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A mostrar mensagens de outubro, 2025

Pacheco Pereira -- A verdade vem sempre à tona

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  O Luís ganha sempre, mas, como nos negócios escuros, as mentiras são sempre desmascaradas.

LUTERO – 508.º aniversário das Teses de Lutero – 31 de outubro de 1517

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Há 508 anos, Martinho Lutero enviou as famosas 95 Teses anexadas a uma carta a Alberto de Mainz, Arcebispo de Mainz, tornando-se este monge agostiniano na principal referência da Reforma Protestante. Ter posto em causa dogmas da Igreja católica e, sobretudo, a autoridade do Papa, foi a heresia que fez mais pelo progresso e pela emancipação do pensamento do que todas as verdades aceites até aí. É hoje irrelevante que o Paraíso se possa comprar a retalho ou por junto, que os pecados possam ser perdoados em euros ou em orações, que o Papa seja infalível ou mero CEO de uma multinacional da fé. A heresia é sempre mais fecunda do que qualquer verdade absoluta. E a forma de conquistar o Paraíso, para os que sonham com uma vida para além da única e irrepetível que nos cabe, é mera opção de quem tem fé. Depois de Lutero, excomungado pelo Papa que viu prejudicados os seus negócios com as indulgências e fugir-lhe a clientela, agora repartida por outras obediências, a Europa ganhou o hábito ...
  Humani smo e lei religiosa ( 3 e Fim ) Por Onofre Varela Quando se fala em Humanismo, está-se a falar de quê? Não há uma definição única amplamente aceite de Humanismo, tal como também acontece noutros assuntos relacionados com o P ensamento . Pode haver versões paralelas em cada movimento desenvolvido p or pensadores que fizeram as várias épocas que nos precederam, cria ndo variações. Na Igreja essas “variações” são designadas por cisma . Podemos dizer que o s humanistas se opõem à imposição política de uma cultura e rejeita m ditaduras, e que t ambém n ão pertencem a uma igreja ou religião estabelecida, n em aceit am o uso d a violência sob qualquer justificação (aliás, não há justificação para a violência numa sociedade respeitadora do Humanismo). Uma definição de Humanismo  pode ser esta: “ U ma postura de vida democrática e ética na afirmação de que os seres humanos têm o direito e a responsabilidade de dar sentido e forma às suas próprias vidas. Rep...

Salazar e a sua obra – Tarrafal – o Campo da Morte Lenta (89.º aniversário) (2)

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  Publiquei ontem o texto com o título em epígrafe, aqui e no Facebook, a assinalar o lúgubre aniversário do Tarrafal e acrescentado alguns poucos dos numerosos crimes da ditadura salazarista. Estava longe de imaginar que o escrito atrairia no Facebook tantos e tão diversificados leitores e mais de quinhentos comentários, a que não foram alheias mais de mil e duzentas partilhas. São esses comentários que me fazem voltar ao tema. Não me refiro às centenas dos que se solidarizaram com a denúncia dos crimes nem aos que me agradeceram a vigilância democrática, mas aos comentários prenhes de ódio, ignorância e ressentimento. Entre vários perfis anónimos, ex-militares da guerra colonial, membros das forças de segurança e militantes assumidos do Chega, foram muitos os que vieram a esse meu espaço. Na mais deplorável ortografia e anarquia da sintaxe, foram ali bolçar o ódio que a frustração e a inveja despertam, muitos, anónimos, e todos covardes, que só em matilha se revelam. Saem...
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          Cartune de Varella
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            Cartune de Varella

Franco e a monarquia – 30 de outubro de 1975 – 50.º aniversário

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Há 50 anos, o maior genocida da península Ibérica determinou que Juan Carlos passasse a ser o chefe de Estado interino de Espanha, sob o pseudónimo de príncipe. O ditador não se limitou, durante décadas, a eliminar centenas de milhares de espanhóis em campos de concentração, execuções extrajudiciais ou na prisão, escolheu a natureza do regime e a pessoa a quem endossaria a chefia do Estado. Num país onde a coragem de enfrentar o ditador nunca morreu, a violência da repressão garantiu ao ditador morrer confortado com todos os sacramentos e a bênção do clero que foi seu cúmplice. A ditadura clerical-fascista terminou com Franco, mas o novo regime nasceu do poder conquistado e mantido pela violência. Juan Carlos foi educado no fascismo e destinado a perpetuá-lo. O que o grotesco general não previu foi a obsolescência das ditaduras e os ventos da democracia que varreram regimes militares, e democratizaram a Europa. A monarquia espanhola é herança do franquismo, a anomalia que se ma...

Salazar e a sua obra - Tarrafal – o Campo da Morte Lenta (89.º aniversário) e muito mais

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  Salazar e a sua obra - Tarrafal – o Campo da Morte Lenta (89.º aniversário) e muito mais Urge lembrar o Massacre de Batepá (do português coloquial "Bate-Pá!") atrocidade das tropas coloniais em S. Tomé e Príncipe, 3 de fevereiro de 1953, em que fuzilaram talvez mais de mil homens, mulheres e crianças, por motivos laborais e mera crueldade; o de Pidjiguiti, cerca de 50 mortos e de 100 feridos, que deu início à luta de libertação da Guiné–Bissau, também por motivos laborais; o de Wiriyamu, na guerra colonial, 16 de dezembro de 1972, com pelo menos 385 mortos da população civil. Recordar o que foram as mortes em plena rua das cargas da GNR e da polícia de choque da PSP, é uma obrigação cívica, ainda que os requintes de crueldade e sadismo fossem atingidos pela Pide nos interrogatórios e nas masmorras, e nos assassínios arbitrários. Mas hoje é dia de recordar o Tarrafal, esse campo da morte e da tortura onde a brandura dos costumes, alegada pelo ditador vitalício, era a i...

