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A mostrar mensagens de julho, 2005

O «EXPRESSO» e o aeroporto da OTA

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À semelhança da Visão, ontem foi o « Expresso » que no suplemento de Economia cometeu o mesmo erro, divulgando uma interpretação errónea do administrador delegado da TAP. Na coluna «EM ALTA», pg. 5, Jorge Fiel enaltece o gestor porque «não fez cerimónia a explicar o que pensa sobre a polémica do novo aeroporto: A Ota fica longe. Nunca vi um estudo que o justificasse ». Acontece que das duas últimas curtas frases a primeira não é da autoria de Fernando Pinto e a segunda baseia-se num erro de interpretação. Com um jornalismo assim, é difícil ter uma opinião pública esclarecida. A verdade é o que Fernando Pinto quis dizer .

Lisboa

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Torre de Belém Os portugueses, em geral, e os lisboetas, em particular, sabem o que foi o descalabro da gestão Santana Lopes/Carmona Rodrigues com a cumplicidade de Paulo Portas. O actual executivo camarário foi um sorvedouro inútil de dinheiro, responsável pelo gigantesco endividamento contraído, face aos recursos de que a Câmara podia dispor. A vereação foi uma mera comissão de propaganda eleitoral para a candidatura de Santana Lopes à presidência da República, antes do naufrágio no palácio de S. Bento. Da gestão improvisada, ruinosa e sem rumo, pretende o PSD absolver o dedicado cireneu que ajudou a levar a cruz de Santana Lopes – Carmona Rodrigues –, que procura agora camuflar a cumplicidade de seu braço direito e convencer o eleitorado de que o único responsável foi o seu presidente agora caído em desgraça. O Túnel do Marquês e o Parque Mayer são os casos emblemáticos da incompetência da candidatura populista, mas a gestão de Lisboa foi uma responsabilidade colectiva que culminou

Notas Soltas - Julho/2005

Irão – A vitória do candidato mais radical Mahmoud Ahmadinejad é o prenúncio do regresso à instabilidade que o defunto Ayatolah Khomeiny gerou em 1979. O Irão demencialmente fanatizado é um estorvo à democratização do Médio Oriente. EUA – Em 4 de Julho, dia da independência, mais uma grande vitória da ciência celebrou a data – a colisão programada de uma sonda da NASA contra um cometa. Que grande avanço para a humanidade num país que tanto retrocede. Madeira – As afirmações de A. João Jardim, relativas a chineses e indianos, são uma manifestação boçal de racismo e xenofobia que ignora milhões de compatriotas emigrados, muitos deles madeirenses. Co-incineração – Os testes efectuados com resíduos industriais na cimenteira Secil corroboraram a conclusão da «Comissão Independente». É um método quase inócuo, de valorização energética e que respeita as exigências ambientais. Que dizem o PSD e o CDS a três anos perdidos, sem nada terem feito? Reino Unido – O fanatismo religioso reaparece

A escola e o presépio (crónica)

Bem crucificado e suavemente chagado, numa cruz de madeira dependurada na parede, penava um Cristo de bronze em resignada agonia, ladeado à direita por uma fotografia de um homem de bigode, fardado, conhecido por marechal Carmona, e à esquerda por um eterno seminarista, com ar de gato-pingado, que infundia terror – o Professor Salazar. Na mesma parede, em frente dos alunos, a razoável distância e muitos fungos depois, quedava-se a Senhora de Fátima, poisada numa mísula, alheada da conversão da Rússia e da salvação do mundo. Mais abaixo, à esquerda, ficava o quadro preto e o mapa do corpo humano e, à direita, rasgados, um mapa de Portugal Continental, outro das Ilhas Adjacentes e das Colónias e o mapa-múndi. O soalho resistia aos buracos, numerosos e amplos, que a humidade e o uso se encarregavam de alargar. As carteiras alinhavam-se em rigorosa geometria com lugares destinados a cerca de quarenta garotos de ambos os sexos distribuídos pela primeira, segunda e quarta classes. Entre qui

A «Visão» e o aeroporto da Ota

A revista «Visão», na sua habitual rubrica «Tendências», pg. 23, felicita Fernando Pinto – administrador-delegado da TAP, pela coragem em condenar o aeroporto da OTA. Sobre o assunto vale a pena ler o que o próprio escreveu em carta ao DN e que consta da reclamação que eu fiz para a Visão: Em relação à entrevista publicada no caderno Negócios do DN, Fernando Pinto escreveu uma carta que aparece destacada na pg. 12 de 26 de Julho, cujas transcrição faço na parte que interessa: (...) «Apenas uma leve crítica à forma como tiraram partido da vulnerabilidade do meu português de brasileiro recém-“nacionalizado”. É que quando eu disse que nunca tinha visto «um estudo que justificasse a Ota», não me dei totalmente conta do aproveitamento (sobretudo para os títulos) que as minhas palavras podiam ter... Quero deixar bem claro, em abono da verdade e no respeito pelos leitores do DN, que nunca vi um estudo sobre a localização, pelo que não estou em condições de participar nessa discussão». Fernand

Limitação de mandatos autárquicos

Com os votos do PS, PSD e BE , foi finalmente dado um passo importante para impedir a perpetuação dos autarcas e das cumplicidades que as fomentam. O PSD, refém dos seus autarcas, só consentiu que a lei entrasse em vigor em 2006, o que significa ter efeitos práticos a partir de 2013. Mas mais vale tarde do que nunca. Quanto aos presidentes dos Governos Regionais e primeiros-ministros, o pânico de enfrentar Alberto João Jardim tolheu o PSD . Ninguém gosta de ser tratado por bastardo, filho da puta e outros mimos que o «cavalheiro» debita contra os adversários. Cada partido tem os militantes que merece. Todos os partidos, e os próprios presidentes da República, foram responsáveis pela excessiva autonomia que foi consentida a quem mingua sentido de Estado e cultura democrática. De qualquer modo o PS está de parabéns.

