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A mostrar mensagens de maio, 2013

O circo à volta de um círculo vicioso…

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“ Com a economia a cair, Portugal tem um indicador em constante subida: a taxa de desemprego. O índice voltou a bater um novo recorde, com os 17,8 por cento registados em abril. No mesmo mês, o Eurostat aponta o também recorde de 42,5 por cento no desemprego jovem… ” link Não saímos da cepa torta. O Governo especializou num mister muito peculiar: a digestão de maus resultados, uns atrás dos outros, convicto que o ‘ enfartamento ’ não surgirá. A legislatura é de 4 anos. Estamos praticamente a meio desse período e quanto a resultados vamos ouvindo e delapidando a paciência com promessas: No final do ano o desemprego estacionará, os jovens vão ter acções de formação (para ?...), etc. Qualquer cidadão já percebeu que o plano de ajustamento económico e financeiro, defendido a ferro e fogo por este Governo, baqueou face a tão desastrosos resultados. Mas possesso este Governo agarrado a uma deriva neoliberal ensaia (mais) uma fuga em frente. Primeiro, o Ministro da Economia fa

CONTINUA O ATAQUE RAIVOSO AO TRIBUNAL CONSTITUCIONAL

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O contumaz fora-da-lei Passos Coelho continua a ladrar às canelas do Tribunal Constitucional. Ainda ontem foi visto na TV a dizer que as “medidas” que anda a preparar para ir mais uma vez ao depauperado bolso dos contribuintes são provocadas pela decisão daquele Tribunal, quando a verdade mil vezes repetida é que, se “buraco” há, ele resulta de o seu governo e a sua coligação terem dolosa e provocatoriamente apresentado um orçamento de Estado recheado de normas inconstitucionais. Mas isso é o menos, pois já ninguém dá crédito ao que diz esse mentiroso profissional. O pior é que a comunicação social, por cumplicidade ou imbecilidade, repete o mesmo discurso. Só uma única vez é que ouvi um jornalista dizer as coisas corretamente, referindo-se ao “buraco” gerado “pela inconstitucionalidade de algumas normas do orçamento”. Quando é que os nossos jornalistas aprenderão a não se deixar levar na onda do discurso oficial e a informar o público como deve ser?

Notas soltas: maio/2013

1.º de Maio – Quem assistiu em Lisboa ao primeiro 1.º de Maio em liberdade, em 1974, não pode deixar de refletir sobre o medo e o desânimo que domina a sociedade onde todos os dias crescem o desemprego, a fome e o desespero. Hungria – A extrema-direita ganha terreno e regressaram o racismo, a xenofobia e as perseguições aos judeus. Os demónios totalitários acordam num país que viveu entre a euforia fascista que antecedeu a guerra de 1939/45 e a opressão comunista posterior. 8 de maio – Sessenta e oito anos após a capitulação do exército nazi, em Berlim, renascem os demónios totalitários que deram origem à maior tragédia do século XX. É a história a repetir-se num misto de farsa e de tragédia. CDS – A intriga e a chantagem têm sido, como sempre foram, as armas de Paulo Portas, contra o PSD, no moribundo Governo da coligação. Ele pode enganar todos os portugueses uma vez, alguns, várias vezes, mas ninguém se deixará enganar sempre. Espanha – O Tribunal Constitucional, ao suspende

Uma notícia de encomenda

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Não sou dos que nunca se enganam e raramente têm dúvidas. Juro mas não aposto, é a  expressão atribuída aos judeus, num dito humorado, a fazer esquecer o antissemitismo ancestral. Juro, pois, que a capa do «I» é uma encomenda para fingir que o PSD não faz escolhas políticas, quando é tradicional no bloco central ser presidente da CGD um gestor do partido da oposição. Neste caso apresentam Luís Amado como sendo do PS, sendo verdade que foi ministro de Sócrates, mas um falcão alinhado pela política republicana dos EUA e solidário com todas as medidas do atual Governo. Luís Amado foi o ministro do PSD que sobraçou a pasta dos Negócios Estrangeiros no Governo do PS. A nomeação de Luís Amado para a CGD teria a dupla vantagem de parecer um ato de simpatia para com o PS ao mesmo tempo que garantia um indefetível liberal da direita jurássica com rótulo de esquerda.  

