Sábado adormeci com o País em estado de choque, pela morte do sr. Pinto da Costa, e acordei domingo com cinco canais da TV em fúnebres homenagens, sem exigirem o panteão, incapazes de reprimir os soluços. Depois de percorrer quatro canais, abri o frigorífico receoso de que me saltasse uma carpideira do lugar do pacote da manteiga. Fiquei uma hora à espera de saber se o mundo ainda girava à volta dos EUA, mas foi a euforia que assomou, por entre o choro e ranger de dentes do funeral, na substituição do Papa na missa do Vaticano por um cardeal português, um respeitável intelectual e sólido poeta a quem a voz soturna do múnus diminuía. Só de tarde tive oportunidade de ver notícias do mundo que agora gira à volta de Kiev e Berlim, depois de o vice-presidente dos EUA vir ali dar lições de democracia a europeus e dizer que a Rússia não é o inimigo, é a própria Europa, para que percebam que o amo despreza os vassalos e um extremista de direita passou a referência ética. Depois do aviso de que...