Franco e a monarquia – 30 de outubro de 1975 – 50.º aniversário
Há 50 anos, o maior genocida da península Ibérica determinou que Juan Carlos passasse a ser o chefe de Estado interino de Espanha, sob o pseudónimo de príncipe.
O ditador
não se limitou, durante décadas, a eliminar centenas de milhares de espanhóis
em campos de concentração, execuções extrajudiciais ou na prisão, escolheu a
natureza do regime e a pessoa a quem endossaria a chefia do Estado.
Num país
onde a coragem de enfrentar o ditador nunca morreu, a violência da repressão
garantiu ao ditador morrer confortado com todos os sacramentos e a bênção do
clero que foi seu cúmplice.
A ditadura
clerical-fascista terminou com Franco, mas o novo regime nasceu do poder
conquistado e mantido pela violência. Juan Carlos foi educado no fascismo e
destinado a perpetuá-lo. O que o grotesco general não previu foi a
obsolescência das ditaduras e os ventos da democracia que varreram regimes
militares, e democratizaram a Europa.
A
monarquia espanhola é herança do franquismo, a anomalia que se manteve pelo
medo de desenterrar o passado e reavivar chagas.
Reina o silêncio
sobre as valas comuns onde jazem centenas de milhares de vítimas que o
franquismo, fria e metodicamente, foi assassinando depois de consolidado o
poder contra a República democraticamente sufragada.
Hoje, meio
século depois de um dos últimos atos discricionários do sociopata que deteve o
poder em Espanha, não podemos deixar de execrar o último ditador peninsular e
denunciar as condições em que a monarquia foi restaurada.
O novo rei
foi o herdeiro vitalício que o genocida escolheu e que transmitiu depois ao
filho varão, o segundo das suas crias reais.
Viva a República!

Comentários