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A mostrar mensagens de julho, 2013

O zero e o absoluto

Quando uma maioria absoluta precisa de se submeter a uma moção de confiança a si própria, apesar da cumplicidade absoluta do presidente da República, é porque a acossa a dúvida absoluta sobre a confiança que merece. O País ficou absolutamente mais inquieto e com a absoluta certeza de que esta maioria, cuja coesão tende para o zero absoluto, é absolutamente inapta para salvar o País, mas está absolutamente determinada em conduzi-lo para um absoluto e irrevogável desastre.

A ministra das Finanças e a verdade

Maria Luís Albuquerque tem o condão de se autoconvencer e mostrou ser muito melhor a moldar os factos ao que diz do que a persuadir os deputados da razão que lhe falta. Ontem, na A.R., com a segurança habitual, parecia aquele condutor que, na autoestrada ia em sentido contrário e que, tendo ouvido pela rádio que um condutor circulava pela via errada, concluiu que não era apenas um. Eram todos os outros.

António Barreto – a pitonisa da pior direita

António Barreto, ilustre sociólogo, medíocre cidadão e execrável político, culpa "todos os partidos" pela "ameaça terrível de bancarrota". Dada a inconstância que pautou a sua vida política, desde o malabarismo que o excluiu do PS, o oportunismo que o afastou do PCP e a vergonha que o coibiu de ser candidato à Câmara do Porto, pelo PSD/CDS, António Barreto refugiou-se no regaço da direita e, sem deixar de fingir que era de esquerda, converteu-se na vuvuzela reacionária da pior direita. Há indivíduos assim. Até gente honrada lhe cita o nome, enquanto os incautos o ouvem como se fosse um pensador virtuoso e um político que se pautasse pela independência. Depois de ser o comentador avençado da direita, com laivos de imparcialidade, acabou como empregado de um merceeiro holandês, exonerando a coerência, a ética e o pudor republicano. O sofrível político de quem Mário Soares, na sua pior fase, fez ministro da Agricultura, é o exemplo que os pais devem apontar aos

O aumento do horário na Função Pública

Gostava de saber o impacto da medida na economia nacional. Se não foi a melhoria do serviço público e o mais fácil acesso da população às repartições, a maior celeridade na resolução dos problemas dos utentes e um benefício claro para os portugueses, trata-se de mais uma prepotência da direita e de um ato de vingança de quem trouxe os traumas pessoais para as decisões políticas contra os servidores da Função Pública. Há medidas cujo alcance é facilmente compreensível e outras, como esta, cuja obsessão parece residir em sentimentos persecutórios de quem diz defender a família e, no fundo, apenas pretende amputar o tempo de convívio entre os seus membros. Perante a esquizofrenia legislativa de quem parece mover-se pela obstinada vingança a tudo o que lembre o 25 de Abril, uma paranoia contra os direitos de quem trabalha, uma vindicta contra a democracia e um ódio turvo à Constituição, cabe a todos os cidadãos a resposta a esta deriva totalitária metodicamente executada pelas forças q

Na morte de mais um militar democrata

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Acabo de receber a notícia do falecimento do major-general Alberto da Luz Augusto . Terminou a carreira militar como 2.º Comandante-Geral da GNR. Era um honrado militar que frequentou o Liceu Nacional da Guarda do 1.º ao 7.º ano. Frequentou a Escola do Exército e formou-se em engenharia. Ao amigo e antigo colega de turma relembro-o com saudade. É mais um democrata que parte.

O papa Francisco defende a “laicidade do Estado"

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O papa Francisco surpreendeu claramente ao defender o Estado secular: "a coexistência pacífica entre as diferentes religiões fica beneficiada pelo estado secular, que, sem assumir como própria, nenhuma posição confessional, respeita e valoriza a presença do fator religioso na sociedade ". Como se conciliam tais palavras, que admito sinceras, com o que se passa em Portugal: - Isenções de impostos de que beneficia a Igreja católica Apostólica Romana (ICAR); - Pagamento pelo Estado dos capelães militares, hospitalares e prisionais; - Existência de uma disciplina de EMRC; - Contratação de professores da EMRC, livremente nomeados e exonerados por bispos; - Presença de cavalos, músicos e militares nas procissões e em outros espetáculos pios; - Profusão da iconografia católica nas paredes dos edifícios públicos; - Presença de sotainas em cerimónias do Estado; - Designação pia de hospitais quando não há uma só Igreja com nome de políticos; - Com restrições orçamentais,

Lá vamos, cantando e rindo. Levados, levados, sim. Pela voz de som tremendo. Das tubas, clamor sem fim”…