Cavaco Silva e as presidenciais

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Palácio de Belém Cavaco Silva é um cidadão respeitável, merecedor da consideração dos portugueses. Exceptuando Guterres, foi o melhor primeiro-ministro de Portugal. É um homem íntegro, académico ilustre e um patriota. Não merece que o desrespeitem, ponham em dúvida a dedicação ao serviço público ou a capacidade para ser presidente da República. Se viesse a ser eleito não seria nenhuma tragédia nem a democracia correria perigo. Não é homem para jurar a Constituição com intenção de traí-la. Portugal tem o privilégio de dispor dele para a pugna eleitoral. Cavaco tem qualidades, perfil e percurso para o exercício do cargo de Presidente da República. A eventual eleição traria, aliás, alguns benefícios de que só ele seria capaz: - O eclipse político de Paulo Portas; - O remoção de Santana Lopes e da sua corte para fora da área do poder; - A progressiva extinção do CDS; - O fim das veleidades de alguns barões do PSD, Jardim incluído; - A exigência de um PSD melhor frequentado. Todavia, não p

Criação de empresas "na hora". [2]

No seguimento do artigo "postado" acerca do titulo supra, que se refere ao DL 111/2005, de 08 de Julho de 2005, que entrou em vigor no dia seguinte, parece que aconteceu algo muito semelhante ao meu vaticínio: é que a 1ª empresa constituída na hora,....não se constituiu, porque o legislador “esqueceu” que o acto de inscrição tributária carece de ser assinado pelo TOC que tem de colocar, qual médico, a respectiva vinheta..... A Câmara dos TOC terá recebido mais de meio milhar de chamadas só nessa tarde, o “Povo TOC” estava perplexo, mas muito atento. Não fosse o homem dos 25 mil euros [Sr Director-Geral das Contribuições e Impostos] a intervir, por telefone, para o CFE de Coimbra, a chamar a atenção para tal ilegalidade e a desgraça estava consumada.

A nova Constituição do Iraque

Eis o caminho que leva a democracia que os EUA prometeram implantar no Iraque: A nova Constituição terá por base a lei islâmica - um monstruoso conjunto de prescrições religiosas que retira às mulheres os direitos que tinham conquistado em 1959, reconhecidos por Saddam, no campo do casamento, divórcio e heranças. A obrigação de respeitar os «princípios democráticos» e os «direitos fundamentais» foi postergada pelo projecto constitucional já divulgado, que assume que «o islão é a religião oficial do Estado, a principal fonte de legislação e nenhuma lei pode entrar em contradição com o Islão». Enfim, as sentenças de Maomé em vias de transitarem em julgado. Fonte: Diário de Notícias de 27-07-2005.

A palavra dos leitores. Eleições presidenciais

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A candidatura presidencial decorre antes de mais da vontade individual de um cidadão quando este entende poder servir o Pais naquela posição unipessoal e intransmissível de mais alto Magistrado da Nação, Chefe Supremo das Forças Armadas, ultimo garante das instituições. Respaldados por esta justificação, ao sabor das sucessivas conveniências eleitorais, e fruto da ainda pouca consistência política dos lideres recém empossados, os partidos nucleares da democracia lusitana foram adiando as suas posições, não suscitando o interesse devido a este acto eleitoral. Chegamos ao que chegamos, estamos em fins de julho e apenas se perfilam três certezas, Cavaco será candidato, os comunistas terão o seu campeão derrotado na primeira volta, e Soares reflecte numa mais que provável candidatura. Do Bloco não ha sinais vitais, so pode ter uma de duas posições: estrebucha mas engole o candidato dos socialistas ou desencanta o velho professor Rosas (o Miguel-pau-para-toda-a- obra é improvável). Num supo

Cúmplice e refém

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Sob o título em epígrafe, Vasco Graça Moura (VGM), no seu habitual artigo das quartas feiras no Diário de Notícias (site indisponível), desfere hoje um ataque violento a Mário Soares. Com a truculência e os níveis basais de desonestidade intelectual que o caracterizam, VGM destila o rancor habitual contra todos os que se situem à esquerda ou à direita do PSD, o que constitui a sua imagem de marca. Pressente-se uma central de intoxicação da direita de que são indício, entre outras, as graves acusações que a imprensa classificou como conspiração santanista. Esta central, que conspurca, persegue, denigre e assassina caracteres, funciona de forma difusa contra figuras de esquerda, por células independentes, um pouco à semelhança da Al-qaeda, felizmente sem o recurso ao terrorismo armado. VGM, sozinho, é uma célula a descoberto, a disparar adjectivos, calúnias e disparates. Neste artigo, VGM passa a esponja sobre os últimos e desastrosos três anos de Governo PSD/CDS com a mesma ligeireza e

Durão Barroso

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O Financial Times , um dos mais prestigiados jornais de todo o mundo, fazendo o balanço do primeiro ano à frente da Comissão Europeia, descreve o desempenho de Durão Barroso como um «show de horror» - anuncia a SIC Online . Acusa-o de falta de liderança em relação aos comissários e na relação com os governos dos Estados-membros, opinião que desde o chanceler alemão ao comissário britânico Peter Mandelson, começa a generalizar-se. A insistência no impensável comissário Rocco Butiglione, que o Parlamento Europeu obrigou a despedir, as férias com um magnate grego que recebeu apoios financeiros da Comissão Europeia e o facto de o presidente Chirac lhe proibir qualquer intervenção na campanha para o referendo europeu em França, são algumas das muitas críticas que o FT faz a José Manuel Barroso. O conceituado jornal é ainda mais severo para o presidente da Comissão Europeia do que o povo português para o seu desempenho como primeiro-ministro. Infelizmente para a Europa.

