Eleições autárquicas 2025 – Coimbra
Como social-democrata sem ligações partidárias e com manifesta antipatia pela deriva neoliberal das sociais-democracias europeias, averbei mais uma derrota eleitoral. E não estou a dizer que o PS seja ainda social-democrata.
O meu
pessimismo esperava resultados ainda piores, o que permitiu fruir com profundo
gozo a vitória de Ana Abrunhosa, apesar de efeitos secundários indesejáveis à
esquerda.
Nem queria
acreditar! Ana Abrunhosa, à frente da coligação que incluiu o PS, L e PAN
venceu o presidente da Câmara, ora designado por
incumbente.
Eu sei,
apesar de alheio à vida interna dos partidos, que nenhum outro tem, como o PS, dentro
de si, tão sólidas divergências e tamanha vocação para ser oposição e ajudar os
adversários. O PS não tem militantes, tem franco-atiradores aguerridos que
disparam com a coronha e viram o cano da espingarda para dentro do partido.
Em Coimbra
foram inexcedíveis a denegrir a candidata no espaço público, incluindo nos
jornais locais, e a ignorarem a sua campanha. Não tinham sido eles a
escolhê-la.
Segundo me
confirmariam militantes de relevo social sem militância, mas disponíveis para a
apoiarem, nem sequer foram informados de várias ações da campanha que Ana
Abrunhosa construiu metódica e pacientemente até à vitória.
Foi por
isso que a sua vitória, também contra militantes do PS, me deu tamanha alegria.
Ana
Abrunhosa concorreu contra o incumbente José Manuel Silva, do Somos Coimbra,
heterónimo PSD, agora com o pseudónimo de independente, à frente de toda a
direita e toda a tralha da extrema-direita, a que só faltou o Chega a concorrer
em pista própria.
E derrotou
PSD / IL / CDS-PP / Nós, Cidadãos / PPM / MPT / Volt e parte do PS.
Que gozo!
Como lhe
reconheço preparação e determinação para o bom desempenho do cargo resta-me
desejar-lhe um auspicioso mandato à frente da edilidade de Coimbra e
agradecer-lhe a vitória contra tantos adversários e de tanta estimação.
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