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Para que os portugueses possam aperceber-se ‘do que a casa gasta’ coloca-se à disposição dos leitores 2 perorações, do mesmo espécimen, sobre ‘ UNIÃO NACIONAL ’, separadas por pouco mais de 2 anos: I O presidente do PSD entende que a ideia de haver a necessidade de se « fabricar em Portugal uma espécie de união nacional é uma perversão ainda para mais a ser evocada num dia como este ». « A união nacional não é desejada em Portugal nem pelos que têm memória da que já existiu nem daqueles que, com prudência, aprendem lições do passado », acrescentou Pedro Passos Coelho. Abril de 2011 - link . II " Desde que tenhamos os pés assentes na terra e sejamos realistas – quer dizer, não comecemos a estabelecer objectivos que estão manifestamente para além daquilo que as condições nos permitem –, então é possível vencer e ultrapassar obstáculos e conseguir um clima de união nacional, não é de unidade nacional, é de união nacional, que permita essa convergência &quo

O irrevogável Portas, a ética e a dissimulação

Durante dois anos, além de colocar gente de confiança no aparelho do Estado, Paulo Portas andou pelo Governo com um pé dentro e outro fora, até ao pedido de demissão irrevogável. Sujeitou o PR ao deprimente ato de posse da nova ministra das Finanças de um Governo extinto, com os ministros do CDS em parte incerta. Com o chapéu de vice-primeiro-ministro e o controlo do Governo onde a permanência do PM e da referida ministra tornavam eticamente insustentável a sua, reduzida a mera dissimulação, voltou ao local do crime onde, de novo, pôs os pés. Todos.

Passos Coelho, o povo e a União Nacional

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Minguando-lhe inteligência para criar o partido único, força para o manter e cultura para lhe traçar um programa, Passos Coelho pensou em restaurar a «União Nacional» com a cumplicidade do PS, desesperado por não poder dispensar a democracia e o PS. Gostaria de ter o consentimento do eleitorado, enquanto não pode prescindir dele, sendo a bênção do PR a única condição segura. Não podendo mudar o povo, com Cavaco cada vez mais desacreditado, resta ao PM o empurrão caridoso que o lance no caixote do lixo da História. Nem os ministros o respeitam, divididos entre o apoio a Portas e a Cavaco. O Governo cometeu erros, a que não são alheias a incompetência e a maldade. Quis um país ao seu serviço em vez de o servir; serviu-se da democracia em vez de a defender; e, tendo começado por abolir os feriados identitários do povo, preparava-se para mudar o povo quando este só já pensa em mudar de Governo. 

Madeira, fundações e o bailhinho do ‘deixar passar a brincadeira’…

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Depois da saga à volta da ocultação do ‘ buraco ’ orçamental da Madeira link , Alberto João Jardim contínua, com espertezas saloias, a dar cabo da paciência dos portugueses. Trata-se agora da FSDM (Fundação Social Democrata da Madeira) que é proprietária da herdade (um termo um pouco estranho na linguagem madeirense) do Chão da Lagoa  que terá recebido - nos anos recentes - do Programa de Desenvolvimento Rural da RAM (PRODERAM) mais de 1 milhão de euros link . Podem ser esgrimidos todo o tipo de argumentos para justificar uma eventual acção meritória desta Fundação privada - que entretanto ganhou estatuto de pessoa colectiva de utilidade pública com as inerentes regalias fiscais - mas não é possível iludir a sua inserção nas actividades promocionais e propagandísticas das estruturas regionais de um partido político nacional sem, desse modo, insultar a inteligência dos portugueses (madeirenses incluídos). A actual herdade designada do “ Chão da Lagoa ” (antiga herdade

Há uma pomba num ninho de facões?

O papa Francisco defende a “laicidade do Estado" Depois de insistir sobre a "responsabilidade social" dos governantes, o chefe da Igreja católica surpreendeu claramente ao defender o Estado secular: " a coexistência pacífica entre as diferentes religiões fica beneficiada pelo estado secular, que, sem assumir como própria, nenhuma posição confessional, respeita e valoriza a presença do fator religioso na sociedade ".

EGIPTO: Reflexões sobre o golpe de 3 de Julho…

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Ontem, novos e violentos confrontos assolaram o Egipto provocando muitas vítimas e lançando o País numa perturbadora confusão que se intensificou desde que um golpe militar interrompeu mais uma ‘deriva islâmica’ no Norte de África. link Independentemente de aspectos formais relativos à ‘normal’ eleição de Morsi , enquanto candidato da Irmandade Muçulmana pelo Partido Justiça e Liberdade e que revelaram, mais uma vez e cedo, a capacidade de perverter à posteriori a essência democrática que procura a sua legitimação no voto e num programa político o que o processo em curso nos revelou foi o início de uma deriva para um ‘ regime islâmico ’ (onde a Democracia é a primeira das vítimas). O exercício que se impõe fazer é compreender o que parecendo comezinho poderá estar por detrás da actual situação a influenciar os mais recentes acontecimentos. Na verdade, a Irmandade Muçulmana apareceu ‘ suavemente ’ na ‘revolta egípcia’ que depôs Mubarak pretenso ‘sucessor’ do pan-arabismo

Para onde vai o S.N.S.?