Página de Aníbal Cavaco Silva >>

Eis o resultado dos meus esforços para me documentar sobre o provável candidato da direita à Presidência da República: http://www.ptvip.com/notaveis/cavacosilva Não é possível encontrar a página É possível que a página que procura tenha sido removida, o seu nome tenha sido alterado ou não esteja temporariamente disponível. Experimente o seguinte: Se tiver escrito o endereço da página na barra 'Endereço', certifique-se de que este está escrito correctamente. Abra a www.ptvip.com home page e, em seguida, procure as hiperligações que dão acesso às informações pretendidas. Clique no botão Retroceder para tentar outra hiperligação. Clique em Procurar para procurar informações na Internet. HTTP 404 - O ficheiro não foi encontrado Internet Explorer

O propagandista Marcelo na RTP

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Marcelo Rebelo de Sousa faz há muito a pré-campanha de Cavaco Silva esperando que, num golpe de sorte, pudesse substituí-lo, o que não acontece porque Cavaco avança e apenas tem gerido o tabu de acordo com as conveniências. Marcelo é um especialista a julgar pessoas e Governos, inteligente, vivo e demolidor, naturalmente ressabiado por não ter grandes notas na popularidade que o guinde aos cargos que ambiciona. É bom a desfazer Governos mas a sua maior mágoa é nunca ter conseguido fazer um. Agora é a vez de atacar Mário Soares no desejo de que, depois de Cavaco, possa chegar a sua vez. Até descobriu que para Presidente da República era útil ser economista, como se Mário Soares (formado em direito e em história) não tenha sido excelente PR. Marcelo, ao enaltecer a formação económica de Cavaco, está a indigitá-lo para um lugar de ministro de uma pasta económica quando a direita voltar ao poder. Esqueceu-se de que estava a falar de eleições presidenciais. No fundo, pôs o dedo na ferida, C

O bailinho da Madeira

No último domingo, o Chão da Lagoa foi palco do circo anual do PSD/Madeira. O soba autóctone, mais sóbrio do que o costume, atacou a Constituição e deixou a parte mais suja para o seu homem de mão, Jaime Ramos. Foi a este que coube reiterar as sórdidas manifestações de racismo contra os chineses e defender a bondade das iníquas afirmações recentes de Alberto João Jardim. Já hoje, AJJ aproveitou para desconsiderar Cavaco e Soares. Não é cavalheiro que aprecie, só lhe invejo o fígado.

Um pequeno desafio

A polícia inglesa não deu qualquer hipótese a um pacato cidadão brasileiro, que se preparava para apanhar o Metro. É de repudiar qualquer atitude violenta, principalmente vindo das autoridades policiais. Os policias britânicos têm ordens para atirar a matar (e logo para a cabeça). É a guerra total em ambiente urbano. Hoje, Toni Blair veio pedir desculpa à familia do cidadão brasileiro, mas afiançou que as ordens dadas à policia são para manter. Reina a insegurança ( a dobrar - agora já nem na policia se pode confiar!) no reino de sua majestade. Agora pergunto eu: suponha o caro leitor que 3 autocarros dos SMTUC, mais um comboio vindo da Figueira da Foz, todos carregados de passageiros, dormentes cidadãos, tinham ido pelos ares em atentado terrorista; Suponha ainda que, não satisfeitos, novos atentados tinham sido preparados; suponha ainda que as autoridades e a comunicação social diariamente lhe diziam que novos atentados são esperados, ao mesmo tempo que através da Internet ou da Al J

O artigo do JN a que se refere CE

Está em: JN

A discussão desnecessária.

Na sexta-feira lembrei-me que Manuel Alegre, nesta conjuntura, daria um bom presidente da República. No fim de semana, as notícias viraram a agulha da discussão, dando especial enfoque no duelo Mário Soares e Cavaco Silva. Por mim, mantenho o que disse: Manuel Alegre (MA) para presidente, pelas seguintes razões: 1- É o único político que é capaz de reunir a esquerda; 2- É o político que não geriu de facto pasta alguma; 3- MA é homem de cultura, descomprometido com os poderes estabelecidos, incluindo com o SG do seu próprio partido; 4- MA consegue, melhor que ninguém, contar o fascínio da luta pela liberdade. É um exemplo a seguir. Também é certo que enquanto se discutirem estas matérias estéreis para o desenvolvimento económico da país, não se discute o gasóleo a 1 euro, nem as mordomias do Banco de Portugal, nem mesmo os 5 mil contos do salário do director dos impostos, etecetera....

MASP III

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Quem conhece Mário Soares sabe que deseja e aceita enfrentar Cavaco e Silva. Apresento-me para o apoiar no seu último combate. Soares é fixe.

Que fazer com a prostituição?

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Moulin de la Galette - 1889 - Óleo sobre tela - Toulouse-Lautrec Marcos Júlio, no seu artigo « Porque há vida para além da politiquice », levantou um problema inquietante e que não pode ser ignorado – a prostituição –, uma praga social e um grave problema de saúde pública. Não me parece que haja respostas diferentes de acordo com o quadrante ideológico. Pode acontecer que a direita, ciosa de públicas virtudes, seja mais relutante a admitir a sua existência e a esquerda esteja mais atenta às causas que lançam uma imensa quantidade de mulheres na prostituição, numa manifesta supremacia da prostituição feminina sobre a masculina. Tenho dificuldade em encarar a prostituição como indústria, tributada como qualquer outra actividade, como sucede na Holanda, mas com direitos sociais iguais. Recordo-me bem da perseguição legal que, no auge da ditadura fascista, era levada a cabo pelos esbirros do salazarismo, que efectuavam prisões por «vadiagem» e exerciam sevícias nas esquadras. Não podemos

ao que isto chegou

Sócrates empurrou Mário Soares para a presidência da República! Em 1985, lá na minha terra, em Trás-os-Montes, quando Coimbra para mim não passava ainda de um sonho, a minha casa foi mesmo a sede de campanha de Mário Soares. Posso até quase afiançar que assegurei grande parte do funcionamneto da sede do MASP no concelho de Mirandela, numa altura em que muitos socialistas locais resolveram, antes, apoiar Salgado Zenha. Lutei mais pela sua vitória do que muitos que agora se acobertam à sua sombra. Aqueles que me conhecem desde novo, sabem bem que MS era como que um ídolo para mim. É ele, aliás, o grande responsável de eu me ter tornado socialista. Este "puxar de galões" que aqui deixo, não é para pedir ou reclamar nada, mas antes para que me deixem invocar alguma legitimidade no que aqui vou escrever. É que o homem já tem 81 anos!! E nem a sombra ameaçadora de uma candidatura bem sucedida de Cavaco Silva justifica o acto de desespero do PS! Pensava eu que estas coisas só se pa

