A longevidade da democracia ultrapassa a da ditadura
Hoje é dia de celebrar a longevidade da democracia que o MFA (Movimento das Forças Armadas) legou a Portugal e aos portugueses.
Foi no seio das Forças Armadas, sobretudo no exército, a guarda
pretoriana da ditadura, que germinou a revolta provocada pela guerra colonial,
injusta, inútil e condenada ao fracasso. O povo e o MFA rapidamente transformaram
em Revolução a oportunidade da mais bela de todas as madrugadas.
Em 25 de Abril de 1974 os militares escreveram uma soberba
página da liberdade. Hoje, 17.500 dias depois, a democracia ultrapassou, em tempo, a
mais longa ditadura europeia do séc. XX (17.499 dias).
Cumpridos os objetivos dos três Ds do programa do MFA, Democratizar,
Descolonizar e Desenvolver, apesar das tentativas frustradas de os desvirtuar ou
de inverter a marcha da História, eis-nos a ultrapassar a duração da obscura
ditadura com uma democracia de sucesso que nos integrou na União Europeia e
libertou do isolamento a que a política do “orgulhosamente sós” nos havia condenado.
Só por má fé ou ignorância se pode negar o êxito da
Revolução que nos conduziu a uma democracia liberal onde a alternância
democrática é possível e as preocupações sociais se manifestam consoante a
natureza dos governantes que o sufrágio popular legitima.
Num país sem tradições democráticas, esta segunda República,
depois do interregno da longa noite fascista, é um feito que deve ser
assinalado por todos os democratas, seja qual for o seu quadrante ideológico.
Sabemos que não há ditaduras perpétuas, mas também não há
democracias vitalícias. É, pois, razão para não deixar murchar os cravos que
floriram há 17.500 dias nos canos das espingardas do MFA, numa Revolução sem
sangue, única no mundo.
Hoje e sempre, Viva o 25 de Abril!
Ponte Europa / Sorumbático
Comentários