Notas Soltas: junho/2013
Turquia – Hoje aparece uma lei a proibir carícias em público,
amanhã outra a dificultar a venda e consumo de bebidas alcoólicas, depois
altera-se a Constituição laica e, finalmente, impõe-se a sharia. É este o
percurso islâmico para que o país caminha.
Egito – A justiça invalidou o Senado, assim como os membros da
Assembleia Constituinte do país. O Tribunal Constitucional Egípcio alegou que
os islamitas, no poder, foram eleitos de forma ilegal. É a luta entre o Islão e
o laicismo.
Cuba – As reformas económicas iniciadas por Raul Castro, em
direção à economia de mercado, são uma exigência do isolamento político e da
falência económica que a instabilidade recente da Venezuela agudiza e aconselha
a acelerar.
Passos Coelho – Na sua impreparação política e falta de senso
pediu ao sindicato dos professores para fazerem coincidir a sua greve com a
greve geral. Parecia um pedinte a fixar o valor e as condições da esmola.
10 de junho – A data a que Jorge Sampaio pretendeu dar um cunho
civilista está a regressar ao espetáculo fúnebre da ditadura, a que só faltam
mães e viúvas de soldados mortos na guerra colonial. Até os presidentes se
parecem cada vez mais.
Vaticano – O Papa Francisco afirmou a dificuldade da reforma da
cúria romana, referindo uma «corrente de corrupção» e a existência de um lobby
gay. Eis a diferença que separa a frontalidade de um jesuíta da dissimulação de
um sócio do Opus Dei.
Grécia – O encerramento da televisão pública e o despedimento
coletivo dos trabalhadores, à margem da lei e da ética, é um ato de desespero
incendiário que agradou à extrema-direita. A Europa anda por mau caminho e a
Grécia precipitou-se no abismo.
Tunísia – Antes da chamada primavera árabe era um país
civilizado que atraía divisas e turistas. Agora é o país onde o Islão vai impondo
as normas, reduzindo-o à miséria, a cinco orações diárias e à vontade de Maomé.
Irão – O triunfo de Hassan Rohani, islamita dito moderado, vale
pela derrota que infligiu aos clérigos mais retrógrados. A ameaça nuclear
baixará de tom mas os clérigos radicais mantêm as rédeas do poder que continua
nas mãos dos jurássicos aiatolas.
Cavaco Silva – O Ministério Público invocou a nulidade da
sentença contra um cidadão que lhe disse “vai trabalhar” e “estou a ser
roubado”, porque as ofensas ao PR não podem ser julgadas em processo sumário.
Grave é a irrelevância do PR.
Durão Barroso – A avidez de um cargo na ONU ou na NATO, levou-o
a trocar a cumplicidade com a Alemanha, pela subserviência à Inglaterra e EUA,
em detrimento da UE. Não lhe basta a cumplicidade na invasão do Iraque. A
França chamou-o camaleão.
Euro – Se acaso tivermos de sair do euro, regressaremos a uma
moeda nacional, em permanente desvalorização, com a dívida a pagar em moedas
fortes e os vencimentos e pensões a serem engolidos pela desvalorização
sucessiva. Será mais uma tragédia.
Brasil – O aumento do preço dos transportes foi o detonador de
manifestações violentas que fizeram cancelar a decisão, mas a continuidade
revela o mal-estar instalado na sociedade, numa onda de anarquia que compromete
a pujante economia.
Irmãos muçulmanos – Na aparência, esta organização parece a
Cáritas mas o seu proselitismo alia a solidariedade islâmica ao terrorismo para
converter os «infiéis». O Egito e a Turquia estão a cair na teia dos Irmãos
Muçulmanos, com a sharia à vista.
Chipre – A forma como a U. E. lidou com o pequeno país e com a
Grécia foi um perigo no complexo xadrez europeu. O efeito dominó matará o
bem-estar social, político e económico do pós-guerra, criando condições para o
regresso aos conflitos armados.
Subsídio de férias – A trapalhada do Governo, a querer pagar só
em novembro, e dizendo não ter dificuldades de tesouraria, parece vingança
contra o T. C., funcionários públicos e pensionistas, com a sempre diligente e
célere ajuda do PR.
Moçambique – Quando o país estava a sair da pobreza brutal a
que a herança do colonialismo e a guerra civil o conduziram, a RENAMO voltou às
armas. Sem avaliar as razões, adivinho a tragédia de um povo com partidos
armados.
Portimão – Detido e acusado, com outro vereador, por atos de
corrupção, o vice-presidente da Câmara surripiou, ao inspetor da PJ, um
manuscrito apreendido e engoliu-o. Há autarcas capazes e outros capazes de
tudo, como se prova.
Sílvio Berlusconi – O exótico político merece prisão por
suborno, fraudes, fugas ao fisco, etc., mas a condenação a 7 anos de prisão por
corrupção da deslumbrante jovem de 17 anos, bem vividos, terá sido pretexto ou
vingança e não justiça. Justiça politizada?
Greve Geral – A rapidez e arrogância com que Arménio Carlos, da
CGTP, se demarcou dos manifestantes que se dirigiam para a Ponte 25 de Abril, abre
novas feridas sindicais e aumenta o número dos que não se reveem no sindicalismo
oficial.
EUA – As escutas à embaixada da União Europeia e, em
particular, à Alemanha, são o maior desafio à confiança mútua entre dois
espaços unidos por valores comuns. As relações serão afetadas e a suspeita
enfraquecerá sempre a cooperação futura.
Nelson Mandela – A vida
da grande figura da Humanidade, da referência ética da política, a quem Reagan
e Thatcher chamavam terrorista, será sempre um exemplo de tolerância,
inteligência e bondade dificilmente repetíveis.
Comentários