Agradecimento

Após escassos quatro dias, passados num concelho raiano que, depois da ditadura, só conheceu câmaras do CDS ou do PSD, eis-me de regresso. Comecei por publicar de rajada alguns textos que trazia numa disquete, escritos num velho PC portátil. Depois li os artigos dos meus colegas que me deram a certeza de que não faço falta para que o «Ponte Europa» se mantenha vivo. Finalmente abri as caixas de comentários onde gozo de uma popularidade exagerada e de uma relevância que não mereço. Agradeço as críticas, provavelmente justas, os insultos, certamente merecidos, e as palavras solidárias, excessivas e injustificadas, que revelam o calor humano que nasce entre quem escreve e quem lê. Se uns me desvanecem pela solidariedade, outros entristecem-me pelo rancor, sem deixar de agradecer a todos os comentários. Ninguém gosta dos outros quando se odeia a si próprio. O artigo do Marcos Júlio « Aos anónimos que por aí uivam » resume de forma lapidar o que eu podia escrever. Por isso, agradeço-lhe e

Freitas do Amaral

Freitas do Amaral (FA) é a personalidade de maior dimensão da direita portuguesa, hoje com posições que o colocam ao centro. A sua inteligência, cultura, percurso de vida, experiência política e independência de espírito tornam-no uma das maiores referências da vida política portuguesa. Freitas não espera para ver de que lado sopra o vento para tomar posições. Foi assim na forma engenhosa que procurou, sob o ponto de vista legal, para contornar a condenação das mulheres que abortam, na posição corajosa que o opôs à invasão do Iraque e na sólida argumentação que usou. Continuou a ser assim na magnífica entrevista que recentemente deu ao Diário de Notícias. Para além disso, Freitas do Amaral tem uma notável concepção de serviço público que o levou a aceitar o lugar de ministro dos Negócios Estrangeiros, lugar que o seu prestígio internacional e dimensão política valorizam. É, sem dúvida, um excelente ministro ao serviço de Portugal e um europeu de grande projecção e sólidas convicções. C

RTP – A entrevista de Marques Mendes

Quinta-feira previa uma boa entrevista do novel presidente do PSD a Margarida Marante. Marques Mendes é um adversário que respeito e considero. No Congresso de Viseu revelou-se superior a Durão Barroso e Santana Lopes, embora perdendo. Não é demagogo e considero-o um político sério. Foi um excelente líder parlamentar no consulado de Marcelo. Tem experiência política, provas dadas como governante e instinto político. Tudo parecia a seu favor, menos o PSD. E assim foi. O grande ataque ao PS foi pela promessa não cumprida de não aumentar impostos, tendo aumentado o IVA em 2%. Tinha razão, mas o último governo que integrou tinha prometido um choque fiscal, com redução de impostos, e fizera exactamente o mesmo: aumentou o IVA em 2%. A sugestão ao Governo para vender património não convenceu. Estão frescos os negócios ruinosos de Manuela Ferreira Leite e o impensável orçamento de Bagão Félix. Quanto às SCUTS até tem, a meu ver, razão. Mas o PSD não iniciou em três anos as obras necessárias à

Lei eleitoral autárquica

A revisão da lei eleitoral autárquica no que concerne à dispensa de funções profissionais dos candidatos, dos actuais 30 dias para 12, era uma medida urgente e de higiene cívica que há muito se impunha. Continua a não fazer sentido que gozem dessa regalia os elementos que excedam os anteriores eleitos por cada partido com o acréscimo de um, no máximo dois. Foi, no entanto, um bom princípio. As eleições são um acto que exige dos cidadãos, por obrigação cívica, sacrifícios. Não podem tornar-se num expediente para benefício pessoal nem numa forma ínvia de prejudicar os serviços públicos e as empresas. Estou ansioso por conhecer as razões da abstenção do PSD e do CDS. Há anos houve os que se prestaram à desonestidade de integrar nas listas pilotos da Força Aérea para lhes permitir a passagem à reserva e a transferência para companhias de aviação civil, com graves prejuízos para o Estado. Nem todos os partidos são entidades respeitáveis.

Lei do referendo ao aborto

As alterações aprovadas pelo PS e BE na especialidade, em sede da Comissão dos Assuntos Parlamentares, vai permitir a votação da lei no próximo dia 28, último dia de trabalhos da A. R.. O voto contra do PCP compreende-se perfeitamente pelo facto de a lei do aborto ser da competência da Assembleia da República, sede donde nunca devia ter saído. No entanto, após um referendo, embora sem carácter deliberativo por participação escassa, é um risco político não voltar a consultar o eleitorado. Já os votos contra do PSD e do CDS, embora refugiados em questões formais, revelam a insensibilidade com que os deputados encaram a legislação anacrónica e o drama de imensas mulheres a que dá origem. Para além do problema de saúde pública que é a questão do aborto, só a total insensibilidade e os preconceitos religiosos podem condescender com os numerosos julgamentos que têm perseguido mulheres cujos dramas são agravados com a devassa pública e a ameaça de prisão. Apostila – Os que hoje se opõem à rev

Ministério das Finanças

Quando quarta-feira saí de Coimbra não adivinhava que, menos de 24 horas depois, haveria um novo titular no ministério das Finanças. Não se pode dizer que a queda do ministro, ao fim de quatro meses, seja uma boa notícia para o Governo do PS e, muito menos, para o País, tanto mais que a situação de crise económica e de aperto orçamental não permitem alterações substanciais à política seguida nem margem para aventuras. Também o PS não pode estranhar o aproveitamento que a oposição fez. É isso que se espera das oposições e um direito que lhes assiste. Com mais ou menos razão é um contributo democrático. Só em ditadura se escondem os problemas e se reprime a sua discussão. Claro que a oposição de direita, com dois líderes a tentarem afirmar-se perante os adversários internos e o eleitorado, que nem as dificuldades sentidas leva a confiar nela, disfarça com agressividade a sua própria impotência. A rapidez e consistência da solução encontrada, para substituir Campos e Cunha, deixaram a opo