A Constituição, o Governo e o PR

Não sei se é, neste Governo, maior a incompetência, a desfaçatez ou o atrevimento. Em relação à Constituição tem duas posições: ou a viola toscamente ou legisla ao arrepio do que ela prevê. Depois de dois chumbos em outros tantos Orçamentos de Estado, em vez da prudência que a experiência aconselharia, levando-o a refletir na legislação que produz, quiçá na presunção da cumplicidade do PR, reincide na asneira, retoma a provocação e manda o ministro Maduro condenar a CRP, a moldura insubstituível do ordenamento jurídico. O Governo, desde o irrelevante putativo líder, até ao azougado ministro Maduro, um académico à procura do fato de ministro, sem discernimento para perceber que a crítica, que é permitida a um professor, não é tolerável num governante, o Governo – dizia –, é o principal fator de instabilidade no País, sem menosprezar o contributo precioso de Sua Excelência o Presidente da República. As « entidades intermunicipais não podem ser consideradas autarquias porque não est

O Islão, a fé e a liberdade

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O suspeito de atacar um soldado em Paris é, à semelhança do que ocorreu em Londres, outro convertido ao islamismo que o ministro do Interior francês designou « defensor de um islamismo tradicionalista e radical », como se houvesse um islamismo diferente. Esquecem as almas piedosas, habituadas a crer em afirmações para as quais não exigem provas, que o respeito pelas outras religiões ou pelas ideias dos não crentes não tem o mais leve acolhimento nos textos sagrados de qualquer monoteísmo, donde se conclui que o alegado apelo ao ecumenismo não passa de um golpe de marketing para disfarçar a vocação totalitária do proselitismo. Se a Igreja não tivesse sido politicamente reprimida no Ocidente, não teria sido possível o livre-pensamento. A liberdade religiosa só foi aceite pela Igreja católica no Concílio Vaticano II, sem evitar o posterior azedume de Bento XVI e o mais absoluto repúdio da Fraternidade Sacerdotal São Pio X (FSSPX) cujo antissemitismo demente levou à cisão com

Venezuela

Morto Hugo Chávez, um líder autoritário e populista, mas amado pelo povo, começaram as manobras de sabotagem económica para justificar o golpe de Estado que inverta o curso político e restaure os interesses da grande burguesia e do capital financeiro.

28 de maio de 1926

Hoje é um dia de luto para os democratas e, muito especialmente, para os republicanos. Há 87 anos, um levantamento militar, de índole nacionalista e antiparlamentar, trazia já no bojo o fermento totalitário que começou por uma ditadura militar e acabou na tirania fascista, depois de ter sido designada como Ditadura Nacional. Gomes da Costa saiu de Braga, uma cidade moldada pelo catolicismo mais reacionário, e acabou aclamado na Avenida da Liberdade, em Lisboa, à frente de 15.000 homens. Era a desforra de monárquicos miguelistas, do catolicismo caceteiro e de todos os órfãos de João Franco ou de Paiva Couceiro. António Sardinha, Hipólito Raposo e Rolão Preto eram os ideólogos do integralismo lusitano cujo ódio à República rivalizava com o ódio à monarquia constitucional. Era a liberdade que os intimidava na desvairada deriva que já percorria a Europa e desaguaria no Fascismo. O Centro Académico da Democracia Cristã (CADC), organismo pouco recomendável, forneceria os quadros do q

Portugal, a dívida e o castigo

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A troika, à boa maneira protestante, escolheu Portugal para o obrigar, de forma sádica, à expiação do pecado da dívida. Nem o facto de Portugal ter sido vítima dos mercados, a que não são alheias as instituições financeiras que os desregularam e, simultaneamente, nos conduzem no que chamam o equilíbrio das contas públicas, as conteve na crueldade da receita. A penitência tem o toque perverso de serem os algozes a escolher os sequazes. O nível dos juros e a espiral recessiva que caminha para a depressão, levou vários economistas a condenarem o caminho, por ser errado, e a violência do castigo, por ser cruel.  O Nobel da Economia, Paul Krugman, através do New York Times, refere a situação portuguesa como um pesadelo insuportável. Não é adepto do «custe o que custar» e é sensível ao desemprego dramático e à destruição metódica e sistemática das unidades familiares de negócio, “ o núcleo da economia e da estrutura social ”. Ao mesmo tempo que discorda do modelo económico de que

Aquilino Ribeiro – um escritor que fez escola - 50.º aniversário da sua morte

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Há cinquenta anos faleceu Aquilino Ribeiro, o maior prosador da língua portuguesa da primeira metade do século XX. A mãe quis destiná-lo ao sacerdócio e foi no seminário que aprendeu decerto o encanto da língua e o desencanto da fé. Aliou a carreira de êxito literário à intervenção política e ao combate cívico, primeiro pela República, depois contra a ditadura. Sou suspeito a falar de Aquino, que li  muito novo, onde encontrei palavras do meu avô materno e pessoas iguais às que eu conheci. Escreveu sobre gente e paisagens que me eram familiares e o Malhadinhas era a síntese de vários aldeões vivaços e atrevidos que me tratavam por menino por não ter pergaminhos para me dizerem, ora oiça, meu fidalgo. Escreveu «Quando os Lobos Uivam» num tempo em que as feras andavam à solta e os Tribunais Plenários ao serviço da canalha fascista. Com Aquilino vivi as histórias do volfrâmio de que o meu avô falava e apreendi que as sotainas não escondiam a virtude apregoada e que «Anda(va)m Fau

