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A mostrar mensagens de março, 2022

Reflexão – algumas notas

1 – Podem não ter sido as mais interessantes para a comunicação social portuguesa, mas foram as notícias que mereciam relevo: 1 – a exceção ibérica na política dos combustíveis, com enorme destaque na primeira página do El País, pelo inimaginável precedente e pela capacidade de negociação dos líderes ibéricos; 2 – as declarações de Macron a corrigir a linguagem de almocreve de Joe Biden sobre a Rússia, a lembrar-lhe que os vizinhos se encontram na União Europeia e não nos EUA; 2 – Com a falta da Sr.ª Merkel, é em Macron e António Costa que a Europa encontra a moderação que distingue os estadistas dos chefes de Estado; 3 – O histerismo que conduz à censura e às verdades únicas transforma a animosidade a ditadores em ódio aos seus povos, criando as condições para que, depois dos ditadores, se perpetuem as ditaduras; 4 – A União Europeia, que devotadamente defendo, ao decidir sanções à Rússia, acabou por punir-se a si própria, sem avaliar o prejuízo para os seus países e a dependênc

Texto de ONOFRE VARELA - vice-presidente da Associação Ateísta Portuguesa (AAP)

  P ela Paz   As convulsões sociais constituem sempre um excelente pretexto para os credos religiosos  ditos  defensores do bem contra o mal e da harmonia entre os povos (e nem todos eles têm estas características humanitárias), virem a terreiro deixar a sua palavra em defesa da paz e da concórdia.  Assim fez o Papa Francisco há poucos dias,  com  a Europa mergulhada numa guerra desencadeada pelo ditador Putin que invadiu um país vizinho, matando e destruindo.  Habitualmente as religiosas  intençõe s moralizadoras são inoperantes, porque moral é coisa que o fazedor da guerra não t e m, nem quer ter…  nestas condições,  não é o chefe de uma Igreja (que nem é a do ditador) que lhe vai refrear os instintos de poder e de domínio.  O Papa Francisco consagrou,  na passad a  S exta-feira, a Rússia e a Ucrânia ao Imaculado Coração de Maria,  numa celebração realizada em simultâneo no Vaticano e em Fátima.  A credito que para  as  mentes religiosas  tenha sido  um acto redentor  e todos os  que

Assim vai a Europa… – Alguns comentários sobre a situação presente

Enquanto a maior ditadura do mundo, com 1.400 milhões de habitantes, ganha a guerra na Ucrânia, limitando-se a assistir, a Europa recebe o imperador Biden, que combaterá ao lado de Zelensky até ao último europeu, promovendo a venda de armas do complexo militar-industrial dos EUA e valorizando o gás de xisto e os cereais dos EUA. Nem sequer os jornalistas lhe censuram a falta de autoridade moral para usar linguagem de almocreve e acicatar a guerra na Europa, destruindo as instituições que genuinamente se batem pela paz, nomeadamente a ONU e o Vaticano, provocando a desorientação dos países e a desordem das consciências, e deixando a fatura para os europeus. O pensamento único vai regressando à Europa, colocada em estado de estupor, perante a violência da guerra ucraniana, sem estratégia própria, a navegar ao sabor dos interesses geoestratégicos alheios. Putin, que apoiou a extrema-direita europeia, conseguiu destruir a Ucrânia e Rússia, a última à espera de se tornar uma nova Jugosl

Assim vai o meu país… – 2

1 – Ontem, o Papa Francisco consagrou a Rússia e a Ucrânia ao Imaculado Coração de Maria, em simultâneo com idêntica cerimónia em Fátima, abrilhantada pela presença de Marcelo, certamente como crente e não como PR de um país laico cujo cargo o obriga a deveres de contenção pia. Talvez os devotos não saibam que Papa João Paulo II, há exatamente 38 anos, a 25 de março de 1984, tinha consagrado o Mundo à mesma víscera de Maria, diante de uma imagem da Sr.ª de Fátima. Não me recordo se exultaram então os crentes ortodoxos, mas, agora, os bispos ortodoxos ucranianos gostaram e os russos ignoraram. Para um ateu, mais dado à aritmética do que à fé, ficou claro que o prazo de validade de uma consagração papal dura 38 anos e precisa de uma dose de reforço. Só não ficou bem que o PR se prestasse a ser sacristão de um ato pio.