Jornal de Notícias

Num artigo da responsabilidade do jornalista João Luís Campos, sob o título «Insultos e revelações ao alcance de todos», o JN de 20 de Julho dedica a pág. 3 aos blogues de Coimbra. A referência ao «Ponte Europa» surge na sequência de um breve telefonema que o referido jornalista me fez na véspera e que contém algumas imprecisões que sinto o dever de corrigir: 1 – É-me atribuída a gestão actual do Ponte Europa, o que não corresponde à verdade nem foi por mim referido. Qualquer dos colaboradores pode publicar os artigos que entender, sem necessidade de os submeter à apreciação prévia de quem quer que seja. Este esclarecimento destina-se apenas aos leitores, pois quem colabora no Ponte Europa conhece a liberdade de que goza. 2 – Nunca fiz um comentário anónimo. E nunca apaguei qualquer comentário , ao contrário do que, por lapso, afirma o jornalista. Referi que um colega apagou, uma vez, um comentário que me era dirigido, pelo seu carácter obsceno e insultuoso. 3 – No resto, no que se ref

Manuel Alegre à presidência!

O Manuel Alegre deve ser o candidato da esquerda à presidência. Tem o meu voto e o meu empenho.

Porque há vida para além da politiquice

Transmitiu a SIC Noticias, creio que na passada Terça-feira, uma reportagem, seguida de debate, sobre a prostituição. Também esta semana o diário "As Beiras", na sua coluna diária de inquérito de rua perguntava ao cidadão anónimo se era a favor da legalização da prostituição (e, curiosamente, as respostas não foram maioritariamente contra, com as próprias mulheres a não serem opositoras à legalização). Ainda esta semana no Público e, ontem, no DN Sarsfield Cabral, tomaram posição sobre este assunto. Portugal, em especial a zona norte, assistiu, nos últimos meses, à saga persecutória a casas de alterne e prostituição, com o seu consequente encerramento. Por razões profissionais, acompanhei recentemente um dos casos que a comunicação social em devido tempo noticiou, criando a oportunidade para eu próprio reflectir sobre o assunto. E então cá vai: A prostituição é comumente reconhecida como a profissão mais velha do mundo. Perseguidas ao longo dos anos e séculos da nossa histó

São os primeiros a protestar

Regina Oliveira é a nova veradora da Câmara Municipal de Coimbra, por substituição de Teresa Violante, conforme é público e foi discutido neste e noutros blogues locais. A nova vereadora diz que a sua colaboração irá ocorrer “a tempo inteiro" . Mas o que "as beiras" deixou de fora e o "Diário de Coimbra" acrescentava, é que esta senhora está há um ano de baixa do local onde presta serviço (o IDT). A ser verdade esta notícia, ou Carlos Encarnação vai ter uma vereadora a muito pouco tempo, ou então este é mais um daqueles casos de exemplar dedicação ao funcionalismo público.

Campos e Cunha

Campos e Cunha demitiu-se . Esta vai ser a notícia que ocupará hoje os comentadores do costume. A Oposição, que tanto o cruxificou durante os últimos dias, vem agora criticar e exigir explicações. Para estes, o Ministro passou de besta a bestial. Realço que Campos e Cunha invocou motivos pessoais - claramente aquele não era o lugar que ele esperava (desejava) encontrar: desgastante e extenuante (e é por isso que eu não invejo os ministros). Para os críticos do costume, recordo que todos os Governos tiveram situações semelhantes, desde Cavaco e Guterres (os Governos mais estáveis) até Durão e Santana Lopes. E antes que comecem a atirar pedras, já esqueceram o "bailarico" que foi o Governo de Santana Lopes?

aos anónimos que por aí uivam

O Carlos Esperança transmite neste blogue a sua opinião. Quando eu quero e posso, expresso a minha. Confesso que não concordo na totalidade com as opiniões do Esperança, nem ele deve concordar com tudo o que eu digo. Na verdade é para isso que serve este blogue, para que cada um expresse a sua opinião pessoal e a discuta abertamente com todos os que gostem de uma boa discussão. Este blogue pretende ser ainda um espaço de democracia e cidadania. Por isso defendo, ao contrário de alguns colegas bloguistas, que se mantenha o blogue nestes termos, sem constrangimentos nem censuras. Infelizmente, há muitos cobardes e imbecis, que sobre a capa do anonimato (que, repito, aceito) utilizam este espaço para o insulto e o dislate. A estes, não é sensato responder. Não o merecem. Deve sempre ignorar-se os cães que ladram, porque quanto mais atenção se lhes dá, mais eles ladram ( mas não mordem). Àqueles que quiserem utilizar este espaço para uma boa discussão, as nossas boas vindas são permanentes

Picasso

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A arte para esquecer a apagada e vil tristeza dos dias que correm.

Parabéns Nelson Mandela

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Nelson Mandela com Bill Clinton Fez ontem 87 anos um paladino da liberdade e o grande obreiro da transição pacífica de um regime racista e colonialista para um país multicultural e multirracial – a África do Sul. São homens da têmpera de Nelson Mandela, cuja inteligência e sensibilidade os distancia do comum dos dirigentes, que nos levam a ter esperança num mundo onde não seja possível a discriminação por razões de raça, religião, sexo ou convicções políticas. Nelson Mandela, o prisioneiro 46 664, é o símbolo dos que não desistem de transformar o Mundo e deixar um país que não seja coutada só de alguns. O velho prisioneiro e primeiro presidente da África do Sul livre, condenado a prisão perpétua, resistiu ao cativeiro 27 anos e ao ódio e à vingança o resto da sua vida. Foi distinguido com o Prémio Nobel da Paz e foi maior o prestígio para o Prémio do que para o premiado. Parabéns, Nelson Mandela. Obrigado. Carlos Esperança

A vereadora despedida por Carlos Encarnação

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Teresa Violante Despedida de forma « indecorosa, ofensiva e danosa » segundo a própria. Carlos Esperança