Abusos da Igreja católica

Espanha sente necessidade de denunciar a Concordata. E nós? http://elpais.com/elpais/2013/ 05/24/opinion/ 1369406456_822152.html

A sorte que nos coube

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A laicidade como condição de paz e sobrevivência

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Repetir é didático. Reitero a minha determinação em defender todos os crentes de todas as religiões e em combater todas as crenças prosélitas, totalitárias, racistas, xenófobas e misóginas. Os pregadores do ódio que nas mesquitas e madraças acirram os crentes contra os infiéis não fazem mais nem pior do que os cristãos, ao longo dos séculos, contra muçulmanos e judeus, ou estes contra os muçulmanos da Palestina. Não podemos consentir que todos os crentes de uma ideologia totalitária vivam reféns do medo e da vingança tal como não podemos deixar-nos ficar à mercê dos que julgam ter o Paraíso à espera depois de nos liquidarem. O primarismo islâmico, exacerbado pelo fracasso da civilização árabe, é terreno fértil para a conversão e espaço assassino para os apóstatas. O fanatismo dos convertidos é hoje tão ardente como o dos primatas que corriam ao apelo dos papas para as Cruzadas ou ao dos monges que ateavam as fogueiras da Inquisição. É difícil convencer Governos democráticos a

O Vaticano, o Diabo e o exorcismo

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A possessão demoníaca, uma moléstia que só ataca os crentes e cuja cura só pode ser efetuada por um sacerdote com alvará episcopal, sobreviveu à erradicação da varíola. O diagnóstico diferencial não existe e é impossível ser estabelecido por médicos porque as moléstias da alma são males cuja cura resiste aos fármacos e só cede perante orações apropriadas, sob a ameaça do crucifixo e com o denodo de um presbítero encartado. O número de endemoninhados recuou com a alfabetização, a alimentação equilibrada e a ciência, mas o Diabo, fonte de receita eclesiástica, nunca deixou de supliciar as almas pias e de exigir o recurso ao exorcismo, único demonífugo de efeitos comprovados. Não admira, pois, que em épocas de desespero, com o presente negro e o futuro incerto, os demónios adormecidos venham desafiar a sanidade de um povo que ainda oferece a bilha de azeite a um santo pela cura de um parente ou o pé de porco pela de uma ovelha estropiada. O bispo de Bragança, com c

UM GOVERNO DE MALFEITORES

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Publicado ontem no "Diário de Coimbra": O governo, não contente em violar consciente e repetidamente a Constituição da República, em roubar direitos adquiridos e em não cumprir contratos há muito estabelecidos entre o Estado e os cidadãos - como no caso das pensões - pretende agora obrigar os médicos a cometer crimes.

O fanatismo religioso e a resposta politicamente correta

Cameron diz que ataque em Londres foi “traição ao islamismo”. É a incapacidade de ver que o ataque de Londres é uma manifestação do islamismo, à traição, que impede a repressão aos pregadores do ódio e a contenção do fascismo islâmico. Se Cameron fosse mais honesto lembraria a Guerra dos Trinta Anos e a carnificina que precedeu a paz de Vestefália que, pela primeira vez, permitiu a liberdade religiosa.

Sobre o Mediterrâneo…

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A candidatura portuguesa da Dieta Mediterrânica a Património Cultural e Imaterial da Humanidade da UNESCO é apresentada na quarta-feira, às 12:00, na Assembleia da República ... link . Este 'interesse' sobre o Mediterrâneo – oportuno sem dúvida – é o revisitar dos nossos pilares civilizacionais onde a dieta (do grego: maneira de viver) é uma pequena porção da vivência mediterrânica onde se cruzam as circunstâncias geográficas (encruzilhada entre Norte de África, sul da Europa e Próximo Oriente) as mitologias (invenção grega que começa com Zeus raptor de Europa), a História (a marcha do Homem nos diferentes tempos), as Filosofias (discursos acerca do Ser) e as Ciências (busca do Saber). Enfim, o Mediterrâneo é na sua essência – para um viajante do mundo contemporâneo - um espaço de pluralidade e de diversidade. Resumindo: o Mediterrâneo é um vasto e riquíssimo albergue de civilizações que se por lá nasceram, cresceram e sucumbiram, por vezes catastroficamente, mas qu

Espanha infestada de demónios

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O regresso de Aznar parece ser alheio a estas precauções

Metáfora sobre os objetivos da convocatória da reunião do Conselho de Estado.

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Não se insulta um dirigente partidário italiano

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TIREM DAQUI AS PATAS !

