Momento zen de segunda_22_07_2013
João César das Neves (JCN) na homilia
desta segunda-feira, certamente sobrecarregado de pecados, regressou aos
temas da moral da sua Igreja e à interpretação da vontade do Deus do Papa
Francisco, embora desconheça a interpretação do atual mandatário.
JCN aponta o ano de 2006 como a data em que Portugal foi
conduzido «ao extremo desmiolado na regulamentação familiar», dando como
exemplos «a lei da reprodução artificial», seguida da «banalização do divórcio»,
«educação sexual laxista» e, rangendo os dentes, as leis do «casamento entre
pessoas do mesmo sexo» e a da «mudança do sexo».
A estas leis chama JCN, na devota crispação, «o triunfo
súbito do fundamentalismo extremista», com que «a sociedade assustada adotou a
posição cómoda e irresponsável de tolerar a libertinagem». Nota-se-lhe o corpo
dorido, com fratura exposta e a sangrar por dentro, quando confessa que «As
forças de defesa da família, em particular a Igreja Católica, suportaram
derrota atrás de derrota fragorosa».
Para o bem-aventurado «Portugal tornou-se um paraíso mundial
de comportamentos desviantes e perversos», justificando « o colapso do
casamento, ausência de fertilidade, envelhecimento galopante, multiplicação de
patologias sociais». Faz chorar as pedras quando lastima que «em 2011 os
casamentos foram só mais 34% que os divórcios» e ameaça que «sorveremos a infâmia
até à última gota». Segundo JCN, especialista em água benta, incenso e moral
familiar, «a escalada não abranda, atingindo já os temas de requinte, como a co-adoção
por casais do mesmo sexo». «A espiral devoradora exige-o, como exigirá as
vergonhas seguintes» – garante o bem-aventurado.
Finalmente, antes das orações do dia, termina em tom
profético com um assomo de otimismo: «Resta-nos o consolo de o futuro vir a
aprender com os nossos horrores».
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