhos que a Providência lhe destinou com o pragmatismo de um líder e martírio de santo. Sei que não me perdoas o divórcio da noiva que me escolheste e te deu quatro netos e o pecado de dissolver o casamento canónico e, ao contrário de ti, perigar a alma para não viver em mancebia, pecado mais venial do que a ofensa ao sacramento do matrimónio. Sei que não fiz jus ao esmero de me afastares da escola pública e seus perigos, quando a plebe aí ascendeu, doze anos do secundário ...

Mein Kampf – (A Minha Luta, de Adolf Hitler) e a democracia

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Mein Kampf, referência do nazismo, faz a apologia da ideologia que uniu totalitarismo, ódio racial, nacionalismo e xenofobia, e inspirou os crimes em nome da pretensa pureza da raça e do espaço vital de uma nação. É um manual terrorista cuja ideologia fez mais de 60 milhões de mortos na Segunda Guerra Mundial (1939/45). Hitler, execrável panfletário, apelou aos instintos mais primários dos alemães e levou a ideologia a países que hoje esquecem a sua cumplicidade. Foi ele que ensanguentou o mundo a que Franco e Salazar sobreviveram por incúria dos Aliados. Após o suicídio teve ainda direito a missa de requiem, ordenada pelo cardeal Bertram, na Alemanha, e a luto oficial, em Portugal, decretado por Salazar. Denunciar o nazismo e levar a julgamento quem incite ao crime ou insista no racismo é usar a lei e os Tribunais, para punir quem reincide na promoção de crimes contra a Humanidade, e um dever de todos. Proibir o livro é injusto, gratuito e contraproducente. A história do nazi-...

A guerra na Ucrânia

Mesmo para quem discorda da política da UE quanto à guerra na Ucrânia,   o comunicado conjunto de António Costa e Ursula von der Leyen  merecia mais atenção dos media. Será já influência de António Costa para a UE enveredar por política externa sem vassalagem aos EUA?
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           Cartune de Varella
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  O DRAMA DA VIOLÊNCIA DOMÉSTICA Por Onofre Varela No último dia 10 de Janeiro, no Barreiro, uma mulher foi morta pelo seu companheiro sentimental, com golpes desferidos com tesoura e faca, cujo crime foi presenciado pelos dois filhos do  casal, com  seis e 14 anos. Foi o primeiro acontecimento de violência doméstica do ano que agora começou, e a estatística diz-nos ter sido um caso como tantos outros, já com historial de agressividade e queixa apresentada na polícia em 2022, mas que não teve o tratamento que se impunha para evitar tão trágico desfecho, tendo sido arquivada. Por lei, a violência doméstica é considerada um crime público; o que quer dizer que qualquer pessoa que tenha conhecimento de um tal caso pode comunicá-lo às autoridades sem necessitar de autorização da pessoa ofendida. Em 2024 a violência doméstica provocou a morte a, pelo menos, 25 mulheres, e nos últimos três meses do ano foram aplicadas 1204 medidas de coacção de afastamento dos agressores. São da...

A opinião e os factos. Vital Moreira

  sexta-feira, 10 de janeiro de 2025 Assim vai a economia (5): Retoma da inflação? Publicado por  Vital Moreira 1.  Portugal terminou o ano de 2024 com uma  retoma da inflação, bem acima da média da UE , e com uma  das maiores taxas de crescimento de preço das casas . Trata-se de uma consequência "natural" do aumento da procura provocado pelo significativo acréscimo do rendimemto pessoal, em resultado não somente do bom andamento da economia e do emprego (cortesia do PRR) e da descida das taxas de juro (por ação do BCE), mas também da opção governamental por uma política pró-cíclica de aumento da despesa pública, por razões políticas (prevenir o risco de eleições antecipadas), aproveitando o excedente das contas públicas herdado do anterior Governo, mediante subida das remunerações no setor público e das pensões e de outras ajudas ao rendimento, como o crédito "habitação jovem".  O ano de 2024 registou  uma dos maiores subidas do rendimento disponível ...

Composição – Tema: A família (6.º Ano) – aluna: Diana

A minha família é composta pelo meu pai, a minha mãe e eu. Quem manda é o meu pai que tem um táxi que não é dele. A minha mãe trabalha em casas de senhoras ricas. O meu pai é quem fala lá em casa, e manda calar a minha mãe; diz que, quando há um galo, não cantam as galinhas. Ele veio de Coimbra aqui para a Musgueira e trata os clientes e pessoas importantes de quem gosta por doutores. Os clientes gostam – diz o meu pai –, e fala dos doutores, mas às mulheres chama-lhes gajas. Aos homens de que não gosta chama-lhes nomes que a minha mãe diz que não devo dizer nas aulas.  O meu pai diz todos os dias que os políticos são mentirosos e vivem à custa dele, que a política é uma coisa suja, mas quando a minha mãe lhe disse que só falava de política, deu-lhe logo uma bofetada e nunca mais foi contrariado. O meu pai só gosta do dr. André Ventura, gosta tanto que até diz que o André, só André, sem doutor, vai acabar com os políticos, os ciganos e as eleições. Há um estrangeiro de quem gosta m...

