Outra carta de um filho ao pai desavindo (fotocópia clandestina).
Senhor meu pai, meu dileto: Não calculas como sofro com o teu silêncio! Não me respondeste à última carta e não me atrevo a telefonar-te enquanto não me enviares a bênção. E desconfio do WhatsApp cujo encriptamento pode ser decifrado pelos nossos inimigos, que devassam a conversa, como fizeram com os emails da nossa perdição. Não calculas, senhor meu pai, o que dizem nas redes sociais, mesmo alguns dos que te devem os cargos! Que és um construtor de cenários, escorpião, tartufo e catavento! Que és capaz de tudo por vingança, narcisismo ou ambição! É mentira. E os nomes que te chamam, que nunca se dizem em público, são linguagem de almocreve. Até dizem que as fitas que dependuras ao pescoço das pessoas são para pagares favores e comprar fidelidades. São uns malvados! Sabes que tens sempre a minha casa, agora que já não temos aqui a do sr. Ricardo, mais sumptuosa, e espero que não te ostracizem como a ele, que era tão bom para nós. Senhor meu pai, quando te reformares do empreg...