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PROTESTO DE DEPUTADOS DO PARLAMENTO EUROPEU CONTRA AS  POLÍTICAS DE AUSTERIDADE E AS INGERÊNCIAS DA TROIKA EM DIVERSOS PAÍSES DA EUROPA

O fascismo islâmico

Nenhum menino nasce assassino mas quando um deus, na sua divina demência, pregada nas mesquitas e madraças, desde a infância, lhe transmite o ódio de que só a xenofobia é capaz, pode surgir o monstro que degola um desprevenido soldado londrino. «Juramos por Alá, o todo poderoso, que nunca deixaremos de vos combater». À solta continuam os pregadores do ódio, a corja imensa de parasitas de deus capaz de semear a morte e a tortura em nome de uma esquizofrenia que goza de complacência por se chamar religião.

A reunião do Conselho de Estado e o Comunicado

O Presidente da República presidiu na segunda-feira à reunião do Conselho de Estado, tendo como ordem de trabalhos o tema “Perspetivas da Economia Portuguesa no Pós-Troika, no Quadro de uma União Económica e Monetária Efetiva e Aprofundada”. O comunicado emitido é tão pobre na forma e medíocre na substância que não merece a leitura. A reunião anunciada na televisão por Marques Mendes, com larga antecedência, e comunicada aos conselheiros por email, ignorou o feriado da Região Autónoma dos Açores cujo presidente é conselheiro por inerência e que, por isso, não pôde assistir. Faltou um astrólogo para prever quando colapsa a economia portuguesa e se a Troika se torna desnecessária na data prevista, mas, pelo rumo de Portugal e da própria Europa, o mais difícil é prever a data do naufrágio e, como no Titanic, quem são os sobreviventes. A notícia de que alguns conselheiros pediram a demissão do atual Governo foi omitida no comunicado e sobre as matérias de maior interesse, ta

O novo patriarca de Lisboa

O próximo patriarca de Lisboa aparece amanhã na capa da Visão com a sua última namorada antes de se dedicar aos negócios pios. A foto de dois jovens normais serve para humanizar este intelectual brilhante em cujo proselitismo a Igreja aposta muito. Trata-se de um monárquico o que é coerente com a tradição da Igreja romana para quem o paradigma é o contubérnio entre o trono e o altar. Proibidos de partilharem a mesma cama, desde 1910, ficou-lhe na matriz genética a perversão que se nota em expressões como: Cristo-Rei, Rainha dos Céus, o trono de Deus, a coroa da Virgem e outras. 

Cartoon

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A extinção da Sociedade Portuguesa de Escritores e a violência fascista

Faz hoje 48 anos que o regime fascista assaltou a Sociedade Portuguesa de Escritores, na sequência da atribuição do Grande Prémio de Novelística a Luandino Vieira, autor do livro «LUUANDA» preso político encarcerado do campo de concentração do Tarrafal. A sede da SPE foi assaltada por 50 “desconhecidos” (polícias à paisana) que destruíram todo o seu conteúdo. No dia seguinte, 22, quatro membros do júri, os escritores Manuel da Fonseca, Augusto Abelaira, João Gaspar Simões e Fernanda Botelho foram mandados comparecer na sede da PIDE durante todo o dia. Manuel da Fonseca e Augusto Abelaira foram presos, sem culpa formada, e transferidos para Caxias, um hábito de um país pária, com ódio à cultura e à liberdade. Alexandre Pinheiro Torres, que também fez parte do júri, foi preso pela PIDE na terça-feira seguinte, dia 25, às sete horas da manhã. O ministro Galvão Teles decretou a extinção da SPA. Em 1973 foi criada a Associação Portuguesa de Escritores (APE) com um nome diferente porq

O ex-assessor do PM Cavaco Silva

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Momento zen de segunda_20-05-2013

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João César das Neves (JCN), quiçá por ausência prolongada de pecados, andou arredado das homilias pias com que agride a inteligência dos crentes e hilaria os incréus. Na prédica de hoje, neste ano da Graça de 2013, começa por advertir os paroquianos de como procede quem pretende destruir a sociedade: acusar vários réus «do Governo aos bancos, do euro aos corruptos», para advertir que essa forma é ineficaz. Quando julgávamos que no bem-aventurado brilhava um módico de bom-senso, quis o predicante esclarecer-nos sobre « A verdadeira conspiração », a forma mais eficiente de «conseguir a aniquilação de Portugal». Engana-se quem pensa que a crise económica, ainda que fosse muito mais severa, ou os métodos políticos e militares eram capazes de nos destruir. É muito difícil destruir Portugal – diz JCN. Mas… «Há uma maneira, e é simples». E está a acontecer-nos. Basta uma conceção que «degrade o conceito de casamento» a que se juntam «as brutais consequências humanas, psicológi