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A crescente transferência dos serviços sociais para domínios do chamado sector social – Misericórdias e IPSSs – ocupados pela Igreja católica, revela a irreprimível tendência de substituir a solidariedade pela caridade e de reduzir direitos humanos à vontade divina, discricionariamente administrada pelos bispos católicos. O desmantelamento do Estado social leva ao regresso do poder clerical e ao retorno do status quo salazarista. À medida que a salvação da alma se torna cada vez mais uma não preocupação, as necessidades do corpo são progressivamente confiadas aos prosélitos da fé. Não admira a ovação dispensada aos governantes que gravitam em torno de Cavaco, e a este, quando foram, em bando, prestar vassalagem ao novo patriarca de Lisboa. Os portugueses perdem um módico de segurança e dignidade, que era função do Estado assegurar, e são entregues como mercadoria pia ao arbítrio das sacristias e a instituições privilegiadas pelos detentores do poder político. A religião catól

Maria Luís Albuquerque e a ‘nova’ charada política…

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A situação da actual ministra das Finanças tornou-se politicamente insustentável link . De nada vale esgrimir razões à volta de conceitos semânticos. Desde a afirmação de que ‘nada’ sobre este assunto constava na transmissão de problemas em 2011 entre o governo cessante e o recém-empossado XIX GC à revelação do conteúdo de e-mails trocados ente Pedro Felício e Maria Luís Albuquerque estamos perante uma interminável charada. Na realidade não sabemos onde a anterior Secretária de Estado guardou as informações que então recebeu. Provavelmente não foi na pasta de documentos de transição ( a que se agarra para sobreviver politicamente) mas na de ‘assuntos pendentes’. E pendente ficou este assunto quase 2 anos com os seus custos associados. Já a ministra ficou prisioneira de outras situações: 1.) da misericordiosa e infinita compreensão dos portugueses; 2.) e da insensatez de um Presidente da República que alega – e acredita - ter recebido de Passos Coelho expressas gara

Os partidos agradecem e conferem títulos académicos

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Os fiéis defuntos e os cadernos eleitorais (Crónica)

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Quando as doces catequistas da minha infância me iniciaram no ódio aos hereges, ateus, maçons, comunistas e judeus, ensinaram-me igualmente a rezar pelos fiéis defuntos. Cedo me tornei o melhor aluno da catequese, qualidade a que não seriam alheias as três refeições diárias e o inevitável lanche de que não beneficiavam os meus colegas que iam descalços à catequese e se referiam às barrigadas de fome, nos dias piores. Talvez por isso, eu era mais sensível aos horrores do Inferno, ao abandono das almas do Purgatório, às delícias do Paraíso e a outras lucubrações metafísicas. A fome e o frio de outros garotos tornavam-nos indiferentes. Não entendia a necessidade da missa para os defuntos que já gozassem o Paraíso ou para quem penasse no Inferno, dada a ausência de trânsito entre os dois destinos, mas as catequistas diziam que, na dúvida, devíamos rezar por todos. E todos rezávamos, eu e os que, descalços e com fome, tiritavam nas pedras da igreja, entre o altar e o transepto, nas no

Lançar foguetes (antes do tempo). Quem vai apanhar as canas? …

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O Governo pretende transmitir aos portugueses a ideia que, após esta rocambolesca remodelação apadrinhada pelo Presidente da República, vai mudar de políticas. Chama a esta mudança um ‘novo ciclo’. O ciclo do investimento, do crescimento económico e do combate ao desemprego. Trata-se de mais um malabarismo político, muito a propósito, para enfrentar as próximas eleições autárquicas. O Governo, na verdade, não tem espaço de manobra nem deu qualquer indício que pretende alterar o trajecto político que encetou há 2 anos. É um executivo marcado por atitudes adictas em relação à austeridade, ao empobrecimento. Ora sabemos que estes comportamentos não conduzem a nenhum ‘ outro ’ ciclo. Não tem coragem para penitenciar-se e reconhecer que lançou o País num abismo já que nada de bom – e muito menos o crescimento económico - nasce de uma recessão calculista e prolongada. Este o erro capital do ‘ajustamento’ que abraçou cedo e mostrou inúmeras e dramáticas ' inconformidades ', in

Finalmente, temos Governo...

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Eu bem avisei...