Texto de ONOFRE VARELA - Vice-presidente da Associação Ateísta Portuguesa (AAP)

  A teu graças a  D eus   É comum ouvirmos os crentes darem graças a Deus pelos mais diversos motivos: por terem saúde, por terem trabalho, por chover ou não chover, por fazer sol ou por terem feito boa viagem.  Do mesmo modo, os fundamentalistas religiosos que exercem a sua fé do modo mais negativo, também invocam Deus antes de se fazerem explodir entre a multidão de um mercado, de uma estação de metro ou de um aeroporto.  Excluindo desta apreciação os bandidos que matam convictos de estarem a executar uma acção de santidade (a fé religiosa na sua vertente mais demencial), sobram aqueles que têm de Deus a mais pacífica das imagens e, em seu nome, procuram ser bondosos… e muitos são-no realmente.  Porém, numa boa mancheia deles encontramos, essencialmente, hipócritas. Afirmam-se boas pessoas dando esmola na igreja e oferecendo pacotes de arroz para missões caritativas, porque a ideia que têm de Deus é a de um polícia e juíz que espia e condena os crentes apanhados em falso. Se soubesse

Assim vai o meu país…

O Chefe de Estado Maior da Armada aparece na comunicação social a pronunciar-se sobre um assassinato cometido por simples marinheiros, quiçá para manter os holofotes para outros voos, num vedetismo inédito nas FA. O PR, com larga experiência em fugas de informação, finge-se ressentido pela fuga da composição do novo Governo, amua e cancela a inútil e protocolar audiência em que o PM lhe anunciaria formalmente a composição. Os jornais relatam que o PR não aceitou na Defesa o ministro a quem tinha pregado a partida de não aceitar a exoneração do referido chefe militar, adrede combinada com ele e com o PM, como se a composição do Governo fosse da sua competência. O PR, depois de ter perdido as eleições no PSD com o seu protegido Rangel contra Rui Rio, as eleições legislativas com a maioria absoluta do PS, e de ter sofrido uma crise de bílis com a humilhação do PSD, que perdeu o deputado do círculo da Europa, entrou na guerrilha contra o Governo ainda antes de lhe dar posse. Mais t

A longevidade da democracia ultrapassa a da ditadura

Hoje é dia de celebrar a longevidade da democracia que o MFA (Movimento das Forças Armadas) legou a Portugal e aos portugueses. Foi no seio das Forças Armadas, sobretudo no exército, a guarda pretoriana da ditadura, que germinou a revolta provocada pela guerra colonial, injusta, inútil e condenada ao fracasso. O povo e o MFA rapidamente transformaram em Revolução a oportunidade da mais bela de todas as madrugadas. Em 25 de Abril de 1974 os militares escreveram uma soberba página da liberdade. Hoje, 17.500 dias depois, a democracia ultrapassou, em tempo, a mais longa ditadura europeia do séc. XX (17.499 dias). Cumpridos os objetivos dos três Ds do programa do MFA, Democratizar, Descolonizar e Desenvolver, apesar das tentativas frustradas de os desvirtuar ou de inverter a marcha da História, eis-nos a ultrapassar a duração da obscura ditadura com uma democracia de sucesso que nos integrou na União Europeia e libertou do isolamento a que a política do “orgulhosamente sós” nos havia

Eleições legislativas / 2022 – O PSD foi buscar lã e veio tosquiado?

Com a apatia nacional perante o apuramento dos votos no círculo eleitoral da Europa, onde se repetiram as eleições, é possível que o PS venha a conquistar os dois mandatos, que não alteram substancialmente a geometria eleitoral da próxima legislatura. O que há de novo, a confirmarem-se os resultados, é a humilhação do PSD, humilhação que se esforçou por merecer. Os votos por correspondência, sobretudo os da emigração, de difícil verificação, foram sempre alvo de dúvidas, além de ser desolador assistir à diminuta participação de tão grande número de recenseados. Por isso, ao arrepio da legalidade, houve um consenso de todos os partidos com assento na AR, repito, de todos, para considerar válidos todos os votos, ainda que não viessem acompanhados da fotocópia do cartão de cidadão de cada um dos respetivos eleitores. Por mais censurável que fosse o acordo, a repetição do ato eleitoral levaria ao descrédito do voto dos emigrantes, à desmobilização de quem se empenhou em votar e à d

Façam a paz, em nome da decência e do que resta da compaixão

Nunca, como hoje, assisti a tamanho ódio entre adversários e a tão desvairadas opiniões sobre notícias submetidas ao crivo da censura e sem contraditório. Na Rússia censuram-se as notícias, prendem-se adversários e os próprios advogados. Na Ucrânia ilegalizam-se partidos políticos da oposição e reduz-se a informação televisiva a um único canal. De um lado está um ditador que nunca estimei, do outro um herói do mundo livre que me causa sérios arrepios. É difícil manter a serenidade perante a pungência dos dramas que milhões de refugiados vivem, desde os ucranianos a palestinianos, iemenitas, sírios e tantos outros. Escrutinar o que lemos, vemos e ouvimos não pode ser contaminado pelas emoções e, muito menos, pelo medo. Mas é de medo que falamos, do medo de que tudo nos falte quando tantos perderam já o medo da verdade única e das ditaduras que nos ameaçam. Só me surpreende a quantidade de belicistas empedernidos favoráveis a uma guerra em que cada dia que se prolonga representa