Fátima, Conselho de Estado e sentido de Estado

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Por mais vergonha que os católicos sintam da instrumentalização da Senhora de Fátima a respeito das decisões da troika, só podem queixar-se de si próprios e do clero que usou três inocentes pastorinhos para o combate contra a República, primeiro, e o comunismo, depois. Ainda hoje, esquecidas as piruetas do sol, a aterragem do anjo no anjódromo da Cova da Iria e as acrobacias da Virgem no cocuruto das azinheiras, o local goza da promoção do Vaticano e é viagem obrigatório dos papas de turno. Não admira, pois, que as angústias e medos dos portugueses encontrem no joelhódromo de Fátima e na imensidão da maior área coberta da fé – a nova basílica –, a calma que falta numa sociedade torturada pelas inquietações do presente e o desespero quanto ao futuro. Surpreendente é a invocação da influência de Fátima nas decisões da troika por Cavaco Silva, não na qualidade de um crente em conversa com a mulher, mas na função de PR de um país laico, em declarações aos portugueses. Compreende-s

Miranda do Corvo - Diálogo inter-religioso

Sob o lema “diálogo inter-religioso” realizou-se ontem em Miranda do Corvo, sob o patrocínio da Câmara Municipal, jornal Mirante e ADFP um ciclo de conferências. O programa teve início às 10H00 com a abertura solene pela Presidente da Câmara e terminou, depois das 18 H00, com a habitual sessão de encerramento com o Diretor do Mirante, Eng.º Carlos Ferreira, um vereador e o Professor  Amadeu Carvalho Homem. É difícil imaginar numa vila, inserida na sub-região do Pinhal Interior Norte, tão grande atividade cultural e uma soberba IPSS, a ADFP, uma Fundação cujo presidente, além da notável ação solidária exercida, nos brindou com a mais extraordinária conferência, na forma e no conteúdo, de todas as que foram proferidas. Foi breve a dizer o que fez e faz e convincente a transmitir os projetos que tem em marcha. Jaime Ramos, benemérito, ex-político, médico e intelectual, é uma das raras personalidades que poderia e deveria ser o ministro da Segurança Social de um qualquer Governo. Espe

TESTAMENTO POLÍTICO DO CARDEAL POLICARPO

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Já noutro post fizemos referência a uma mensagem política do ex- (ou quase ex-) Cardeal Patriarca de Lisboa, quando Sua Eminência, pouco tempo depois das grandes manifestações de 15 de Setembro passado, se dirigiu à Nação proclamando: “Não se resolve nada contestando!”. Agora, perante um alargado grupo de estudantes em fim de curso universitário, referindo-se ao futuro nada auspicioso que os espera – desemprego ou emigração – reincidiu no seu apelo ao conformismo – apelo que se presume extensivo a todo o povo martirizado – declarando: “NÃO VOS REVOLTEIS!” É esta mensagem reconfortante que o Senhor Cardeal, ao cessar as suas funções patriarcais, deixa ao povo português. No fundo, uma mensagem digna do Ulrich: se até os sem-abrigo aguentam, porque não hão de vocês aguentar? Que Cardeal tão Cerejeira!

O que poderá estar na forja…

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O secretário de Estado da Administração Pública garantiu, em entrevista ao Diário de Notícias, que o novo sistema de requalificação – que está a ser discutido com os sindicatos para substituir a mobilidade especial - não tem como objectivo os despedimentos na função pública e só “em última instância” se admite “a possibilidade de cessação do vínculo”. link Mais uma medida para ser aplicada em ‘ última instância ’ e emparelhar com a contribuição de sustentabilidade sobre as aposentações da CGA. Anunciar medidas avulsas com um instinto um pouco canino a fim de marcar território será a nova estratégia governamental. Ninguém sabe até onde este tipo de políticas nos conduzirão. De facto, estas ‘ requalificações ’ são estranhas quando o propósito, publicamente assumido, é ‘emagrecer’ a função pública. Mais, requalificar para quê se o mercado laboral não oferece quaisquer tipos de oportunidades de entrada? Na verdade, este Executivo deixou de governar. Tem-se entretido a levanta

A Assembleia da República e as leis da família

O projeto de lei de um grupo de deputados do PS, que prevê a capacidade de co-adoção por casais ou unidos de facto do mesmo sexo, foi hoje aprovado na generalidade, no Parlamento, com 99 votos a favor, 94 contra e nove abstenções. A decisão é, de facto, um problema de consciência mas não se percebia que um cidadão solteiro e homossexual pudesse adotar uma criança e um casal de indivíduos do mesmo sexo o não pudesse fazer. Acresce que o facto de ninguém poder ser discriminado em função da sua orientação sexual, legitima a decisão da AR. Esperei sempre a ajuda dos psicólogos para a formação da minha própria opinião, mas não tenho dúvidas de que o afeto de que todos precisamos e, em especial, as crianças, não depende da orientação sexual de quem o dedica. Já a oposição parece ter origem em razões de natureza religiosa ou radicada num preconceito. Surpreende-me, sim, que o CDS, perdida a votação sobre uma matéria que dividiu o seu próprio partido pondere pedir a fiscalização da cons