Câmara Municipal de Coimbra

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A ruptura entre Carlos Encarnação e a vereadora Teresa Violante é o corolário de um mandato em que a cidade nada ganhou mas as feridas dentro do executivo camarário se abriram e acabaram por infectar. Entre a JSD e Teresa Violante, por um lado, e Carlos Encarnação por outro medra o rancor e crescem as acusações. A vereadora acusa Carlos Encarnação de a ter tratado de forma «indecorosa, ofensiva e danosa» - segundo se lê no «Diário as Beiras». «Fui brutalmente atacada» queixa-se a despedida vereadora do Ambiente, Juventude e Desporto. Carlos Encarnação, a ensaiar a recondução à presidência da Câmara, não podia ignorar a adjudicação de dois espectáculos musicais para a reabertura do Jardim da Sereia à empresa «Biovent» de que faz parte o namorado da vereadora despedida, Filipe Nascimento, dirigente do PSD. Carlos Esperança

CDS faz acto de contrição

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Ontem, a entrevista televisiva de Maria José Nogueira Pinto, candidata do CDS/PP à Câmara de Lisboa, conduzida por Maria João Avilez, foi um acto de humor pela cerimónia, delicadeza e tratamento senhoril usado entre as duas manas. Gente fina é outra coisa! A entrevista serviu para revelar o aspecto catastrófico em que se encontra, sob o ponto de vista financeiro, a principal Câmara do País, desastre que, segundo a candidata, se deve à gestão Santana Lopes/Carmona Rodrigues, situação que era bem diferente no anterior executivo (PS/PCP), conforme revelou em números. Curiosamente, o líder que conduziu o Governo ao desastre, Santana Lopes, e o vereador que, entretanto, o substituiu, Carmona Rodrigues, estão na origem do descalabro que levaram a cabo com o apoio do CDS/PP. A referência ao CDS/PP foi a acusação que faltou à demolidora demonstração dos prejuízos causados por um executivo preparado para lidar com a comunicação social mas incompetente para administrar um município com a importâ

Reconhecimento tardio

«Durão Barroso foi uma decepção». (Pires de Lima, ex-vice-presidente do CDS/PP, em entrevista de hoje, n'«A Capital») Ainda há pouco tempo tinha reconhecido que a Direita não estava preparada para Governar após as eleições que levaram a dupla Durão Barroso /Paulo Portas ao poder. Foi difícil reconhecer o óbvio.

Terrorismo religioso (2)

Washinton Times Tradução do artigo de Diana West (July 15, 2005) «Apenas uma fé na terra pode parecer mais messiânica do que o islão...o multiculturalismo Sem ele - e sem os fanáticos que acreditam que todas as civilizações são idênticas- este motor que projecta o islão para o desprotegido coração da civilização ocidental irá falhar e parar. É tão simples como isto. Conviver entre os crentes- os Multiculturalistas- é observar o assalto, a jihad (guerra santa), tomar lugar, sem ser repudiada pelas nossas sociedades suicidas. Estas sociedades estão condenadas a se submeter: ou antes eles estão prontos para o fazer em nome de uma tolerância masoquista que, á falta de medidas drásticas é terminal. Eu não estou a falar dos nossos policias, soldados, ...e agora, mesmo condutores de comboios que heroicamente e rapidamente arriscam as suas vidas pela sociedade no estrangeiro e aqui em casa. Eu estou a pensar naquilo que somos como sociedade neste algo avançado ponto da guerra. É estranho, em q

Expresso - 1.ª página

Gastos milionários na GALP «UM QUADRO superior contratado pela Galp quando António Mexia assumiu a administração, em 2002, recebeu uma indemnização de 290 mil euros para sair da empresa, apenas dois anos depois de ter entrado. Este quadro acompanhava Mexia desde que este era responsável pela Gás de Portugal - e negociou o contrato com vários anos de antiguidade, que acabaram por lhe dar direito ao elevado montante. Poucos dias depois de Mexia sair da Galp para o Governo, o mesmo quadro foi admitido (com a indemnização no bolso) na Refer, uma empresa tutelada pelo seu ex-patrão». Gastos milionários na GALP Infelizmente não posso remeter os leitores para a 2.ª página (link indisponível), onde o artigo de Graça Rosendo e Valentim Marcelino denuncia o estado a que o nepotismo e as «regalias de luxo» conduziram as empresas com capitais públicos - um antro de prebendas e sinecuras onde o cúmulo é um contrato em que o feliz contemplado no primeiro dia de serviço já conta com quinze anos de

O Exorcismo da Celeste (Crónica)

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Libertação de uma possuída, detalhe do "Retábulo de São Volfango", de Michel Pacher. Em terras da Beira, depois da guerra, a gratidão para com a senhora de Fátima, pela afeição a Portugal, estendia-se ao senhor presidente do Conselho que nos livrara do conflito. No Cume sobrava piedade e faltava comida. Estavam no fim os anos quarenta e os portugueses longe de começarem a ser gente. A Celeste morava ao cimo do povo, sozinha, e cismava que se matava. Via-se que não regulava bem da cabeça e adivinhava-se a fome que a apoquentava. Suspeitaram os vizinhos de mau olhado e a ti Catrina, calhada nas benzeduras para tal moléstia, já a tinha ido visitar com outras mulheres embiocadas no xaile e os rostos sumidos na copa de enormes lenços pretos. Das conversas delas nada se disse mas ouviu-se na rua a ladainha: «Dois to deram, três to tirarão, foi S. Pedro e S. Paulo e o apóstolo S. João Sant'Ana pariu Maria, Maria pariu Jesus, assim como isto é verdade, livre e

