Eleições presidenciais

Todos os partidos despacharam militantes seus para a disputa eleitoral pelo que a minha maior preocupação é pela segunda volta.

Compreendo a lógica dos partidos, a necessidade de usarem as eleições para manterem, dilatarem ou apenas lutarem contra a extinção, e essa não é a minha motivação.

Sendo a geometria eleitoral o que é, é utopia pensar que haverá na segunda volta algum candidato de esquerda. Assim, votarei no que jugar melhor para assegurar a manutenção da democracia política, de preferência com alguma preocupação social.

À medida que entraram candidatos não previstos, assisti à renúncia de outros com fortes probabilidades de vitória. O exemplo flagrante foi o de Rui Moreira, que faria quase o pleno da extrema-direita, Chega, IL, CDS, e parte significativa da direita democrática. Desistiu quando André Ventura entrou, e veio apoiar Marques Mendes para se vingar de Rui Rio, agora apodado, vá-se lá saber porquê, de senador da República.

O meu voto, à primeira volta, está agora quase decidido sendo o destino irrelevante para os leitores, que jamais influenciaria. E digo quase porque, se as sondagens apontarem para a passagem de Ventura e Marques Mendes, taparei o nariz e votarei num outro, no mais próximo de poder transitar.

Não me assusta a passagem do pequeno führer lusitano que qualquer um derrotará, mas, apesar de não ficar em risco a democracia formal, ficam em perigo a Constituição e a alternância partidária, a primeira irremediavelmente e a segunda por uma década.

Sem sair do quadro democrático, seria a hipótese mais assustadora, um passeio do alter ego de Marcelo a caminho de Belém para ser aí o notário de Montenegro. E uma vitória aterradora do imitador de Mussolini, de quem copia as táticas  

Nesse cenário, ora imprevisível, caberá aos democratas escolher a melhor opção para o evitar. Por isso, engolirei o que já disse, e tentarei abster-me de criticar Gouveia e Melo ou Seguro, apesar de me sentir arrepiado com algumas tomadas de posição.

E, naturalmente, procederei de igual modo, por maioria de razões, para os candidatos de esquerda.

É a democracia que está em risco.

E o futuro PR acabará por ser a única vacina para evitar a tragédia.


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