Fernando Negrão e a cidadania

Fernando Negrão, ao opor-se ao ensino da Constituição da República Portuguesa, que o seu partido votou favoravelmente, revela que o preconceito ideológico é nele maior do que o respeito pela lei fundamental. O deputado do PSD rejeita a proposta devido à "carga ideológica muito forte" do documento. Quando o presidente da Comissão de Assuntos Constitucionais se comporta assim, não admira que o PR julgue que o plural de «cidadão» acompanha o de «feijão», e reincida na ofensa à gramática num improviso em que rivaliza com Américo Tomás. Em 1960 fiz o exame do 7.º ano de Organização Política e Administrativa da Nação, que designávamos por OPA, e não senti na nota de 18,3 que me foi atribuída, passe a imodéstia, uma adesão ao espírito do diploma fascista. Quem me dera ter, nessa altura, esta Constituição para aprender nela a cidadania.

Fátima, troika e milagres

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Naquele tempo a Lúcia – segundo afirmou – não sabia ler nem escrever, nem, ao menos, contar os anos, meses ou dias, mas já reconhecia «o anjo que aparecia em forma de um jovem transparente, mais brilhante que um cristal atravessado pelos raios do Sol», que lhe surgiu pela primeira vez na Loca do Cabeço. O Francisco e a Jacinta, que insondáveis desígnios, adiantaram no caminho da santidade não eram tão perspicazes nas visões nem tão apurados de ouvido. Era pela Lúcia que sabiam que «Nosso Senhor» andava muito zangado e que a Senhora de Fátima, incomodada com os estados de alma do divino filho, aproveitava para dizer aos pastorinhos que pusessem toda a gente a rezar o terço e para pedirem ao Papa que consagrasse o Mundo ao seu (dela, Senhora de Fátima) coração imaculado. Em vez de rebuçados caramelizados, embrulhados em papel, a Senhora surgia para lhes dar recados. A princípio, quando as pessoas descriam de tanta aparição, era a República que preocupava a celeste visita mas, co

Quando o PR trata assim a gramática...

http://www.tvi24.iol.pt/ videos/video/13868001/1

A convocação do Conselho de Estado

A convocação do Conselho de Estado para analisar a situação portuguesa pós-troika não é um ato político, é um mero exercício académico de bruxos, quiromantes, lançadores de búzios ou de cartas e ofícios correlativos. Quando se ignora se a troika permanece ou parte e quando o fará, ou se nos abandona, é um exercício surrealista inspirado pela Senhora de Fátima ou por S. Jorge, ou por uma joint venture  de ambos. Dois orçamentos inconstitucionais, a enervamento no Governo, o divórcio da coligação e a grave situação económica, financeira, social e política, são meros danos colaterais do Governo de iniciativa presidencial. As profecias sobre o futuro passaram a ser urgentes após Marques Mendes se ter incumbido de anunciar a reunião do Conselho de Estado. Somos um país que balança entre os embustes sobre o passado histórico e as utopias que sonhamos desde Alcácer Quibir.

Até Berlim o abandona...

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Na Europa julgaram que tinha sido um bom PM em Portugal e aqui pensava-se que era um bom presidente da Comissão Europeia.

Cenas do segundo quartel do século XX (Crónica)

Cenas do segundo quartel do século XX  (Crónica) A 5.ª classe do ensino primário, uma conquista da 1.ª República contra o analfabetismo herdado da monarquia, que o salazarismo havia de reduzir a três, foi um avanço cuja dimensão importa recordar quando, de novo, se pretendem aprofundar as desigualdades. Foi com a 5.ª classe que o meu pai viajou para Lamego, uma das raras cidades que tinha um colégio, dirigido pelo padre João, onde, em regime de internato, era possível cursar os sete anos de escolaridade que faltava percorrer até à universidade. Os liceus eram exclusivos das capitais de distrito e poucos aí chegavam. Mas não foi para falar das malfeitorias da ditadura salazarista, do regime de separação de sexos, da discriminação da mulher e de muitas outras aviltantes proezas da ditadura, que iniciei esta crónica. Foi para registar os tempos da transição do primeiro para o segundo quartel do século XX. Para escrever sobre pessoas que eram no século que foi. O meu pai deve ter

Pena de morte para ateus é legal em 7 países

Além dos países que punem os ateus com a morte, em outras nações os céticos e humanistas são obrigados a mentir para obter seus documentos oficiais, sem os quais é impossível ir para a universidade, receber tratamento médico e viajar para o exterior Os ateus e outros céticos religiosos sofrem perseguição ou discriminação em muitas partes do mundo e em pelo menos sete países podem ser executados se sua falta da crença se tornar conhecida. A informação é de relatório da IHEU (União Internacional Humanista e Ética) divulgado no último dia 10/12/2012. Pena capital para céticos vigora no Afeganistão, Irão, Maldivas, Sudão, Mauritânia, Paquistão e Arábia Saudita. O relatório mostra que a situação dos “infiéis” é mais grave em países islâmicos, onde religião e Estado se confundem. As consequências para o cético às vezes podem ser brutais.