Perplexidade e incredulidade

Não sei se o título do Correio da Manhã corresponde à verdade pois é prática recorrente do jornal que recuso comprar. O que não posso aceitar é um título que possa induzir em erro os leitores, sobretudo os que apenas leem os cabeçalhos. Se o título é verdadeiro, fico indignado. Não admito que o almirante que fez um excelente trabalho na campanha de vacinação contra a Covid-19 abuse dos seus poderes militares para um ato de autoritarismo que as populações despolitizadas e embrutecidas aceitam sem se interrogarem. Seria um ataque à democracia ao serviço de ambições pessoais. Só os Tribunais, por mais erros que cometam, podem restringir a liberdade de presumíveis assassinos.

Texto de Onofre Varela, Vice-presidente da Associação Ateísta Portuguesa (AAP)

  Crer ou não crer... eis a questão! O conhecimento das coisas e a sua cabal explicação, sempre constituíram a meta das nossas buscas desde que os nossos ancestrais avós observaram o germinar das sementes, o nascer e o pôr do Sol, o ribombar do trovão e a queda dos raios; culminando, talvez, na enigmática morte que viam materializada na imobilidade e frieza das pessoas com quem partilhavam os dias.  Perante estas observações procuramos explicar o meio que nos cerca.  Havia que perceber o que observávamos...  e acabamos por construir enigmas que usávamos como pedras na construção da vontade de saber. Na busca do conhecimento seguimos vários caminhos. Primeiro procurámos-lo nos mitos que construímos à nossa medida (que é sempre a medida da nossa ignorância), de acordo com as nossas necessidades e o nosso entendimento temporal.  Movidos pelo nosso natural espírito religioso (a Religião é uma atitude intelectual, por isso é criativa) criamos uma mitologia recheada de deuses para todas as h

Anda o mundo doido!

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Quando aguardava notícias da Paz, deparei com a imagem em que a CNN - TVI põe um porta-aviões a voar. Os porta-aviões voam, mas, tal como os crocodilos, voam baixinho.

JURISPRUDÊNCIA E FÉ

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Se estes documentos são verdadeiros, ensandeceram o advogado e o juiz… E o facínora vai viajar para a Ucrânia. Enquanto Zelensky pede armas, Portugal envia uma cópia da imagem da Senhora de Fátima.

A embaixadora Ana Gomes e a perseguição aos políticos

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A extrema-direita usou sempre a corrupção como arma política contra as democracias e os democratas, certa de que a corrupção não é escrutinada nos regimes que lhe servem de referência, onde a censura se exerce. O inevitável “I” é um de muitos papéis impressos onde se formatam os adversários das democracias liberais que estão sob assédio de extremistas políticos. Os esgotos hão de correr para algum lado e cada jornal terá os leitores que merece. A denúncia do património da embaixadora Ana Gomes, cuja licitude jamais é posta em causa, insinua que a referida cidadã foge aos impostos, por ter um contrato-promessa de venda de um imóvel por valor que a obrigaria ao pagamento de maior IMI, acrescido do adicional que tributa imóveis de valor superior a 500 mil €€ e, mais penalizador, quando ultrapassa 1 milhão de euros. É mentirosa e ignóbil a insinuação. A venda do imóvel referido no contrato-promessa é penalizadora para a proprietária em termos de mais-valias e não deve haver em Portug

16 de maço de 2013

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 Há dezanove anos, no dia de hoje. Nenhum foi constituído arguido pelo TPI.
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  Uma heroína que aprecio Que diferença faz uma cidadã que arrisca o emprego, a liberdade e as represálias de que uma ditadura é capaz, para defender a paz, dos belicistas de sofá que a propaganda intoxica e criam o ambiente para a continuação da guerra! Apostila – Este artigo passou pelo crivo do experiente jornalista Carlos Fino, russófono e profundo conhecedor da política de Moscovo. https://www.facebook.com/carlosfino1948?__cft__[0]=AZWyyx3mhGMsmO6yqa5hg6gnTPruv4mCo02hKQDha6rCH1WWDYomMZZMLW5ESBfG0LSj_30Xl-B_WyNMP6WLdS5n-5IjkEsA9jxi_2MrXDLhXnTH8jGusKJF3mEqEKoVLSc&__tn__=-UC%2CP-R 393 AMIGOS EM COMUM  •  COLUMNIST NA EMPRESA BLOG DO NOBLAT Carlos Fino Gosto Comentar Partilhar 0 comentários Escreve um comentário... Carlos Esperança Ontem às 15:20    ·  Conteúdo partilhado com: Público Perplexidades, aqui no Facebook 1 – Pedidos de amizade – Não sei o que levará umas jovens semidespidas, em atitudes de manifesto assédio sexual e com ostensivos convites, a solicitarem a minha amizad