Terrorismo religioso

Os assassinos de Deus não são um epifenómeno islâmico. O crime é o corolário de uma fé radical, insere-se na matriz genética dos esfomeados do Paraíso. Pode alertar-se os cidadãos para ideias deletérias, objectivos perversos e execráveis representantes de um determinado partido político ou de uma corrente filosófica, mas é difícil advertir os crentes da falsidade do seu livro sagrado, da maldade dos seus ensinamentos ou da demência dos seus clérigos. Os verdadeiros criminosos não são os beatos que morrem matando, são os clérigos que exaltam as virtudes do seu Deus e exultam com os crimes dos seus crentes. Os partidos políticos e os movimentos ideológicos que apelam à violência, ao racismo e ao crime caem sob a alçada da lei e sujeitam-se ao veredicto judicial. A ETA foi ilegalizada em Espanha, as Brigadas Revolucionárias interditas em Portugal, as Brigadas Vermelhas banidas em Itália. As religiões que fanatizam crentes, semeiam ódios e alimentam o terrorismo, encontram sempre quem lhes

Guerra Fria do Sec. XXI

O mundo deparou-se mais uma vez com os atentados recentes perpetrados em Londres. Condenar apenas, é uma evidência, que me escuso de repetir. Também não tenho dúvidas de que o que se pretende é uma guerra à escala global, em que o Islão e o mundo Ocidental finalmente se confrontem para aniquilar o planeta. Essa alegria obviamente o mundo ocidental nunca poderá dar aos terroristas. Mas será esta, uma contenda que tem causas políticas e portanto negociável? Não, esta é uma disputa civilizacional que assenta na pretensa superioridade da cultura islâmica ou pelo menos numa certa cultura Islâmica e em última análise no ódio. Não tenho dúvidas de que grande parte das ditaduras Islâmicas com vestes de democracia, Teocracia, Monarquia etc., assentam no poder do petróleo é este o sustentáculo financeiro que as suporta. E o que é grave é que ao longo dos anos, o poder do petróleo não serviu para democratizar aquelas sociedades, ou no mínimo para

Banco de Portugal

O Independente de hoje vem desenvolver um tema que há algum tempo já aqui tinha aflorado. A ser tudo verdade, só há um caminho para Constâncio: a porta da rua.

A decisão do PSD da paróquia do Funchal

«A Assembleia Legislativa da Madeira aprovou, ontem, um voto de protesto contra o ministro dos Negócios Estrangeiros. No documento, Freitas do Amaral é acusado de "cobardia política" e de "bajulação" à China, por ter pedido desculpas ao Governo de Pequim, quando Alberto João Jardim disse não querer chineses na região» - lê-se hoje no «Jornal de notícias». Na impossibilidade de julgar Alberto João Jardim pelos prejuízos causados ao bom nome de Portugal e ao respeito que os portugueses merecem, não se poderia extraditá-lo para a China ou, melhor ainda, entregá-lo a uma tríade chinesa?

Férias judiciais.

O governo pode reduzir as férias judiciais. É um direito que deve ser exercido sem constrangimentos intoleráveis. Porém, a decidir assim, vai pelo caminho errado.

Fátima Felgueiras volta em Outubro

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Nada me move contra Fátima Felgueiras. Do ponto de vista pessoal tem características que facilmente inspiram simpatia. É mulher, tem presença agradável, é determinada e corajosa. Suspeito mesmo que foi uma autarca competente. Mas seria uma enorme miopia ver nas acusações de que é alvo uma cabala ou um erro judiciário. A suspeita de que os crimes de que é arguida são frequentes em muitos municípios não atenua a gravidade dos factos nem a recomenda para o cargo. Fátima Felgueiras promete voltar em Outubro, ao abrigo da imunidade que lhe confere a candidatura autárquica, mas espero que se limite a vir cumprimentar Isaltino Morais, Avelino Ferreira Torres e Valentim Loureiro, saudar Isabel Damasceno, em Leiria, e desejar felicidades a Alberto João Jardim. Seria lamentável que reconquistasse a Câmara de Felgueiras. O PS fez bem em retirar-lhe a confiança política tal como o fez, em idênticas circunstâncias, Marques Mendes com uma coragem e atitude cívica exemplares. Até onde pôde. Estas ob

Vergonha ou caso de polícia?

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Caricatura de Valentim Loureiro Os motivos infamantes que levaram o capitão Valentim Loureiro à expulsão das Forças Armadas Portuguesas (F.A.P.) impedi-lo-iam, noutro país europeu, talvez com a excepção da Itália, de prosseguir qualquer carreira pública. Foi a situação de desespero económico da viúva e de filhos menores de outro capitão, expulso pelo mesmo motivo, que deu origem a um acto de misericórdia que levou à reintegração do referido oficial, a título póstumo, com uma pena mais suave, situação que foi sancionada pelo gen. Eanes, então CEMGE. Foi essa esmola à família do camarada falecido que Valentim Loureiro reivindicou para exigir a reintegração e ascender ao posto de major que a antiguidade entretanto permitia. Depois disto, só a falta de vergonha do próprio e do PSD, em que um protegeu o outro, mútua e reciprocamente, permitiu ao oficial que recebia uma comissão nas batatas compradas para as Forças Armadas, desempenhar funções relevantes. Só um eleitorado que não castiga o

Os trabalhos de Carmona Rodrigues

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Paços do Concelho de Lisboa Sob o título em epígrafe, Vasco Graça Moura (VGM) publicou hoje o habitual artigo das quartas-feiras no Diário de Notícias (omisso, talvez por vergonha do DN, na edição Online). VGM é um escritor excelente, na prosa, na poesia e na tradução. É um intelectual com grande densidade cultural. Infelizmente para ele é um sofrível cidadão, um medíocre político e um execrável almocreve partidário. VGM palra, coaxa e crocita hoje sobre as eleições autárquicas à Câmara de Lisboa. Diz do vereador de Santana Lopes, Carmona Rodrigues, que «tem não só as qualidades dos seus adversários, mas ainda um prestígio e uma credibilidade reconhecidos por toda a gente» [sic]. No entanto refere que a candidatura é difícil porque os candidatos têm grandes qualidades e enumera-os, por esta ordem: - Maria José Nogueira Pinto; - Ruben de Carvalho e - José Sá Fernandes. Quem ler o artigo pensa que se esgotam nos 4 nomes referidos as candidaturas à Câmara de Lisboa

ainda a proposito dos 180 deputados, das centenas de concelhos..