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Eu bem avisei… Será com estas palavras que este  PR justificará a convocação de eleições antecipadas quando o Governo ora remodelado cair contra a sua vontade, interesse e compromissos. Com o Governo em que Portas substituiu Passos Coelho, nas decisões, não cairá a ética porque só cai o que está de pé, não se dissolverá o sentido de Estado porque já estava no estado líquido, não se arruinará a idoneidade porque estava omissa, apenas cairá a máscara de quem invocou princípios, rumo e projetos. Coelho a fazer de PM desligou o sentido de Estado, o valor da palavra e um módico de patriotismo, acabando a humilhar, ainda mais, o PR, obrigando-o a encenar a posse da ministra das Finanças de um Governo que tinha o funeral marcado pelo líder do CDS. Agora, com Paulo Portas como padrinho deste conjunto vazio, que simula um Governo, substitui-se o correio eletrónico pelo avião, para ir receber ordens a Berlim e adiou-se o funeral, mas não se reanimou o morto. Portas não é um taxidermist

O Governo passou na inspeção

Um povo que se resigna em silêncio não é um povo resignado, é uma população sitiada pelo medo, desesperada com o presente e aterrorizada com o futuro. Os Portugueses, que consomem doses maciças do périplo papal pelo Rio de Janeiro e se extasiam com a cria real britânica, não atingiram o nirvana, estão em catalepsia. Não sei se é a abulia dos portugueses, a incompetência dos governantes, ou ambas, que nos conduzem para o abismo. Sei que a dor tem um limite, que a paciência se esgota e o sofrimento conduz à morte ou à revolta. Até hoje nenhum povo fez haraquíri.

Momento zen de segunda_22_07_2013

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João César das Neves (JCN) na homilia desta segunda-feira , certamente sobrecarregado de pecados, regressou aos temas da moral da sua Igreja e à interpretação da vontade do Deus do Papa Francisco, embora desconheça a interpretação do atual mandatário. JCN aponta o ano de 2006 como a data em que Portugal foi conduzido «ao extremo desmiolado na regulamentação familiar», dando como exemplos «a lei da reprodução artificial», seguida da «banalização do divórcio», «educação sexual laxista» e, rangendo os dentes, as leis do «casamento entre pessoas do mesmo sexo» e a da «mudança do sexo». A estas leis chama JCN, na devota crispação, «o triunfo súbito do fundamentalismo extremista», com que «a sociedade assustada adotou a posição cómoda e irresponsável de tolerar a libertinagem». Nota-se-lhe o corpo dorido, com fratura exposta e a sangrar por dentro, quando confessa que «As forças de defesa da família, em particular a Igreja Católica, suportaram derrota atrás de derrota fragorosa»

O tiro de arranque para nova crise na governação?

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“ Portas não se sobrepõe à ministra das Finanças nas relações com a troika ”… link De visita a Vila de Rei (Castelo Branco), o primeiro-ministro do 1º. ciclo governativo [ainda em exercício], Passos Coelho , foi adiantando pequenos pormenores sobre a remodelação governamental que será anunciada brevemente ao País no seguimento da comunicação do Sr. Presidente da República do dia 21 passado. Um desses pormenores refere-se às competências a atribuir ao novo vice-primeiro-ministro que - como adivinhamos - não chegou a este ' inovador ' cargo (talhado à medida da dimensão da crise) fruto das negociações de partilha de poder entre os 2 parceiros da coligação que suporta o Governo. Chega aí – ficamos hoje a saber - por delegação de competências do primeiro-ministro. Esqueceu-se de esclarecer se essa delegação foi voluntária ou coerciva. O tempo o dirá. Mas a ponta do véu começou a ser levantada. O início de uma marcha atrás do PSD começou mesmo antes do ‘ novo ’ Gover

E assim vai o meu país...

Não querendo o PR punir os prevaricadores, que arruinaram a coligação, o Governo e o País, quis levar a julgamento o PS. Não querendo o PS partilhar as culpas, por não ter estado sequer no local do crime, o PR acabou por se submeter à vontade dos réus e surgiu de novo a abençoar a renovação dos votos nupciais do casal desavindo e, à falta de voluntários, assinou outra vez como padrinho.

Quem perde é quem explica

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Podem os comentadores avençados, da coligação e de Belém, repetir cinco, dez, cem ou mil vezes, que a culpa do espetáculo degradante a que Gaspar e Paulo Portas sujeitaram o Governo, cabe a Seguro; pode o PR declarar as mais pias intenções no acordo a que quis amarrar o PS para salvar a própria face e o descrédito do seu Governo; podem os líderes do PSD e do CDS jurar que a rutura da coligação foi uma mera ilusão. Nada, absolutamente nada, pode esconder o conteúdo da carta de Gaspar, a penitenciar-se da falência da sua política e a acusar de falta de liderança o Governo, e a de Paulo Portas a solicitar a demissão irrevogável, em obediência à sua consciência, para evitar o ato de dissimulação que a continuação no Governo significaria, depois de ter atingido o limite das suas forças, a favor da estabilidade, e de considerar que, após a inaceitável nomeação da nova ministra das Finanças, “não era politicamente sustentável, nem pessoalmente exigível” a sua permanência no Governo.