Homenagem a Humberto Delgado no 107º aniversário do seu nascimento

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«Obviamente, demito-o» (referindo-se a Salazar)

Cavaco Silva, a troika e a Senhora de Fátima

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A realidade é sempre pior do que a notícia. Cavaco Silva prestou-se a ser presidente da Comissão de Honra da canonização de Santo Pereira, a forma de desacreditar um herói nacional, Nun’Álvares Pereira, com o milagre pífio da cura do olho esquerdo da D. Guilhermina de Jesus, queimado com salpicos de óleo fervente de fritar peixe. Um presidente que se presta a rubricar a cura milagrosa do olho esquerdo da cozinheira de Ourém, para fazerem santo um guerreiro com seis séculos de defunção, é alguém que prefere a oração ao colírio e que confia mais em Fátima do que na virtude dos enviados da troika, embora, neste caso, haja razões para desconfiar de todos. Ao comprometer a Senhora de Fátima na aprovação da sétima avaliação do programa de ajustamento português, Cavaco revela que perdeu a confiança no Governo e vira-se para a Cova da Iria. Tal como Portas, notabilizado por mobilizar a marinha de Guerra contra um barco armado com pílulas abortivas, que ameaçava interrupções da gravidez

HERR GASPAR VISTO POR HERR SCHAUBLER

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A última Revista do “Expresso” brinda-nos com um artigo do ministro das finanças da Alemanha, Wolfgang Schauble, sobre o seu “amigo e colega” Vítor Gaspar, destacado para exercer idênticas funções em Portugal. Escreve Schauble: “Ao observar quanto Portugal mudou nos últimos dois anos, vêm-me à mente palavras como clarividência, determinação e coragem. Não constituirá, portanto, surpresa que quando a história do seu renascimento económico for escrita, um dos seus protagonistas seja um homem dotado dessas qualidades. No seu modo calmo mas firme, o meu amigo e colega Vítor Gaspar deu uma contribuição decisiva – talvez a contribuição decisiva – para as políticas que colocaram Portugal firmemente no caminho da recuperação.” Parece ironia de mau gosto, mas não é. Tudo indica que Herr Schauble foi sincero. Na sua mente germânica e ultraliberal, o facto de Gaspar, “no seu modo calmo mas firme”, ter lançado um milhão de portugueses no desemprego e dezenas de milhares de empresas na fal

Moléstias incuráveis

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Notícias do dia

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É para fechar

13 de maio. Uma data contra a República.

Hoje, em Fátima, consumiu-se mais cera do que mel produziram as abelhas. Fátima tem a maior área coberta da religião, em Portugal. Foi um centro de propaganda da ditadura depois de ter sido um instrumento de luta contra a República. A guerra fria deu-lhe uma enorme importância e converteu o local num centro de recolha de esmolas onde o dinheiro e o ouro abundaram. Hoje, a crise da fé e da economia tornam o sítio menos rentável, apesar das campanhas papais de marketing. Também é verdade que os pastorinhos nunca conseguiram fazer um milagre de jeito. São mais os peregrinos que morrem na estrada do que os estropiados que se curam. Os joelhos dos devotos sangram nas maratonas beatas à volta da capelinha das «aparições» e as orações aliviam os crentes mas não produzem efeitos. Não sei como os laboratórios farmacêuticos não usam a ave-maria como placebo nos ensaios duplo-cegos com que testam os medicamentos. O paganismo é hoje um detonador da fé que se cultiva na Cova da Ir

A desfaçatez e a mentira. Passos e Portas

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É preferível uma parelha de coices a uma parelha de solípedes.

Nas vésperas do aniversário das aparições o Governo recolhe-se para implorar um ‘milagre’…

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Conselho de Ministros em alta tensão… link Se existissem dúvidas acerca da agónica balbúrdia que reina no colectivo que (ainda) nos governa elas ficavam desfeitas com a realização, hoje, de mais um inopinado conselho de ministros extraordinário. Trata-se, de facto, da persecução das longas reuniões efectuadas nas últimas semanas e que, sistematicamente, se traduziram em banalidades, nulidades e, mais tarde, foram trazidas à praça pública como ameaças desconexas e desfasadas da realidade nacional. Um Governo que entrou na tarefa de chover no molhado... Entretanto, à sorrelfa dos encantados e cantados ‘ consensos ’ foi enviado para Bruxelas um documento baptizado de DEO (Documento de Estratégia Orçamental 2013-2017) link . Ninguém - cá dentro e lá fora - acredita em mais este malabarismo de Excel nem nos resultados das medidas que o informam. Trata-se de um pueril exercício simulador de governação. Hoje, um governo que se mostra encalhado na sua própria incapacidade pol