Eleições presidenciais

Todos os partidos despacharam militantes seus para a disputa eleitoral pelo que a minha maior preocupação é pela segunda volta. Compreendo a lógica dos partidos, a necessidade de usarem as eleições para manterem, dilatarem ou apenas lutarem contra a extinção, e essa não é a minha motivação. Sendo a geometria eleitoral o que é, é utopia pensar que haverá na segunda volta algum candidato de esquerda. Assim, votarei no que jugar melhor para assegurar a manutenção da democracia política, de preferência com alguma preocupação social. À medida que entraram candidatos não previstos, assisti à renúncia de outros com fortes probabilidades de vitória. O exemplo flagrante foi o de Rui Moreira, que faria quase o pleno da extrema-direita, Chega, IL, CDS, e parte significativa da direita democrática. Desistiu quando André Ventura entrou, e veio apoiar Marques Mendes para se vingar de Rui Rio, agora apodado, vá-se lá saber porquê, de senador da República. O meu voto, à primeira volta, está ag...

Factos & documentos

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~ Ex-líder parlamentar do PSD. Acusado de assassínio.  

Noite de insónias

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Noite de insónias Ontem foi dia de pesadelo para os democratas. Steve Bannon, apóstolo do neofascismo enviado por Trump à Europa, no seu primeiro mandato, a evangelizá-la, anunciou que “Trump vai ser Presidente em 2028, e as pessoas devem acomodar-se”. A lei torna-se irrelevante para os ditadores. Quem observa as sucessivas eleições europeias, às quais a política belicista da UE não é alheia, recorda o êxito do dinheiro e o engenho de Bannon, aliado ao servilismo da UE aos EUA. O êxito da extrema-direita europeia teve o contributo do sinistro personagem que Trump indultou, para o subtrair ao julgamento dos Tribunais. A vitória de Javier Milei, na Argentina, logo saudada pelo seu apoiante Trump, foi outro susto. A teia de corrupção que o enleia, a ele que chegou ao poder com a promessa de a combater, parece ter tornado virtuoso o cadastro. O neoliberal impiedoso e amoral viu a confiança reforçada com os vencimentos dos funcionários públicos dependentes de um empréstimo dos EUA que...

Fotos de hoje

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 Fotos aterradoras
  Humani smo e lei religiosa ( 2 ) Por Onofre Varela (Segunda parte de um texto que foi escrito para os jornais regionais  Gazeta de Paços de Ferreira  e  Semanário Alto Minho.  Dado o espaço de que disponho, por edição, estar condicionado às exigências editoriais, o texto foi dividido em três partes) É sabido que a s ditaduras oprimem os povos submetendo-os a uma pretensa “tradição a pedir respeito”. Tal tradição não passa de falácia pela qual se praticam maldades. As tradições sociais e religiosas não legalizam a maldade. Numa aldeia transmontana era tradição prender um gato no cimo de um poste, ao qual se ate ava fogo! Numa outra localidade espanhola também era tradição lançar uma cabra viva, das ameias de um castelo, para um penhasco! Dir-se- á que nas du as situações se dava vida a “tradições culturais” comunitárias… mas eram, principalmente , acç ões desumanas e crué is que tiravam a vida aos animais (ou os feriam) para gáudio de uns tantos hom...

Síntese perfeita

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  Humani smo e lei religiosa (1) Por Onofre Varela (Primeira parte de um texto que foi escrito para os jornais regionais Gazeta de Paços de Ferreira  e Semanário Alto Minho. Dado o espaço de que disponho, por edição, estar condicionado às exigências editoriais, o texto foi dividido em três partes) O tema em que pego para escrever esta crónica, obriga-me a ocupar um espaço maior do que aquele que o jornal me concede. Vou, por isso, dividi-lo em trê s partes, publicando hoje a primeira parte . Cada país rege-se pelas leis aprovadas no seu P arlamento, o qual tem duas formas de existência: ou foi formado pelo voto popular e vive em Democracia, ou foi imposto por um qualquer sistema dita torial . Retirando a segunda hipótese que todos nós rejeitamos, é comum (por respeito à liberdade dos povos) não nos imiscuirmos na política interna d e outros países, nem “ditarmos leis” na casa dos nossos vizinhos. Mas p odemos (e, sobretudo, devemos) criticá-los porque a Democracia...

Portugal, um país de grandes feitos

Conhecido o desfecho das eleições no Benfica e vencida a ansiedade sobre o nome do presidente, o orgulho no record mundial de votantes fez esquecer o drama da falta de boletins e o gozo do fracasso das sondagens. Podemos agora aguardar noticiários diversificados e passar a outros assuntos. A segunda volta ficou decidida com a enorme diferença que separa os dois candidatos mais votados na longa noite a que foi acrescentada uma hora. Até passou despercebido o regresso de Marcelo, cuja ausência de Belém fora ignorada e o mau tempo impediu a visita à ilha do Corvo. É sina dos presidentes da direita, quando o país se cansa deles, empreender uma visita às mais pequenas parcelas lusas. E ambos se esqueceram do Principado da Pontinha, junto ao Funchal onde, nos seus 178 metros quadrados, mal cabem os luzidios séquitos que os acompanham, sem contar com os numerosos jornalistas que Marcelo não dispensa. No fundo, é um Principado exíguo para tão excelso Príncipe. São episódios notáveis qu...