O PR, a embrulhada das alternativas e a opção pela deriva…

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A frase proferida foi: “… considero que a melhor solução alternativa é a continuação em funções do atual Governo, com garantias reforçadas de coesão e solidez da coligação partidária até ao final da legislatura ”… link Magistral! A solução alternativa é a que já existe. A ‘melhor solução’ é a receita política que provocou uma lamentável, vergonhosa e inacreditável crise política. As ‘ garantias ’ em que agora acredita e que, segundo se entende, não existiriam a 10 de Julho, voltaram depois de se aconselhar com uma cagarra nas ilhas Desertas. Na comunicação de 10 de Julho afirmou: “… os Portugueses devem estar conscientes de que nenhuma dessas soluções [que classificou como alternativas jurídico-constitucionais] dará as mesmas garantias de estabilidade que permitam olhar o futuro com confiança igual à da proposta que acabo de apresentar ” link [o malogrado compromisso de ‘salvação nacional’]. A Direita é mesmo assim: ou não admite alternativas ou quando a realidade faz co

É preciso topete…

Ver Mota Soares a acusar o PS de ter rompido unilateralmente um acordo que só trazia a salvação da coligação que Gaspar, primeiro, e Portas, de forma irrevogável, se tinham encarregado de desfazer, com o brinde suplementar de branquear a reputação do PR, foi um espetáculo circense onde se adivinhavam, nos bastidores, músicos, contorcionistas, palhaços e malabaristas na companhia de animais amestrados.

Naquele engano de alma, ledo e cego, que a Fortuna não deixa durar muito…

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As ‘negociações’ / 'conversas' interpartidárias para o falhado ‘ pacto de salvação nacional ’ começam a ter alguns desenvolvimentos e à sua volta aparecem súbitas e interessantes 'revelações' / 'soluções'. Se não vejamos a proposta apresentada pelo PS nas reuniões que decorreram um exploratório e penoso percurso de hipotética ‘salvação nacional’: 1.4.4. Criação do Banco de Fomento A criação desta instituição financeira – com licença bancária – deve permitir a articulação com as demais entidades bancárias, utilizando um leque abrangente de soluções, desde o financiamento, à emissão de garantias, à exploração do negócio de seguros de crédito, entre outros produtos financeiros. O desenvolvimento de um Fundo Financeiro para o Desenvolvimento de Recursos Endógenos (agro-alimentares, florestais, mar e serviços desenvolvidos a partir do factor terra) foi uma das propostas apresentadas pelo PS que deve ter prosseguimento. O desenvolvimento do períme

Cavaco Silva nas Selvagens

Quando Cavaco, no rincão onde é mais elevado o seu índice de popularidade, felicitou o português residente, por ter exterminado os ratos e os coelhos, quis fazer humor ou manifestou um estado de alma? O rato (Largo) e o coelho (espécie de PM) eram uma obsessão na insólita excursão que fez no tempo político errado.

UM GOVERNO DE MALFEITORES RELAPSOS

Já se sabia que o atual governo é uma associação de malfeitores que governa à margem da lei. Entre muitas outras malfeitorias, nos últimos dois anos apresentou dois orçamentos recheados de medidas violadoras da Constituição. Porém, agora que o cabecilha – o sinistro Gaspar – se demitiu e que o Presidente da República apelou a que reintegrassem o quadro democrático, dialogando com o PS, esperava-se que arrepiassem caminho. Mas não. Continuam na mesma senda delituosa. Com efeito, na própria proposta de “entendimento” que apresentaram ao PS tiveram o descaramento de incluir esta coisa espantosa: “1.8 – Se alguma medida resultante do PAEF for alvo de declaração de inconstitucionalidade pelo Tribunal Constitucional, os partidos signatários comprometem-se, junto do Governo, a apoiar as medidas substitutivas ou apresentar alternativas com igual valor e qualidade, a validar na avaliação regular subsequente.” Quer dizer: já estão a preparar-se para apresentar um terceiro orçamento incon

"JUSTIÇA" ISLÂMICA

Uma jovem norueguesa foi violada no Dubai. Apresentou queixa. Mas ela é que foi condenada!!! http://www.jn.pt/PaginaInicial/Mundo/Interior.aspx?content_id=3332309