Abreu Amorim candidata-se a secretário de Estado

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Não é relevante a pasta que lhe possa caber ou a precariedade do cargo. Esta gente é pau para toda a obra. A coerência é um empecilho, tal como a honra ou a dignidade política. Abreu Amorim, em campanha para a Câmara de Gaia, afirmou que “o tempo político de Vítor Gaspar terminou». Compreende-se que não seja decoroso exibir amizades com as de Duarte Lima, Oliveira e Costa, Vale e Azevedo, Dias Loureiro e outras ex-estrelas do partido de cuja bancada parlamentar  é vice-presidente, mas, depois do desaire de Berta Cabral, bastava algum tino para não incorrer no mesmo despautério. Berta Cabral foi, ao que me disseram em S. Miguel, uma boa autarca de Ponta Delgada mas a fama que precede o presidente do PSD levou-a a dizer dele, quando disputou o Governo da Região Autónoma, o que Maomé disse do toucinho. Chegou a perguntar ao eleitorado se a achava parecida com ele, com alguém que nem para vogal de uma Junta de Freguesia serviria, como o País dolorosamente descobriu. Sabe-se como a

Raridade bibliogáfica

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DOIS FARSANTES

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As alegadas “divergências” entre Portas e Passos Coelho não passam de pura farsa. A coligação a que ambos pertencem pretende manifestamente perpetuar-se no poder. É isso também que pretendem a Troika, o “Padrinho” e a coorte de banqueiros e outros vampirescos milionários que a suportam e ela suporta. Porém, dada a desgraçada política que têm seguido, esse objetivo parece cada vez mais inatingível, pelo menos mantendo-se a coligação como está. Em face do perigo que as próximas eleições representam para toda essa “onorata societá”, a coligação inventou uma estratégia: tornar-se a alternativa de si própria. Como o PSD é que se tem desgastado mais, por ser o principal parceiro e aquele que mais tem “dado a cara”, as esperanças de evitar a derrocada viram-se para o CDS. Assim, Portas começou a apresentar-se como “bonzinho”, fingindo divergir do Passos “mauzão”. Esperam com isso que parte dos inúmeros votos que o PSD vai perder sejam recuperados pelo CDS. Assim ficaria tudo na mesm

Um presente envenenado

Quando um partido conseguiu finalmente um presidente, uma maioria e um Governo, os eleitores arrependem-se da maioria que lhe deram, detestam o Governo que lhes coube e desprezam o presidente que os ajudou a obter tal maioria e tão desastroso Governo.

Os portugueses revelam inquietação sobre o futuro da ‘ocidental praia lusitana’…

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Portugueses querem acordo alargado para a reforma do Estado… link . Este estudo da Eurosondagem para o semanário Expresso e para a SIC mostra, na verdade, como a sociedade portuguesa está inquieta e ansiosa e o edifício político democrático totalmente bloqueado. Na realidade, existe a consciência de será necessário reformar construindo consensos verdadeiros que salvaguardem o essencial do 'contrato social' mas, também e paralelamente, nasce a percepção de que a capacidade de pensar e agir está - no nosso País - em profunda hibernação. Não é possível discutir, imiscuir ou elencar reformas ditas ‘ estruturais ’ debaixo do ameaçador tecto de poupanças cegas e cortes a eito. E é isso que a maioria governamental tem andado a fazer. Acordou, há tempos, num daqueles exames regulares com a troika, que tinha necessidade de cortar na despesa do Estado 4.000 M€ . Como chegou a este montante nunca foi explicado, nem desmontado. Apareceu este quantitativo à cabeça, como sendo uma

A verdade e o humor

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UM GOVERNO DE TRAPACEIROS

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Com a devida vénia, transcrevo os três primeiros parágrafos de um artigo de opinião hoje publicado no jornal "As Beiras", intitulado "O Mal Menor", da autoria de Bruno Paixão, investigador em comunicação política: "O capitão mandou chamar um soldado para o informar da morte do seu pai. Quando o soldado se apresentou, anunciou-lhe bruscamente que toda a sua família tinha morrido. Este empalideceu, ficou estarrecido, até que o capitão lhe bateu nas costas e lhe contou que apenas tinha falecido o seu pai. Esta metáfora ilustra o que penso ser a estratégia de comunicação do governo. Semeia nos jornais medidas mais opressivas para depois parecer que aquelas que efetivamente prossegue são as mais ligeiras. Pinta a manta tão negra que isso lhe possibilita tomar medidas duras fazendo transparecer que opta, a bem do País, pelo mal menor. Tem acontecido repetidamente. Ainda agora, com o estabelecimento da idade da reforma. Durante três semanas andámos a ouvir qu