O desafio que está colocado ao País é o de conseguir consolidar, internamente uma estrutura regional com escala apropriada, competências, autoridade e poder de decisão que permita, verdadeiramente, pensar e perspectivar Portugal como um todo, o que significa que o que se tem que abandonar definitivamente a perspectiva de desenvolver o país a duas velocidades, de um lado, os territórios que desorganizadamente se sobrepovoam e aqueles que apresentam preocupantes taxas demográficas é necessário acabar com a litoralização do país, é necessário uma nova política de desenvolvimento regional que traga consigo uma discriminação positiva pela igualdade de oportunidades. O anterior governo com o modelo de “descentralização” assente em áreas metropolitanas e comunidades urbanas, que pouco mais são, em termos de competências, que associações de municípios e as quais falta legitimidade democrática, destrutorou o território em cerca de duas dezenas de unidades Sub-regionais, perdeu o controlo do p

A propósito dos 180 deputados, das centenas de concelhos e dos milhares de freguesias

A propósito dos 180 deputados, das centenas de concelhos e das milhares de freguesias 180 deputados não me parece de menos! Pode ser um número razoável. A representação dos pequenos partidos pode advir do círculo nacional e de terem verdadeira força em algumas circunscrições. É necessário pensar, também na governabilidade. Se o Sócrates não tivesse conseguido uma maioria absoluta (fora do normal em 30 anos de democracia), andaríamos por aí aos caídos com acordos com o BE, o PCP, o PSD e - quantas vezes! - com o CDS! Entre a representatividade e a governamentalidade tem de haver um equilíbrio. A situação actual não é – a meu ver – a melhor. Não esqueçamos que as franjas do eleitorado têm ainda outros espaços de intervenção: os media, os sindicatos, os movimentos cívicos, etc. Uma limpeza da mini-freguesias (rurais ou urbanas, com critérios populacionais diferenciados) e dos micro-concelhos. Esse sim, é um passo necessário e que urge começar já em Outubro. Vamos a isso!

Criação de empresas "na hora".

Amanhã, dia 14 de Julho, o Sr. Primeiro Ministro estará entre nós para oficiar o novo regime de constituição de sociedades comerciais e civis sob a forma comercial do tipo por quotas e anónima. A Conservatória do Registo Comercial de Coimbra é uma das quatro, a nível nacional, a lançar a título experimental o regime. Tal desiderato encontra razão no objectivo de "desenvolvimento da economia nacional em torno do plano tecnológico e da investigação e desenvolvimento", conforme consta do programa deste governo. As intenções são sempre boas, no entanto, a constituição de uma pessoa jurídica nova deveria ter, qual casamento, um período de reflexão, onde fossem ponderadas todas as consequências de tal acto. Ora, sem querer ser paladino da desgraça, creio ser esta uma "armadilha", em que muitos jovens, com as melhores das intenções, tombarão. Há, nesta matéria, um profundo desconhecimento da realidade, até porque a sociedade comercial não é o meio ideal de atingir tais obj

PSD quer redução do Parlamento

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A redução do número de deputados é uma medida popular com fortes apoios nos dois maiores partidos – O PS e o PSD. Este projecto e um outro para a criação de círculos uninominais de candidaturas nas eleições legislativas vão ser apresentadas por Marques Mendes à Assembleia da República, já em Setembro, prevendo a redução de 230 para 180 deputados . Não me surpreenderia que estes projectos fossem convertidos em lei perante o aplauso da população portuguesa. E, no entanto, são injustos e demagógicos, no meu ponto de vista. Reduzir cinquenta deputados é uma forma de eliminar, na secretaria, os partidos mais pequenos (PCP, BE e CDS), reduzindo o espectro partidários e empobrecendo as diversidade democrática. Os círculos uninominais não farão mais do que agravar o ataque contra os pequenos partidos que ficarão impossibilitados de eleger representantes, ao mesmo tempo que o caciquismo instalado no poder autárquico se estenderá ao poder legislativo. Os deputados, eleitos pelos actuais círculos

Europa! E Agora? - em notícia

http://www.asbeiras.pt/?area=coimbra&numero=25099&ed=13072005 In Diário As Beiras de 12-07-2005 António Alves "DEBATE - Que futuro para a Europa?As dúvidas que pairam sobre o futuro da Europa marcaram o primeiro debate organizado pelo AGIR - Clube de Política. O socialista Vital Moreira e o social–democrata Barbosa de Melo foram os oradores de uma sessão que contou com a presença de Francisco Gorjão Henriques.Para o constitucionalista Vital Moreira, uma das soluções para a crise europeia é “não fazer nada e esperar sentado”, isto apesar do sim luxemburguês ter dado um sinal positivo para sair da situação. Mesmo que não altere o rumo dos acontecimentos, a resposta dada no passado fim–de–semana significa “que há países que não abdicam de ter a sua posição própria e o facto de ter havido dois países a dizer não, isso não impediu os outros de dizerem sim”. “Mesmo que a posição francesa e holandesa se venha a confirmar no futuro, no seguimento há–de haver uma revisão da matéria

Um fascista grotesco

Sobo título em epígrafe, o jornalista Baptista Bastos publicou no «Jornal de Negócios», no dia 8 p.p., um artigo cuja qualidade literária e sentido crítico o tornam credodor da transcrição que aqui fica: « Alberto João Jardim não é inimputável, não é um jumento que zurra desabrido, não é um matóide inculpável, um oligofrénico, uma asneira em forma de humanóide, um erro hilariante da natureza. Alberto João Jardim é um infame sem remissão, e o poder absoluto de que dispõe faz com que proceda como um canalha, a merecer adequado correctivo. Em tempos, já assim alguém o fez. Recordemos. Nos finais da década de 70, invectivando contra o Conselho da Revolução, Jardim proclamou: «Os militares já não são o que eram. Os militares efeminaram-se». O comandante do Regimento de Infantaria da Madeira, coronel Lacerda, envergou a farda número um, e pediu audiência ao presidente da Região Autónoma da Madeira. Logo-assim, Lacerda aproximou-se dele e pespegou-lhe um par de estalos na cara. Lamuriou-se,