‘Crónica de uma Morte Anunciada’…

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O anúncio de ruptura das negociações à volta de um ‘ compromisso de salvação nacional ’ link (para usar a terminologia do PR) agrava uma turbulenta fase política despoletada com a demissão do ministro Vítor Gaspar, acompanhada no dia seguinte pelo ‘ irrevogável ’ abandono de Paulo Portas, que deixaram o Governo sem pé. A intervenção do Presidente da República nesta ‘ grave crise ’ (as palavras vieram de Belém) teve o condão de não clarificar a situação política. Antes pelo contrário, introduziram novos vectores de perturbação em todo este processo. Mau grado isso e dado que a comunicação do PR ao país no dia 10 de Julho continha, no seguimento de uma exaustiva preocupação justificativa para a não convocação de eleições antecipadas, uma proposta de compromisso entre os signatários do Plano de Assistência Económica e Financeira com vista a viabilizar um novo ciclo programa de Governo que fosse capaz de concluir esse Plano até 30 de Junho de 2014. Hoje - e após a ruptura -

O PR, a golpada e o beco

A iniciativa de Cavaco, de adiar a decisão que constitucionalmente lhe cabia, depois da demissão do ministro das Finanças e do irrevogável pedido de demissão de Portas, só contribuiu para deixar apodrecer a situação política para que contribuiu com o seu apoio indefetível à coligação e, depois, agravou, com o envenenado convite ao PS, para salvar a face e o Governo. Ao PR, no respeito pela CRP, só restava uma solução quando o ministro de Estado e das Finanças se penitenciou publicamente pelo falhanço da sua política, que foi a política do Governo, e pôs em causa a falta de liderança, sublinhada com o estrondo da demissão de Paulo Portas. O desenlace da coligação só tinha uma saída democrática – a marcação imediata de eleições legislativas que, por economia, convinha juntar às autárquicas. Todavia, com a ética e o sentido de Estado exonerados das funções de Estado, podia o PR aceitar a remodelação de Paulo Portas, menos interessado na honra do que no poder, e ter dado posse ao conju

Aurárquicas em Oeiras

As eleições disputam-se dentro do PSD, entre um polícia e um presidiário. De um lado está Moita Flores, reformado da PJ, com o prazo de validade autárquica esgotado em Santarém,  se o TC permitir as candidaturas itinerantes. De um lado está o aparelho público do PSD a apoiar Moita Flores, do outro o aparelho clandestino dos «isaltados» que não trocam Isaltino por Flores. Um está preso à decisão do Tribunal Constitucional e o outro na prisão da Carregueira, donde dirige o movimento «Isaltino – Oeiras mais à frente», com Paulo Vistas a liderar a lista à Câmara e Isaltino – o legítimo –, à Assembleia Municipal. Resta saber se Isaltino vai cumprir a pena na Assembleia Municipal ou se esta vai reunir à prisão da Carregueira.

O PS E O "COMPROMISSO DE SALVAÇÃO NACIONAL"

Contrariamente a muito boa gente, acho que o PS andou bem ao aceitar entrar nas negociações propostas pelo Presidente da República - que Cavaco, apesar de tudo, infelizmente ainda é. É que se o não fizesse toda a gente (isto é: todos os políticos desde o centro ou mesmo do centro-esquerda até à extrema direita, mas também grande parte dos portugueses não políticos que, infelizmente, ainda se deixam levar na conversa presidencial) diriam que a Nação não se salvou porque o PS não quis colaborar na sua salvação, pôs os interesses do partido acima dos do País, e blá-blá-blá. Dito isto, entendo que o PS não pode fazer qualquer coligação, aliança, acordo ou seja lá o que for com o PSD e o CDS, que estão a levar o País à ruína com o seu projeto neoliberal e governam contra o Povo e contra a Pátria, a favor dos credores agiotas e da alta finança. Não pretendo com isto dizer que o PS devesse aceder a entrar nas negociações só a fingir. Não: o PS, nas negociações, apresenta as suas propostas

Baixa política…

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O presidente do PSD protagonizou no Conselho Nacional mais uma jogada de baixa política link . Quando, frente à comunicação social expressamente convocada para o efeito, teceu considerações sobre a ronda de conversações em curso acerca da proposta do Presidente da República do dia 10 de Julho que, ao que se julga, por acordo inter-partidário, estavam a decorrer sem o tal megafone que Paulo Portas referiu na AR (quando da discussão da moção de censura dos Verdes). Mais, mostrou-se um verdadeiro mistificador ao referir que a incerteza que o País vive decorre da demora das negociações escondendo que as causas da actual crise política residem no (público) desentendimento da maioria governamental (CDS/PSD). E nesse ensejo não teve rebuço em invocar – mais uma vez – o sentimento dos mercados, numa interpretação que acha ser única e acertada. A antecipação de eleições não é um problema para Passos Coelho mas o dirigente do PSD julga saber que os mercados não gostarão do veredicto pop

Assim não há diálogo possível

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Estas afirmações são ética e politicamente inaceitáveis. Estão ao nível das convicções de Bernardino Soares sobre a democracia da Coreia do Norte.