Afonso Costa – uma referência impoluta da República

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Em 9 de janeiro de1913 tomou posse o primeiro governo republicano, liderado por Afonso Costa, efeméride que, pela importância política, personalidade do primeiro-ministro e grande vulto da República, merece ainda ser assinalada, 112 anos depois.  Nascido em Seia, a 6 de março de 1871, Afonso Costa foi um dos mais destacados membros do Partido Republicano e excecional orador parlamentar, em plena monarquia.  O notável ministro da Justiça, ainda no Governo Provisório, seria três vezes primeiro-ministro. Poucos políticos foram tão amados ou tão odiados como Afonso Costa. Teve contra ele a tralha monárquica, o clero reacionário e o país atrasado que a monarquia legou com o maior índice de analfabetismo europeu e o mais vergonhoso atraso social. Sidónio Pais, em rutura com a Constituição de 1911, que ajudara a redigir, liderou uma revolta que depôs Afonso Costa em 11 de dezembro de 1917 para iniciar uma ditadura e concentrar um poder pessoal sem paralelo desde o absolutismo monárqu...

A trasladação de Eça de Queirós para o Panteão

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A longa cerimónia, que acabo de recuperar, foi longa e gratificante. Recordar parágrafos de algumas das obras-primas de Eça, O Crime do Padre Amaro, Os Maias, A cidade e as Serras e O Primo Basílio é um convite à releitura. A interpretação do Hino Nacional e as árias de Haydn, Gounod e Ambroise Thomas, descritas nos seus romances foi um bónus que só a presença dos figurões saídos do golpe de 7 de novembro PR/PGR ensombrou. Poucas personalidades merecem tanto as honras do Panteão, a espécie de templo laico que a França consagrou e Portugal imitou, como Eça de Queirós.  A Cidade e as Serras foi ilustrada com a presença do PM, rural/urbano. Só faltou que a figura que diariamente me aparece nos ecrãs da TV ficasse com o escritor no Panteão, a fazer-lhe companhia na eternidade, mas o Panteão é para os mortos e o vivo andará aí a incomodar-me durante mais 1 ano, 2 meses e 1 dia. É pena!   

Divagando 17

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Enquanto Trump aguarda o trepasse do alvará de PR dos EUA para anexar o Canadá, comprar a Gronelândia e exigir a devolução do Canal do Panamá, sem panamianos, Elon Musk promete libertar o Reino Unido do governo tirânico que elegeu, confiante no sucesso a eleição de Milei, na Argentina, e, agora, na demissão de Trudeau, no Canadá. A senhora Ursula von der Leyen aguarda a convalescença da pneumonia para reiterar o apoio de todos os países da UE à guerra na Ucrânia, até ao último ucraniano, enquanto Elon Musk, depois de lhe ter retirado a Hungria, a Eslováquia e a Itália(?), prossegue os seus negócios engrossando a extrema-direita na Áustria, Alemanha e restantes países da Europa, da UE ou não.     Trump está impaciente para indultar os presos que assaltaram o Capitólio no golpe de Estado fracassado a seu favor, onde mataram polícias na benemérita intenção, enquanto Byden, depois de ter feito o mesmo ao filho condenado, se prepara para a reforma. Durão Barroso aconselha a Eu...

A troika, a fé e a vida (alegoria) – crónica – 25-12-2022 (para publicação em livro)

Nasci sob asfixia de uma troika – Pai, Filho e Espírito Santo –, sob terror de ameaças de quem tinha em todas as paróquias funcionários durões que zelavam pela amortização do empréstimo da vida, pela remissão do pecado original e por juros agiotas, fixados pelo credor, a quem não pedira para nascer, com a dívida do empréstimo. O batismo era o pacto de pagamento – dom da troika –, e um imperativo a que ninguém podia eximir-se. Começava-se em criança a rezar ave-marias e aos sete anos já a salve-rainha, o credo e as bem-aventuranças abrangiam juros anuais, pagos com a eucaristia e, antes dela, com o ato de contrição e a penitência após a desobriga quaresmal. A dívida não diminuía e os juros não baixavam. As crianças queriam ser boas alunas da troika, ir além das exigências, mas a dívida crescia, as ameaças prosseguiam e o Inferno era uma inevitabilidade. Aos dez anos o delegado paroquial, exigia-lhes um novo pacto para que a troika libertasse a segunda tranche da salvação eterna. Era...

A (excelente) opinião de Vital Moreira

  sábado, 4 de janeiro de 2025 O que o Presidente não deve fazer (51): Onde não é chamado Publicado por  Vital Moreira 1.  Ao c onsultar os demais membros do Conselho de Estado sobre o pedido do líder do Chega para uma reunião daquele órgão de consulta presidencial sobre questões de segurança , o PR admite explicitamente que tal reunião poderá vir a ter lugar, se uma maioria deles tal entender. Ora, para além de descartar a responsabilidade pela convocação (ou não) do seu órgão consultivo, não se vê qual pode ser o cabimento político e constitucional da intervenção do CE nessa matéria. Segundo a Constituição, o Conselho de Estado, para além dos casos de convocação obrigatória, sobre o exercício de competências presidenciais de maior impacto político (como a dissolução parlamentar ou a demissão do Governo), pode ser chamado a  «aconselhar o PR no exercício das suas funções» , a seu pedido. Ora, que se saiba,  o PR não exerce nenhuma função em relação à política d...

Grande momento de televisão:

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A jornalista Marta Vidal recusa ser beijada pelo PR e denuncia a cumplicidade dele e de Moedas com o Governo Português quanto ao reconhecimento do Estado da Palestina. Foi ontem na RTP. Vídeo pode ser visto aqui .