Eleições autárquicas 2025 – Um breve olhar.

Presidências de Câmara: PSD – 136; PS – 127; Grupos de Cidadãos – 20; PCP – 12; CDS – 6; Chega – 3; NC+L+JPP – 4.

PSD – Vitória fulgurante do PSD: maior partido em número de eleitores, presidências de Câmaras, Juntas de Freguesia e Assembleias Municipais e nas 5 maiores autarquias e presidência da ANMP e ANAFRE.

PS – Derrota moderada, face às expetativas, mas derrota por razões inversas às do PSD.

PCP – Erosão continuada por redução de número de presidências de Câmara, de Juntas de Freguesia e Assembleias Municipais e de mandatos nos órgãos autárquicos.

CDS – Manutenção de 6 vestígios do partido em defunção, ressuscitado com a ficção AD, sem ninguém ter coragem de avisar Nuno Melo de que o CDS e ele próprio continuam mortos. O único município em que fez a diferença foi, por ironia, em Viseu, onde, com cerca de 2%, entregou pela primeira o município ao PS.

Chega – Passar de 0 para 3 presidências de Câmara é a vitória que só Ventura é capaz de enaltecer, mas conquistou mandatos que torna perigoso o partido unipessoal do Ventura.

Livre, BE e PAN só são importantes em aliança com o PS. Quase irrelevantes a nível autárquico e só o primeiro pode aspirar a algum peso autárquico.

Breves conclusões:

1 – A leitura nacional destas eleições, na sua globalidade, transcende em muito a leitura municipal;

2 – A perceção de desonestidade dos líderes partidários é irrelevante para os resultados eleitorais, como se vê na Madeira e no Continente;

3 – O discurso securitário é determinante nos resultados eleitorais;

4 – A propaganda reacionária, que não conseguiu destruir o PS, esforça-se por fazer crer que o eleitorado não tolera alianças do PS à esquerda o que, pelo menos, foi desmentido em Coimbra. E fazia bem sobretudo à ala direita do PS, recordar que Jorge Sampaio e João Soares, governaram Lisboa em coligação com toda a esquerda. Recordo os três presidentes da Assembleia Municipal, Saramago, João Amaral e Modesto Navarro do PCP.

Apostilas:

1 – Direita – 145 (PSD-136 + CDS-6 + Che-3); Esquerda – 139 (PS-127 + PCP-129); Grupos de Cidadãos e outros 24, de difícil enquadramento. Total – 308.

2 – Para os que consideram o PS de direita, temos: Esquerda – 12; Direita – 296.

3 – Em face dos números é urgente que os partidos de esquerda reflitam e revejam a linguagem e as decisões e em relação a alianças. Vêm aí as eleições presidenciais.

4 – Falarei posteriormente das eleições municipais em Coimbra e da derrota do PSD, do seu heterónimo “Juntos somos Coimbra”, e da pior direita, CDS, PPM, Volt, MPT e Nós. Só faltou o Chega.

Comentários

Victor Nogueira disse…
Há um lapso dactilográfico em" Esquerda 139 (PS-127 + PCP-129)" Os números da CDU são 12 e não 129. Embora o soma reflicta a ralidade, uma das parcelas está excessivamente sobrevalorizada.
Victor Nogueira disse…
Este comentário foi removido pelo autor.
Victor Nogueira disse…
Adenda - O PS é um híbrido, tanto vira à direita como à esquerda. Varia, conforme as conjunturas, as regiões e as ocasiões. Zorrinho, Francisco Assis, Seguro, Cravinho (filho), Sérgio Pinto, Sérgio Leão, p. exemplo, podem ser considerados de esquerda? Podem ser considerados de esquerda autarcas do PS que homenageiam ou tentam reabilitar o Cónego Melo e outras gradas figuras, como sucedeu em Braga, com Mesquita Machado e em Santa Comba Dão? Entre os deputados e autarcas do PS, quantos podem ser considerados de esquerda, quantos de direita e quantos nem carne nem peixe, virando a barca conforme o vento?
Obrigado. Não sei como me caiu o 9. Vou corrigir,
Sem dúvida. Subscrevo.
E o Adalberto Campos Fernandes e o Beleza?

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