Sob o fio da navalha

Depois da moção de confiança apresentada pelo partido «Os verdes», sob o pseudónimo de moção de censura, não mudaram os cenários, mas alteraram-se as condições para as conversações que decorrem entre o PS, PSD e CDS. O PSD rejubilou com a retumbante vitória obtida pela aritmética de uma maioria que se desfez. O CDS mal se ouviu, a digerir a vergonha do ziguezagueante líder que já perdeu o pudor e o eleitorado. O PS, entalado com a moção que, segundo Jerónimo de Sousa, era contra ele, salvou a honra votando sem hesitações e de acordo com o que tem dito. O PCP e o BE cumpriram a liturgia com compostura. Não sei avaliar as consequências económicas da decisão, ou ausência dela, que vai sair das conversações dos três partidos a quem o PR, desesperado, exigiu que o salvassem. Fê-lo quando viu o barco do seu Governo a meter água e, só então, convidou o PS para o naufrágio, excluindo o PCP e o BE, como se tivessem lepra. De algumas coisas estou certo depois de ter visto o ar fúnebre de P

Uma censórica argolada…

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A apresentação da moção de censura pelo Partido ‘Os Verdes’ foi, desde o início e tendo em consideração o actual momento político que o País vive, uma argolada. A intervenção presidencial (não vamos classificá-la) tinha colocado a actual maioria a braços com o problema de apresentar uma moção de confiança e pela via parlamentar afrontar o Presidente da República. Coisa que a moção de censura apresentada veio inopinadamente resolver. Foi ouvir - de imediato -  Passos Coelho a saudá-la na momento da sua apresentação verbal como ‘ muito bem-vinda ’ link e, hoje, Paulo Portas, na Assembleia da República, afirmar que ‘ censura que não censura, confia ’ link . Claro que as coisas não são bem assim. Uma coisa é defender-se de um ‘ataque’, outra coisa será ter a coragem de encetar uma manobra ofensiva. Todavia, a confusão instalada tem possibilidades de temporariamente perdurar. Não estamos em época de impetuosos amadorismos quando se jogam – em todas as frentes – passos dec

Lembrar o padre António Vieira

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António Vieira (Lisboa, 6 de fevereiro de 1608 — Salvador (Bahia), 18 de julho de 1697) foi um religioso, filósofo, escritor e orador português da Companhia de Jesus. (Homenagem do Ponte Europa, no dia da sua morte, ao mais alto paladino da língua portuguesa)

‘Negociações’: em Lisboa ou em Frankfurt?

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O ‘ compromisso de salvação nacional ’ proposto pelo Presidente da República e neste momento em discussão pelos partidos, que se auto-denominam do ‘ arco do poder ’, é politicamente uma hipótese remota e no aspecto prático uma magistral impossibilidade já que para não entrar em especulações políticas, começa por não decorrer no local apropriado. O ‘ isco ’ de eleições a partir de Junho 2014 pode servir estratégias políticas imediatistas mas nada acrescenta à situação real do País. Pelo contrário a espera de um ano será fatal para Portugal e só serve o status quo que se intenta perpetuar deste o início do Plano de Assistência Financeira prolongando ad eternum o regime de protectorado (embora possam nominalmente mudar os ‘ protectores ’). O cerne da questão que ‘ justificará ’ as actuais desavenças políticas (no 'arco do poder') é o brutal corte nas funções do Estado que arrancaram com o montante de 4.700 M€ e não sabemos onde vão terminar (ver quadro). A gravidade

A situação política e a excursão do PR às Ilhas Selvagens

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Dizer que Cavaco Silva não tem o perfil para PR é um truísmo banal tautologicamente demonstrado. Apontar-lhe a débil formação democrática e as insuficiências culturais é uma reincidência gratuita. O que é importante, aliado ao que se conhece do seu passado e, sobretudo, ao que se desconhece, é analisar a situação política a que conduziu o País. É surpreendente a excursão às Ilhas Selvagens enquanto a situação política apodrece e a solução não pode surgir do quadro que ele próprio complicou. Deixemos aos psicólogos a análise comportamental do timoneiro do naufrágio nacional que acelerou. Na confusa e hermética comunicação ao País emudeceu os partidos da coligação que apadrinhou no segundo mandato, depois de um discurso de vitória, em que exonerou o sentido de Estado, para exprimir o ódio e ressentimento que nutria pelo líder do PS. Face ao descalabro a que, com a sua cumplicidade, o Governo conduziu Portugal,  quis comprometer o PS na delirante proposta em que humilha Paulo Port

As negociações PS/PSD/CDS

Todos querem o acordo de Seguro com o PSD e o CDS O PSD e o CDS precisam do acordo para se salvarem (desconheço se isso salva o País). Cavaco precisa do acordo para salvar a face na trapalhada em que nos meteu. O PCP e o BE precisam do acordo para poderem continuar a acusar o PS de se aliar à direita. E, finalmente, o PS precisa do acordo para substituir Seguro.

