Salman Rushdie – vítima do fascismo islâmico

Os media iranianos celebraram o ataque, identificaram o agressor do escritor como seguidor do Hezbolá e referiram a alegria popular pelo esfaqueamento repetido pelo homicida. Não faltaram manifestações de júbilo nas ruas islâmicas onde o ocaso da civilização árabe deu lugar à radicalização da religião, onde coexistem a pobreza extrema e a opulência, e o único bem que todos os homens fruem, de que não prescindem, é a posse de mulheres. É fácil atribuir às mulheres o dever da revolta ou afirmar que são felizes na humilhação, e inaceitável defender o respeito das tradições e da fé que não toleram divergências. Rushdie tinha 42 anos quando o seu romance, «Os Versículos Satânicos», foi declarado blasfemo pelo anacrónico Aiatola Khomeini. Condenou-o à morte, 1989, numa fatwa que despertou a fé dos muçulmanos e excitou a fé, o ódio e a demência coletiva. Liberdade religiosa ou política é o direito de ser a favor, indiferente ou contra. Não é o simples direito à genuflexão, ao beija-