A VIAGEM DO FARAÓ - Do Allgarve aos ilhéus de Fora

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(do Allgarve, ilhas Selvagens, ilhotas Palheiros do Mar e da Terra e ilhéus de Fora) Num velho país a norte de África habitava num palácio sem marquises, um faraó e a sua faraoa e, apesar de lhe faltar o apreço e o brilho dos seus antecessores, era o sexto faraó da 3.ª dinastia, iniciada com dois faraós provisórios, depois da Revolução contra faraós vitalícios. Este faraó andava sempre com a sua faraoa e tinha grande admiração pelos sacerdotes e uma enorme devoção aos deuses, não faltando aos sacrifícios em sua honra. Quando o Grande Sacerdote do norte foi nomeado Grande Sacerdote do sul, por graça do Sumo Sacerdote Universal, assistiu ao ritual de consagração com os mais eminentes membros da classe do saiote branco, nomarcas e, um pouco atrás, os vizires. Todos foram aclamados por membros do povo contratados antes da cerimónia litúrgica. Talvez castigo de Hórus, os dois últimos anos, que um escriba coevo descreveu, foram de verdadeiras pragas. Esvaziaram-se os já debilitados

O exílio (...selvagem!)

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Após colocar o País em estado de alvoroço com o seu discurso de 10 de Julho o Presidente da República resolveu ‘excursionar soberania’ pelas Ilhas Selvagens link adoptando uma atitude política cujo desempenho na plataforma continental (ibérica) está suspensa. Por cá ficam partidos do 'arco' em parco dialogar sobre um confuso projecto salvífico, um governo em estado vegetativo e a AR a discutir mais uma moção de censura. Ao que é de supor ficará incomunicável, isto é, fora do alcance da rede de comunicações regulares. Não é a primeira vez que Cavaco Silva se exila quando  'lhe apertam os calos ’. Será didáctico e premente citar (de cor) que há uns bons anos, quando exercia funções de primeiro-ministro e a agenda política o importunava, por exemplo, com a discussão de ‘ Portugal e o Futuro ’, sob a batuta do então presidente Mário Soares ou, então, estando já em laboriosa fermentação o tabu da sua primeira candidatura presidencial (falhada), fugiu para o Pulo do Lobo

Portugal a caminho do naufrágio

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Quando um presidente, dito de todos os portugueses, decidiu convocar alguns partidos, para não assumir as responsabilidades que lhe cabiam, provou à saciedade, o respeito que lhe merecem os portugueses que votaram nos partidos que excluiu. Não bastava um governo disfuncional e uma oposição em que três partidos parecem ter um estranho mimetismo com os do Governo. Não chegava a crise profunda que exige a rápida clarificação. Não foi suficiente a confissão de fracasso do ministro das Finanças. Temos ainda um PR que, para esconder a incapacidade de decisão, recorre a manobras dilatórias, cria datas para dissolver a A.R. e ignorou a remodelação que lhe foi proposta, como se o Governo dependesse dele e não do Parlamento. Vivemos um ciclo de esquizofrenia política, com os decisores a comportarem-se como a orquestra do Titanic.

CONVITE - CASA DA CULTURA, 17 DE JULHO, ÀS 18 HORAS

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Homenagem ao meu amigo Zé dalmeida

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74.º aniversário

A guerra colonial e os traumas dos filhos dos retornados

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Seria indigno não compreender e ser solidário com as vítimas da descolonização, com as pessoas que perderam haveres, referências e até familiares, mas temos de reconhecer que Portugal foi generoso no acolhimento dos portugueses que as vicissitudes da vida devolveram à procedência em condições, por vezes, dramáticas. Não julgamos os que lá se portaram de forma indigna com os povos cuja legitimidade à autodeterminação é indiscutível. Não negamos o direito ao acolhimento e à felicidade a quem da vida teve um quinhão amargo. Não podemos explicar tudo, a quem os traumas impedem uma visão do processo histórico, porque o ressentimento os impede. Ainda hoje há quem pense que as colónias eram «nossas» (deles), como se algumas, em algum lado, tivessem sido subtraídas à legitimidade da autodeterminação. Injusta, inútil e criminosa foi a decisão de prolongar durante 13 anos e uma larga dezena de milhar de jovens, mortos, e várias de estropiados, a guerra que a História condenou. Quem, nu